quarta-feira, 20 de maio de 2015

Judiciário, compra-se urgente



Comissão do Senado aprova aumento de 53% a 79% para o Judiciário. A proposta será votada com urgência pelo plenário da Casa.

A compra do Judiciário é emergencial. Será em seis parcelas, até 2017, a título de "reposição inflacionária".

Ajuste fiscal? Só para os cidadãos honestos.

O Antagonista

Um shopping para o Congresso



A MP 668 trata do aumento de impostos (alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep). Mas a matéria - aprovada hoje pela Câmara - também prevê a construção de um shopping center, por meio de PPPs, no Congresso Nacional. O projeto para o empreendimento é orçado em um bilhão de reais.

A proposta é que as empresas que bancarem a construção recebam a concessão para explorar os espaços ou serviços no futuro complexo.

O Antagonista sugere que se entregue tudo à Odebrecht, com financiamento sigiloso do BNDES.

“Quando os pais não ensinam é a vida que açoita os rebentos.” (Filosofeno)

“É na hora do pão seco que sentimos a falta do brioche.” (Mim)

“O cúmulo da ignorância seria ver Dilma comentando um texto escrito por Lula.” (Mim)

“Consórcio Paraíso: Você paga até morrer e aí garante um lugar no céu. Eu acho.” (Mim)

“De esquerda nem meu testículo. Direita um e direita dois.” (Eriatlov)

Negócio da China. Ou: Cuidado com o capitalismo de estado, gente!

O Planalto ficou eufórico com os acordos bilateraisfechados entre Brasil e China, que estimam em mais de US$ 50 bilhões os investimentos chineses em nosso país. O setor de infraestrutura e a Petrobras seriam grandes beneficiados da parceria. Mas é bom ter calma nessa hora…
Em primeiro lugar, não custa lembrar que a China foi a “helping hand” da Venezuela também, quando esta já afundava na crise causada pelo “socialismo do século XXI”. Não adiantou nada, e hoje o legado deixado por Hugo Chávez é o de uma ditadura ligada ao narcotráfico.
Em segundo lugar, a China é conhecida por exigir muitas coisas quando aporta seus bilhões todos, o que tende a ter custo elevado. Não há almoço grátis, e não estamos falando de empresas privadas que desejam investir no país para lucrar, e sim numa estratégia decidida de cima para baixo, pelo regime comunista chinês.
Se o acordo era tão vantajoso mesmo para o Brasil, por que não foi feito antes? Em que condições nosso governo, hoje em crise, aceitou a parceria? O fato de envolver a Petrobras e frigoríficos já levanta algumas suspeitas, não é mesmo?
O que a China significa para o Brasil é a intensificação do modelo de capitalismo de estado, tão aplaudido pelos próprios petistas. O estado é visto como a grande locomotiva do progresso, não os empreendedores. As decisões “estratégicas” e geopolíticas são mais relevantes do que o lucro obtido no livre mercado.
Esse tipo de modelo só tem um “pequeno” problema: não funciona no longo prazo. E gera incentivos perversos na classe empresarial, que passa a “investir” mais em lobby do que em produtividade. Cair nas graças do governo todo-poderoso é questão de vida ou morte.
Dou três exemplos de empresários seduzidos pelo capitalismo de estado e que passaram a defender medidas prejudiciais ao país como um todo. E os três exemplos vêm de um dia apenas de jornal. Uso a Folha desta terça como fonte.
O primeiro caso foi um artigo do presidente da Sete Brasil. Nele, o executivo defendia a cota nacional e o protecionismo como medidas importantes para se evitar a “maldição do petróleo” e estimular a indústria doméstica.
Ou seja, seria positivo para o Brasil a Petrobras pagar mais pelas sondas do que poderia comprando no exterior, para estimular a indústria local. Ignora-se aquilo que não se vê: para onde iria essa economia feita.
A economista Monica de Bolle, em sua coluna também na Folha, já atacou esse mito do protecionismo, mostrando como a abertura comercial é vantajosa para o país. Escreve Monica:
Os argumentos contrários à abertura tendem a ser bem-sucedidos porque, se é fácil enxergar onde empregos serão perdidos devido ao aumento das pressões competitivas, é difícil ver onde novos empregos surgiriam em razão do maior acesso às novas tecnologias e aos novos mercados motivado pelo comércio.
Mas a realidade é que, ao aumentar os custos dos insumos, o protecionismo permite que firmas estrangeiras do mesmo ramo sejam mais competitivas do que os exportadores domésticos. Desse modo, o protecionismo pune o trabalhador.
[...]
A resposta, portanto, é que a abertura econômica não é “inimiga do povo”. Ela tende a facilitar o futuro, enquanto o protecionismo tenta reconstruir o passado. Fica a cargo do leitor o julgamento sobre o que é melhor para o Brasil. 
O segundo exemplo vem da coluna de Benjamin Steinbuch, da Fiesp e da CSN.  O empresário parece o homem de uma nota só, sempre condenando a alta taxa de juros. Prefere atacar o sintoma em vez da causa. Já tinha essa bandeira lá atrás, quando Dilma efetivamente seguiu seus conselhos e marretou a taxa de juros artificialmente para baixo. Deu no que deu: inflação alta.
Mas o empresário não acusa o golpe, não reconhece o erro, e apresenta a mesma receita agora. Para quem tem apenas um martelo tudo se parece com prego. “Os juros sufocam o país com custos abusivos e seus graves efeitos colaterais, como o aumento da dívida pública e a apreciação do câmbio. E não se ouvem críticas. É um silêncio assustador”, conclui.
Ora, claro que se ouvem críticas! Os liberais cansaram de apontar para o problema, mostrando que as medidas “desenvolvimentistas” do governo, defendidas pelo empresário, levariam a essa situação. Atacamos a origem do mal, não seu sintoma. Mas Benjamin prefere pedir mais ajuda estatal, BNDES ativo e juros manipulados, em vez de atacar o Custo Brasil que tira nossa competitividade.
Por fim, temos uma entrevista com Rubens Menin, presidente da MRV. Nela, o empresário descarta qualquer existência de bolha imobiliária e quer mais estímulos (ainda) do governo. Quer a liberação do compulsório e os bancos públicos emprestando mais para seus clientes.
Participei de um evento em Belo Horizonte há cerca de um ano em que Rubens foi o palestrante do painel anterior. Lembro de ter ficado impressionado com tanto otimismo. Ele elogiava com entusiasmo as políticas do governo para o setor, e rechaçava qualquer possibilidade de bolha.
Falei logo depois, e mostrei um país bem diferente, um governo irresponsável que fomentava uma possível bolha de consumo e imobiliária, e que gerava apenas prosperidade ilusória e insustentável. Creio que estava mais certo do que o empresário, que ainda demanda mais estímulos estatais.
Os três exemplos, todos retirados de um só dia de jornal, mostram como boa parte de nosso empresariado se acostumou a viver das benesses estatais, de privilégios, de estímulos, de barreiras protecionistas, de subsídios. Isso é capitalismo de estado, e não favorece o país como um todo, ao contrário do liberalismo.
Com isso em mente, será que devemos acompanhar o Planalto e soltar fogos de artifício – criados na China – por conta dos acordos bilaterais assinados entre nosso governo e o regime chinês?
Rodrigo Constantino

Chomsky: alienação ou canalhice? Ou: O abismo moral intransponível

Há algo que sempre chamou a minha atenção: o fato de que pessoas podem ser boas em determinadas áreas do saber, até mesmo geniais, mas completamente idiotas em outras. O fenômeno já capturou a atenção de muita gente, e Hayek chegou a escrever um brilhante texto explicando como intelectuais inteligentes acabavam defendendo o socialismo, uma utopia fracassada e ilógica.
Em Esquerda Caviar, falo do assunto, e cheguei a colocar em letras garrafais no começo: NÃO DEVEMOS CONFUNDIR A ADMIRAÇÃO À OBRA DO ARTISTA COM SUA PRÓPRIA PESSOA OU SUAS IDEIAS POLÍTICAS. Podemos ter um músico fantástico que não passa de um rematado imbecil em política. Podemos ter até mesmo um cientista que agregou bastante valor ao seu campo de estudos que, quando o assunto é outro, mais parece um colegial demente repetindo chavões marxistas.
Este é Noam Chomsky. No campo do conhecimento linguístico, suas contribuições são inegáveis. Mas quando o homem abre a boca para falar de política, sai de baixo! É tanta besteira, mas tanta besteira, que temos a sensação de que seu cérebro foi dominado por um típico petista. O Chomsky “intelectual” não passa de um sindicalista antiamericano, capaz de defender as mais nefastas ditaduras assassinas e condenar os Estados Unidos, com sua democracia que já dura séculos, como se fossem a pior tirania do planeta.
É um espanto! E suscita automaticamente a questão: alienação ou canalhice? Como pode alguém inteligente a ponto de colaborar com um determinado campo do saber se mostrar tão raso e boboca em outro? Em sua coluna desta terça na Folha, João Pereira Coutinho trouxe à tona um “debate” entre Chomsky e Sam Harris. Coloco debate entre aspas, pois Chomsky não consegue argumentar. Não há debate verdadeiro sem argumentos.
O que Chomsky tenta fazer é criar uma falsa equivalência moral entre o governo democrático americano e os terroristas que ele combate. No fundo, Chomsky acha o governo americano muito pior. Mas essa conclusão só é possível se a lógica for deixada de lado, em troca da ideologia cega. Coutinho argumenta:
E existe uma diferença moral significativa entre atacar para eliminar um mal objetivo, mesmo que esse ataque seja um erro “a posteriori”, e atacar em massa para infligir o maior dano possível a pessoas inocentes “a priori”. Quem não entende essa diferença tem a bússola moral avariada.
Mas existe ainda uma segunda diferença entre a violência antiterrorista do Ocidente e os atos de terrorismo cometidos contra o Ocidente. E essa diferença está na reação dos seus autores.
Quando se ataca um complexo químico que é apenas uma fábrica de medicamentos, não há festejos nem proclamações de vitória. Há, isso sim, sentimentos de vergonha e, em certos casos, investigação criminal (como sucedeu, por exemplo, com os abusos americanos na prisão de Abu Ghraib).
O mesmo não sucede quando o único objetivo é derrubar Torres Gêmeas que não se confundem com nenhum complexo químico, biológico ou militar. No primeiro caso, mata-se por engano. No segundo, mata-se por instinto desumano.
Essa mesma diferença pode ser observada no conflito do Oriente Médio. Israel possui um governo democrático que conta inclusive com a participação das minorias islâmicas, e faz de tudo para proteger sua população e minimizar as perdas de civis inocentes do outro lado. Enquanto isso, os terroristas islâmicos usam suas próprias crianças como escudos humanos e miram deliberadamente nas crianças do outro lado, celebrando quando conseguem matar mais inocentes israelenses. Como não notar a diferença moral aqui presente?
Não por acaso os antiamericanos também costumam ser antissemitas e antissionistas. Odeiam os Estados Unidos e Israel, mesmo que para tanto se coloquem do lado do que há de mais abjeto no mundo, de regimes assassinos, tiranias cruéis ou terroristas que degolam vítimas inocentes. Como pode? Que tipo de desvio de caráter ou de alienação profunda explica isso? Coutinho conclui:
Não existem sociedades perfeitas. Não existem governos perfeitos. Mas se o leitor joga na mesma sacola Clinton e Bin Laden, Bush e Hitler, não há espaço para nenhuma conversa racional. Essa, aliás, foi a conclusão de Harris depois de tentar falar com Chomsky: o silêncio final entre ambos é o silêncio de um abismo. 
Um abismo moral intransponível, eu acrescentaria. Não é possível debater seriamente com quem ignora algo tão evidente para preservar seu ódio irracional, sua ideologia cega, sua utopia fanática. O intelectual costuma ser um alienado muitas vezes, pois observa as imperfeições à sua volta e se deixa tomar por elas. A válvula de escape é criar utopias para cuspir sempre no seu quintal imperfeito.
Mas Chomsky só pode continuar destilando seu ódio aos Estados Unidos porque vive num país livre e democrático. Se ele fosse viver em algum dos países que defende e fizesse um décimo das críticas que faz ao governo americano, acabaria preso ou morto em segundos. É, portanto, muita hipocrisia mesmo. Quanto é alienação e quanto é canalhice é algo difícil de dizer. Talvez um misto das duas coisas. Mas só sei que é impossível debater seriamente com quem repete tanta insanidade.
Rodrigo Constantino

‘A Casa da Mãe Dilma’ e outras cinco notas da coluna de Carlos Brickmann



COLUNA DE CARLOS BRICKMANN
A Casa da Mãe Dilma
Imagine o caro leitor que esteja andando na rua e, por algum motivo, pegue uma pedra e a atire na janela de uma casa. Na hipótese de haver algum policial por perto, o caro leitor será preso e, no mínimo, terá de prestar declarações na delegacia mais próxima – isso se tiver sorte e não apanhar antes de ser levado.
Pois bem: o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, MST, invadiu ontem, em Brasília, o Ministério da Fazenda ─ nada mais justo, porque fazendas é exatamente o que querem invadir. Quebraram janelas, arrombaram portas, causaram prejuízos que serão pagos com dinheiro de nossos impostos. Impediram o ministro Joaquim Levy, por quase meia hora, de entrar em seu gabinete. Foram fotografados, filmados, gravados. Nenhum militante foi preso, nenhum militante detido para averiguações, a ninguém se pediu o pagamento pelo prejuízo. Foram embora, enfim ─ em direção ao outro Ministério, o do Desenvolvimento Agrário.
Todos os cidadãos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros. Há os que têm direito de depredar a Câmara dos Deputados, como fez o grupo liderado por Bruno Maranhão, dirigente petista de nobre estirpe; há os que têm direito de invadir institutos de pesquisa e destruir espécimes desenvolvidos por mais de dez anos. Há os que invadem áreas próximas ao Pico do Jaraguá, em São Paulo, recebem determinação judicial de deixar a área mas têm direito à proteção da Funai para descumpri-la.
São os que, como o agente 007, dispõem de licença oficial para agir à margem da lei.
São os hóspedes queridos da casa da Mãe Dilma.
A Pátria Educadora
Nunca dantes na História deste país aconteceu fato semelhante: o governo federal ainda não pagou os livros comprados para escolas públicas em 2014 pelo PNLD, Programa Nacional do Livro Didático. Todos os governos dos últimos 30 anos pagaram os livros em dia, sempre em janeiro. E não é tudo: já se sabe que, nas licitações de setembro e outubro, a Pátria Educadora cortará fundo as verbas destinadas a livros didáticos. Como disse um líder educador, ler dá azia.
A Pátria transparente
Informação da coluna Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br): apesar da Lei de Transparência, a Presidência da República segura as informações sobre o cartão corporativo de Rose Noronha, que chefiou seu escritório em São Paulo.
Pediu 45 dias para copiar e entregar o relatório dos gastos da servidora.
Dilma, ao vivo
Inauguração de três edifícios do Minha Casa, Minha Vida no Rio. Dilma caprichou: começou chamando o ministro interino do Esporte, Ricardo Leyser, de “Gleyser”. E chamou-o de ministro dos Transportes. Claro: com 38 ministérios, não vai lembrar todos os cargos que distribuiu nem o nome das Excelências. Em seguida, garantiu que muitos dos beneficiados pelos apartamentos pagavam “de R$ 300 mil a R$ 400 mil” de aluguel. Um dos condomínios foi chamado primeiro de Recanto das Gaivotas e, depois, de Jardim das Gaivotas. Na terceira virou Vivenda das Gaivotas, o nome certo.
Mas Dilma foi aplaudida assim mesmo. E o Gleyser que já foi Leyser e era ministro de outra pasta puxou as palmas.
O destino do dinheiro
A prefeitura paulistana paga, pelas salsichas que compra para a merenda escolar, mais caro que o produto da mesma marca e categoria encontrado em qualquer rede de supermercados. O Governo paulista já foi surpreendido ao pagar, pelo leite entregue à então Febem, o mesmo preço de varejo cobrado por padarias caras de classe média alta.
O Governo Federal está comprando Guaraná de dois litros por R$ 5,34 a garrafa. No comércio, o preço habitual é de R$ 4,25. E, nas promoções de supermercados, este colunista já pagou R$ 3,00. O detalhe curioso é que as compras dos Governos são feitas por licitação.
Não estaria na hora de investigar como é que são feitas as licitações? Se é assim em produtos do dia a dia, como será em compras de mercadorias de uso específico?
Justiça a uma brasileira
Margarida Genevois, ativista de Direitos Humanos, ex-presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo (escolhida pelo então cardeal d. Paulo Evaristo Arns), recebeu ontem a Legião de Honra, maior condecoração francesa. A Legião de Honra, criada em 1802 por Napoleão Bonaparte, não pode ser conferida a mais de 75 pessoas – entre elas, Margarida Genevois.
A condecoração foi entregue pelo cônsul-geral da França em São Paulo, Damien Loras.

Joaquim Barbosa- Candidatura possível

Barbosa: possibilidade
Barbosa: possibilidade
O tempo passa, o tempo voa e o prestígio de Joaquim Barbosa continua inalterado.
Barbosa terminou agora há pouco uma palestra na da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em São Paulo, onde falou sobre a ética nos negócios.
Foi uma chuva de palmas quando seu nome foi anunciado. E tome de aplausos ao final da última pergunta da plateia a que respondeu.
O tema é recorrente: a possibilidade de virar candidato em 2018. Mas Barbosa, desta vez, ao menos admitiu a possibilidade, algo que não é do seu estilo.
- O senhor vai nos dar o privilégio de ser o presidente da República em 2018?
Respondeu Barbosa:
- Tornar-se um presidente seria a honra suprema, mas acho que antes preciso ter essa vontade. Até agora não tive. Isso não quer dizer que daqui a alguns anos eu não possa vir a ter.
Por Lauro Jardim

Alexandre Garcia-Heróis e anti-heróis

O juiz Sérgio Moro deixou sua vida discreta em Curitiba para ir a uma livraria em São Paulo e foi alvo de manifestação entusiasmada e espontânea de centenas de pessoas que frequentavam o local. Foi reconhecido, acompanhado da mulher: “É Ele, É Ele!” E aí vieram saudações de solidariedade: “estamos junto”, “força, juiz!”, “bravo, bravo!”. Logo pessoas lhe entregaram flores brancas. A demanda por justiça e a repulsa à impunidade gerou admiração nacional pelo Juiz Federal de Curitiba, tal como acontecera com Joaquim Barbosa - ainda que a aposentadoria temporã do presidente do Supremo esteja à espera de uma explicação.

Além de heróis juízes, temos também heróis-bandidos, como Roberto Jefferson, que saiu da cadeia nesse fim-de-semana. Ele detonou o esquema do Mensalão que, sem ele, talvez estivesse vigente ainda hoje. Mais do que isso, derrubou o mais poderoso dos ministros de Lula, José Dirceu, que estava sendo preparado para suceder ao líder petista. A coragem dele abriu caminho para a descoberta também do petrolão - esquema que demonstrou a ousadia de corruptos contumazes que não se assustaram com o mensalão, confiando mais na impunidade vigente.

Por ironia, enquanto Jefferson permanecia na cadeia mesmo com câncer no pâncreas, autores e beneficiados do mensalão já estavam em casa. Uma das estrelas da operação lava-jato, o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, ensaiou heroísmo na CPI, há poucos dias. Confessou-se corrupto e convidou os políticos a abandonarem a corrupção. Mas se esqueceu de convidar os eleitores a deixarem de eleger corruptos. Aí é que precisa acontecer o milagre de o heroísmo dos eleitores banir da política aqueles que já tenham dado sinal de desvio de conduta. Porque, convenhamos, boa parte dos corruptos detentores de mandato são reincidentes e ainda assim se submeteram às urnas e foram premiados em vez de condenados.


A própria lei da ficha limpa permite que se candidatem se não tiverem tido condenação por colegiado de juízes. Imagine se na Alemanha alguma empreiteira reforme de graça uma casa de campo que a senhora Merkel porventura possua na Floresta Negra, por exemplo. No dia seguinte ela está na rua. Aqui, a gente só fica pensando que esquemas gigantescos como mensalão - por votos - ou petrolão - para caixa de partido - não têm chefe; que são exércitos só de soldados e oficiais menores, mas sem comandante. Será que ninguém manda num tesoureiro de partido? Ele tem autonomia? O comandante certamente não é uma abstrata divindade, nem um marciano. Talvez seja uma eminência parda, que já está na cabeça de todos que pensam, mas ainda não chegou à mesa do Juiz Moro.

Teatro petista



O PT vai entrar com uma ação do TSE contra o programa do PSDB, no qual FHC e Aécio atacaram duramente Lula e o governo do PT pela corrupção e má gestão do país. Rui Falcão classificou a propaganda como "campanha suja, odiosa e recionária".


"O PT não vai deixar que eles transformem a calúnia em verdade. Nem vai permitir que eles tentem nos cobrir com a lama de sua própria hipocrisia", complementou Falcão.

Só o PT tem o monopólio de campanhas sujas, odiosas, reacionárias, caluniosas e hipócritas.

O Antagonista

“Os tempos são outros. Hoje os homens têm mais medo da impotência que de mim.” (Satanás Ferreira)

“Jamais capitular diante do mal vermelho. Sou um pássaro livre, pelo céu azul eu navego.” (Eriatlov)

“O pior inimigo é aquele que bem te conheces.” (Filosofeno)

“A sorte não agracia fulano ou beltrano por merecimento. A sorte cavalga no vento, e sem escolher cai às vezes no colo de um imprestável.” (Filosofeno)

“A única coisa que me resta na vida é pensar... Pensar numa maneira de ficar rico sem ser preso.” (Chico Melancia)

A VOZ DA BESTA- Ferrovia transoceânica: a distância entre o discurso e a realidade nos acordos com a China



Anunciado com estardalhaço pela presidente Dilma Rousseff, o projeto de construção de uma ferrovia que ligaria o Brasil ao Peru é o maior exemplo do quanto alguns acordos firmados entre Brasil e China nesta terça-feira estão longe de virar realidade. Com exceção de alguns negócios que já vinham sendo tratados há meses, como a venda do BBM, a compra de 22 jatos da Embraer e a retomada da exportação de carne, a maioria dos acordos ainda necessita de estudos técnicos e licitações. Tirando o entusiasmo do governo diante da perspectiva de receber vultosos valores em um momento de crise financeira, o que se tem de concreto é que as autoridades chinesas manifestaram a intenção de investir mais de 53 bilhões de dólares no Brasil. Em coletiva convocada para falar sobre o pacote de anúncios, os representantes do governo federal deixaram bem claro que são apenas "memorandos de entendimento". O embaixador José Alfredo Graça Lima explica: "São cifras que visam dar dimensão da grandeza do que pode efetivamente ser alcançado dentro de um prazo de tempo que a gente não sabe, hoje, até onde vai se estender". É por isso que o plano ambicioso de construir uma ferrovia, de 4.700 quilômetros, que atravesse a Floresta Amazônica e a Cordilheira dos Andes, deve demorar e esbarrar ainda em muitos empecilhos para sair do papel, a começar pela obtenção de licenças ambientais e de estudos de viabilidade da obra. Vale lembrar que a ferrovia transoceânica já havia sido anunciada em julho do ano passado por ocasião da visita oficial do presidente chinês, Xi Jinping, ao país.

Veja

“O ato sexual deveria ser restrito a pessoas responsáveis. A salvação dos imbecis seria a bronha.” (Eriatlov)

“Tenho verdadeira admiração por pastores; pastores alemães que ladram.” (Mim)

“O que existe depois da morte? Eu sei. Contas a pagar.” (Mim)

“Detesto cotas”. Nem no inferno quero entrar por cotas, mas sim por merecimento.” (Climério)

“Ser socialista é suar pelos outros.” (Eriatlov)

EL CABRÓN- Janene está vivo? CPI suspeita que sim...



Do mensalão ao petrolão, passando por quase todas as etapas da Operação Lava Jato e falcatruas associadas, um nome sempre foi uma constante no mosaico da corrupção brasileira: o do ex-deputado federal José Janene, líder do Partido Progressista na Câmara, morto no dia 14 de setembro de 2010.

Expert na barganha de cargos e verbas, Janene foi apontado pelo operador do mensalão, Marcos Valério, como um dos políticos responsáveis por receber e partilhar com a bancada a propina. Na Lava Jato, foi citado pelos envolvidos como principal articulador dos desvios na Petrobras para abastecer o PP, o que, para alguns investigadores, também é uma estratégia da defesa: culpar o morto. Janene era o padrinho, por exemplo, da indicação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Porém, nesta quarta-feira uma informação misteriosa sacudiu a CPI da Petrobras em Brasília. O presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou que pedirá a exumação do corpo do ex-deputado porque recebeu a denúncia de que ele estaria vivo. Mais: o enredo ganharia contornos de novela porque Janene estaria morando escondido em um país da América Central. "Não há relatos de que alguém viu o senhor José Janene morto", afirmou Hugo Motta.

A suspeita, segundo o parlamentar, teria partido da viúva, Stael Fernanda Janene, que afirmou não ter visto o corpo antes do enterro - o caixão estava lacrado, apesar de a causa da morte ser uma complicação cardíaca.

Cardiopata, Janene morreu na fila por um transplante. Na época, tinha 55 anos e estava internado para uma cirurgia de troca do cardiodesfibrilador implantado no Incor, em São Paulo.

VEJA

MINISTRO LEVY CONTRATA SECRETÁRIA GERAL DO SENADO, AFILHADA DE RENAN. É ASSIM QUE FUNCIONA.



É assim que funciona.


Joaquim Levy, o novo ministro da Fazenda, condutor do ajuste fiscal, resolveu adoçar a boca do rebelde presidente do Senado e contratou como assessora a ex-secretária-geral do Senado Cláudia Lyra Nascimento, filiada ao PMDB. A servidora chegou ao cargo no início do mês por indicação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Cláudia já circula pelos corredores do Congresso a serviço de Levy, num momento em que o governo tenta emplacar seu ajuste fiscal. Uma das principais tarefas, no momento, é aprovar a medida provisória 665 no Senado. A MP que restringe acesso a seguro-desemprego e abono salarial deve ir ao plenário nesta quarta-feira.


Analista legislativa do Senado desde 1981, ela foi secretária-geral de 2007 a 2014, abrangendo, entre outras, as gestões Renan e José Sarney (PMDB-AP). O cargo é uma espécie de braço direito do presidente do Senado.

PB

Ladrões de bicicletas

G1: "O médico Jaime Gold, de 57 anos, esfaqueado na Lagoa Rodrigo de Freitas, não resistiu aos ferimentos e morreu nesta quarta-feira. De acordo com a polícia civil, a vítima andava de bicicleta quando foi abordada por dois adolescentes. Mesmo sem reagir, ele foi atacado na barriga e no braço. Os menores fugiram levando a bicicleta". É o neo-realismo brasileiro.

O Antagonista

O terrorista preso em Milão

Foi preso em Milão um dos terroristas do museu do Bardo, na Tunísia. Ele entrou na Itália num daqueles barcos cheios de clandestinos que diariamente atravessam o Mediterrâneo, vindos da Líbia. A Europa está à espera de novos atentados. É só uma questão de tempo.

O Antagonista

GAZETA DA BARBARIDADE- Em áudio, Graça Foster fala em gestão temerária na Petrobras



A ex-presidente da Petrobras Graça Foster reclamou de "gestão temerária" na estatal e se disse ofendida quando seus atos foram comparados aos da administração anterior, nomeada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O desabafo foi feito na tensa reunião do Conselho de Administração da companhia em 27 de janeiro deste ano, cujos embates levaram a executiva a renunciar. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso ao áudio do encontro.

Na reunião, o colegiado discutia uma forma de estimar as perdas com a corrupção e o superfaturamento de obras descobertos na Operação Lava Jato. O objetivo era a publicação do balanço contábil do terceiro trimestre da estatal. Em rota de colisão com outros conselheiros, Graça defendeu a publicação de notas explicativas que indicavam, naquele momento, a necessidade de baixar 88 bilhões de reais dos ativos da empresa. Dias depois, contrariada com a divulgação do valor, a presidente Dilma Rousseff acertou com a executiva a renúncia dela e de mais cinco diretores.

LEIA TAMBÉM:

Em áudio, diretor da Petrobras lista 35 funcionários "não confiáveis"

Ex-diretor da SBM diz que CGU não se esforçou para investigar Lava Jato antes das eleições

Na reunião, a então presidente da Petrobras bateu boca com a presidente da Caixa, Miriam Belchior, à época conselheira, por ter comparado seus atos aos da diretoria que deliberou sobre a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A aquisição foi aprovada em 2006 pelo conselho de administração e, segundo o TCU, gerou prejuízo de 792 milhões de dólares.

À época, o colegiado era presidido pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Em nota ao Estado, Dilma justificou que só aprovou o negócio porque o resumo executivo apresentado pelo então diretor Internacional, Nestor Cerveró, omitia cláusulas do negócio consideradas prejudiciais.

Miriam reclamou que, a exemplo do que teria ocorrido naquela época, Graça não levou à reunião de janeiro informações para o debate sobre o balanço da estatal e que fora surpreendida por dados apresentados por auditores da PricewaterhouseCoopers (PwC), responsável por assinar as demonstrações contábeis da companhia.

"Assusta a gente a informação não ter vindo para a mesa. Aí você se lembra de Pasadena", protestou Miriam. "Não nos confunda com Pasadena. Não nos ofenda", protestou Graça, acrescentando: "Se há dúvida, demita a diretoria".

Na reunião, Graça afirmou que, quando assumiu a função, colocou em curso um programa para resolver "uma série" de falhas "que a empresa tinha, de coisas malfeitas", que ela não aceitava. "Já tenho um monte de problemas decorrentes de gestão temerária de outros colegas", disse, sem citar nomes.

(Com Estadão Conteúdo)

O MUTRETAÇO- Lucro da Petrobras no 1º trimestre foi inflado por 'pedalada contábil'

Estatal usou evento ocorrido em 7 de maio, 37 dias depois do período, para reduzir as despesas no demonstrativo financeiro.

“Esta esquerda sem jeito, ser que nunca se arrepende do sangue derramado, do atraso imposto ao povo, é o reino encantado dos chupins.” (Eriatlov)

Leandro Narloch- Os ricos segundo as novelas e os intelectuais de esquerda


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Letícia Spiller em “I Love Paraisópolis”: é assim que sociólogos da USP enxergam os ricos

Intelectuais de esquerda não costumam gostar de novelas. Dizem que os personagens são caricatos, que as histórias, rasas e simplórias, reproduzem estereótipos e preconceitos. Por isso é uma surpresa perceber que autores de novela e cientistas sociais da USP traçam o mesmo retrato dos ricos brasileiros.
Nas novelas da Globo, a possibilidade de um personagem ser o vilão cresce com a renda. Odette Roitman, Laurinha Figueroa, Felipe Barreto, Félix: a turma do mal geralmente tem muitos dígitos na conta bancária. Também é assim (pelo menos até agora) na novela mais recente, I Love Paraisópolis. No primeiro capítulo, a rica e loira Soraya (Letícia Spiller), representante da elite branca, vislumbra a favela e desabafa: “Por mim eu jogava uma bomba nesse lugar”.
Um retrato parecido vem dos intelectuais de esquerda. No último sábado, André Singer, professor de Ciência Política da USP e porta-voz do governo Lula, escreveu que Dilma “foi derrotada pela reunificação da burguesia em torno do rentismo, que é avesso de qualquer coisa que cheire a igualdade”. Em março, também na Folha, disse pior:
A classe média tradicional mostrou que tem horror à ascensão social dos pobres. É um fenômeno sociológico e político. Chega a ser uma rejeição ao próprio povo brasileiro.
Singer não é o único a enxergar os ricos contrários ao governo como seguidores de Satã. Para Bresser-Pereira, ex-ministro dos governos Sarney e FHC, há no Brasil um “ódio de classe alta” (Letícia Spiller na novela!) que “decorre do fato de que o governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres”.
Leio isso e já imagino a cena. Numa luxuosa sala no alto de um arranha-céu, homens de terno participam de reunião tensa. Os membros da elite rentista estão preocupados com a ascensão social dos mais pobres. “É terrível”, diz um deles. “Agora os pobres até compram leite! Ninguém mais me pede dinheiro no farol.” O homem que parece o líder da burguesia conclui: “Temos que unificar nossas forças contra os pobres e o PT”. O homem ergue o braço, balança o Rolex e pergunta: “Tô certo ou tô errado?”.
Ora, basta mudar de canal para desapegar-se dessas bobagens. Se é possível traçar alguma relação entre renda e personalidade, a mais correta seria oposta ao retrato das novelas e teses de esquerda. Pesquisas mostram que quanto maior a escolaridade (e, de carona, a renda) maior a tolerância entre classes, o respeito aos direitos humanos e a intolerância à corrupção.
E se há alguma ideologia dominante na elite brasileira hoje, ela é justamente o contrário do rentismo. O sonho da maioria dos jovens riquinhos é inovar e empreender. Cursos e festivais de empreendedorismo têm filas e listas de espera de gente querendo arriscar suas economias numa oportunidade de negócio, numa forma de ganhar dinheiro resolvendo problemas dos outros. Abrir uma startup é hoje tão descolado quanto criar uma banda.
Os intelectuais da USP estão tão isolados do mundo real e obcecados com as próprias ideias que mal concebem a possibilidade de sensatez ou boa intenção em opiniões divergentes. Como observou o economista Mansueto Almeida, André Singer e seus colegas acham que, se alguém se opõe ao governo, é porque tem ódio de classe, e não porque o partido causou bilhões de prejuízo à Petrobras, ou porque o governo aumentou a dívida pública para emprestar com juros subsidiados a empreiteiras ou porque as pedaladas fiscais afastaram investidores e vagas de trabalho. Estão tão convencidos de que estão do lado dos pobres que consideram seus adversários membros de uma sociedade secreta que planeja jogar uma bomba em Paraisópolis.
Pelo menos há nisso tudo uma boa notícia. Pra ter aulas com essa gente, não é preciso frequentar a USP. Basta ficar em casa assistindo a novela das sete.
@lnarloch

“Toda criança é boazinha até começar a imitar pai e mãe.” (Limão)

Turminha da República Sindical: “São tochas apagadas, porém idolatrados pelos bajuladores de plantão pagos e pelos estúpidos em geral acreditam estas cavalgaduras que estão a iluminar o pensar na América. Tenham dó!” (Mim)

Enquanto isso, na Casa do Sr. Brasil....

-Toc toc!
-Quem bate? O frio?
-Não. É o atraso jurássico!

“Com o PT só não voltaremos a morar em cavernas por falta de buraco nas pedras para acomodar todos.” (Eriatlov)

AO DEUS DARÁ, NÃO!- Ministério da Justiça suspende envio de haitianos do Acre para São Paulo

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O ATRASO QUE NOS ACOMPANHA- Câmara aprova medida provisória que aumenta imposto sobre importações