terça-feira, 21 de julho de 2015
CUNHA, O ORGASMO PETISTA por Percival Puggina. Artigo publicado em 20.07.2015
Ser petista ficou dureza. Imagina o sujeito que passou a vida exaltando as elevadas qualidades morais e o discernimento com que o PT oposicionista apontava soluções para os problemas do país. Sonhava com o PT no poder. Nas tendas e barracas em que o PT vendia adesivos, distintivos, camisetas do Che e bandeirinhas de Cuba, o cara tinha conta em caderno. Pagava por mês e ainda contribuía para o caixinha do partido. Era fã do Zé, do Genoíno, da Marta. Entrava em surto cívico até nos discursos do Suplicy. Tinha foto com o Lula na parede da sala, adesivo com estrela no carro e bandeirinha vermelha tremulante na janela. A vida era cheia de certezas. Numa delas, o PT salvaria o Brasil de si mesmo porque o partido tinha aquele caráter que parecia faltar ao eleitor brasileiro, esse vendilhão de votos em troca de favores. O PT seria o fim da estrada para a política do "é dando que se recebe". E, sobre tudo, havia o Lula, o metalúrgico pobretão, apto a mudar o mundo com um megafone.
Lula dizia, o PT repetia e a vida confirmava: do outro lado da cena política atuava um bando de patifes. Contados um a um pelo próprio líder maior, eram mais de 300. Entre eles, o Collor, o Renan, o Maluf, o Sarney, o Barbalho, o Quércia. Santo Deus! Que bênção seria livrar o Brasil do poder dessa gente. E isso só o PT poderia fazer porque só o PT tinha a força moral necessária.
Durante os muitos anos em que fui filiado ao PP, os petistas com os quais participava de debates tentavam colocar na minha conta o fato de ser, este, "o partido do Maluf". E eu me obrigava a dizer que o Maluf jamais pisara na soleira da sede do partido no Rio Grande do Sul, porque sabia não ser, aqui, benquisto nem bem-vindo. Até que um dia, Lula - quem poderia antever? - abraçou-se com Maluf, o procurado pela Interpol, nos jardins de sua mansão. E sorria, sorria muito o Lula, num sorriso deslavado e encardido. De um ou de outro modo, em diferentes cenários e agendas, o mesmo aconteceu com todos aqueles que, nos tempos de oposição, provocavam arrepios éticos na fina sensibilidade dos petistas.
Passaram-se 13 anos. Dezenas foram condenados, presos e estão sendo processados. Bilhões de reais escoaram para bem enxaguadas contas. Escabrosas histórias envolvendo o partido, seus agentes e parceiros são contadas mundo afora. Sob o governo petista, o país enfrenta um pacote de crises endógenas, todas de produção própria, caseira. Na contramão de uma conjuntura internacional favorável (a economia mundial crescerá 3%), o Brasil é assolado por inflação, recessão, desemprego, descrédito e o PIB cairá 2%. Apenas 9% dos brasileiros aprovam o governo. Mas o PT vive dias de muita comemoração. Afinal, o arqui-inimigo Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, foi acusado de ser pilantra sem que ninguém se surpreendesse. A alegria petista diante desse fato, faz lembrar o Tavares, o canalha rodriguiano, criado por Chico Anysio: "Sou, mas quem não é?".
Do baú do Janer- VELHO BOLCHEVIQUE NÃO PERDE OCASIÃO-quarta-feira, janeiro 30, 2008
Leio na revista Istoé entrevista com o professor e historiador João Fragoso, da UFRJ. Como todo velho bolchevique, não perde ocasião de dizer bobagens:
“Nós somos miscigenados, porém existe de fato o racismo contra as pessoas de pele negra. Há o racismo, mas acho que estamos em um nível diferente do dos EUA, onde um senador pode ser eleito no sul tendo como plataforma a repressão violenta contra os negros. No Brasil, um político assim nunca seria eleito”.
Parece que o ilustre historiador desconhece a história do país das últimas décadas. Quando me falam de racismo no Brasil, entre todos os negros bem-sucedidos do país, gosto de citar o gaúcho Alceu Collares. Poderia citar a Benedita da Silva ou o Celso Pitta, políticos negros que, se saíram mais sujos que pau de galinheiro de suas administrações, indubitavelmente foram muito bem-sucedidos na política nacional. Mas prefiro citar o Collares, que sempre teve boa recepção no eleitorado de um Estado majoritariamente branco e com fama de racista.
Nascido de família pobre em Bagé, pequena cidade na fronteira gaúcha com o Uruguai, Collares foi prefeito de Porto Alegre, governador do Rio Grande do Sul e deputado federal por cinco mandatos. Não teve, é verdade, como plataforma a repressão violenta contra os negros. Afinal, nunca houve no Brasil repressão violenta contra negros, como houve nos Estados. Nunca tivemos nada parecido com as leis Jim Crow.
O professor carioca, em sua miopia histórica, demonstra desconhecer o passado recente do país. Ou talvez imagine que o Rio Grande do Sul pertence à República Cisplatina. Quando ouço esses disparates, costumo lembrar que o Estado mais negro do país, a Bahia, jamais elegeu um governador negro.
“Nós somos miscigenados, porém existe de fato o racismo contra as pessoas de pele negra. Há o racismo, mas acho que estamos em um nível diferente do dos EUA, onde um senador pode ser eleito no sul tendo como plataforma a repressão violenta contra os negros. No Brasil, um político assim nunca seria eleito”.
Parece que o ilustre historiador desconhece a história do país das últimas décadas. Quando me falam de racismo no Brasil, entre todos os negros bem-sucedidos do país, gosto de citar o gaúcho Alceu Collares. Poderia citar a Benedita da Silva ou o Celso Pitta, políticos negros que, se saíram mais sujos que pau de galinheiro de suas administrações, indubitavelmente foram muito bem-sucedidos na política nacional. Mas prefiro citar o Collares, que sempre teve boa recepção no eleitorado de um Estado majoritariamente branco e com fama de racista.
Nascido de família pobre em Bagé, pequena cidade na fronteira gaúcha com o Uruguai, Collares foi prefeito de Porto Alegre, governador do Rio Grande do Sul e deputado federal por cinco mandatos. Não teve, é verdade, como plataforma a repressão violenta contra os negros. Afinal, nunca houve no Brasil repressão violenta contra negros, como houve nos Estados. Nunca tivemos nada parecido com as leis Jim Crow.
O professor carioca, em sua miopia histórica, demonstra desconhecer o passado recente do país. Ou talvez imagine que o Rio Grande do Sul pertence à República Cisplatina. Quando ouço esses disparates, costumo lembrar que o Estado mais negro do país, a Bahia, jamais elegeu um governador negro.
Camarão
"A bosta do camarão está na cabeça. Pois é, só fui avisado depois de comer uns quinze." (Mim)
Sogra
A minha sogra não disfarça seu sentimento para comigo. Mandou tatuar no pescoço:"Dia feliz,funeral de genro." (Mim)
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