terça-feira, 22 de setembro de 2015

O Ibama está preocupado. Depois que começaram colocar imagens da Dilma nas lavouras e hortas o número de pássaros mortos duplicou. Eles acham que a causa é mesmo susto.

“Quem não é capaz de rir de si mesmo por certo se acha o cúmulo da seriedade.” (Filosofeno)

“A opinião de um canalha muda conforme lhe pagam.” (Filosofeno)

Momento romântico

ADEUS

Soltei um gemido
Fiquei perdido
No teu adeus
Mas aos poucos percebi
Só então entendi
Qual era a tua razão
Eras a minha adorada
Porém não me amavas
Enganado estava o teu coração.

Na imprensa brasileira poucas notícias da Venezuela. Será para não ferir a petezada?

“É bom o brasileiro acordar antes que roubem até sua cama.” (Mim)

Amar é... Ir almoçar na casa da sogra todo feliz e não mostrar para o bem que está levando um sanduíche escondido.

Arrastão: modalidade olímpica incentivada pela esquerda



Eu não bebo.

No entanto, há anos sou frequentemente parado na blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro, especialmente em saída de festa, por um motivo muito simples: os agentes do poder público me prejulgam.

Para eles, decerto minha aparência, meu modo de vestir, minha faixa etária, meu carro, o local e a hora por onde passo – tudo isso traz similaridades com o grupo de pessoas que costumam ser flagradas alcoolizadas ao volante.

Mesmo sem ter cometido crime algum, sou então constrangido a fazer o teste do bafômetro, apresentar documentos e comprovantes de pagamento, e perder um tempo precioso da minha existência e do meu sono, com a sensação de impotência que acomete qualquer cidadão comum diante da intervenção do poder público em sua vida social.

Nunca vi um militante de esquerda reclamar do preconceito com que as autoridades escolhem os motoristas suspeitos de embriaguez durante as numerosas blitzes da cidade.

Nunca vi uma defensora pública de esquerda dar entrada com qualquer pedido capaz de me livrar do constrangimento cotidiano de ser parado sem ter bebido.

Eu já critiquei as blitzes da Lei Seca. Não por ser radicalmente contra toda forma de blitz, é claro, mas por entender que o poder público não pode compensar a impunidade de motoristas criminosos com a multiplicação eterna – e naturalmente lucrativa – de sua intervenção na vida de todos os motoristas.

Se penas duras forem impostas aos criminosos, menor será a necessidade de incomodar o resto da população com medidas preventivas, ainda que permanentemente necessárias.

Arrastões e arrastados
Os cidadãos de bem da Zona Norte que vão de ônibus às praias da Zona Sul nos fins de semana são – em certo sentido; e em situação obviamente menos confortável – como os motoristas sóbrios parados na blitz da Lei Seca.

Assim como estes nada têm a ver com a direção criminosa dos bêbados, eles nada têm a ver com a ação dos delinquentes que participam de arrastões, como os de Ipanema, Humaitá e Botafogo ocorridos no último fim de semana.

Eventualmente, no entanto, podem ser incomodados pelo cerco da PM aos ônibus em acessos da Zona Sul por dois motivos: ou estão nos mesmos veículos que os delinquentes ou os soldados os consideram suspeitos devido àquelas semelhanças etárias, estéticas e geográficas com eles – que os militantes de esquerda transformam em preconceito racial e social para posarem de defensores das minorias.

Curiosamente, os militantes indignados com a abordagem de suspeitos – somente quando pobres – são contra a redução da maioridade penal que resultaria em penas mais duras aos delinquentes menores de idade responsáveis em grande parte pelos arrastões que aterrorizam ricos e pobres nas praias do Rio.

Enquadra-se neste caso a própria defensora pública – Eufrásia Souza das Virgens – que deu entrada num pedido de habeas corpus preventivo e coletivo para impedir que a PM apreenda jovens que não estejam cometendo ato infracional em flagrante.

A decisão do juízo da Infância com base no HC da Defensoria, contudo, não impede a abordagem policial de suspeitos, sendo que boa parte dos menores abordados nos ônibus estão cometendo, sim, o ato infracional análogo ao artigo 176 do Código Penal, referente a usar transporte público sem pagar – aquele mesmo do qual se orgulha, na prática, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Outros (ou os mesmos) cometem ainda o análogo ao art. 28 da lei de drogas (11.343/2006), já que portam ao menos um cigarro de maconha.

Isto autoriza a PM a apreender todos esses menores e a levá-los à delegacia para instauração de procedimento que depois resulta em processo na Infância. Eles não só podem como devem ser conduzidos à DP, de onde só deverão ser liberados com a presença dos pais, após o registro do R.O.

Abusos de autoridade têm de ser coibidos, claro.

Mas ao incentivar a impunidade de um lado e reclamar genericamente das medidas preventivas do outro, ignorando com frequência o Código Penal e as próprias responsabilidades na situação de insegurança generalizada, a esquerda abusa mais uma vez da inteligência da população, para vender a tese legitimadora da criminalidade de que “os arrastões constituem um teatro da exclusão social”, “denunciando, mesmo que de modo muito cifrado, a invisibilidade e a falta de voz de seus protagonistas”, como escreveu um esquerdista no Globo.

Beltrame x Paes
Enquanto o secretário de (In)Segurança Pública metido a sociólogo, José Mariano Beltrame, prefere prestar contas a essa esquerda do que à população fluminense ao falar de “adolescentes em situação de risco” ou “de vulnerabilidade”, o prefeito Eduardo Paes, sempre correto neste ponto, felizmente o alfinetou de novo, colocando as coisas em seus devidos lugares:

“Nós não vamos tratar delinquentes marginais como problema social. Isso é problema de segurança pública.” Melhor ainda: “Quando o delinquente percebe que a autoridade justifica os atos que está cometendo, ele vai cometer mais.”

Essa é a história do Brasil nas últimas décadas. Um país dirigido cultural, moral e politicamente por uma esquerda embriagada de ideias torpes, por cujos efeitos incômodos, de uma forma ou de outra, somos obrigados a pagar.

Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

Merval Pereira: Fechando o cerco

Publicado no Globo
MERVAL PEREIRA
Se Lula desconfiava, conforme relatos, de que o objetivo final da Operação Lava-Jato é ele, ontem deve ter tido certeza disso. Nunca a Operação Lava-Jato chegou tão perto dele, por enquanto apenas na retórica de seus procuradores ou do próprio Juiz Sérgio Moro, mas com ações que se aproximam cada vez mais de denúncias que envolvem diretamente Lula no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.
O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, afirmou em entrevista coletiva para explicar a nova fase ─ sugestivamente chamada de “Nessum Dorma” (“Ninguém dorme”) ─ que ‘não tem dúvida nenhuma’ de que os escândalos de corrupção da história recente do País – Mensalão, Petrolão e Eletronuclear – tiveram origem na Casa Civil do Governo Lula, cujo titular mais famoso, o ex-ministro José Dirceu, está preso pela segunda vez.
Ele não apenas insinuou, mas garantiu que as investigações indicam que foi montado um esquema de compra de apoio político para o governo federal conectados entre si desde o mensalão, pela mesma organização criminosa e pessoas ligadas aos partidos políticos.
Já o juiz Sérgio Moro escreveu em um de seus despachos condenado o ex-tesoureiro do PT João Vaccari que “(…) A corrupção gerou impacto no processo político democrático, contaminando-o com recursos criminosos, o que reputo especialmente reprovável. Talvez seja essa, mais do que o enriquecimento ilícito dos agentes públicos, o elemento mais reprovável do esquema criminoso da Petrobras, a contaminação da esfera política pela influência do crime, com prejuízos ao processo político democrático. A corrupção com pagamento de propina de milhões de reais e tendo por consequência prejuízo equivalente aos cofres públicos e a afetação do processo político democrático merece reprovação especial.”
Juntando-se essas afirmações ao fato de que a operação “Nessun Dorma” apura a propina na Diretoria Internacional da Petrobras de 2007 a 2013, ocupada por Nestor Cerveró, que negocia uma delação premiada com o Ministério Público, tem-se que além das negociatas da Eletronuclear, estão sendo investigadas ações como o superfaturamento do contrato da sonda Vitória 10.000 que, segundo Cerveró, foi feita a mando do próprio presidente da Petrobras à época, José Sérgio Gabrielli, para saldar dívidas de campanha de Lula com o grupo Schahin.
Na proposta de Cerveró para a delação premiada, que ainda não foi aceita, ele afirma que Gabrielli lhe disse que a ordem veio “do homem lá de cima”, numa referência clara ao então presidente Lula.
O operador Julio Camargo, em cuja delação premiada aparece a acusação ao presidente da Câmara Eduardo Cunha, disse que representava a Samsung na transação do navio-sonda Vitória 10 000 e confessou ter pago 25 milhões de dólares a diretores e intermediários, incluindo aí o próprio Cerveró.
O ex-diretor da área internacional contou aos procuradores da Operação Lava-Jato que os contratos de compra e operação da sonda Vitória 10 000 foram direcionados à construtora Schahin com o propósito de saldar dívidas da campanha presidencial de Lula, em 2006 com o banco do mesmo nome.
Esse caso está ligado a outro, mais nebuloso, envolvendo o assassinato do prefeito Celso Daniel, e foi revelado à época do mensalão numa tentativa mal sucedida do lobista Marcos Valério de fazer uma delação premiada para se livrar da penas de mais de 40 anos a que foi condenado na ocasião.
Ele revelou que foi procurado pelo PT para pagar uma quantia em dinheiro a uma pessoa que ameaçava revelar detalhes do caso Celso Daniel, acusando líderes do PT pela morte. Segundo ele, que teria se recusado a entrar no esquema, coube ao pecuarista José Carlos Bumlai, amigo pessoal de Lula, fazer o pagamento, pelo qual contraiu um empréstimo de 6 milhões de reais no Banco Schahin, quantia que teria sido paga como parte da propina da sonda.
O próprio Milton Schahin admitiu ter emprestado 12 milhões de reais ao amigo de Lula, em declarações à revista Piaui, mas diz que não é obrigado a saber o que  faria com o dinheiro. Bumlai era a única pessoa que tinha autorização para entrar no Palácio do Planalto a qualquer hora, sem audiência marcada, de acordo com um aviso que havia na portaria do Palácio, com sua foto para que não houvesse engano.

Dois comunistas desembarcaram nos EUA nesta semana: O Papa Chico e o Presidente da China Xi Jinping. Os americanos não estão mais preocupados com Obama, pois já sabem que ele foi contaminado por Lula e Dilma com o mal das cavernas.

A classe piora: José Luiz Datena confirma filiação ao PP de São Paulo

Clube Marxista

“A CNBB é um clube marxista. Clube dos sem-serventia, pois adeptos de uma causa que é contrária à natureza do ser que é coletivismo forçado. Deveriam ser postos a trabalhar de verdade e pagar impostos.” (Eriatlov)

Bom senso

”Inexiste no mundo coisa mais bem distribuída que o bom senso, visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem.” (René Descartes)

Pérolas

Pérolas

O governo esmera-se, cada vez mais, em maquiar tudo o que faz, como se todo o desastre produzido por ele mesmo não tivesse acontecido. Tudo se deve, evidentemente, às causas externas, à seca e a alguma outra desculpa inepta que encontre pelo caminho. Reconhecer os seus erros, botar no lixo a tal da “nova matriz econômica”, que colocou o Brasil neste buraco, não consta de suas prioridades. Ao contrário, pretende repetir mais do mesmo, em nome de supostos “direitos sociais”, que, na verdade, são simplesmente os seus próprios de se manter no poder.
A sua encenação tem um único propósito: aumentar impostos e contribuições. Na verdade, o pacote não fez nenhum esforço real de cortes de seus próprios gastos, estabelecendo prioridades, formulando reformas estruturais como a previdenciária e a trabalhista. Nada disto estabeleceu supostas preliminares com o único objetivo de reintroduzir a CPMF.
É sobejamente conhecido que se trata de um mau tributo que impregna toda a cadeia produtiva, além de incidir sobre impostos já pagos. É um imposto em cima de impostos, um verdadeiro despropósito, algo, ademais, já rejeitado por parlamentares e pelo vice-presidente apenas algumas semanas atrás. É a crônica de uma derrota anunciada.
O argumento de que se trata de uma contribuição “pequenininha”, apresentado pelo ministro da Fazenda, é uma afronta à inteligência dos brasileiros. Melhor teria sido o silêncio e a preservação de sua própria reputação.
O pacote não fez nenhum esforço real de cortes de seus próprios gastos, estabelecendo prioridades, formulando reformas estruturais como a previdenciária e a trabalhista
Ademais, essa proposta da CPMF apresenta uma artimanha política importante. Embora o seu nome inclua o caráter de provisória, os ministros não estabeleceram o tempo de sua duração. Instados por uma jornalista a esclarecerem esse ponto, a resposta foi uma pérola: quatro anos. Ou seja, querem, com esta contribuição, garantir o governo Dilma em sua própria política econômica até o fim, dando-lhe condições financeiras de perseverar em seus próprios erros.
Trata-se de um cheque em branco dado à sua própria incompetência. Na verdade, seria uma espécie de garantia para a presidente terminar o seu mandato, sem nada alterar de seus fundamentos. Para cobrir esse (des)propósito, tivemos ainda direito a outra pérola, a de que o próximo governo teria ainda um ano desta contribuição, podendo, então, renová-la ou não. Fomos tratados como tolos.
Aliás, os dois ministros em suas apresentações aparentaram cansaço e entenderam aquela obrigação com fastio. No caso do ministro da Fazenda, que ficou com o maior ônus, era evidente a sua própria falta de convencimento, como se pressionado pelas circunstâncias. Se não seguisse esse ritual, teria provavelmente de deixar o cargo. Já o ministro Barbosa concordava com o que estava fazendo, pois se trata de um dos responsáveis pela tal da “nova matriz econômica”, que praticamente quebrou o país.
O fastio, de fato, é dos brasileiros ao serem obrigados a seguirem essas “orientações”, como se fossem naturais, quando são, na verdade, fruto de escolhas do atual governo. Os contribuintes estão cansados de tanto engodo.
Outra pérola da apresentação foi a justificativa do ministro Barbosa de que há estudos para uma reforma da Previdência, com grupos de trabalho já constituídos. Trata-se de um bem conhecido subterfúgio dos governantes para nada fazerem e nada decidirem, simplesmente transferindo responsabilidades. O rombo da Previdência é conhecido de longa data e está se tornando explosivo. Os 13 anos de governo petista não teriam sido suficientes para tomarem uma decisão! No governo Dilma, a bomba foi acionada. O que fez? Nada, ou melhor, criou “comissões para discussão”.
Neste meio tempo, evidentemente, a nova CPMF seria utilizada para cobrir o rombo da Previdência, que tem como único responsável o governo, que nada fez. Terá o ministro Barbosa descoberto o problema agora? Ora nada fizeram e estão, agora, chamando os contribuintes para arcarem com mais esse ônus, fruto, precisamente, de sua própria irresponsabilidade. Os brasileiros estão sendo tratados como idiotas.
O corte dos recursos do Sistema S é mais uma amostra desta irresponsabilidade. Trata-se de uma contribuição empresarial que financia os seus sindicatos, voltados para o aprimoramento funcional, profissional e técnico de agricultores, trabalhadores e empresários. Seus instrumentos são o Senar, o Sesc, o Senai, além do Sebrae. Ora, essas instituições cumprem muito bem o seu papel. Se lhes sobram recursos, é porque são bem administrados, ao contrário dos recursos governamentais, sempre deficitários.
Ora, o que faz o governo? Quer transferir esses recursos para si, com o arbítrio que o caracteriza. Em nome de uma suposta “reforma”, o governo procura se apropriar de recursos que não lhe pertencem. Tira de quem emprega responsavelmente para tapar os seus próprios buracos. Uma irresponsabilidade.
Neste festival de pérolas, o governo propõe postergar o reajuste do funcionalismo público de janeiro para agosto, além de não realizar concursos no próximo ano. Isto significa que o governo está “cortando” recursos futuros, na verdade inexistentes. Não se trata de um corte feito na sua atual utilização de recursos, para ele intocável, tal como seguem intocáveis todos os seus “programas”.
Um governo que não tem mais recursos não tem como oferecer reajustes nem aumentar os seus quadros, por mais justas que possam ser as demandas de recuperação de perdas causadas pela inflação, pela qual, aliás, ele é o único responsável.
Como se não fosse suficiente, a proposta ainda mexe com as emendas parlamentares, produzindo ainda mais conflitos. É como se tivesse uma compulsão a criar problemas, algo incontrolável. Note-se ainda que essas emendas seriam canalizadas para o PAC, isto é, para os seus próprios projetos que ficariam ao abrigo de cortes. Deveriam, portanto, os parlamentares apoiar obrigatoriamente o governo, que procuraria se safar de suas próprias enrascadas.
Sinceramente, os brasileiros não merecem essas pérolas e esse descaso.
Fonte: O Globo, 21/9/2015

Pois, pois

“Onde estarão às almas daqueles que viveram antes da criação das religiões?” (Mim)

“Empresários do país pararam no tempo”, afirma especialista

“Empresários do país pararam no tempo”, afirma especialista

Alexandre Di Miceli da Silveira (governança)Os avanços em governança corporativa no Brasil dependem de mudanças mais profundas do que as regras do mercado podem estabelecer. A conclusão é do professor da Universidade de São Paulo (USP) Alexandre Di Miceli da Silveira, que estuda o tema há 15 anos e lançou recentemente o livro “Governança corporativa no Brasil e no mundo”.
Membro do Comitê de Revisão do Código do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o especialista avalia é preciso moldar ambientes que induzam as pessoas a pensar no longo prazo de maneira voluntária. Essa mudança, na visão de Di Miceli, depende essencialmente de novos líderes, acostumados à transparência e receptivos a críticas, características que ele não vê em boa parte das empresas brasileiras.
O Estado de S. Paulo: O que a Lava Jato mostrou ao país sobre o tema governança?
Alexandre Di Miceli da Silveira: O tema é relativamente antigo no país, mas ganhou importância maior nos últimos anos. E a Lava Jato mostrou que ainda temos muito a avançar. Há mais marketing do que boa governança. Assim como sustentabilidade e responsabilidade social, governança se tornou uma das expressões-chave que empresas não podem ignorar. Mas há uma distância grande entre proferir palavras de ordem e, de fato, praticá-las. Basta dizer que todas as empresas envolvidas na Lava Jato tinham áreas de governança.
O Estado de S. Paulo: Qual o motivo da Petrobras admitir, em uma ação a que responde nos EUA, que suas medidas de governança são ‘cosméticas’?
Di Miceli: Nos Estados Unidos, essa é uma linha de defesa que pode levar a penalidades menores. A empresa alega ter usado uma linguagem genérica, comum no mercado, para escapar da pena por enganar investidores. Mas isso sinaliza a forma como muitas empresas tratam o tema. Ficou o sentimento de que, embora a governança seja tema popular, é preciso avançar em matéria de conteúdo.
O Estado de S. Paulo: Então, o que fazer?
Di Miceli: Não existe uma “bala de prata” que faça todas as empresas terem boa governança, mas isso não quer dizer que é inútil ter regras. No caso do Novo Mercado, muitas empresas têm usado o segmento apenas para aparentar ter boa governança. A Bolsa precisa se reinventar. É preciso uma mudança de paradigma em relação ao que se espera de empresas, do administrador, e o peso que as lideranças têm que ter para fomentar uma boa cultura organizacional. O país avançou muito menos do que acha que avançou em governança.
O Estado de S. Paulo: Punições na Lava Jato podem contribuir neste processo?
Di Miceli: Sem dúvida. Mesmo no pior cenário, caso a Lava Jato seja anulada no STF, já avançamos. No caso da PF, as ações estão mais sofisticadas. Agora, a mentalidade no ambiente empresarial vai mudar? Acho que sim, mas vai demorar. Temos uma geração de empresários que não estão acostumados com transparência, prestação de contas, opiniões dissonantes e críticas. São pessoas que pararam no tempo. O nosso ambiente empresarial depende de novas lideranças.
O Estado de S. Paulo: A mudança, então, depende das próximas gerações dos líderes de organizações?
Di Miceli: Depende de uma nova mentalidade e de novas lideranças. Empresas vão surgir com essas novas lideranças, mas elas não serão a fatia principal, isso leva tempo. Já temos bons exemplos de empresas sintonizadas com o nosso tempo. Como dizia Peter Drucker (considerado o pai da administração moderna), não existe empresa forte em sociedade doente.
O Estado de S. Paulo: A mudança da governança no país seria mais sutil, cultural. Como uma empresa deve lidar com esse aspecto?
Di Miceli: Ninguém tem uma resposta clara sobre isso, mas é relativamente fácil para uma empresa disfarçar suas práticas usando a estrutura da boa governança. Em primeiro lugar, é preciso ter líderes comprometidos com a boa governança.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 8/9/2015

Investimento em obras recua R$ 17 bilhões

Investimento em obras recua R$ 17 bilhões

O investimento em obras e serviços realizados no primeiro semestre de 2015 foi R$ 17,3 bilhões menor que em igual período do ano passado. O reflexo desse desempenho negativo foi a redução da participação da cadeia da construção no Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro trimestre do ano passado, o setor representava 10,5% do PIB nacional. Hoje, esse porcentual está em 9,9%, segundo levantamento da Ex Ante Consultoria Econômica feito a pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A indústria atribui a essa perda de investimentos o corte de 614 mil postos de trabalho no Brasil inteiro. No fim do primeiro semestre, a cadeia da construção empregava 12,2 milhões de pessoas, o equivalente a 13,2% da força de trabalho no país, segundo os dados do levantamento. “A tendência, porém, é que esse número caia até o fim do ano, pois não há ambiente para atrair novos negócios. Ainda não colocamos o pé no fundo do poço”, afirma o diretor titular do departamento da indústria da construção da Fiesp, Carlos Eduardo Auricchio.
Dentro da cadeia da construção, os segmentos que mais desempregaram foram os de construtoras e o de autoconstrução (reformas e construção de casas), com perda de 243.628 e 355.305 postos de trabalho, respectivamente. No caso das construtoras, o desempenho do setor é reflexo da Operação Lava Jato, que comprometeu a vida financeira de algumas empresas envolvidas no escândalo de corrupção, e do ajuste fiscal do governo federal.
Pagamentos atrasados
Além de cortar investimentos em vários setores, o governo também não tem conseguido manter em dia o pagamento de obras executadas, seja do Minha Casa Minha Vida ou do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O atraso no pagamento de obras executadas tem sido um dos motivos da paralisação de obras no Brasil inteiro.
“Há uma insegurança medonha no setor e uma enorme falta de confiança. Se não houver regras claras e a regularização de pagamentos atrasados, ninguém vai fazer nada”, afirma Auricchio. Do lado da autoconstrução, que envolve obras menores, o grande problema é o baixo crescimento da economia e o desemprego, o que provoca um círculo vicioso na cadeia. Com o aumento das demissões, a sociedade deixa de investir em reformas ou construções, o setor encolhe e demite mais.
Na opinião do executivo da Fiesp, além dos problemas políticos, há um conjunto de fatores que precisam ser atacados para reverter esse quadro. Segundo ele, os juros elevados, as restrições na concessão de crédito e a falta de regras claras são pontos primordiais que precisam ser resolvidos para retomar o crescimento do setor.
Para o diretor da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Carlos Eduardo L. Jorge, que recentemente fez um levantamento das obras paradas no país, o impacto da crise econômica se acentuou numa velocidade tão grande que está deixando o setor sem rumo.
Fonte: O Estado de S.Paulo.

Entre Collor e Sarney

Entre Collor e Sarney

A economia vai piorar bastante antes de melhorar. E não é apenas porque a crise política dificulta a aprovação do necessário ajuste fiscal. É também pela natureza dos ajustes propostos. Mais impostos, em vez de corte de gastos. A perda de credibilidade do governo é outro complicador. A inércia inflacionária e as perdas de produção e de empregos são maiores quando expectativas adversas se consolidam por essa falta de credibilidade.
Lula aconselha Dilma a afastar Mercadante como articulador inapto e abraçar o PMDB para afastar a ameaça de impeachment e aprovar o ajuste fiscal. E teria também sugerido um abafamento das investigações da Lava-Jato. Se tudo isso desse certo, teríamos uma “sarneyzação” do segundo mandato de Dilma. Uma simples estratégia de sobrevivência política acompanhada de um “feijão com arroz” na economia.
A oposição deseja dar a Dilma o destino de Collor. Se escapar de tal sorte, com ajustes menores e sem reformas, terá sido como Sarney, apenas mais uma medíocre sobrevivente
A propósito, fui chamado a Brasília, ainda antes da Constituinte de 1988, para avaliar o colapso do Plano Cruzado, que eu havia previsto. Redemocratização recente, com a duração do mandato presidencial em aberto (quatro, cinco ou seis anos), as conversas se deram com os ministros da área militar e importantes políticos situacionistas. Minha concisa avaliação revelou-se precisa: quanto mais tempo durar o mandato, maior o desastre econômico, e menores as chances do establishment nas próximas eleições.
Dilma, por sua vez, passou a semana falando de “golpismo” e, portanto, de seu próprio impeachment. Perda de tempo, pois seu foco deve ser um programa emergencial de controle de gastos públicos para seus três próximos anos de governo. Sua única oportunidade de enfrentar favoravelmente o julgamento da História é recolocar o país na mesma rota em que o recebeu, com as finanças públicas em ordem e uma inflação em declínio.
O governo Sarney foi uma tragédia econômica, mas cumpriu sua etapa política na estrada da redemocratização. A síndrome da ilegitimidade que o marcou pela morte de Tancredo levou-o à rota populista do cruzado. Sua perda de credibilidade transformou-se em hiperinflação. No caso de Dilma, já se transformou em estagflação. A oposição deseja dar a Dilma o destino de Collor. Se escapar de tal sorte, com ajustes menores e sem reformas, terá sido como Sarney, apenas mais uma medíocre sobrevivente.
Fonte: O Globo, 21/9/2015

CADEIÃO NEWS- Deputado André Vargas recebe pena de 14 anos de cadeia. De punho abaixado.

O nosso ambiente político

"O nosso ambiente político não passa de um amontoado de Pinóquios trabalhando em interesse próprio." (Mim)

Ditadores

“O melhor momento de todos os ditadores é quando morrem.” (Mim)

Impostos

“O governo arrecada impostos pela boca de um tubarão e nos devolve em serviços pelo ânus de um lambari.” (Limão)

A GAZETA DO AVESSO- O Brasil é um poucos países do mundo onde não há compra de votos. E a apuração das eleições conta com o que existe de melhor no mundo: tecnologia venezuelana.

Eulália

“Já fui a garota Telesena: transava de hora em hora. Hoje sou a mulher trigo: só dou uma vez por ano.” (Eulália)

Amor verdadeiro

“O amor verdadeiro supera até encerramento de conta bancária pela abundância de borrachudos.”(Climério)

AL

“Precisamos de muito mais que um Eliot Ness para acabar com o crime organizado! Al Capone por aqui seria ajudante de padre”(Mim)

IMB- O papa, o lápis, um sanduíche de presunto e a moralidade do mercado

O papa, o lápis, um sanduíche de presunto e a moralidade do mercado
por terça-feira, 22 de setembro de 2015
03626100.jpgRecentemente, o designer britânico Thomas Thwaites tentou construir uma torradeira do zero, tendo ele próprio de escavar o minério de ferro para fabricar o aço e derivar o plástico do petróleo.  Neste vídeo, ele narra até onde conseguiu chegar. Enquanto isso, um típico trabalhador britânico consegue, com apenas 21 minutos de trabalho, ganhar o suficiente para comprar uma torradeira muito mais sofisticada do que aquela que o senhor Thwaites levou nove meses para fabricar.
Outra ilustração perfeita dessa profundamente importante constatação é a deste homem que resolveu fabricar, também do zero, um simples sanduíche.  Ele plantou o trigo para fazer o pão, retirou o sal da água do mar, ordenhou uma vaca para fazer o queijo e a manteiga, matou uma galinha para retirar o filé de frango, fez o próprio picles e teve até de extrair o mel do favo.  Além de demorado, o processo custou cerca de US$ 1.500 dólares. (E, a julgar pela reação dele próprio, a qualidade do produto final foi medíocre). 
Nesse sentido, a produção e a distribuição das próprias encíclicas nas quais Francisco critica o capitalismo são façanhas capitalistas. Para serem produzidas, elas requerem os esforços integrados de plantadores de árvores e de madeireiros (talvez na Alemanha), de trabalhadores das fábricas de papeis (talvez na Eslovênia), de produtores de tinta (talvez no Canadá), e de impressoras (talvez na Itália). E cada um desses fornecedores depende de inúmeros veículos para transporte (talvez construídos no Japão), de investidores (talvez em Nova York), de seguradoras (talvez em Londres), e de criadores de hardware (talvez na China) e de software (talvez em Seattle).
O capitalismo fornece até mesmo os meios e os instrumentos para se criticá-lo.
leia mais... 

Dilma, Obama e a derrubada de vetos presidenciais

Sergio Praça- Veja

O poder de veto é um dos principais poderes de qualquer presidente. É o principal poder, por exemplo, do presidente norte-americano. Barack Obama não pode propor legislação formalmente: depende dos deputados de seu partido para isso. Mas Obama tem a prerrogativa de vetar, parcial ou totalmente, projetos aprovados pelos deputados e senadores.

Nossa presidente é, no papel, muito mais forte. Dilma pode editar medidas provisórias, propor leis orçamentárias e de outros tipos, além de vetar leis aprovadas pelo Congresso. Não é estranho, no entanto, que o governo esteja articulando, para hoje, a falta de quórum para tratar da derrubada de 31 vetos presidenciais. O risco de perder se os vetos forem votados é enorme!

O que é “derrubar um veto”? Trata-se de organizar uma maioria absoluta de deputados e senadores (257 deputados, 41 senadores), em sessão conjunta, para reverter uma decisão presidencial. É coisa rara tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil – exceto em governos fraquíssimos, como o de José Sarney, que teve 12 de seus 38 vetos rejeitados pelo Congresso. FHC, em dois mandatos, sofreu a derrubada de apenas um dos 100 vetos que realizou. Lula também teve pouquíssimos vetos derrubados.

Nos Estados Unidos, menos de 5% dos vetos presidenciais são rejeitados pelos congressistas. Lá o quórum para derrubar um veto é dois terços dos senadores e deputados federais.

O mais interessante sobre vetos presidenciais é que eles não precisam ser usados para serem eficazes. Basta o presidente ameaçar vetar uma proposta que ela pode a ser modificada antes de aprovada pelos parlamentares. Isso ocorre com frequência nos Estados Unidos e foi bem estudado por Charles Cameron.

Três situações podem resultar desse processo de barganha: i) o Congresso aquiesce e desiste de fazer novas modificações à lei para que o presidente não a vete; ii) o presidente concorda com o Congresso e aceita uma de suas ofertas legislativas ou iii) o Congresso discorda do veto presidencial e tenta derrubá-lo.

Essa última opção tende a ser mais comum quanto menos recursos para governar o presidente dispõe – ou quanto menos organizado ele for para distribui-los entre os partidos da base governista.

Não é preciso gastar mais tinta dizendo quão frágeis são as coalizões do governo Dilma, especialmente em seu segundo mandato. Esses nove meses têm sido janistas. A possibilidade real de parlamentares derrubarem os vetos da presidente a projetos que implicam custos de R$ 127 bilhões até 2019 é assustadora. E mostra como presidentes fortes, “de jure”, precisam de habilidade gerencial mínima para serem “de facto”.

(Entre em contato pelo meu site pessoal, Facebook e Twitter)

NOTÍCIA DO ZÉ DAS MEDALHAS- Marin negocia fiança de R$ 40 mi para aguardar julgamento em prisão domicilia

DIÁRIO DA POLENTA- Justiça italiana aprova extradição de Pizzolato

Condenado a 12 anos e sete meses de prisão no mensalão, ex-diretor do BB fugiu do país em 2013.

Frase do dia

A própria Argentina, país natal do Papa Francisco, já foi um dia uma das principais economias do mundo, antes que fosse arruinada pelo tipo de ideologia que ele agora tem promovido ao redor do mundo.  Thomas Sowell

Universidades ou campos de concentração? Por Instituto Liberal

Créditos: Reaçonaria
Texto de REGINALDO RIBEIRO  CABRAL

O desenrolar da história nos mostra eventos de segregação e intolerância extremamente penosos e reprováveis.  Sejam sob qualquer espectro político, os extremismos, radicalismos, devem ser criticados. Infanticidios, genocídios, apartheid, foram faces cruéis da história mundial. Um “mundo exclusivista”, sempre foi o anseio de mentalidades revolucionárias e extremistas. A construção do “paraíso terrestre” é uma “utopia adorável” aos que defendem essa linha de pensamento.As universidades federais brasileiras, oásis de inutilidades onde se precipitam e se cristalizam os rumores e os gestos do útil, mesmo em período em que reina a liberdade de expressão, caracterizam-se, em sua grande maioria, em ambientes de segregação ideológica.
A fuga do quadro político caracterizado pela “esquerda”, após o revés de 1964, criou, embalados pelo gramscismo, uma hegemonia de pensamento, em sua maioria, esquerdopata, dominando as estruturas (diretórios Acadêmicos, sindicatos) das universidades, uniformizando os discursos e cristalizando verdades. Pensar fora da vulgata marxista é, antes de tudo, uma atitude de coragem, já que não é fácil sofrer uma pressão de “censura indireta” às suas convicções, além de ser rotulado como o “reaça”, ou conservador, como se ser conservador fosse algo de que se envergonhar. Aliás, o conservadorismo, em sua base teórica, é quase que totalmente desconhecido dos reprodutores ideológicos. Discordar das “verdades absolutas marxistas”, é um pecado mortal, pois os monopolistas da virtude (seguidores da esquerda), que na teoria exaltam todos os direitos de minorias e diferenças, na prática não toleram qualquer aspecto contraditório, pois isso seria admitir sua falência e fragilidade moral ou intelectual.
Emfim, calouros, bem vindos ao campo de concentração de ideias.
* Reginaldo Ribeiro Cabral é professor de História e estudante de Ciências Sociais da UFPE. 

O Dragão está crescendo e engordando- Inflação atinge 7,78% em 2015, segundo prévia

Foguete da Nasa- Dólar ultrapassa os R$ 4 e atinge a maior cotação da história

Notícias do paraíso socialista- DELEGADOS FEDERAIS VÃO PARAR AMANHÃ

Escapamos

Nas comemorações de 1° de Maio uma coluna de velhinhos desfila levando um grande cartaz: "Obrigado ao camarada Stalin pela nossa feliz infância!". Alguém à paisana se aproxima deles e grita:

-- Que brincadeira é essa? Quando vocês eram crianças Stalin nem tinha nascido!

-- Mas é por isso que estamos agradecendo!

PMDB se recusa a indicar novos ministros a Dilma

Estou indo embora para um lugar todinho meu...

De 30 nações, Brasil oferece o menor retorno dos impostos ao cidadão


De 30 nações, Brasil oferece o menor retorno dos impostos ao cidadão

Com CPMF, país terá 93 tributos em vigor
POR JOÃO SORIMA NETO, O GLOBO
Impostos (Foto: O Globo)

O brasileiro que toma um cafezinho na padaria paga 16,5% de imposto sobre o pó de café, mais 30,6% sobre o açúcar, sem falar nos 37,8% de taxas que incidem na água. Muita gente nem se dá conta, mas o país vive sob uma montanha de impostos. Se a CPMF ressuscitar no Congresso, como deseja o governo, serão 93 tributos em vigor, considerando impostos, taxas e contribuições, de acordo com levantamento do site Portal Tributário. Segundo Roberto Haddad, sócio da consultoria KPMG, não se tem notícia de um país com número tão grande de tributos diferentes.
— O Brasil é o país com a maior quantidade de taxas e impostos diferentes do mundo. É difícil explicar esse sistema tributário a uma empresa estrangeira que quer se instalar no país. Fazemos um guia de impostos, mas ele dura em média dois anos porque as coisas mudam sempre — diz Haddad.
Há países com carga tributária ainda maior do que a brasileira, de 35,42% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo cálculo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), mas a diferença é que o retorno em bem-estar a seus cidadãos é muito superior ao oferecido no Brasil.

PMDB diz não a Dilma e se distancia mais do governo

Ricardo Noblat
Dilma já teve pelo menos 12 anos para aprender como fazer política e lidar com políticos – oito ao lado de Lula e os quatro mais recentes depois de tê-lo sucedido.
Desperdiçou o tempo. Se é que tentou aproveitá-lo para aprender alguma coisa.
Há mais de um mês que anunciou para o final de setembro a reforma administrativa do governo. Leia-se: a extinção de ministérios, a fusão de órgãos públicos e o corte de cargos.
Conversou a respeito com um número reduzido de auxiliares. Não consultou os partidos. Deixou para ouvir o mais importante deles, o PMDB, às vésperas de viajar aos Estados Unidos.
Resultado: o PMDB deu-lhe um fora. Por meio dos seus três principais líderes – o vice-presidente da República e os presidentes do Senado e da Câmara – o partido recusou-se a discutir o assunto.
Disse-lhe Michel Temer que o PMDB não será empecilho para a reforma. Foi a maneira elegante que encontrou de informar: vire-se sem a nossa ajuda.
Então a luz vermelha acendeu no terceiro andar do Palácio do Planalto. É ali que funciona o gabinete do presidente da República.
Dilma pediu socorro ao governador do Rio de Janeiro, um cidadão simpático, mas que não manda, sequer, no PMDB carioca. Pediu socorro aos líderes do PMDB na Câmara e no Senado.
O da Câmara chegou por lá outro dia. Deve o cargo de líder a Eduardo Cunha, presidente da Câmara.
O líder do Senado deve a Dilma o emprego do genro. Por mais boa vontade que tenha com ela, não tem força para trombar com Renan Calheiros, presidente do Senado.
Pela segunda vez seguida, Dilma se imaginou mais esperta do que todos esses políticos experientes.
Mandou para o Congresso um orçamento deficitário. Queria comprometer o Congresso com uma solução para o rombo. O Congresso não caiu na armadilha.
Agora, usou a ideia da reforma administrativa para comprometer os partidos que apoiam o governo com a defesa do seu mandato. Estava disposta a fatiar o governo com os que lhe jurassem fidelidade.
O PMDB não quis beijar a cruz. Avançou mais uma casa na direção do rompimento com ela. 
Michel Temer e Dilma Rousseff (Foto: AFP)Michel Temer e Dilma Rousseff (Foto: AFP)

Sem conversão

“Não queiram me converter. Sou um pecador crônico.” (Climério)

Do Baú do Janer- sexta-feira, agosto 29, 2014 BRASIL NÃO MERECE SEQUER UMA LÁGRIMA *

Domingo que vem é meu dia de protesto cívico. Como faço há já vinte anos, não vou votar. Há quem defenda a idéia de votar no candidato menos pior. Discordo. Menos pior também é pior. Sem falar que me parece absurdo, em regime democrático, ser obrigado a votar. Em todo o Primeiro Mundo, o voto é facultativo. Só nesta América Latina, que vai a reboque da História, é obrigatório.

Obrigatório em termos. Você sempre pode anular seu voto. Mas tem de comparecer às urnas. É o que tenho feito de 1990 para cá. Meu título continua em Florianópolis. No domingo, perto de meio-dia, vou justificar a ausência de meu domicílio eleitoral. E depois vou para meu boteco, aperitivar. Hoje, em São Paulo, pode-se beber em dia de eleições. Quando não se podia, meu garçom me servia um uísque e punha ao lado do copo uma garrafa de guaraná.

Não quero ser radical. Mas diria que qualquer pessoa de bom senso não pode votar nestas eleições. De um lado, a candidata preferencial é uma ex-guerrilheira que participou de um grupo terrorista e até hoje se orgulha disto. O segundo colocado não pode sequer acusá-la de terrorista, pois militou em outro grupo terrorista. Os três candidatos mais cotados são todos de extração marxista. Vinte anos após a queda do Muro de Berlim e do desmoronamento da União Soviética, no Brasil o fundo do ar ainda é vermelho.

O mais patético – para não dizer pateta – dos candidatos é sem dúvida José Serra. Não ousa dizer uma palavrinha contra seu adversário, o patrocinador de Dilma Rousseff. Pelo contrário, o colocou em sua campanha eleitoral. Ao dar-se conta que isto era um tiro no pé, retirou-o de sua publicidade. Mas acabou fazendo pior. Mais adiante, alertou o eleitorado: se vocês querem Lula em 2014, têm de eleger-me agora. Se Dilma vencer, Lula não emplaca. Traduzindo em bom português, o que disse Serra? Disse que sem ele seu adversário não será eleito. Com oposição assim, o PT não precisa de base aliada.

Os políticos viraram bonecos de ventríloquo. Quem fala é o marqueteiro. O candidato repete. Mais ainda: para cúmulo do ridículo, o PSDB contratou para fazer sua campanha um guru indiano sediado nos Estados Unidos. A dez mil dólares por dia. Pode? Recorrer aos serviços de um vigarista estrangeiro para conduzir uma campanha eleitoral? Edir Macedo faria melhor. Ao constatar a mancada, os tucanos mandaram o guru de volta aos States. Teria sido mais barato enviar o Serra para fazer meditação transcendental em um ashram em Poona.

Os tucanos têm em mãos farto material para desmoralizar o PT. Desde o mensalão, dólares na cueca, o assassinato de Celso Daniel, os escândalos da Casa Civil, desde Zé Dirceu a Erenice, os cinco milhões de reais dados de mão beijada a Lulinha, e por aí vai. Não usaram esta munição. Serra, já que vai perder, podia ao menos perder com dignidade. Vai morrer humilhado.

Marina da Silva, sem comentários. Lanterninha, insiste no discurso surrado de meio-ambiente, cultua também Lula e põe-se em cima do muro ante qualquer questão polêmica. É boa alternativa para os petistas que admitem existir corrupção no governo do PT. Votam na morena Marina no primeiro turno e no segundo voltam ao redil. 

Almas ingênuas ainda acreditam numa virada. Recebo não poucos e-mails de coronéis de pijama que ainda acreditam em milagre. Coronel, quando veste pijama, vira valente. Quando na ativa, é cachorro que enfia o rabo entre as pernas com medo da voz do dono. Outro que alimenta esperanças é o recórter chapa-branca tucanopapista hidrófobo da Veja. Que tenha suas preferências políticas, vá lá. Que acredite que o PSDB possa levar é ingenuidade atroz. Ou subserviência de jornalista vil. A última chance de Serra seria uma recidiva de linfoma. Mas estamos a uma semana das eleições e a recidiva não ocorreu. Se ocorrer mais tarde, será tarde demais.

Dona Dilma está com todas as chances de ganhar no primeiro turno. Serra que se dê por feliz se não levar capote. Quando um candidato deposita suas esperanças em chegar ao segundo turno, como faz o tucano, é porque já deu as eleições por perdidas. Pior ainda: antes mesmo do primeiro turno, Serra está lançando sua candidatura à Prefeitura de São Paulo. Como pode um eleitor votar em um candidato que já pensa em receber um docinho pela derrota? Pelo jeito, Serra ainda não percebeu que estas eleições significam seu enterro político.

Dias piores esperam o Brasil. Nada de melhor se pode esperar de uma terrorista – que eu saiba, a candidata ainda não se penitenciou de seu passado – dominada pela atrabilis e mandonismo. E que consegue falar um pior português que o Supremo Apedeuta. País inacreditável, este nosso: pelo jeito ainda sentiremos saudades de Lula.

De minha parte, tanto faz como tanto fez. Desde há muito não deposito esperança nenhuma neste Brasil. Quando um presidente que acoberta crimes durante dois mandatos tem ainda 80% de aprovação do eleitorado, nada mais se pode fazer. Lasciate ogni speranza voi che entrate! 

Vou cuidar de meu jardim. Tratar de bem viver os dias que me restam. O Brasil que se lixe. Povinho que elege Lula ou Dilma não merece sequer uma lágrima. 

* 27/09/2010

Juízo final

“Não me falem no absurdo de existir julgamento no tal juízo final. Julgar como se todos largassem na corrida da vida nas mesmas condições. Que balela!” (Limão)

O nível deles

“Não existe político bom por aqui. Temos apenas alguns mais ou menos.” (Ava Hiana)

Certezas imutáveis

“Não existe nada pior do que o ignorante com "certezas" imutáveis. ”(Janer Cristaldo)

Teori Zavascki tal qual o conhecemos

Teori Zavascki está destruindo a Lava Jato. Ontem o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima avisou que a manobra do ministro do STF de desmembrar o processo "pode significar o fim da Lava Jato tal qual a conhecemos". Teori Zavascki animou-se. Além de recusar o inquérito contra Gleisi Hoffmann, agora ele decidiu recusar também, segundo a Folha de S. Paulo, todos os inquéritos relacionados com o Eletrolão, como se corruptos e corruptores não fossem exatamente os mesmos do Petrolão.

O Antagonista

Comunismo fornecedor

“Aqui o partido comunista nos fornece tudo: A fome, a falta de liberdade política, a cadeia para dissidentes, mentiras sobre os EUA etc.” (Cubaninho)

Fazer o diabo

“Tudo é válido quando usado para que eu vença, menos quando esse tudo é usado contra mim.”

ATÉ TU, MARCO AURÉLIO?

Falam mal de Dilma até nos corredores do Planalto. Há dias, o aspone para assuntos internacionais aleatórios, Marco Aurélio Top-Top Garcia, chocou um interlocutor com o seguinte veneno: “A Dilma comprou uma Cartilha dos Burros e está lendo e cumprindo todos os preceitos”.

PRISÃO DE LOBISTA DEIXA CÚPULA DO PMDB INSONE

A prisão do lobista João Augusto Rezende Henriques, no Rio, confirma a advertência da 19ª fase da Lava Jato, batizada de “Nessun dorma” (“ninguém durma”, em português). Essa prisão fecha o cerco à direção do PMDB, já atônita com a delação premiada de outro lobista, Fernando Baiano. Ambos têm o poder de implodir a cúpula do PMDB, para a qual trabalhavam, caso confessem tudo o que sabem e fizeram.

Cláudio Humberto