quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Tal pai, tal filho

Tal pai, tal filho 

 Toni,30, sempre bêbado, caiu no poço, já era começo da noite. Na queda arrastou o balde junto. Teve sorte em não se machucar, mas estava quase metido n’água até o pescoço. Gritou por socorro pela noite até se cansar, ninguém apareceu para socorrê-lo. Tentou até subir pelos tijolos, mas após alguns fracassos desistiu. Quando amanheceu o dia a mulher e a mãe dele surgiram na boca. Cuspiram para baixo. Seguravam firme o pai de Toni, que tentava se desvencilhar das duas mulheres. Jogaram o homem para dentro, sobre o filho. E falaram em uníssono: “Tal pai, tal filho.” Após o feito pregaram tábuas cobrindo a boca do poço e pintaram uma tabuleta: Cuidado! Poço envenenado! Feito o serviço foram à delegacia informar o desaparecimento dos dois.

Mentiras em plantações de trigo

Há crédulos para tudo. Mas que grande bobagem! Os espertinhos nem tentam inovar em suas peraltices. Não duvido da existência de outros seres no universo, mas para chegar até nós teriam que ter uma inteligência superior, para poder desenvolver tecnologias para estas viagens interplanetárias. Não creio que viajariam centenas de milhares de quilômetros anos-luz para brincar de fazer desenhos em plantações. Arre!

Um roubo

GÊNESIS
 Deus disse: “Faça-se a luz!”
 Aí entraram os governos e nos socaram 25% de ICMS.

Realista

“Meu pai era um homem muito realista. Nunca esperou nada de mim.” (Climério)

Sobre caminhar

“Eu deveria caminhar mais. Mas desanimo quando vejo tanto gordo caminhando.” (Fofucho)

Especialidade

“Nunca fui de bater nos outros. Minha especialidade sempre foi apanhar.” (Mim)

Eu e Woody Allen

“Eu e Woody Allen temos coisas em comum.”
“Inteligência e humor fino?”
“Nada disso. Óculos e calvície.”

Serpente

“Creio que a única serpente que falou com Eva no paraíso foi a serpente do Adão.” (Limão)

Agora eu sei o que é bom

“Ontem fui agraciado com um pedaço de picanha. Estes humanos sabem o que é bom. Eles que me venham com ração para ver o alarido que irei fazer.” (Bilu Cão)

Andrea Faggion- Regulamentação da mídia: o que o governo realmente quer?


Em 2015, a regulamentação da mídia pautará boa parte do debate político nacional. Difícil não entender essa agenda petista como uma simples reação a matérias fortemente oposicionistas publicadas por meios de comunicação como a revista Veja. Mas deixemos de lado essa reação imediata e foquemos nos argumentos comumente apresentados por aqueles que reivindicam um projeto de regulamentação do tipo. Claro que a primeira palavra que nos ocorre é "monopólio". Alega-se que, se cabe ao governo impedir um monopólio em qualquer setor da economia, por um silogismo simples, também cabe ao governo impedir um monopólio dos meios de comunicação. 

Ora, primeiramente, cabe observar que não existe monopólio dos meios de comunicação no Brasil. "Mono - pólio", o nome já diz, implicaria em um único proprietário de todos os meios. Não é esse o caso! Na verdade, eles mesmos gostam de dizer que umas cinco ou seis famílias detêm os meios de comunicação no país. Seria então um oligopólio, certo? Rigorismos à parte, o argumento se repetiria: também caberia ao governo acabar com oligopólios. Mas será que podemos ousar criticar essa premissa maior do nosso silogismo?

Pois bem, eu não acredito que o governo deva combater monopólios ou oligopólios não violentos em quaisquer áreas. Explico. O problema com monopólios e oligopólios só surge quando os empresários estabelecidos proíbem novos entrantes no seu mercado. Por exemplo, você começa a vender um jornalzinho estudantil na sua escola e ameaça bater nos coleguinhas que imitem sua ideia, começando a vender também seus jornalzinhos. Nesses casos específicos de uso da força ou ameaça de uso da força para eliminação da concorrência, é legítimo que se use a força no sentido contrário, para garantir o livre mercado. 

Note, então, como uma curiosidade, que a atuação dos governos reais não costuma se reduzir à proibição dos monopólios e oligopólios violentos. Governos são, sim, os criadores de monopólios e oligopólios violentos! São os governos que usam a força para proibir que novos entrantes apareçam em certos mercados, como, por exemplo, no precário mercado de telefonia do Brasil. Na verdade, o próprio governo, enquanto Estado, é um monopólio que criminaliza a concorrência com ele em seu território. Assim, é bem chocante que um governo, qualquer governo, venha nos dizer que é um opositor de monopólios, amigo do livre mercado.

Agora, note como a proibição dos monopólios ou oligopólios não violentos, ao invés de ser um ato de proteção da liberdade, é, na verdade, uma agressão à liberdade. Voltemos ao seu jornalzinho estudantil. Desta vez, você não usou de força ou ameaça de uso da força para desmotivar seu coleguinha a concorrer com você. Em vez disso, ele desistiu espontaneamente de competir, quando verificou que não tinha recursos suficientes para oferecer um produto de qualidade pelo preço que você oferecia. Você teve a ideia primeiro, ganhou dinheiro, ampliou seu negócio e conseguiu investir em papel de qualidade, contratou outro coleguinha para ser um ilustrador e assim por diante. O seu novo concorrente não tem capital suficiente para contratar outros coleguinhas para melhorarem a qualidade do serviço dele e nem pode investir em uma matéria-prima de tanta qualidade. O jornalzinho dele é feio, de conteúdo pobre e o preço acaba não sendo muito diferente do seu. 

Resultado: ninguém (ou quase ninguém) escolhe comprar o jornalzinho do seu concorrente, porque a relação custo/benefício não compensa para o consumidor. Consequência: seu concorrente fecha por uma decisão dele, baseada em pura análise de custo e benefício para ele, uma análise na qual não entrou nenhuma ameaça de violência da sua parte. O que acontece? Você tem um monopólio não violento, uma simples situação de fato e momentânea, e uma situação que, por sinal, não fere a liberdade de ninguém, nem de concorrentes e nem de consumidores. Logo, uma ação de fora para limitar o seu negócio seria uma pura e simples proibição do sucesso.

No mais, se nenhuma violência se fizer presente, a tendência é que seu monopólio fatual seja abalado a qualquer momento por um novo entrante que acredite ter capital suficiente para conquistar ao menos uma fatia do seu mercado. Um observador externo notará, por exemplo, que você não fala muito sobre vídeo-games no seu jornalzinho, ao passo que, na escola, há um público ávido por mais matérias sobre games. Então, esse observador pode convencer investidores (outros coleguinhas) a lançarem com ele um jornalzinho só sobre games: um nicho que você não estava explorando devidamente. E por aí vai... Não há mercado realmente aberto que tenda à perpetuação de monopólios de fato, até pelo simples fato de que pessoas têm gostos e necessidades diferentes. Empiricamente, mercados monopolizados são sempre, pasmem, mercados... excessivamente regulamentados pelos governos. Irônico, não?

Ok, agora, que podemos descartar essa balela sobre monopólios (ou melhor, oligopólios), podemos questionar o que realmente quer o governo. Qual a situação de fato quando alguém limita o tamanho do seu jornalzinho (seja limitando a tiragem ou definindo em que partes da escola você pode vender), ou ainda te proíbe de começar um fanzine na escola, porque, afinal, você já tem um jornalzinho? Já vimos que apenas sua liberdade está sendo restringida, e a de mais ninguém, já que o tamanho do seu negócio, a menos que você proíba concorrentes, por si só, não cerceia a liberdade de ninguém. Mas a situação de fato que interessa ao regulador quando ele cerceia sua liberdade dessa forma é que você perde poder de disseminação do seu conteúdo. Antes, a escola inteira, se quisesse, poderia acessar conteúdo produzido por você. Agora, mesmo que alguém queira, será impedido de comprar conteúdo produzido por você, porque você está proibido de ter um negócio grande (a regulamentação definirá o que é "grande").

Mas por que interessa tanto ao governo que um empresário não possa atingir um público além de um certo limite? Simples, meu caro, nesse cenário, quem é o único que atinge a todos dentro de um mesmo território? Ele mesmo: o governo! A nossa presidente pode entrar em cadeia nacional de rádio e TV no momento em que bem entender. Além disso, os gastos públicos com propaganda governamental são sempre exorbitantes. Eventualmente, até carteiros (os funcionários de um certo monopólio governista) distribuirão material de propaganda governista, não é? Qual a melhor maneira de não se ter oposição sem ter que partir diretamente para a censura de conteúdos? Isso mesmo: você impede qualquer outro de atingir um público suficientemente grande para incomodar o governo. 

Sim, outros governos fizeram isso. Por exemplo, o mesmo governo argentino que saiu à caça do Clarin usou uma TV estatal para reproduzir um documentário sobre vida animal, enquanto o povo saía às ruas para protestar... contra o governo. 

Por falar em sair às ruas, dia 15 de novembro está aí. Se você precisava de mais um motivo para ir às ruas mostrar sua oposição ao PT, que tal este? Vá enquanto há canais que possam exibir sua manifestação para todo o Brasil.

Andrea Faggion é professora do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual de Londrina e do Mestrado em Filosofia da mesma instituição e da Universidade Estadual de Maringá.

Do baú do Janer Cristaldo- Minhas viagens- quinta-feira, janeiro 31, 2008

Um menino que nada entende de jornalismo está preocupado em saber como custeio “viajens (sic!) à Europa, vinhos e restaurantes, foie gras, prostitutas” e meu ego. Bom, ego não custa caro. Quanto ao mais, já ouvi várias teorias ao longo de minha vida. No final dos anos 60, em meus dias de universidade, pelo simples fato de não ser comunista, considerava-se que eu era pago pelo DOPS. Se as jovens gerações já não lembram o que quer dizer, explico: Departamento de Ordem Política e Social, organismo do governo criado durante o Estado Novo, cujo objetivo era controlar e reprimir movimentos políticos e sociais contrários ao regime no poder.

Comecei então a trabalhar em jornais. Fui imediatamente promovido ao SNI. Se as jovens gerações já não lembram, o Serviço Nacional de Informações foi criado pela lei nº 4.341 em 13 de junho de 1964, com o objetivo de supervisionar e coordenar as atividades de informações e contra-informações no Brasil e no Exterior. Um burguês reacionário que trabalhasse em jornal, naqueles dias, só podia ser agente do SNI. Eu, camponês e filho de camponeses, achava muito divertida a nova profissão que me fora atribuída.

Comecei a viajar. Já na primeira “viajem” – como escreve o menino analfabetinho – percorri a Europa de sul a norte e de leste a oeste. Era jovem, as geografias longínquas me fascinavam e 30 ou 40 horas de trem para mim constituíam lazer. Após um ano de Suécia, voltei para Porto Alegre. Recebi nova promoção. Trabalhava agora para a CIA. Mais ainda: minha missão seria vigiar os exilados brasileiros que planejavam a revolução latino-americana nos hotéis de luxo de Estocolmo e nos restaurantes caríssimos de Gamla Stan.

Que assim seja, pensei. Já que vivia de parcos recursos na Suécia – vinho só em fins de semana e olhe lá! – pelo menos curti o prestígio de espião internacional bem remunerado. A Guerra Fria acabou, tornou-se demodé pichar como agente da CIA quem não fosse comunista. Após toda uma trajetória como jornalista, escritor, tradutor e professor universitário, ainda há quem queira saber como vivo bem. Nesta altura dos acontecimentos, certamente sou financiado pelo Foro de São Paulo.

Nada mais prazeroso para um homem honrado do que falar de si mesmo – escreveu Dostoievski. Não vou perder a vaza. O leitor em questão parece ignorar que a forma mais prática de viajar sem ter muito dinheiro é exercer o jornalismo. Me formei em Direito e Filosofia. Se exercesse o Direito, teria boas chances de acumular bom capital. Mas seria prisioneiro da profissão. Certa vez, viajei um mês pelas ilhas gregas com uma advogada trabalhista gaúcha. Na volta ao sul, ela descobriu que seu sócio no escritório lhe havia roubado todas as causas e clientes. Teve de recomeçar de zero.

Optei pelo jornalismo pela possibilidade de exercer este ofício onde quer que se esteja. Graças à profissão, consegui bolsas e muitas viagens. Volto à minha primeira viagem. Foi em 71. Com minha companheira, percorremos a Europa de ponta a ponta durante dois meses. Irritado com o Brasil – não com a ditadura, mas com o país do carnaval e do futebol – decidi ficar em Estocolmo. Na época, não pretendia mais voltar a meu país. Dois livrinhos me mantiveram em pé no reino dos Sveas: as Poesias Completas, do Fernando Pessoa, e o Martín Fierro, do Hernández. Mas minha mulher era funcionária pública e não era sensato largar seu emprego. Apesar do afeto das suecas, muitas noites chorei, estático junto a uma janela, olhando aquele deserto branco e hibernal dos hiperbóreos. Um dia, um amigo boliviano me disse: Sos un boludo, che! Tienes en Brasil una mujer que te quiere. Que haces en esta tierra de hombres tristes?

Voltei. Foi certamente a decisão mais sensata de minha vida. Desempregado, estava me preparando para um concurso na Capitania dos Portos, para trabalhar como faroleiro no litoral brasileiro. Veleidade romântica minha, afinal eu jamais suportaria a vida de farol. Foi quando fui convidado a substituir Luís Fernando Verissimo na Folha da Manhã, em Porto Alegre. Após um ano de crônica diária, tive uma recaída de uma doença que geralmente acomete quem mora na Suécia, a resfeber. Em bom português, febre de viagens. Candidatei-me então a uma bolsa para um doutorado em Paris. Candidatei-me junto à embaixada francesa, não pela Capes ou CNPq, onde quem não tem pistolão não consegue nada. Não que estivesse interessado em doutorado ou vida acadêmica. Queria aqueles vinhos, queijos e mulheres só encontradiças às margens do Sena.

A bolsa me foi concedida sem que eu tivesse uma única carta de recomendação. Quando o cônsul telefonou-me para anunciá-la, disquei imediatamente para minha companheira. Eu, que sempre fora avesso ao casamento, perguntei à queima-roupa: “queres casar?” Perplexidade do outro lado da linha. “É que estou indo para Paris e quero te levar junto”. Envergonhado, casei meio às escondidas, num cartório ao lado de meu bar.

Às onze da manhã, eu bebia com o Carlos Coelho, excelente amigo e colunista daZero Hora, na Rotisserie Pelotense. Deixei minha caipirinha pela metade e disse ao Coelho: “segura aí que vou comprar um jornal”. Entrei no cartório, onde já me esperavam familiares e testemunhas. Aí o juiz me fez uma pergunta idiota: você quer casar com esta mulher? Claro que queria, senão não estaria lá. Disse então aos circundantes: “vou comprar um jornal, me esperem na churrascaria aqui na frente”.

Voltei à Pelotense, terminei minha caipira com o Coelho, ele sequer imaginava que naqueles poucos minutos eu mudara de estado civil. Ocorre que Coelho, jornalista futriqueiro, tinha o detestável hábito de ler o Diário Oficial. Viu os proclamas e largou a história na imprensa. Viu os proclamas e largou a história na imprensa. Dia seguinte, tive de dar longa entrevista na Folha, tentando convencer minhas demais amadas que continuava sendo o mesmo homem solteiro de sempre. Não convenci muito.

Mas já estava com um pé em Paris.

Janer Cristaldo

Renovação no futebol brasileiro?

Dunga na Seleção e Eurico Miranda de volta ao comando do Vasco. Estará o futebol brasileiro mesmo em renovação? Sério?

IMB-O mundo está superpovoado? Não. E isso será ruim para o futuro

O mundo está superpovoado. As ruas estão entupidas, o trânsito está sempre irritantemente congestionado, e as pessoas estão vivendo — tanto figurativa quanto literalmente — uma em cima das outras. É raro você encontrar um espaço livre para sequer dar uma volta com seu cachorro.

Certo?

Errado.

O mundo não está de modo algum superpovoado. Ao redor do globo, há enormes espaços de terra totalmente desabitados. Canadá, Austrália, África, Rússia, EUA e Brasil possuem uma inacreditável quantidade de espaços abertos e não-povoados. [No Brasil, apenas 0,2% do territórioestá ocupado por cidades e infraestrutura]. Com efeito, toda a população do planeta caberia confortavelmente no estado americano do Texas. [E se toda ela fosse para o estado do Amazonas, a densidade populacional seria equivalente à da cidade de Curitiba].

Sendo assim, por que tantas pessoas ainda acreditam tão piamente nesse mito do superpovoamento? A razão é simples: a maioria delas — especialmente aquelas que têm tempo e predisposição para reclamar do excesso de pessoas — vive em áreas de alta densidade populacional, as quais não são uma amostra nada representativa da real situação do mundo.

Essas áreas de alta densidade populacional são chamadas de 'cidades', e o motivo pelo qual as pessoas vivem em cidades — não obstante suas constantes lamúrias — é que há enormes benefícios gerados quando um grande número de pessoas convive em proximidade.

É muito conveniente viver em um local repleto de pessoas simplesmente porque cada uma dessas pessoas tem o potencial de ofertar vários bens e serviços para você. Quanto mais pessoas à sua volta, maior a oferta de pessoas dispostas a fazer coisas como lavar e passar suas roupas, consertar seus sapatos, consertar seu carro, cozinhar suas refeições, oferecer variadas opções de entretenimento, curar uma eventual doença, e, talvez ainda mais importante, oferecer a você um emprego que remunera bem.

Tente viver isolado do mundo, no meio do mato, e você descobrirá quão "simples" é se alimentar, subsistir e sobreviver a problemas de saúde. A divisão do trabalho significa que, quanto mais pessoas houver por perto, mais fácil será satisfazermos nossos desejos e necessidades. Igualmente, maior será a nossa comodidade para resolvermos certos problemas. Daí as cidades superpovoadas.

Esse mito de que o mundo está superpovoado — em conjunto com a errônea conclusão de que isso está gerando problemas — fez com que várias pessoas celebrassem a notícia de que a taxa de natalidade está caindo em todo o mundo, mais acentuadamente nos países mais ricos.

Em 2012, os casais nas cinco maiores economias do mundo — EUA, Japão, Alemanha, França e Reino Unido — tiveram 350 mil filhos a menos do que em 2008, uma queda de quase 5%. A ONU prevê que as mulheres desses países terão uma média de 1,7 filhos ao longo de suas vidas. Demógrafos dizem que a taxa de fecundidade tem de ser de pelo menos 2,1 apenas para compensar as mortes e, com isso, manter a população constante.

A expectativa de que essa redução da natalidade irá gerar mais conforto e mais ar respirável para o resto do mundo ignora completamente os impactos econômicos decorrentes de um declínio populacional. Isso tem a ver com uma compreensão incompleta sobre a ação humana.

Aqueles que se preocupam com uma superpopulação tendem a ver os seres humanos como nada mais do que meros consumidores de recursos. A lógica é simples: os recursos são finitos; os seres humanos consomem recursos. Logo, menos seres humanos significa mais recursos disponíveis. Esse é o cerne de todas as ideias contrárias à expansão populacional.

Porém, embora as premissas desse silogismo sejam verdadeiras, elas são calamitosamente incompletas, fazendo com que a conclusão seja igualmente (e perigosamente) incorreta.

Em primeiro lugar, os seres humanos não são apenas consumidores. Cada consumidor é também um produtor. Por exemplo, eu só consigo almoçar (consumir) porque produzi (trabalhei) e alguém me remunerou por isso. E foi justamente essa nossa contínua produção o que aprimorou sobremaneira o nosso padrão de vida desde o nosso surgimento até a época atual. Todos os luxos que usufruímos, todas as grandes invenções que melhoraram nossas vidas, todas as modernas conveniências que nos atendem, e todos os tipos de lazer que nos fazem relaxar foram produzidas por uma mente humana.

Logo, a conclusão óbvia é que, quando mais mentes existirem, mais inovações surgirão para melhorar nossas vidas. Uma simples reductio ad absudum revela a óbvia verdade de que a cura para o câncer tem mais chances de ser descoberta em uma sociedade com um bilhão de pessoas do que em uma com apenas um punhado de indivíduos.

Ainda mais importante é o fato de que essas inovações resultam em uma multiplicação de recursos, de modo que o silogismo sofre uma importante alteração: os recursos são finitos; os seres humanos consomem recursos; os seres humanos produzem recursos; logo, se os seres humanos produzirem mais recursos do que consomem, um aumento populacional será benéfico para a nossa espécie.

Que nós produzimos mais do que consumimos é um fato autoevidente: basta olharmos para o padrão de vida que usufruímos hoje e compará-lo àquele que tínhamos há 50, 100 ou 1.000 anos. À medida que a população aumentou, aumentou também a nossa prosperidade, e a redução no sofrimento humano foi impressionante.

Tendo tudo isso em mente, a conclusão é que a acentuada queda nas taxas de natalidade é algo alarmante. Ironicamente, o primeiro arranjo a ser atingido será justamente aquele que é tão caro às esquerdas que defendem o controle populacional: a seguridade social. E isso não é nem uma questão ideológica ou econômica, mas sim puramente matemática: uma população crescente tem um número suficiente de pessoas trabalhando para sustentar os idosos. Já uma população declinante simplesmente não terá mão-de-obra jovem para pagar a aposentadoria desses idosos. Uma coisa é você ter 10 pessoas trabalhando para pagar a Previdência de um aposentado; outra coisa é você ter apenas 2 pessoas trabalhando para pagar a Previdência desse mesmo aposentado. Alguém terá de ceder.

Nos países onde há uma generosa rede de seguridade social, um encolhimento na população significa que uma fatia cada vez maior dos recursos será consumida pelos idosos, uma vez que as gerações mais jovens estarão em número insuficiente para compensar essa diferença. A consequência inevitável é que, à medida que a força de trabalho vai declinando, toda a produção vai junto. Se a força de trabalho encolhe, máquinas e equipamentos deixam de receber manutenção, começam a se deteriorar e caem em desuso. Fábricas são abandonadas. Empreendimentos imobiliários não são vendidos e os imóveis ficam desocupados.

Tudo isso resulta em menos crescimento econômico, menos criação de riqueza, e menos prosperidade para todos. Até mesmo os keynesianos, que são obcecados com a tal "demanda agregada", deveriam entender esse conceito. Menos pessoas significa menos atividade econômica.

A celebração de que a população está crescendo menos advém majoritariamente do movimento ambientalista, cujo sentimento anti-humano é frequentemente explícito. No entanto, até mesmo naqueles círculos menos cáusticos o preconceito contra a humanidade já se espalhou. Hoje, é algo generalizado e que praticamente já adentrou a consciência popular. Entre as esquerdas, tal sentimento é predominante; há um instinto de que as pessoas são naturalmente ruins.

Essa postura só é defensável se você for do tipo que anseia por um retorno à época da varíola, da inanição, da água contaminada, e do perigo iminente de ser devorado por predadores famintos. Se, por outro lado, você não vê essas coisas como parte de uma existência idílica e natural, você deveria parar de propagar alguns mitos e ter mais consideração pelos seres humanos.



Logan Albright é escritor e economista.

Direitos individuais

Não existe conflito entre a ordem pública e os direitos individuais. Ambos os conceitos são baseados no mesmo princípio fundamental: que nenhum indivíduo, grupo ou governo pode iniciar agressão contra qualquer outro indivíduo, grupo ou governo.

1. Liberdade e responsabilidade

A questão: A responsabilidade pessoal é desencorajada pelo governo quando nega aos indivíduos a oportunidade de exercê-la. De fato, a negação da liberdade promove a irresponsabilidade.
O princípio: Os indivíduos devem ser livres para fazerem suas próprias escolhas, e devem aceitar a responsabilidade pelas consequências das mesmas. Para que os indivíduos possam fazer suas escolhas pessoais na própria vida, devem aceitar que esse direito deve ser estendido a outros indivíduos em suas respectivas vidas. Nossa defesa de tal direito não significa que necessariamente aprovamos ou desaprovamos essas escolhas. Acreditamos que as pessoas devem aceitar a responsabilidade individual pelas conseqüências de suas ações.
Soluções: Políticas libertárias promoverão uma sociedade onde as pessoas serão livres para fazer suas próprias decisões e aprender com elas. Revogação de todas as leis que presumem que o Governo sabe melhor que o indivíduo como viver sua própria vida. Encorajar a disseminação de informações pelo setor privado para ajudar os consumidores a fazerem decisões informadas sobre produtos e serviços. Aplicação de leis contra fraude e falsificação.

http://libertarios.org.br/liber/direitos-individuais

Buraco Brasil

“Irei junto para o buraco Brasil? Sim, eu sei que irei. Porém existe uma diferença: irei de consciência tranquila, o remorso não irá torturar-me, pois avisei que seria assim.” (Mim)

Alfafa nossa de cada dia

“Quando os jumentos governam cedo ou tarde quem comerá alfafa é o povo.” (Mim)

Pois

“Como demorei em me encontrar na vida quando aconteceu quase não me reconheci.” (Mim)

Ursos

“Alguns homens com o passar do tempo se transformam em ursos: só bafo e pelos.” (Josefina Prestes)

Defeitos

"Comecei a contar os meus piores defeitos e me faltaram dedos." (Mim)

Preparem-se

PREPAREM-SE

Uma funesta ameaça paira
Sobre os lares da Latina
Sob a pele de ovelhas
Chegam os lobos até o seu quintal
É preciso proteger as crianças
Do discurso da mansidão
Pois quando todos os lobos forem acolhidos
Pouco sobrará da liberdade como a conhecemos
E para o bispo não adiantará reclamar
Pois até ele já estará calado.

Ouvidos Moucos

OUVIDOS MOUCOS

Tenho falado para tantos ouvidos moucos
Que tenciono procurar outra platéia
Bem-te-Vis
Canários
Sabiás
Azulões
Pintassilgos
Cardeais
Coleirinhas
Curiós
Por que insistir em falar para surdos não surdos? Cansa.
Antes falar para os pássaros
Que nos respondem com seus trinados e alegre companhia.

SINA

SINA

O Satanás Ferreira ensina
Em rima assassina
Na Argentina, Cristina
No Brasil, Dilma lulina
Seguir os conselhos do diabo
Será burrice ou quiçá sina?

Madravida


MADRAVIDA

A vida não é uma doce mãe
Que nos ampara
E que de pronto nos acode
Esta jornada mais se parece com uma dura madrasta
Que nos atura
E que de quando em quando
Nos sacode.