domingo, 12 de fevereiro de 2017

AH, O TESTAMENTO

O defunto no caixão sendo velado. Estavam ao lado do esquife à viúva e outras seis ex-amantes chorosas. Foi corno de todas, inclusive da viúva, e bem corno, mas todas estavam ali derramando lágrimas e demonstrando sentimento esperando constar no graúdo testamento do Elmerenciano, certas do bom coração do falecido e de que chifres não guardam memórias.

QUIETO E VIVO

Tirson chegou de madrugada, tomou banho, foi para o quarto e acendeu a luz. Na sua cama, ao lado de sua mulher dormia o Zecão Pavoroso com o revólver na mão. Zecão acordou e pediu o que ele queria. Tirson disse que veio ver se ele precisava de algo, talvez um suco ou uma cerveja. Pediu até se ele não queria trocar de travesseiro. O Pavoroso disse que só queria dormir, nada mais. Tirson pegou então um colchonete, apagou a luz e foi dormir no canil.

O SUPER-HOMEM

Teodoro acordou naquele dia sentindo-se o Super-Homem. Meteu os pés nos chinelos, bateu no peito, respirou fundo e falou –‘vamos lá dia!” Aí foi pegar o pinico que estava sob a cama e se descadeirou todo. Não saiu do lugar sem ajuda. Teve que chamar a Super-Girl dona Jurema para colocar nele um emplasto Sabiá.

VAMPIRO

Mateus, sujeito calado vivia sozinho e não saía de casa durante o dia, somente quando escurecia. Já sussurravam pela vizinhança que ele era um vampiro, motivo pelo qual não podia se expor ao sol. Uma vizinha garantiu que havia um caixão no quarto. Certa noite um vizinho resolveu seguir Mateus quando ele saiu de casa e se encaminhou para o cemitério. Pensou: “deve ser no cemitério que ele encontra suas escravas para mais uma noite de orgias de sexo e sangue”. Precipitação e julgamento apressado. Mateus simplesmente era vigia noturno do cemitério e albino.

SEM PAPO

O caixeiro viajante Gregório chegou a Plantk, uma cidade estranha quase no fim do mundo, pois ninguém ali abria diálogo com ele, apenas monossílabos. Abastecendo seu automóvel observou pela primeira vez que todos tinham alguma deficiência física. Sem orelhas; sem queixos; sem mãos; sem braços; sem pernas; mancos; cegos; estrábicos e outros. Não tentou vender nada, já que o povo não queria papo com gente estranha decidiu seguir em frente. Na saída viu um senhor corcunda capinando a beira da estrada e decidiu arriscar: “Boa tarde! O senhor poderia me dizer por que o povo da cidade evitou falar comigo?” O homem um pouco receoso respondeu em tom baixo: “É que o senhor não é normal. Assusta um pouco.” Então se afastou e continuou a capinar.

TEMPESTADE

O manto da noite cobriu a cidade dos que não voltam e trouxe junto vento, chuva e granizo. Flores mortas que cobriam as casas seguiram o vento; as que ficaram foram despedaçadas. Depois a lua surgiu e iluminou os destroços de metal, plástico, madeira e cimento espalhados pelos estreitos corredores e becos. Um pássaro tardio na fuga jazia sobre o brilho do mármore no berço de um ilustre filho da terra. A cruz mestre tombou sobre velas apagadas e pequenos vasos que estavam sob seus pés. Sobrou apenas um miseravelzinho do qual o limo já tomava conta. Dois mendigos que dormiam num jazigo-hotel conseguiram sair ilesos, pois o dito fora construído com material de primeira e obrado por mãos de quem sabia o que estava fazendo, sendo que não havia goteiras tampouco corrente de vento. Estiveram bem seguros durante o evento da tempestade. Já pequenas árvores também foram vítimas e se deitaram sobre túmulos como que num abraço. Logo ao lado na cidade vida, na cidade barulho, na cidade luz, nada, nem mesmo um ventinho soprou naquela noite. Muitos tentaram explicar, mas ninguém convenceu. Alguns mentirosos criativos dizem ter visto a figura do demônio soprando sobre o cemitério as nuvens da tempestade. Dizem...

JEAN

Jean rapaz; ele não estuda, ele não trabalha, não projeta o futuro, vive apenas o presente aprisionado por pesadelos e fantasmas. Caiu no poço da desgraça faz tempo, não consegue sair. Grita ”meu pai me ajude, minha mãe me ajude!” Porém onde eles estão não podem mais ouvi-lo e os amigos de outrora estão na mesma situação de desespero; presos ou então mortos. Encostado numa calçada imunda, fedendo a suor reciclado no próprio corpo, entre uma crise e outra compra uma pedra. Consegue o alívio que dura pouco, o sofrimento retorna dobrado. Assim são os seus dias de vidador. Não há luz, somente escuridão-sofreguidão. Mas ele quer não quer continuar assim. Fácil foi entrar nesse labirinto de perdição, difícil é encontrar a porta de saída quando a força maior do vício não deixa. Algumas mãos já passaram pela sua frente oferecendo ajuda e foram enxotadas. Uma pena; a vida de Jean está ficando sem tempo.

QUE FAÇA DE TUDO

Desde que ele era jovem Madalena, mãe de José, dizia: “Quando for para casar, arrume uma mulher prendada que saiba fazer de tudo, de tudo.” A vida foi passando e José procurando a tal mulher para ser sua companheira, sempre se lembrando dos conselhos da mãe. A verdade que falar é fácil, encontrar tal mulher muito difícil. Foram várias e nada. Pois José já tinha completado quarenta anos na solteirice quando na boate da Iracema Vesga conheceu Maricota Perna-Grossa, a dita cuja que sabia fazer de tudo e mais um pouco, mas não exatamente o tudo que pensava sua sogra. E quem pensava que não daria enganou-se, pois deu casamento na igreja, de véu e grinalda, Iracema Vesga de madrinha, Madalena bicuda e o putedo de folga comemorando o casamento da colega.

ENTRE PONTOS E VÍRGULAS

Havia um escritor que tinha uma bela história para contar. Estavam lá ideias novas, letras, exclamações, dois pontos, hifens, parágrafos, pontos e vírgulas, além de outros da área prontos para tomar o seu lugar. Mas aconteceu uma briga encardida entre pontos e vírgulas, onde palavras fortes foram usadas em ofensas mútuas às famílias. E assim, antes da história começar os pontos colocaram um ponto final em tudo.

ANSIEDADE


Não há um bom lugar
A inquietação é uma constante
A mente é um turbilhão
Todos os assentos estão repletos de pregos
Todos os lençóis têm insetos
Nenhum colchão se molda ao corpo
Todas as coisas são fúteis
Qualquer transtorno causa ira
A paz não se alcança
Nem com o sol da manhã
Só digo que vida que não é vida
É esse casamento sem divórcio
Do meu eu com a ansiedade.

“A última vez que vi Deus ele estava escondido dentro do Valdemiro Santiago.” (Mim)

“Quem vê cara não vê coração. É, mas às vezes vê a bunda.” (Mim)

“Rir é aconselhável. Menos em velórios.” (Mim)

MEU PEDAÇO ALEMÃO

Meu avô materno Vicente Werle. Minha avó Carolina Kaefer, Mãe Wilma Werle. Aí está meu pedacinho alemão.

ALEXANDRE GARCIA- Espírito Santo nada



As imagens dos saques no Espírito Santo, praticados por bandidos ainda não profissionais, chocam mas não surpreendem. Não precisa ser adivinho para perceber que acabaríamos assim, sem lei e sem ordem. Fica bem claro que aqueles ladrões são os que elegem seus semelhantes ladrões. Hipócritas que chamam os políticos de ladrões quando eles próprios, eleitores, são os ladrões primeiros a continuar, pelo exemplo aos filhos, a formar gerações de ladrões que só se contêm quando a polícia está de olho. Sem polícia, eles soltam sua selvageria latente, essa mesma já saída de pais que nunca disseram não, jovens que foram formados na permissividade preguiçosa de pais e mães - adultos com a irrresponsável e infantil paternidade carente de amor dos filhos e não exigente de respeito.

Cruel e já espalhada pelo país tropical essa selvageria saqueia ônibus e caminhões tombados nas estradas, ainda com feridos à espera de socorro. Falar em respeito aos mortos, em respeito à lei, em respeito à ordem, em direitos dos outros é recebido hoje uma bobagem anacrônica. Gerações que foram educadas sem limites para as liberdades, tendo como objetivo o prazer e a satisfação dos desejos de consumo - seja um tênis, um boné ou um carro, um relógio. Para isso, vale tudo, já que o ego é o centro do mundo. Não há limites na lei ou no direito alheio para a realização de suas ficções. E a mídia mostra que a estética é um valor superior à ética.

Viver virou apenas um jogo. “Perdeu!” - comemora o assaltante ao arrancar o celular de alguém. O governo tirou o direito de defesa e não defende ninguém. O vale-tudo nos transforma numa bagunça a que já nos acostumamos, no trânsito, no lixo, no mau-cheiro, na corrupção, nos impostos sem serviços, nas escolas abandonadas, nos professores malformados, nos profissionais-amadores, no improviso, na falta de planejamento, no descumprimento de horário, na palavra descumprida, na banalização de 160 homicídios por dia e quase outro tanto de matança no trânsito. Perdemos todos. E começou em casa, como já demonstrei no artigo anterior.

Vi também o povo aplaudindo o Batalhão de Infantaria saindo do quartel em socorro aos cidadãos ilhados em suas casas. Já havia visto isso em 1964, com ainda mais aplausos, mas aquela solução não é a de hoje. Hoje vai ser preciso convencer as pessoas de que agir dentro da lei e da ética é a melhor forma de viver bem, em segurança, com direitos garantidos. Não é utopia. Ali no Uruguai ou no Chile é assim; não precisamos ir para o hemisfério norte. A vida fica fácil dentro da lei e da ordem. O que acontece no Espírito Santo já nem é mais um alerta, porque já passamos do ponto de retorno. Agora vai demorar gerações, até que se recupere a família que foi jogada na sarjeta.

ESCOLHA E NÃO RELIGIÃO

“Ser vegetariano é uma escolha individual. Porém alguns pensam que é uma religião e como certos crentes saem por aí como donos da verdade julgando os semelhantes que não seguem a mesma cartilha.” (Mim)

CORREIO DO PELUDO DE NOVA ANDRADINA- Capitã da PM carioca é presa por incitar policiais a paralisarem atividades

A capitã da Polícia Militar do Rio de Janeiro Ana Paula Moutinho foi presa administrativamente por incitar a greve da corporação usando seu perfil no Facebook. De acordo com a assessoria de imprensa da PM, ela postou “mensagens agressivas à sociedade”. Ana Paula ficará detida por 72 horas.

Em sua postagem, a capitã mostra fotos de comentários de internautas pedindo que agentes da Polícia Militar não abandonassem a população. Em resposta, Ana Paula declarou: “Só cuidaremos dos nossos! Fujam pras colinas”.

FOLHA DO BAGO ROXO DE JAQUIRANA- Marcelo Odebrecht conta como entregou R$ 50 milhões em dinheiro sujo para Dilma

A revista Istoé de hoje revela denúncias inéditas feitas por Marcelo Odebrecht, que contou como foi montada, ao lado do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, a estratégia para financiar a eleição da petista em 2010. Dinheiro foi repassado em nome da Braskem para o caixa dois do PT. Dilma, claro, hoje, tirou nota para dizer que Marcelo Odebrecht mentiu, apesar das provas que acostou à delação. CLIQUE AQUI para ler a nota de Dilma.

PB

A PEDRA

Havia uma grande pedra no alto do morro que dava a impressão que logo iria cair. Um especialista foi chamado e disse: “não há perigo, está firme, não cai, eu garanto!” Nisso uma mosca pousou na pedra, a dita firme rolou e achatou o especialista. Ele ficou bem amassadinho.

O MENTIROSO

Luiz gostava de mentir, estava no sangue. O pai também fora um emérito gabola queimador de campo. Certa feita Luiz disse ter encontrado um diminuto marciano cru dentro do seu frango assado e depois mil dólares dentro de um Kinder Ovo. Já na reunião do partido disse ser descendente de Robespierre. Quando menino fez gazeta e contou à mãe que a escola tinha sido devorada por cupins e que aulas só no ano seguinte. Já adulto matou a própria avó doze vezes em diversos empregos para conseguir folga. Um crápula, sem dúvida; foi noivo de seis moças ao mesmo tempo na cidade em que morava, mentindo sempre mais para justificar sua ausência nos encontros marcados. Nada é para sempre, e um dia o feitiço vira contra o feiticeiro. Numa roda de desconhecidos no boteco gabava-se que era dono de inúmeros imóveis, que vivia de renda, a carteira sempre recheada. Pois foi assaltado no caminho de casa, levou um pau federal, entortaram ele no cassetete, pois sua carteira tinha apenas vinte e cinco centavos e uma conta de energia de trinta reais em atraso.

HUMOR ATEU- POLÍTICOS BRASILEIROS NO PARAÍSO

Por mera curiosidade Deus pergunta para São Pedro:
-Pedro, temos algum político brasileiro aqui no paraíso?
-Nenhum chefe. Se não me engano temos dois no purgatório e o restante no foguinho.

HUMOR ATEU- TV POR ASSINATURA


SÃO PEDRO - Deus, os anjos estão pedindo tevê por assinatura no alojamento. Que faço?

DEUS-Está autorizado. Mas coloque senha nos canais pornôs!. Sabe como é, os adolescentes são curiosos. E também coloque senha nos canais religiosos, pois não quero que eles aprendam a mentir ainda tão novinhos.

UM TOURO

UM TOURO
Noite adentro
Dia afora
A regra dele
Era o desregramento
Achava-se um touro
De ferro era pouco
Mais que de aço sim senhor
Porém numa tarde sem aviso
Sentiu por dentro um bagunçar estranho
E quando deu por conta
A dona saúde já ia longe.

O ANDAR DA CARROÇA

Observando o andar da carroça
Cause-me desassossego pensar no futuro da pátria
Enquanto poucos pensam em progredir por conta própria
O grosso da massa navega no não pensar
Sendo carregada pela esquerda mocoronga
A navegar no mar do coitadismo tupiniquim
Buscando culpados por suas mazelas
Permanecendo na coleira até o fim.

BEIJO DE LÍNGUA

Saí da minha casa felpuda pois ouvi um grito de socorro rouco vindo do banheiro. Fui procurar para ver o que acontecia e num canto encontrei uma barata que envenenada agonizava. Fui ter com ela e disse-lhe: ‘Não tem jeito amiga, para você não há volta, faça o seu último pedido. Então gaguejou ela: ‘Um beijo de língua, um beijo de língua... ’- Puta que pariu barata, morra logo! Saí de fininho antes que meu mole coração fizesse uma besteira da qual iria me arrepender para o resto da vida.
                           
 Pulga Lurdes

LEMBREI-ME DAS TRÊS IRMÃS

Quando jovem li uma pequena história de três irmãs: Felda, Melda e Fedonelda. Jamais imaginei que um dia seria governado por uma delas, a Melda.

"Antes a rede que fazer força." (Chico Melancia)

"Serei só eu que não entende o que Dilma fala?" (Al Zhen Aimer)

O PROBLEMA NÃO É O TAMANHO

“Por que comemos tão poucos elefantes? É por causa do colesterol; é só por esse motivo que nós os poupamos.” (Leão Bob)

ROMANOS

“Ave César e o Brutus de estilingue.” (Mim)

“Minto, logo sou político.” (Deputado Arnaldo Comissão)

VIDA ANIMAL

“Hoje fui repreendido por minha mãe por comer fora de hora. Antes do almoço encontrei um suricato manco e fiz um lanchinho. Ao meio-dia estava sem fome.” (Leão Bob)

CRUEL

“Acordar e dar de cara com cinco faturas de energia vencidas; não tem preço.” (Chico Melancia)

O PENSAMENTO RUIM DO CÃOZINHO

“Fiquei pensando; já imaginou se minha mãe fosse uma traça? Eu não teria toda a mordomia que tenho. Putz, que horror! (Bilu Cão)

NOSSO OPERÁRIO PADRÃO

“Nunca demonstrei vergonha para almoçar ou jantar em casa de estranhos. Já trabalhar me deixa traumatizado mesmo em casa de amigos.” (Climério)

O NOME DISSO É FÉ

"Só o torresmo salva." (Fofucho)

CAFÉ DA MANHÃ

"Adoro frutas no café da manhã. Uma melancia, um quilo de uva e talvez um mamão." (Fofucho)