sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
A CORRUÍRA DESBOCADA
Os meninos Zico e Neto estavam caçando passarinhos num bosque perto da cidade. Zico preparou o bodoque para atirar numa curruíra. Neto intercedeu:
-Não atira! Curruíra é o passarinho de Nossa Senhora!
A curruíra não se conteve e abriu o bico:
-Passarinho de Nossa Senhora é o caralho!
Dito isso sumiu na mata. Os guris largaram os bodoques e foram rezar na capelinha da igreja, não sem antes lavar os ouvidos com água benta.
BEN E O CAVALO DE SÃO JORGE
Ben era um produtor rural que plantava tomates. Não contente em plantar tomates desmontou uma velha bicicleta, comprou fios e pilhas novas, construiu um nave espacial e foi à Lua para entrevistar o cavalo de São Jorge que segundo diziam falava doze idiomas e rezava o pai nosso em oitenta e duas línguas. Na lua não encontrou o cavalo e nem sinal de São Jorge, na verdade não viu e nem conversou com ninguém, uma solidão que só. Decepcionado voltou à terra, voltou a plantar tomates e se tornou um cético até o fim dos seus dias.
A ONÇA E A CAPIVARA
A onça
faminta caçava. Farejava daqui, farejava dali. Sentiu o cheiro de uma
capivara. E seguiu em frente,
procurando, enquanto a capivara procurava despistá-la o mais rápido possível.
Chegou um momento que não teve como fugir, a capivara ficou encurralada.
Enquanto a bichana afiada os dentes ela
perguntou:
-Conhece o
Rio de Janeiro?
-Conheço.
-Já ouviu
falar no Castor de Andrade?
-Sim,
muito.
-Pois
então, ele é o meu primo mais chegado.
-É?
-É!
-Segue o
teu caminho que estou sem fome.
ACONTECEU NA MISSA
Domingo, igreja lotada. No meio do sermão do padre, a estátua de Santo Antônio que estava sobre o pedestal ganha vida e grita: ”Tirem-me daqui! Tirem-me daqui!” Um fiel diz: “O senhor tem poder, o senhor é santo, saia daí!” Retruca o santo: “Não posso, não posso, tenho os pés de barro!”
AMARO, O CERTINHO
Amaro era um home correto, nunca havia saído da linha, nunquinha. Num sábado ficou só, a esposa Amália foi visitar a mãe. Ele foi dominado nos encantos de uma vizinha separada, linda que só, corpão daqueles de derreter sorvete no copinho. Caiu em tentação e foi ao motel com ela, todo feliz com o material que levava. Primeira vez fora da estrada, mas com carrão top de linha. Pega aqui, pega lá, os dois peladinhos quando um terrorista filho da puta explodiu o motel. Pois azar do Amaro que morreu foi que ele rodou nos comentários como hipócrita e safado, como se tranqueira fosse. E saber que nem deu tempo para molhar o biscoito.
HOMEM SANTO
Jesuíno era um exemplo de homem bom. Com certeza não houve nunca houve no planeta homem mais santo. Não carregava chifres, carregava pombas brancas na cabeça. Era só paz e amor, e I Love You. Fazia boas ações todos os dias e rezava como um jumento beato, desgastando rosários vida afora. Mas quando morreu Jesuíno não conheceu o paraíso. Pelo bom currículo São Pedro o mandou ao inferno para dar aulas de tolerância ao capeta.
TROUXAS
Fosse feito bom uso dos impostos que pago
Pouca reclamação faria
Mas sinto que me roubam todos os dias
No banco e na mercearia
E não se ouve um murmúrio
De que irão acabar com esta farra
Entra um sai dois
Na aldeia e na federal
E digo que é preciso muita cara-de-pau
Para se dizer feliz sendo governado por este bando de
lalaus.
NONO AMBRÓSIO
“Pórco Can! Tenho feito tantos exames que às vezes penso que estou sendo cobaia de algo. Será que os médicos sabem que preciso de um tempo para jogar canastra na bodega?” (Nono Ambrósio)
SATANÁS FERREIRA
“A
questão se resume à propaganda. O inferno não é pior que Cuba e Venezuela.
Somos malvistos por não termos militantes na imprensa mundial e nas
universidades.” (Satanás Ferreira)
“Quando
Maduro chegar ao inferno colocaremos ele a fazer o trabalho do papel-higiênico.”
(Satanás Ferreira)
“Ou
mudamos ou falimos. Não estamos mais
aceitando petistas, comunistas e sindicalistas aqui no inferno. Não
querem cortar lenha, não cuidam da caldeira, é reunião em cima de reunião,
boquinhas e viagens para simpósios toda semana. E todo dia tem um desgraçado me
pedindo que nomeie um parente. Deus que os carregue!” (Satanás Ferreira)
“Não sou mau. Só queimo o que Deus me manda.” (Satanás Ferreira)
“Inquisição? Nada sei, era com o povo de Deus, eu não estava lá.” (Satanás Ferreira)
DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- A SEQÜÊNCIA LÓGICA DA ARMADILHA
Há uns bons cinco anos, em artigo intitulado “Armadilha para negros”, escrevi:
“Ao defender os sistemas de cotas na universidade, os negros caíram em uma tosca armadilha. Podem hoje ter facilidades na obtenção de um diploma. Mas quem, amanhã, irá contratar os serviços de profissional que entrou na universidade pela porta dos fundos?”
O senador Paulo Paim, do PT, autor de outros projetos que só promovem o racismo negro, já percebeu a arapuca. Para desviá-la, apresentou projeto de lei que reserva para os negros e mulatos 46% das vagas em empresas com mais de 200 empregados e 20% dos cargos em comissão do grupo de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) da Administração Pública. Emenda apresentada pelo relator, senador Papaléo Paes (PSDB-AP), determina o prazo de cinco anos após a promulgação da lei para que as empresas com mais de 200 empregados tenham 46% de afro-brasileiros em seus quadros. Segundo o senador, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 46% da população brasileira é composta por negros.
Ora, segundo o IBGE, a população negra do Brasil, em 99, era de apenas 5,4%. Com o acréscimo de 39,9% do contingente de mulatos, o Brasil estaria perto de ser definido como um país majoritariamente negro, como aliás é hoje considerado por muitos americanos e europeus. Com o projeto do senador, não teremos mais mulatos (ou pardos, no jargão do IBGE), mas apenas afro-brasileiros. O que os ativistas negros esquecem é que o mulato pode denominar-se tanto afro-brasileiro como euro-brasileiro. A tônica no afro tem intenções óbvias: aumentada artificialmente a população negra, torna-se fácil pressionar os legisladores para obter mais vantagens para os que não são brancos. Os ativistas negros no Congresso querem ganhar privilégios no tapetão da semântica.
O projeto do senador previa ainda a identificação racial dos negros em documentos de identidade. Segundo o Estatuto, os negros passarão a ter carteirinha de negro. Curioso observar que nas décadas passadas os movimentos negros haviam concluído que raça não existia. Agora passou a existir e deve constar em documento. Como o branqueamento é bastante generalizado no Brasil, talvez fosse melhor uma tatuagem ou adereço bem visível, como Hitler instituiu na Alemanha para judeus e homossexuais. Se aprovado tal monstrengo, este país onde a miscigenação sempre foi regra passará a discriminar oficialmente por raça. Estamos caminhando a largos passos rumo a um nazismo negro.
Há dois anos, escrevi:
“Boa parte da população negra gostou da idéia de ganhar no tapetão e não percebe a armadilha em que os negros estão caindo: tendo entrado pela porta dos fundos na universidade, serão naturalmente rejeitados no mercado de trabalho. Prevendo isso, o senador já garante em seu projeto a presença de ao menos 20% de atores e figurantes afro-brasileiros em programas e propagandas de TV. A seqüência lógica será impor estas mesmas cotas inclusive às empresas privadas em geral, acabando-se definitivamente com qualquer critério de capacitação”.
A seqüência lógica aí está, o famigerado projeto de lei que cria uma reserva de mercado. O novo projeto racista do senador Paim foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, quarta-feira passada. Quando os Estados Unidos já perceberam que a idéia de cotas foi uma péssima idéia, o Brasil a assume.
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
sexta-feira, agosto 29, 2008
“Ao defender os sistemas de cotas na universidade, os negros caíram em uma tosca armadilha. Podem hoje ter facilidades na obtenção de um diploma. Mas quem, amanhã, irá contratar os serviços de profissional que entrou na universidade pela porta dos fundos?”
O senador Paulo Paim, do PT, autor de outros projetos que só promovem o racismo negro, já percebeu a arapuca. Para desviá-la, apresentou projeto de lei que reserva para os negros e mulatos 46% das vagas em empresas com mais de 200 empregados e 20% dos cargos em comissão do grupo de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) da Administração Pública. Emenda apresentada pelo relator, senador Papaléo Paes (PSDB-AP), determina o prazo de cinco anos após a promulgação da lei para que as empresas com mais de 200 empregados tenham 46% de afro-brasileiros em seus quadros. Segundo o senador, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 46% da população brasileira é composta por negros.
Ora, segundo o IBGE, a população negra do Brasil, em 99, era de apenas 5,4%. Com o acréscimo de 39,9% do contingente de mulatos, o Brasil estaria perto de ser definido como um país majoritariamente negro, como aliás é hoje considerado por muitos americanos e europeus. Com o projeto do senador, não teremos mais mulatos (ou pardos, no jargão do IBGE), mas apenas afro-brasileiros. O que os ativistas negros esquecem é que o mulato pode denominar-se tanto afro-brasileiro como euro-brasileiro. A tônica no afro tem intenções óbvias: aumentada artificialmente a população negra, torna-se fácil pressionar os legisladores para obter mais vantagens para os que não são brancos. Os ativistas negros no Congresso querem ganhar privilégios no tapetão da semântica.
O projeto do senador previa ainda a identificação racial dos negros em documentos de identidade. Segundo o Estatuto, os negros passarão a ter carteirinha de negro. Curioso observar que nas décadas passadas os movimentos negros haviam concluído que raça não existia. Agora passou a existir e deve constar em documento. Como o branqueamento é bastante generalizado no Brasil, talvez fosse melhor uma tatuagem ou adereço bem visível, como Hitler instituiu na Alemanha para judeus e homossexuais. Se aprovado tal monstrengo, este país onde a miscigenação sempre foi regra passará a discriminar oficialmente por raça. Estamos caminhando a largos passos rumo a um nazismo negro.
Há dois anos, escrevi:
“Boa parte da população negra gostou da idéia de ganhar no tapetão e não percebe a armadilha em que os negros estão caindo: tendo entrado pela porta dos fundos na universidade, serão naturalmente rejeitados no mercado de trabalho. Prevendo isso, o senador já garante em seu projeto a presença de ao menos 20% de atores e figurantes afro-brasileiros em programas e propagandas de TV. A seqüência lógica será impor estas mesmas cotas inclusive às empresas privadas em geral, acabando-se definitivamente com qualquer critério de capacitação”.
A seqüência lógica aí está, o famigerado projeto de lei que cria uma reserva de mercado. O novo projeto racista do senador Paim foi aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, quarta-feira passada. Quando os Estados Unidos já perceberam que a idéia de cotas foi uma péssima idéia, o Brasil a assume.
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
sexta-feira, agosto 29, 2008
EMAGRECER
“Remédio para emagrecer? Só mesmo o natural e incrível chá Fecha Boca e exercícios. O resto é me enrola que eu gosto. Ninguém perde peso sem sacrifício, ninguém.” (Fofucho)
A VISITA DO FANTASMA
Faz vinte anos que sou um fantasma. Hoje resolvi visitar meu túmulo, matar saudade da última morada do velho corpo. Encontrei vasos quebrados e intacto ainda um vidro de Nescafé que outrora carregava flores. O reboco se deteriora, porém ainda se lê ‘Ana esteve aqui’, isso escrito com carvão. Não sei quem é Ana, talvez uma que namorou sobre o meu túmulo. Gramíneas e outras ervas nascem ao redor, uma borboleta amarela pousa e sai rapidamente, pois formigas não dão folga. As letras de bronze que diziam quem eu era foram roubadas. Bem, a verdade é que há anos não recebo visita. Não adianta reclamar do abandono, assim é, o tempo passa, todos morrem e chega o dia em que somos completamente esquecidos.
TÉDIO
Na rotina cansativa
A grande ameaça é assumir o tédio
Impondo ao ser o desalento
O não sonhar
A terrível amargura da desesperança.
REMORSOS
Vivo os
meus dias com alegria
Mas não sou
imune aos remorsos
Dos muitos
erros que cometi
Só me resta
aprender com a dor
Que a
consciência traz à tona
Nas
silenciosas horas dos dias.
NÃO HÁ FUGA
Caio
E quando me
levanto
Sinto que
cresci
Pois não há
crescimento
Sem
dificuldade e dor
E muito se
engana quem pensa em fazer voltas
Pois é
sabido que podemos fugir de todos
Menos de
nós mesmos.
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