terça-feira, 23 de dezembro de 2014

ORDEM LIVRE-Três conselhos aos jovens que desejam mudar o mundo

Peter Boettke é economista da Universidade George Mason e autor, entre outros livros, de "Living Economics: Yesterday, Today and Tomorrow".

No dia 19 de junho, eu tive a oportunidade fazer uma palestra para os membros do programa Koch Associate, em Washington D.C.. O programa oferece a recém-formados a oportunidade de trabalhar por um ano na rede dos think-tanks, além de passar por uma série de programas de treinamento desenvolvidos pela Koch Foundation. O programa tem obtido um enorme sucesso.

Minha palestra era sobre como pensar a respeito do problema da “transição” e sobre como se fazer uma “análise da transição”. Eu me inspirei basicamente em minhas experiências na Europa central e oriental, e na antiga União Soviética, bem como em trabalhos mais recentes sobre a economia do desenvolvimento em geral (América Latina e África) e também nos esforços de ‘reconstrução’ após guerras e desastres naturais.

Entretanto, antes da minha palestra, eu dei três conselhos gerais, direcionados aos jovens de mentes sérias, inteligentes e impressionáveis que desejam mudar o mundo:

1. Não confunda comprometimento com dogmatismo

A ciência, argumentei, progride através do comprometimento dos cientistas com as proposições. Essa é uma afirmação tipicamente polanyiana, mas essencial. Muitas pessoas que não estão envolvidas com a ciência (inclusive os filósofos da ciência) não têm idéia alguma sobre como a ciência progride e afirmam que seria tudo baseado em subverters-se a si mesmo. Obviamente, a autocrítica é importante, mas não é dessa maneira que a ciência progride. A ciência progride pela pesquisa insistente que alguns cientistas fazem usando certas idéias, e estes confrontam a busca insistente de outros cientistas do mesmo campo. A ciência deve causar dor quanto as proposições estão erradas. Mas, para algo DOER, a pessoa a quem as provas mostram estar errada precisa ter acreditado sinceramente estar com a razão. A ousadia de uma conjectura está correlacionada positivamente com o nível de comprometimento que o cientista possui com a proposição. Queremos conjecturas corajosas submetidas à refutação, não as fracas. Isso significa que os cientistas terão opiniões fortes e isso, freqüentemente, é confundido com o dogmatismo, coisa que não é.

Na verdade, como já escrevi anteriormente, o dogmatismo não é um problema de nível individual, mas um problema de nível disciplinar. Enquanto houver uma competição aberta nos campos de pesquisa, o dogmatismo não causará estragos no avanço científico/intelectual. Eu diria que afirmar o contrário é, na realidade, não compreender como a ciência progride e como os melhores cientistas da história humana trabalharam de fato. Assim, o dogmatismo sistemático deve sempre ser rejeitado porque pode matar o progresso científico.

2. Não confunda a falsa humildade com a verdadeira humildade.

Nesta era pós-moderna, é comum as pessoas afirmarem que nós não sabemos nada. Eu não sei, você não sabe, nenhum de nós sabe. E nós somos todos super bacanas por não sabermos nada! Não, não é legal não saber nada. Na verdade, é muito ruim não saber certas coisas. Sentimos uma alegria verdadeira ao compreender as coisas e, se você quiser pensar seriamente sobre questões importantes, comece por tentar compreender as coisas, ao invés de afirmar que não sabe de nada. Além disso, o progresso do conhecimento pode não ser uma simples passagem linear do desconhecido para o conhecido, mas também não é um tiro no escuro. A expressão é: “quanto mais sabemos, mais sabemos que não sabemos”. A esfera do conhecimento expande-se, e à medida que o conhecimento cresce, a esfera cresce – ou seja, a área do que é conhecido se expande, mas à medida em que a esfera se expande, a superfície (ou a consciência) do desconhecido também cresce. Essa é a humildade que aprendemos a partir do conhecimento científico e não a falsa humildade segundo a qual nenhum de nós sabe nada. Não, a maioria das opiniões sobre as políticas econômicas está errada e nós sabemos disso porque essas opiniões não são baseadas nem na lógica, nem em provas.

Se pensarmos por um minuto a respeito de nossos problemas em relação à economia, poderemos ser capazes de esclarecer isso. Primeiro, o mundo econômico que ocupamos é um fenômeno complexo que abrange uma intricada rede de interconexões, dependências históricas e está mergulhado, como disse Keynes, nas “forças obscuras do tempo e da ignorância.” Essa é a situação econômica em que o ator econômico se encontra. Mas isso não é um problema para os economistas que, apesar disso, estão estudando os problemas e buscam compreender as estratégias de competição e os mecanismos institucionais que emergem para auxiliar nesse confronto com o tempo e a ignorância. Em outras palavras, o conhecimento do economista é diferente do conhecimento do ator econômico. Nós, como economistas, temos acesso ao conhecimento que atores dentro da economia não têm. Essa é uma idéia importante, enfatizada por Hayek, mas às vezes esquecida pelos subjetivistas extremos. De fato pode haver uma ciência objetiva voltada para o estudo das percepções subjetivas das oportunidades de trocas e produção que visem o lucro – a teoria empresarial do processo de mercado. O conhecimento da teoria do processo mercadológico não significa que você poderia ser um empresário, quanto mais ser alguém que regulasse esses processos. Isso significa que você consegue compreender a “explicação do princípio” que fundamenta a ordem produzida no processo mercadológico. O conhecimento é doce. Não vamos azedá-lo.

3. Diga a verdade aos poderosos. Não crie estratégias com o poder.

A principal questão para os indivíduos que desejam mudar o mundo é compreender que o problema não são os diferentes partidos políticos, mas as diferentes regras do jogo. O que mais importa é a estrutura do governo e não quem o governa. Você deve se concentrar na mudança e na busca por regras que gerem incentivos compatíveis com o “jogo” que você deseja promover.

Com relação a isso, a utilização de idéias econômicas compreensíveis e inofensivas pode torná-lo bastante popular no circuito de palestras, mas não lhe ajudará a mudar o mundo. Mais uma vez, deixe-me repetir: a ciência deve doer. Além disso, desenvolver estratégias para diluir uma mensagem econômica a fim de que ela seja adotada por aqueles que estão no poder também não funciona. Os especialistas na diluição de idéias econômicas podem atingir altos postos políticos, mas não promoverão a verdade econômica ou política.

Eu disse à platéia que, em minha opinião, os livros mais importantes que deveriam ler nesse verão são: Free Markets Under Siege, de Richard Epstein e Politically Impossible? De W. H. Hutt. Epstein enfatiza os frutos mais imediatos das políticas públicas, dizendo que se nos concentrássemos apenas nos problemas econômicos mais simples e, ao contrário dos políticos, os compreendêssemos corretamente, ajudaríamos milhões de pessoas em todo o mundo – tarifas mais baixas, impostos menores, a eliminação de algumas regulamentações, a eliminação dos controles sobre preços e salários etc. Questões fáceis de ser solucionadas. Existem questões complicadas nas políticas públicas econômicas; mas em 90% dos problemas que enfrentamos, são as questões facilmente solucionáveis que distorcem tudo e que prejudicam a vida de tantas pessoas. Pense na crise atual dos alimentos e examine o aumento das políticas protecionistas em todo o mundo, que impedem os ganhos comerciais de saná-la. Mais uma vez, são questões fáceis de ser solucionadas.

Hutt, por sua vez, enfatiza que é responsabilidade dos economistas dizer a verdade, como eles a vêem, aos donos do poder, e nunca abrir mão de sua mensagem. A razão é que se os economistas diluem suas mensagens, os políticos as diluirão ainda mais no processo político e, quando aquela idéia se tornar uma política verdadeira, será irreconhecível ao economista. Essa diluição, ao invés de dar voz à economia, a cala completamente, e com o consentimento dos próprios economistas. Então, diga a verdade ao poder e danem-se as conseqüências relacionadas à sua popularidade no mundo político.

* Publicado originalmente em 10/07/2008.

IMB- Pensar está se tornando algo obsoleto

Embora seja humanamente impossível responder a todos os e-mails e cartas que os leitores me enviam, muitos deles são bastante interessantes e intelectualmente instigantes, tanto no sentido positivo quanto no sentido negativo.

Por exemplo, um jovem me enviou um e-mail pedindo as fontes em que eu havia me baseado para citar alguns fatos negativos sobre o desarmamento em um artigo recente. É sempre bom checar os fatos — especialmente se você checar os fatos de ambos os lados da questão.

Em contraste, um outro sujeito simplesmente me criticou por tudo o que eu havia dito nesse artigo. Ele não pediu as minhas fontes e nem quis saber se elas existiam; ele simplesmente saiu fazendo afirmações em contrário, como se essas suas assertivas fossem automaticamente corretas pelo simples fato de estarem sendo pronunciadas por ele, algo que, em sua mente, invalidaria automaticamente tudo o que eu havia escrito.

Ele se identificou como médico, e as alegações que ele fez sobre armas eram as mesmas que haviam sido feitas anos atrás em uma revista médica — alegações que já foram inteiramente desacreditadas desde sua publicação. Ele poderia ter aprendido isso caso houvesse me dado a oportunidade de responder às suas provocações, de um modo que nos engajássemos em um debate. Porém, ele próprio deixou claro desde o início que sua carta não tinha o objetivo de gerar um debate, mas sim apenas de me acusar e me denunciar.

Esse tipo de comportamento se tornou um procedimento padrão no mundo atual.

É sempre surpreendente — e apavorante — constatar quantos assuntos extremamente sérios não são discutidos seriamente hoje em dia; as pessoas simplesmente saem emitindo afirmativas e contra-afirmativas, tudo de maneira generalizada. Seja em debates de internet ou até mesmo em programas de televisão, as pessoas simplesmente tentam calar seu opositor falando mais alto do que ele ou simplesmente recorrendo a frases de efeito de cunho emotivo.

Há inúmeras maneiras de fazer parecer que se está argumentando sem que na realidade se esteja produzindo absolutamente nenhum argumento coerente.

Décadas de educação escolar e universitária simplificada — para não dizer idiotizante — certamente têm algo a ver com a atual situação, mas isso não explica tudo. A educação não somente foi negligenciada no sistema educacional atual, como também já foi quase que completamente substituída pela doutrinação ideológica. A doutrinação que hoje é feita por professores e instituições supostamente educacionais é amplamente baseada na simples vocalização das mesmas pressuposições básicas e não-comprovadas de sempre.

Se as instituições educacionais de hoje — desde escolas a universidades — estivessem tão interessadas em diversidade de ideias quanto estão obcecadas com diversidade racial e sexual, os estudantes ao menos adquiririam experiência ao ver as pressuposições que existem por trás de diferentes visões, e entenderiam a função da lógica e da evidência ao debaterem tais diferenças. No entanto, a realidade é que um estudante pode passar por todo o seu ciclo educacional, desde o jardim de infância até seu doutoramento, sem entrar em contato com absolutamente nenhuma visão de mundo que seja fundamentalmente diferente daquela que prevalece dentro do espectro de opiniões autorizadas e politicamente corretas que domina o nosso sistema educacional.

No que mais, a perspectiva moral da visão ideológica predominante é completamente maniqueísta: as pessoas imbuídas dessas ideias realmente se veem como anjos combatendo todas as forças do mal — seja o assunto em questão o desarmamento, o ambientalismo, o racismo, o homossexualismo, o feminismo ou qualquer outro ismo.

Um monopólio moral é a antítese de um livre mercado de ideias. Um indicativo desta noção de monopólio moral dentre a intelligentsia esquerdista é o fato de que as instituições que estão majoritariamente sob seu controle — escolas, faculdades e universidades — são justamente aqueles que usufruem muito menosliberdade de expressão do que o resto da sociedade.

Por exemplo, ao passo que a defesa e até mesmo a promoção da homossexualidade é comum nos campi universitários — e comparecer a palestras e aulas que fazem tal promoção é frequentemente algo obrigatório nos cursos introdutórios —, qualquer crítica ao comportamento homossexual é imediatamente rotulada de "reacionarismo", "preconceito" e "incitação ao ódio", sujeita a imediata punição.

Enquanto porta-vozes de vários grupos raciais e étnicos são livres para denunciar com veemência "os brancos" por seus pecados passados e presentes, verdadeiros ou imaginários, qualquer estudante branco que similarmente venha a denunciar as transgressões ou os desvarios de grupos não-brancos garantidamente será punido, se não expulso.

Até mesmo estudantes que não defendem ou não promovem absolutamente nada podem ter de pagar um preço caso não concordem com a lavagem cerebral que ocorre nas salas de aula. Recentemente, nos EUA, um aluno da Florida Atlantic University que se recusou a pisotear um papel em que estava escrito a palavra "Jesus", a mando de seu professor, foi suspenso pela universidade. Felizmente, a história veio a público e gerou uma onda de protestos fora do mundo acadêmico.

A atitude deste professor pode ser descartada e ignorada como sendo um caso isolado de extremismo, mas o fato é que o establishment universitário saiu solidamente em sua defesa e atacou implacavelmente o estudante. Tal atitude mostra que a podridão moral que impera na academia vai muito mais além do que um simples professor adepto da doutrinação e da lavagem cerebral.

Estamos hoje vivenciando todo o esplendor do anti-intelectualismo que se espalhou por metástase ao longo de todo o mundo acadêmico. As universidades se tornaram tão dominadas por uma insistência na inviolabilidade de um determinado pensamento grupal, que qualquer professor "forasteiro", que não compactue com a predominância deste pensamento gregário, não mais pode falar a respeito de um determinado assunto sem antes ter sido devidamente credenciado por seus pares. Uma simples pesquisa sobre o tratamento dispensado a acadêmicos que ousam questionar a santidade do aquecimento global mostra bem esse ponto.

Já houve uma época em que um curso universitário era considerado um meio de introduzir as pessoas a uma ampla gama de assuntos que lhes permitiria pensar e falar inteligentemente sobre várias questões que estivessem afetando suas vidas. O pensamento coletivista — que hoje é predominante no meio universitário — rejeita tal ideia, conferindo o monopólio de determinadas questões apenas àquelas pessoas que são reconhecidas como "especialistas" por seus pares.

Este método educacional que recorre à intimidação e à simples repetição de frases de efeito de cunho emocional evidencia a completa falência do sistema educacional. Se professores universitários — teoricamente a nata intelectual da sociedade, pessoas que por vocação e profissão deveriam ser as mais rígidas seguidoras do rigor intelectual — agem assim, como podemos esperar que o restante da população apresente discernimentos mais profundos?

Para sobreviver e progredir, seres humanos precisam saber pensar. Porém, estamos cada vez mais terceirizando esta função para acadêmicos, que por sua vez pautam o conteúdo da mídia. Tal terceirização de pensamento ajuda a explicar por que há hoje uma escassez de pensamentos originais e significativos.

O fracasso do sistema educacional vai muito além da ausência de um aprendizado útil. O real fracasso está naquilo que de fato é ensinado — ou melhor, doutrinado — nas salas de aula, algo evidenciado pelos formandos que as universidades cospem para o mundo, seres incapazes de apresentar qualquer resquício de pensamento original.

Jamais se preocupe em se aprofundar em qualquer assunto: os "especialistas" cujos empregos se resumem a promover a agenda do establishment político e cultural já têm tudo explicado para você.



Thomas Sowell , um dos mais influentes economistas americanos, é membro sênior da Hoover Institution da Universidade de Stanford. Seu website: www.tsowell.com.

“Alguns políticos nos dão a impressão de que são bons, mas é só porque os outros são abomináveis.” (Mim)

“Tenho algumas varizes e os calcanhares rachados, mas a bunda é lisa.” (Josefina Prestes)

“Se o PT é por nós, alguém mais precisa ser contra?” (Mim)

“Oficiais de Justiça e eu. Quase uma história de amor.” (Climério)

“O comunismo é um regime que agrada pessoas menores que precisam de um estado controlador para nivelar as suas mediocridades.” (Eriatlov)

“Abertura em Cuba? Só de pernas.” (Cubaninho)

LA MERD- Após ciberataque, internet da Coreia do Norte tem 'apagão'

Após dias de instabilidade, a Coreia do Norte enfrentou nesta segunda-feira uma interrupção no serviço de internet, no que especialistas da área descrevem como uma das piores falhas na rede do país em anos. A queda no serviço ocorre dias depois de Barack Obama afirmar que os Estados Unidos dariam uma “resposta proporcional” ao ciberataque no sistema do estúdio Sony, que o FBI ligou a Pyongyang. Nesta segunda-feira, a Coreia do Norte fez ameaças a Washington, ameaçou destruir a Casa Branca e o Pentágono e falou em 'guerra cibernética'

Joaquim Barbosa critica Dilma no Twitter: 'Que degradação institucional!'

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ELA É DA TURMA DA DILMA, SEM DESENHAR NÃO ENTENDE- Graça: ex-gerente da Petrobras nunca falou em corrupção e cartel

“Se nós cães pudéssemos votar com certeza não votaríamos na turma do Rombobras.” (Bilu Cão)

“Eu durmo para descansar, não para ter pesadelos com o capeta. Pois não estava eu de mordomo da Madame Mim em Brasília?” (Eriatlov)