quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

BORDÉIS E BOTECOS

“Bordéis e botecos servem para fazer amigos que jamais pagarão nossas contas, mas ajudarão muito aumentá-las.” (Climério)

ONDE ESTÁ O FOGO

“Tenho aura e carinha de santa, mas o fogo está nas partes baixas.” (Eulália)

NÃO FAÇA

“Não faça do seu carro uma alma.” (Mim)

MESTRE YOKI, O BREVE

“Mestre, como devemos nos comportar no velório de um homem mau?”
“Ficando em casa."

MESTRE YOKI, O BREVE

“Mestre, onde fica o inferno?”
“Sobre o teu pescoço.”

BAH!

Com sangue alheio até nos ossos,
O assassino pago beija suas crianças,
Carrega compras de uma velhinha,
E dorme sem precisar contar carneirinhos.
Esse é o estágio que atingiram
Alguns seres racionais.

IMOBILIZADO

Pedro estava em frente ao computador quando sua mãe o chamou para ajudá-la a guardar mantimentos. Ele fez menção de levantar-se, mais não conseguiu nenhum movimento. Estava petrificado em frente ao computador, totalmente sem movimentos e apavorado. Suava frio. Os olhos fixos na tela, a mão direita sobre o mouse; apenas podia ouvir os berros da progenitora que não cessavam. Tentou piscar para espantar um mosquito que estava na sua pálpebra, procurou cuspir, nada. Sentiu uma leva coceira no ouvido, fez um esforço sobre-humano para coçá-lo, mas não obteve resultado. Sua mãe já cansada de chamá-lo subiu para puxar suas orelhas. Ao ver que ele não respondia e que permanecia estático feito um poste, ficou em pânico. Deu-lhe uns tabefes e nada, nenhuma reação. Chamou pelos vizinhos, mas ninguém apareceu. Então como última cartada ela sacou a tomada, desligando o micro. Arfando muito pelo susto, amarelado, ele lentamente voltou ao normal, para alívio de sua mãe, que depois do sermão voltou aos seus afazeres. Porém ele, passado o susto, fez aquilo que dele se esperava; religou o micro e voltou aos jogos.

A MALEDICENTE

Ela sofria de inveja crônica. Joana, a maledicente, morava na vila Telmo e assim como o apelido já indicava falava mal de todos. Perfeita mesmo somente ela, a rainha da vila. Não poupava ninguém; isso quando não criava fatos ou procurava aumentá-los para prejudicar seus semelhantes. Os filhos dos outros não prestavam, vagabundos e putas. Ótimos eram apenas os seus. Porém a roda da vida gira. Certa manhã acordou com uma pequena ferida na língua, acreditou ser uma afta. Tratou com remédio caseiro e mandou ver. Porém em poucas horas a ferida tomou conta da língua e foi corroendo rapidamente o resto do corpo. No outro dia pela manhã antes do sol nascer Joana se foi. Os moradores da vila foram todos ao velório para rezar por ela.

NÃO SE CRESCE SEM DOR

O tempo nos marca a ferro,
E descobrimos que princípios são inegociáveis.
Então renego toda tutela,
Antes morrer que ficar dependente
Do estado ou de um ser físico.
Sei que nada consistente é feito sem sacrifício,
Pois a experiência da vida nos ensina
Que não se faz omelete sem quebrar ovos.

ESCURIDÃO

Há muita escuridão lá fora,
Então me refugio indignado na casa da luz das mentes,
É onde me assossego.

Versículo de Fortalecimento

O Senhor dá força ao seu povo; o Senhor nos deu Lula, Dilma e Temer.É ruim!

FAMÍLIA DE EVANGÉLICOS GARÇONS- “ Eu e minha família servimos ao Senhor.”

FRASE DE EVANGÉLICO COM CHIP- “Rastreado por Jesus.”

FRASE DE EVANGÉLICO ALCOÓLATRA- “ O mé me fortalece.”

FRASE DE EVANGÉLICO COM PROBLEMAS DIGESTIVOS- “O mentruz é a minha salvação.”

“Eu sou o pai, filho e espírito santo. Nesse clube mulher não entra.” (Pócrates)

“Eu e o capeta nada temos em comum além dos chifres.” (Climério)

“Amanhã será um novo dia, me dizem. Sim, e poderá ser pior que o de hoje.” (Limão)

Eu acredito em discos-voadores. Não foram eles que trouxeram para o planeta o sagu? (Fofucho)

“Minha irmã não é interesseira, é azarada. Tenta que tenta, mas não consegue arranjar um namorado pobre.” (Climério)

“Meus cheques; o retorno.” (Climério)

“Muitas convicções podem estar mortas amanhã. Na classe política funciona o quanto pagam.” (Mim)

DEUS MILHO

O milharal se perdia no horizonte. Milho, deus milho adorado, o amarelo milho da verdade infernal, divino para tontos de todos os calibres. Os jovens adoradores saíram fazendo sacrifícios infames para o deus Milho, que queria sangue para crescer. Sacrifícios foram feitos, a colheita foi boa e os seguidores saíram impunes. Mas o deus Milho não teve tanta sorte como os demais. Foi pego por uma máquina e virou fubá. Pereceu como polenta na mesa de um italiano de muito apetite, rodeado por queijos e salames diversos.

PERNILONGOS

“Até mesmo os pernilongos perderam o respeito. Tempos idos nos picavam somente no escuro, porém hoje nos chupam em plena luz do dia.” (Climério)

O GATO JOEL

O gato Joel era supersticioso. Lia o horóscopo antes de sair de casa; de maneira alguma passava sob escadas. Andava pelas ruas arrastando trinta e quatro amuletos da sorte, entre eles uma pata de coelho. Em frente de cemitérios e igrejas fazia o sinal da cruz três vezes. Mesmo com todas essas garantias teve vida curta o nosso querido Joel. Ao desviar de uma escada encostada num obra em construção deu de cara com um Pitbull nervoso e adeus tia Chica.

DETERMINAÇÃO

“Determinação não é o meu forte. Meu último regime durou duas horas.” (Fofucho)

POIS É

“Não se fazem mais homens como antigamente. Nem lasanhas.” (Fofucho)

O GRANDE MAL

“O mal do homem é a ignorância. Ter uma mente obtusa, sem iluminação, é que faz o homem a não se colocar no lugar do outro, podendo cometer o mal sem remorsos.” (Filosofeno)

“Existem os loucos, mas alguns homens se fazem de loucos para fugir de suas responsabilidades.” (Filosofeno)

CAÇADOR

Ronaldo foi caçar na África e seu sonho era comer carne de antílope. O azar dele foi cruzar antes com um leão que tinha o sonho de comer carne humana.

MORMAÇO

No mormaço da tarde,
Sombra faltando,
O sol derrubando as energias,
O suor escorrendo,
O desassossego invadindo mentes e corpos.
Todo o tesouro do mundo
Fica reduzido a banho de cachoeira e copos de água fresca.

“Duro é o destino de giz; quanto mais trabalha, mais cedo morre.” (Pócrates)

“Nossos políticos podres são da pior espécie e seus eleitores idem.” (Eriatlov)

“Aturar os nossos políticos cansa tanto quanto aturar eleitores imbecis.” (Eriatlov)

“Estado inchado; enormes parasitas se criam.” (Eriatlov)

ESTIGMATIZADA

“Não sou muita estimada na sociedade porque me casei por dinheiro, tudo bem. Mas e as outras?” (Eulália)

A MÃE DO BOB

“Minha mãe está desolada. Descobriu hoje que está com cárie num molar.” (Leão Bob)

A MISÉRIA DO DEBATE SOBRE A PRIVATIZAÇÃO por Fernando Schüler - Revista Época. Artigo publicado em 21.02.2017



Enquanto em São Paulo o prefeito João Doria anuncia o “maior projeto de privatização” do Brasil e ninguém faz drama, no Rio de Janeiro a venda da Cedae ameaça virar (mais) um fiasco


O que impressiona, no debate carioca, é o tom. A exaltação. O evidente conflito de interesses envolvido na discussão. Tudo isso, alguém poderia dizer, é previsível em um debate envolvendo a privatização de uma empresa pública. Não acho. Uma boa democracia precisa saber separar a lógica dos grupos de pressão do interesse difuso dos cidadãos. A conversa fiada ideológica da argumentação racional.

Leio um artigo do deputado Marcelo Freixo dizendo que a Cedae “vale entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões” e que os membros do governo estadual dizem valer R$ 4 bilhões. Na contabilidade do deputado, a companhia, com seu bilionário passivo trabalhista, situa-se entre as 40 ou 50 empresas mais valiosas do país. O dado mais curioso, porém, é uma empresa possuir um valor “teórico” distinto do que alguém esteja efetivamente disposto a pagar por ela numa concorrência pública. Alguém poderia explicar ao deputado Freixo que preços se definem no mercado. É por isso que se fazem leilões para vender uma empresa estatal, e o melhor a fazer é exigir o máximo de transparência nesses processos.

O argumento mais esquisito que li veio inspirado pelo papa Francisco. O sujeito citava a encíclica Laudato si e chegava à surpreendente tese segundo a qual, sendo o acesso à agua um “direito humano essencial, fundamental e universal”, a Cedae não pode ser privatizada. Inútil lembrar que, por esse argumento, também o acesso à comida não poderia ser “submetido às leis do mercado”. Mais esquisita ainda é a ideia ainda presente em nosso debate público, segundo a qual o que é “essencial” deve ser “público”, e o que é público deve ser “estatal”.

Para além da retórica ideológica, há boas razões para ter cuidado com o tema da privatização de serviços de água e saneamento. Os críticos do modelo partem do fato de que sistemas de água e saneamento são monopólios naturais e, nessa condição, exigem muito investimento, não permitem concorrência e carregam um amplo leque de obrigações sociais e ambientais. Logo, deveriam ser administrados pelo governo. Empresas privadas tenderão a encontrar brechas na legislação para investir menos em áreas mais pobres, desconsiderar efeitos negativos de sua atividade sobre o meio ambiente e, pior, tenderão a usar seu poder econômico para “capturar” seus reguladores, estejam eles no governo ou em agências independentes.

Tudo isso é possível. Não passa de retórica vazia imaginar que a simples troca de gestão do governo para o setor privado vai melhorar um serviço de natureza monopolística. Os resultados vão variar imensamente segundo as regras do jogo, a qualidade dos contratos e do controle público. É sobre esses pontos que deveria estar concentrado o debate sobre a privatização da Cedae, no Rio de Janeiro.

A experiência global no tema diz o seguinte: serviços privados de água e saneamento podem funcionar bem e atender os mais pobres. Há mais de 2 mil empresas privadas nesse setor, operando nos Estados Unidos, atendendo mais de 70 milhões de pessoas. O Chile tem sido um bom modelo de gestão privada de abastecimento, mantido pelos governos socialistas. A cidade de Indianápolis recentemente privatizou seu serviço de águas para uma organização privada sem fins lucrativos. Há exemplos distintos. Cidades como Atlanta e Buenos Aires voltaram atrás e retomaram a gestão estatal de seus sistemas de abastecimento.

Um estudo interessante, e com certeza útil para o debate brasileiro, foi realizado pelo economista argentino Sebastian Galiani, hoje professor na Universidade de Maryland. Galiani mediu o impacto da privatização dos serviços de água sobre a mortalidade infantil na Argentina. Crianças são mais vulneráveis a doenças transmitidas por água contaminada e falta de condições básicas de saneamento. Pois bem: na Argentina dos anos 1990, 30% dos municípios privatizaram seus sistemas de água. Um ótimo contexto para comparar os modelos. Os números mostraram o seguinte: na primeira metade da década, não houve diferença nos resultados entre a gestão estatal e privada. Na segunda metade, no entanto, a partir da consolidação do novo modelo, a redução da taxa de mortalidade nos municípios que fizeram a privatização foi 8% maior do que as que mantiveram o modelo estatal. Nas comunidades mais pobres, a diferença foi a 26%. O grande diferencial foi a expansão do investimento. Áreas mais pobres, antes sem cobertura, foram integradas às redes de abastecimento.

Questões comuns, nesse debate, parecem ser as seguintes: taxas tendem a subir logo após processos de privatização? A resposta é sim, em geral devido a longos períodos de ausência de investimento e “gestão política” de preços. Manter tarifas artificialmente baixas para todos significa apenas que os contribuintes como um todo estão subsidiando o consumo de quem eventualmente pode pagar. Estimulando, por vezes, o consumo irresponsável. Outra questão: o governo, em um sistema privatizado, pode subsidiar a oferta de água para os mais pobres? Sim, com a vantagem de saber exatamente quem está sendo subsidiado e a que custo. E sem comprometer a eficiência da gestão.

A comparação internacional, nesse tema, é útil para evitar erros e fazer as perguntas certas, mas não responde à questão central: é melhor um sistema estatal ou privado? Por certo, sociedades com tradição de meritocracia, transparência e profissionalismo no setor público e governos com capacidade de investimento tendem a tornar mais plausível a alternativa estatal. Pergunta rápida: é esse o caso brasileiro? É esse particularmente o caso do estado do Rio de Janeiro?

O ex-governador de Nova York Mário Cuomo costumava dizer que “garantir a prestação de um serviço não implica sua execução pelo governo”. A frase é simples. Ela convida a pararmos, de uma vez por todas, de confundir o “público” com o “estatal” no debate brasileiro. Nos convida a um certo realismo. Precisamente o que parece estar faltando no debate hoje em curso no Rio de Janeiro.

* O autor é cientista política, doutor em Filosofia, professor do Insper e curador do ciclo de debates Fronteiras do Pensamento.

UM COPO DE SIMANCOL por Paulo Briguet - no Diário de Londrina. Artigo publicado em 22.02.2017



(Publicado originalmente na Folha de Londrina)


Dias atrás almocei com meu amigo Caio Cesaro, secretário de Cultura de Londrina. Conheço-o há mais de 25 anos, desde os meus tempos de militante esquerdista na UEL (ele não militou, sempre foi sensato). Um dos principais tópicos de nossa agradável conversa foi o Promic. Àquela altura, porém, não poderíamos imaginar que o programa viria a ser cancelado.


Fiquei muito satisfeito quando Caio me disse que estava no governo para ser secretário da Cultura, e não secretário do Promic. Afinal, cultura é algo muito mais amplo, importante e essencial do que projetos culturais. Existe mais cultura em um parágrafo de Erico Verissimo ou Olavo de Carvalho do que em boa parte das produções culturais financiadas com dinheiro público.


Ainda bem que o Promic foi cancelado. Assim não passaremos a vergonha de ter, por exemplo, um Carnaval financiado com verbas públicas nestes tempos de crise social e ruína econômica. No momento, a Prefeitura tem prioridades além dos blocos carnavalescos.


Sei que alguns artistas — ou melhor, "produtores culturais" — vão reclamar. Talvez até organizem um protesto. Existe aquela regra de ouro da Ann Coulter: "Jamais se coloque entre um esquerdista e sua verba". Vimos um exemplo bastante típico no caso recente do escritor Raduan Nassar, que bradou sem temor contra Temer mas embolsou a verba do Prêmio Camões, concedida pelo mesmo governo que ele diz odiar. Ah, como eram românticos aqueles tempos em que o poeta português Herberto Helder, mesmo vivendo em total pobreza, recusou o Prêmio Pessoa — uma bolada equivalente ao Camões — porque aceitar prêmios e láureas ia contra seus princípios pessoais. Li Herberto Helder e li Raduan Nassar; posso entender por que o autor de "Elegia Múltipla" é incomparavelmente melhor do que o autor de "Um Copo de Simancol" — desculpe, "Um Copo de Cólera".


Em nosso encontro, expliquei ao Caio por que sou contra a existência da Secretária de Cultura. Acredito que a cultura é algo tão importante que criar uma pasta específica para o segmento torna-se tão absurdo quanto seria haver uma Secretaria do Oxigênio ou uma Secretaria do Amor Materno ou uma Secretaria do Almoço. As coisas mais importantes da vida não são administráveis. Um bom gestor cultural, como sei que o Caio é, limitar-se-ia (uso aqui a mesóclise em homenagem ao Presidente Temeroso) a organizar uma boa agenda e garantir a conservação de patrimônios da cidade como a nossa querida Biblioteca Pública.


O Brasil, o Paraná e Londrina necessitam de uma grande mudança cultural — e, para isso, é fundamental a existência de escritores, músicos, cineastas, pintores, escultores, teatrólogos capazes de produzir sem depender umbilicalmente do Estado. Deem-nos artistas que amem a cultura, não os editais. Deem-nos intelectuais que amem o Verbo, não a verba.


Se eles não conseguem sobreviver sem o dinheiro da Prefeitura, desculpem, mas está na hora de tomar um copo de Simancol e procurar outro emprego.


Fale com o colunista: avenidaparana @ folhadelondrina.com.br

Câmara aprova Documento de identificação Único


A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que cria o Documento de Identificação Nacional (DIN), que reúne todos os dados dos brasileiros em um só documento de tecnologia de chip. Agora, projeto será enviado ao Senado e, se aprovado, deverá passar pela sanção do presidente Michel Temer.

O ex-senador Pedro Simon sempre defendeu a implantação do DIN, mas nunca conseguiu levar avante seu projeto.

De acordo com a agência Câmara, o DIN dispensará a apresentação dos documentos que lhe deram origem ou nele mencionados e será emitido pela Justiça Eleitoral, ou por delegação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a outros órgãos, podendo substituir o título de eleitor.


O documento será impresso pela Casa da Moeda e o CPF será usado como base para a identificação do cidadão.

PB

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- terça-feira, novembro 30, 2004 CARLOS HEITOR CONY, JORNALISTA VENAL

"A respeito da celeuma levantada na sociedade brasileira pela altíssima aposentadoria de mais de R$ 19 mil reais mensais concedida pelo governo do PT ao jornalista Carlos Heitor Cony que se apresentou como perseguido pelo governo militar instalado no Brasil em 31 de março de 1964, gostaria de lembrar que esse jornalista, nos dias que antecederam a queda do governo de João Goulart, escreveu dois editoriais violentos no Correio da Manhã, com os títulos de BASTA e em seguida FORA, que provocaram a famosa passeata "Com Deus pela Liberdade", em que milhares de cariocas, principalmente senhoras, foram às ruas, num movimento que pavimentou o caminho para que o general Mourão Filho se despencasse de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, completando o trabalho iniciado por Cony. Eu perguntaria para os que se lembram dessas cenas: se Jango estivesse vivo, ele concordaria com essa premiação?". 

E-mail enviado pelo leitor Gilberto Souza Gomes Job, ao "Painel do Leitor" da Folha de S. Paulo 

“Meus melhores amigos sempre foram o pudim e sagu.” (Fofucho)

O ÚLTIMO

Há tempos pensava nisso. Naquela tarde no bar do Amadeu jogando canastra Juvenal disse aos amigos: irei fumar agora o meu último cigarro, vou largar o vício. Acendeu e sorveu lentamente a fumaça. Tomou um gole, pitou o branquinho sem pressa e caiu seco num infarto fulminante. Homem de palavra, fora mesmo o último.

NO BAILE DOS DOMINANTES

No grande baile dos dominantes
Todos dançam nus
E quando na porta surge um cidadão vestido
É ele que leva a pecha de devasso.

A CONTORCIONISTA

Giselda é uma contorcionista sensacional, não há na parecido com ela no planeta. Então treinando para um novo número em sua casa conseguiu entrar numa caixa de fósforos; dureza total, quase ficou presa. Sair depois ela saiu, mas já faz um mês que anda com a cara nos pés e as nádegas no lugar do rosto. Nunca vi ninguém ganhar tantos ois e beijos na bunda.

DEIXA COMIGO!

Barata, bicho nojento, asqueroso, filho da imundície, neto da dona lixo, pulga encravada nos pés do demônio. Barata que anda pelos esgotos, pelas paredes da casa, procurando migalhas e motivando caçadas. Apareceu na vista é feito um alvoroço, pega que pega, é veneno, chinelo e tudo mais. Observando a correria num cantinho no marco da porta, lixando unhas e olhando de soslaio, uma bela e robusta lagartixa berra: “Deixa comigo!”

A MORTE

“A morte. Tão natural e tanto mistificada.” (Filosofeno)

ESTAMOS SENTINDO NA PELE

“A impunidade é o sêmen que fecunda dentro da sociedade os maus.” (Filosofeno)