sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Cansei dos brasileiros que não tentam buscar informações em diversas fontes, que engolem o pronto. O bicho irá pegar eles também.

“Hoje errei o pulo. Quis trocar de cachorro e acabei caindo dentro de um balde com água sanitária. Queimei meu rabo.” (Pulga Lurdes)

“Não vejo mais novelas. Sinto que o meu cérebro está definhando.” (Bilu Cão)

“O celular faz bem para nós leões. Os humanos ficam de papo aqui na savana, se distraem e nós papamos eles.” (Leão Bob)

“Minha dona anda neurótica. Como faz falta um terreno sujo e uma boa enxada.” (Bilu Cão)

“Durmo tranquilo como um anjo, não faço barulho durante o sono, salvo soltar alguns gases.” (Bilu Cão)

“Sou um cão de guarda. Guarda-cama quente e fofa para o Bilu.” (Bilu Cão)

“Churrasco. Ouço falar, mas nunca provei. Também pudera, o preço do carvão anda pela hora da morte.” (Leão Bob)

“A felicidade é um troféu que troca de mãos.” (Filosofeno)

“Brasileiro feliz? Ninguém é sinceramente feliz lidando com tantos impostos e ladrões. Só mesmo um alienado.” (Mim)

“Vivemos num país injusto. O maior crime do sucesso é afrontar os frustrados que sempre viveram do estado ou de seus tentáculos. O sucesso é um tapa na cara. Só resta aos medíocres socialistas unir-se contra quem sabe fazer bem feito.” (Eriatlov)

IMB- Estatolatria - esse grande mal que nos rodeia pode ser derrotado

Há alguns dias, recebi um email de um leitor que me perguntava sobre algo com que todos nós já tivemos de lidar.  Eis um trecho:
A coisa fica meio depressiva às vezes.  Há momentos em que me sinto meio rancoroso, e há momentos que simplesmente fico totalmente irritado com o fato de que são pouquíssimas as pessoas que entendem ou se importam com economia e/ou filosofia, quando ambas são extremamente importantes.
Sou totalmente solidário com o sentimento deste leitor, obviamente, dado que eu mesmo já me senti exatamente assim várias vezes.  No entanto, como eu sempre digo, o segredo está na perspectiva.  Todos nós já reclamamos daquelas pessoas que "simplesmente não entendem o problema"; porém, o real problema é que somos nós que realmente ainda não entendemos o problema.
Temos subestimado completamente o tipo de luta em que estamos.  Pensamos que ela se resumia apenas a economia e política; só que é muito mais do que isso.  A nossa verdadeira batalha é contra a idolatria.  Se inicialmente isso não faz sentido para você, não o culpo; apenas permita-me explicar melhor essa minha conclusão.
Toda e qualquer idolatria possui a mesma e única raiz
Todos nós já ouvimos slogans como este:
Por que não deveríamos tributar o dinheiro de um milionário que não precisa dele e utilizar esse dinheiro para alimentar uma criança faminta?
Após isso, é praticamente impossível oferecer qualquer contra-argumentação sem que sejamos tachados de insensíveis.  E há um bom motivo para isso: o slogan carrega uma espécie de "monopólio moral" que é manipulador e fraudulento.  Idólatra, na verdade.
Esse argumento parte da implícita suposição de que o estado está além do questionável, e que qualquer falha tem de ser atribuída a algum outro ente.  Se há pobres e crianças famintas, então jamais pode o estado ser o culpado por isso.  Tal tipo de pensamento é simplesmente inconcebível para essas pessoas.
Arraigada neste tipo de pergunta (e na mentalidade das pessoas que fazem esse tipo de pergunta) está a total e inabalada certeza de que o estado sempre funciona como o agente do bem.
Isso é idolatria, e está no mesmo nível de povos antigos que adoravam deuses urbanos ou de pessoas medievais que consideravam sua Santa Igreja acima de todo e qualquer questionamento.  Da mesma maneira, estados e governos são ídolos para as pessoas modernas.  A linha de pensamento é idêntica; a única coisa que muda são os nomes dos ídolos — as entidades que recebem o benefício da dúvida continuamente.
O estado, nosso ídolo moderno, rouba quase metade de tudo aquilo que um trabalhador ganha.  Isso significa que as pessoas são explicitamente espoliadas pelo simples fato de estarem fazendo a coisa certa (trabalhando).  Mas não há qualquer compaixão por elas.
E por que não há compaixão por essas pessoas?  Porque é o estado quem as está despojando, e o estado jamais pode ser condenado.  Afinal, ele só pode ser um agente do bem!
No final, tudo realmente se resume a isso:
Qualquer coisa que você aprecie mais elevadamente do que a realidade é o seu deus.
Em nossa atualidade, a coisa que é estimada acima da realidade é o estado.  As pessoas podem até criticar alguns de seus aspectos ou alguns de seus integrantes, mas o estado como um todo, como uma entidade, é algo que só é questionado por pessoas malucas e perigosas.  Em outras palavras, por hereges.
Essa entidade contra a qual lutamos é diferente daquele dogma que mantinha as mentes medievais acorrentadas.  A batalha é muito pior agora.
Nossos inimigos entenderam melhor do que nós
Todos nós já tivemos de lidar com pessoas que defendem tão resolutamente a necessidade da existência do atual sistema estatal, que reagem insana e virulentamente ao ouvirem nossas ideias.  Pensávamos estar apenas falando sobre economia, mas elas reagiram como se estivéssemos tentando destruir tudo aquilo que elas mais amam.
Em outras palavras, nossos inimigos veem nossas ideias como sendo ainda mais poderosas do que nós mesmos acreditamos que sejam.  E eles estão certos; somos nós que ainda não entendemos corretamente o que temos em mãos.
Todos os governos necessariamente agem contra a vontade humana.  Se eles não forem capazes de fazer com que tenhamos vergonha de nossos desejos e juízos, então toda a justificativa para a existência de governo corre o risco de entrar em colapso.  O jogo requer que o cidadão comum se sinta inseguro e cheio de defeitos; o jogo requer que ele precise de uma babá.  Nossa mensagem simplesmente destroça toda essa fraude.
Nossos inimigos estão absolutamente corretos em nos temer e em reagir virulentamente.  E nós deveríamos começar a aceitar o fato de que nossas ideias são poderosas.
As grandes batalhas são vencidas lentamente
Alguns libertários são ansiosos e desejam ardentemente por uma "revolução", o que significa que eles querem mudanças rápidas.  Estes irão se desapontar, pois isso não ocorrerá.  As mudanças, sempre e necessariamente, são lentas.  Quem não preparar a mente e as expectativas para este fato, inevitavelmente enfrentará profundas frustrações.
Nossas ideias são grandes, e nossos inimigos já conquistaram boa parte da mente de nossos amigos, familiares e vizinhos.  Isso significa que a maioria deles não irá mudar de ideia da noite para o dia.  É assim que a coisa funciona, por mais doloroso que seja admitir.  Tudo será muito lento.
Porém, nesta lenta batalha, temos a carta na manga, que é o poder das ideias, e nossa estratégia vencedora é trabalhar duro e perseverar.  Esqueça a possibilidade de vitórias rápidas; isso sempre foi uma ilusão.  É necessário construir, e continuar construindo.
O que fazer
A seguir, algumas sugestões específicas para lidar com as pessoas:
  • Em vez de utilizar palavras, mostre às pessoas o que você já alcançou; ou dê exemplos práticos de terceiros.
  • Dê às pessoas tempo para pensar melhor suas ideias.  Plante a semente, dê um tempo, e retome o assunto apenas algum tempo depois.
  • Não entre em brigas.  Se você cair em uma emboscada, simplesmente diga ao inimigo que você não aceitará tais táticas.  E então saia.
  • As pessoas mais próximas de você são suas amigas por algum bom motivo.  Seja paciente e dê tempo a elas.
  • Lembre-se de que a maioria das pessoas está sempre confusa e insegura.  Ofereça a elas coisas que ajudem, e não coisas que prejudiquem.
  • Encontre outras pessoas que compartilhem ao menos algumas de suas perspectivas, e então trabalhe com elas.  Se não houver ninguém assim ao seu redor, entre em algum grupo de internet.
Continue plantando sementes e regando-as sempre que possível.  Para nós, a perseverança é o caminho para a vitória.

Paul Rosenberg é o presidente da Cryptohippie USA, uma empresa pioneira em fornecer tecnologias que protegem a privacidade na internet.  Ele é o editor FreemansPerspective.com, um site dedicado à liberdade econômica, à independência pessoal e à privacidade individual.

“Eu tinha muitas virtudes. Perdi todas no jogo.” (Mim)

“Estar só não é o mesmo que estar sozinho. Uma mente cheia de planos é companhia que espanta o tédio e toda solidão que possa existir no ambiente.” (Filosofeno)

Como diria Padre Quevedo falando sobre nulidade: "Dilma, usted non ecziste!"

“Governar um país é bem complexo que apenas pastar e mugir.” (Eriatlov)

Chico Melancia na escola

Chico Melancia na 4ª série primária

Professora: “Chico, a igreja é importante para você?”
Resposta: “Se é. Sempre que saio do campinho, faço xixi atrás dela.”

Cardume de Tontos

Todos os dias
Lá vão eles
Os pescadores de almas
No lago da ignorância
Para jogar suas redes de lábia
Arrebanhando cardume de tontos
Adoradores do invisível
Enquanto isso
O esperto-safado mor
Constrói seus castelos.

Pobre saudável tem é que trabalhar e não viver de bolsa-assistência- Arriba a bunda Brasil!

Os burros eu perdoo. Não perdoo Kátia Abreu. Ainda penará nas mãos dos comunas. Quem viver, verá.

Instituto Liberal- O PT estimulou a secessão

O PT estimulou a secessão

politicamente-correto
Durante a campanha eleitoral, o Partido dos Trabalhadores fez de tudo para separar os brasileiros. Foi o famoso dividir para conquistar. Com isso, conseguiram colocar Nordeste contra Sul e Sudeste. Uma das estratégias mais sórdidas que já havia visto em toda a minha vida. Pois bem. Eles conseguiram, e, agora, com grande desfaçatez, a Presidente faz um discurso de união.
Não, Presidente! Os atos têm consequências. Vocês promoveram a cizânia e o ódio, usando isso – irresponsavelmente – para ganhar uma eleição e se perpetuar no poder. Agora, aguentem o barulho. O início do caminho para a secessão foi dado por vocês, e, infelizmente, isso não vai parar da noite para o dia com um discurso bonitinho e “amável”.
As engrenagens da divisão estão em plena operação e só irão parar com muita ação real (palavras são inúteis). Sinto lhes dizer, mas vocês foram longe demais. Com o caos na economia, a má gestão, os mandos e desmandos, além da promoção do ódio. Esse cenário, infelizmente, estimula o sentimento de secessão por todo o país. O PT fez os brasileiros desunidos.
Não me assustará uma debandada para o exterior, em um processo de fuga do empresariado (quem sobrará para pagar a conta?). Não me assustará, também, um crescimento do ódio entre os brasileiros. Vocês (PT) abriram a “Caixa de Pandora”. Duvido que consigam fechá-la.
Brincaram com um fogo extremamente perigoso que pode lamber todo nosso o país, com labaredas trágicas. É uma lástima que por 12 anos esse governo tenha pensado exclusivamente no poder pelo poder. É uma lástima que os brasileiros (classe média e pobres) acabem pagando o pato.
Espero que não ocorra. Mas, se ocorrer, o PT será o responsável direto pela secessão. O país está sendo movido por ódio, raiva e preconceito. Os nordestinos não têm culpa da situação, assim como todos os demais, que caíram no canto da sereia.
Em uma reflexão recente, começo a imaginar que a vitória de Fernando Collor contra Lula foi a pior desgraça que acometeu o Brasil. Na situação inversa, o festival de lambanças seria tão grande que o PT acabaria como um nada político. Mas, pegou a casa arrumada por FHC e utilizou isso muito bem para desenvolver seu projeto de poder. Uma pena, uma pena…
PS.: Não sou a favor da secessão, apenas me sinto obrigado a expor a minha opinião sobre as consequências da campanha petista.

A quebra da responsabilidade fiscal e a imagem do Brasil

A quebra da responsabilidade fiscal e a imagem do Brasil

carteiravazia
Em virtude da ressaca eleitoral, uma notícia de segunda-feira acabou passando despercebida pela maioria dos analistas políticos e econômicos do país. O Governo tem pronta uma daquelas propostas que deixaria qualquer estrangeiro achando que este país não é sério.
Todo ano o Governo é obrigado a poupar, dentro do seu orçamento anual, uma boa parte da sua receita para o pagamento de sua dívida, que foi contraída em virtude de gastos públicos exagerados, seja na construção de obras públicas, para pagamento dos servidores ou na forma de todo tipo de incentivo para grupos de pressão politicamente organizados.
Essa quantia a ser poupada encontra-se contida em uma lei orçamentária chamada LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que é a lei que dá os parâmetros da lei orçamentária verdadeira a ser aplicada para o ano seguinte. Essa exigência de poupança, chamada superávit primário, tem base em outra lei: a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Como o Governo atual é extremamente irresponsável com as contas públicas nacionais, ele está descumprindo a lei que exige essa poupança, que hoje equivale a 116 bilhões de reais. Estamos entrando em novembro e só foi possível (ou querido) poupar 1,3% do necessário, o que significa que será impossível ele conseguir poupar os 98,7% restantes, fazendo com que nossa dívida pública cresça ainda mais, empobrecendo o país em médio e longo prazo.
Para tentar driblar essa exigência legal, passou a se adotar uma série de medidas que disfarçariam essa poupança. É o que o mercado convencionou chamar de “contabilidade criativa”. O Governo usa recursos não regulares (por exemplo, multas tributárias, dinheiro de venda de campos de petróleo, etc) como se fosse poupança governamental regular, o que demonstra ser um paliativo apenas para este momento, e não uma responsabilidade de longo prazo. A medida não foi minimamente suficiente.
Com isso, o Governo passou para outra abordagem, que foi passar uma lei dizendo que desonerações tributárias e investimentos no PAC deveriam ser abatidos desse superávit primário, mesmo com esses investimentos não servindo para quitar as dívidas públicas.
Ainda assim tivemos a falta de 49 bilhões de reais a serem poupados, meta que os técnicos públicos já avisaram que não será possível atingir nem de perto.
A solução foi a mais assustadora possível: se a lei está ruim, muda-se a lei. O Governo vai tentar mudar a lei para não sofrer nenhuma represália institucional, deteriorando ainda mais a imagem do país. Já é concreta a possibilidade da nota de investimento do país cair, afinal, o país não está poupando o suficiente para honrar com seus compromissos. Na prática, essa queda da nota gerará juros mais altos para o refinanciamento da dívida e, numa bola de neve do sistema, até mesmo o crédito para o consumidor provavelmente ficará mais caro.
A conta da gastança em ano eleitoral começa a ser paga agora.

“Grande parte da Católica Apostólica Romana é constituída de ogros vermelhos. E eles atacam quem a sustenta. Está na hora de reagir. Cortar o financiamento via dízimo e outras contribuições.” (Eriatlov)

“Chegou o tempo da desgraça. Quadrúpedes nos governam e fazem leis.” (Eriatlov)

Yoani Sánchez- Alquimia e mentira

Alquimia e mentira

"El Alquimista" óleo de  Mattheus van Hellemont
Vivemos numa sociedade de alquimistas. Não transformam o ferro em ouro, porém são hábeis em substituir ingredientes e adulterar quase tudo. Sua meta é enganar qualquer cliente ou roubar-lhe do mesmo modo. Para consegui-lo desvendam até a tabela periódica de Mendeleyev em busca  de elementos que possam ser substituídos por outros mais baratos.
Algumas destas fórmulas engenhosas mereceriam um anti Nobel de Química, especialmente pelos efeitos negativos para a saúde que chegam a causar. Como é o caso de uma difundida receita para fazer molho de tomate que inclui beterraba e batata doce fervidas, especiarias, maisena e corante vermelho para o cabelo. Quando algum observador curioso pergunta: e o tomate? Os inventores respondem quase como uma repreensão: “não, não leva tomate”.
Desse modo as ruas estão cheias de tubos de cola que quando espremidos só contem ar. Vidros de shampoo misturado com detergente de lavar roupa. Sabões com raspadores de plástico misturados na fábrica por empregados que revendem a matéria prima. Garrafas de rum saídas de produções clandestinas com álcool de hospital e açúcar queimado para simular boa qualidade. Água engarrafada enchida em alguma torneira e posta à venda nas prateleiras de tantos mercados.
Nem falar sobre as imitações de tabacos Cohiba e outras marcas vendidas aos ingênuos turistas como se fossem autênticos. Nada é o que parece. Uma boa parte da população aceita estas fraudes e sente certa solidariedade com o trambiqueiro. “De alguma coisa esta gente tem que viver”, justificam o “arranca couro”, inclusive os mais prejudicados.
Dentro da longa lista do falsificado o pão do racionamento ocupa o primeiro lugar. Trata-se do produto mais adulterado da nossa cesta básica, cuja fórmula se extraviou faz décadas por culpa da estandardização e do desvio de recursos.
Nas padarias os “alquimistas” alcançam níveis de verdadeira genialidade. Acrescentam quantidades enormes de fermento para que a massa cresça desmesuradamente e se obtenha este “pão de ar” que nos deixa com as gengivas doloridas e o estômago por saciar. Nem falar em substituir a farinha de assar por outra usada na fabricação de massas e macarrão. Com esse procedimento algo duro, seco e sem nenhum aroma termina em nossa boca. Melhor não olhar antes de comê-lo porque a aparência é pior do que o sabor.
Se Paracelso ressuscitasse teria que vir a esta Ilha, Aprenderia tanto!
Tradução por Humberto Sisley

“Carrego comigo abafador de ruídos. Serve para evitar ouvir tolices e ficar irritado.” (Mim)

“Quando faz silêncio é o momento de nos ouvirmos.” (Filosofeno)

Do Baú do Janer Cristaldo- Senador Penetra- Domingo, dezembro 30, 2007

SENADOR-PENETRA



É espantoso como determinadas pessoas se atribuem - ou a elas são atribuídos - episódios curiosos. Renato Lessa escreve hoje no Estadão:

“Não sei se lenda ou peça de folclore político. Conta-se que décadas atrás o atual senador Marco Maciel se viu envolvido, em visita oficial à China, em um diálogo trepidante com Deng Xiaoping. Nosso senador - exemplo raro de gentileza na vida pública - teria perguntado ao líder chinês: “O que pensam vocês da Revolução Francesa?” A resposta, nessa improvável conversa, é reveladora da relatividade das distâncias temporais. O camarada Deng teria dito não haver ainda, na altura, opinião formada entre seus súditos sobre o evento, dado o caráter recente do mesmo. O que, afinal, significa um par de séculos, diante de uma história contada pela métrica dos milênios?”

Improvável conversa mesmo. Nada a ver com Marco Maciel, que entra na história de penetra. Essa anedota, eu a ouvi nos anos 70, em Estocolmo. O interlocutor de Deng Xiaoping teria sido um diplomata sueco. E a resposta do chinês teria sido mais breve, como convém a uma história bem contada:

- Estamos observando.

“Estamos formando uma geração de encabulados para o trabalho. Já para vadiar, roubar e se drogar, toda hora é hora.” (Pócrates, o filósofo dos pés sujos)

“Somente um homem livre pode escolher entre o abismo ou o azul do céu. No comunismo a única opção é conformar-se com a mediocridade dos iguais.” (Eriatlov)

Poeminha- Justo

Mentes estranhas que navegam no nada
Braços abertos para o firmamento
Esperando cair manjares de sultões
E tesouros intocados pelo suor
Do azul dia do céu
Dos confins das galáxias na noite
Minha mente se recusa
A participar desta torpeza
Pois o que tomo sem esforço para mim
Amanhã fará falta a outrem.

“Minha tia Bete não andava bem, falava coisas estranhas. Foram ver ela tinha outro por dentro.” (Chico Melancia)

“O poste infelizmente irá continuar lá. Sem luz, mas lá, atrapalhando o caminho.” (Mim)

“A história se repete sim, ao nosso lado, porém os parvos martelam os próprios dedos pensando estar amassando bifes.” (Mim)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

IMB- Por que é importante um país ter uma economia aberta

Houve uma época em que o povo da Índia tinha de entrar em uma lista de espera para conseguir comprar o carroAmbassador, que era fabricado pelaHindustan Motors e que era uma mera e óbvia cópia do sedã britânico Morris Oxford de algumas décadas anteriores. 
O motivo para essa lista de espera era simples: o governo indiano não permitia a importação de carros estrangeiros, pois queria evitar a concorrência e, com isso, "proteger e estimular" a indústria nacional.
O fato de que o Ambassador era uma mera cópia não é nenhum motivo de condenação.  A primeira câmera Nikon era uma óbvia cópia de uma câmera alemã chamada Contax, e a primeira Canon era uma óbvia cópia da também alemã Leica.  A diferença é que, ao longo dos anos, Nikons e Canons foram se aperfeiçoando até se tornarem o estado da arte, tanto durante a era do filme quanto na atual era digital.
O mesmo não ocorreu com o Ambassador.  O carro se tornou famoso por sua péssima dirigibilidade, pelo seu baixo desempenho e pelo seu pobre acabamento.  Porém, dado que ele era a única opção em toda a Índia, as pessoas não tinham alternativa a não ser entrar em uma lista de espera que durava meses — em alguns casos, anos.
Em comparação, Nikon e Canon já surgiram sendo reconhecidas como produtos de qualidade, e foram melhorando ainda mais à medida que as empresas que as produziam iam adquirindo mais prática e mais experiência.  Operando em um mercado internacional altamente competitivo e exigente, elas não tinham escolha: ou se aperfeiçoavam ou desapareciam.
Por outro lado, o Hindustan Ambassador não tinha esse problema da concorrência, pois ele usufruía uma total reserva de mercado imposta pelo governo.  Quem tinha problemas era quem comprava um Ambassador.
No final do século XX, a Índia começou a flexibilizar algumas de suas rígidas regras e regulações que vinham estrangulando as empresas indianas.  Embora a Índia ainda esteja bem longe de um livre mercado, o simples fato de relaxar algumas de suas restrições econômicas foi o suficiente para promover uma alta taxa de crescimento e uma substancial redução em sua alarmante pobreza.
O governo indiano até mesmo permitiu que uma fábrica automotiva japonesa se instalasse na Índia e fabricasse ali seus carros.  Isso resultou em um carro chamado Maruti, cujas vendas rapidamente dispararam e levaram o carro ao topo da lista dos mais vendidos, fazendo com que ele se tornasse o carro mais popular da Índia.  Mas o evento mais notável foi este: a concorrência do Maruti levou a vários aprimoramentos no Ambassador.  Uma revista especializada britânica disse que o Ambassador agora tinha uma "aceleração perceptível".
Agora que havia concorrência, a revista britânica The Economist anunciou que "os Marutis também estão sendo aprimorados, já se antecipando à futura entrada de novos concorrentes em decorrência uma nova rodada de abertura comercial".
Talvez o último capítulo da história do Ambassador esteja sendo escrita neste momento: a Hindustan Motors anunciou recentemente que estava fechando — indefinidamente — a fábrica onde o Ambassador era construído.  De acordo com o The Wall Street Journal, "a empresa citou a baixa produtividade, 'uma crítica escassez de fundos', e uma baixa demanda por seu produto principal, o Ambassador".
Após essa pequena história, faça um rápido exercício mental: qual empresa do seu país se parece com a Hindustan Motors?
Pense em todas aquelas empresas (privadas ou estatais) que usufruem um quase-monopólio de sua área em decorrência de tarifas de importações proibitivas e de o mercado ser regulado por agências reguladoras.  Fabricantes de automóveis, empresas de telefonia, empresas aéreas, empresas de TV a cabo, empresas de eletricidade, bancos etc.  Os serviços delas são bons?
E quanto aos Correios, cujo monopólio é o mais explícito e mais protegido?
Ironicamente, a Índia privatizou parcialmente seus Correios ao permitir que empresas privadas também entregassem correspondências e outros pacotes.  Consequentemente, as entregas do correio estatal caíram de 16 bilhões para menos de 8 bilhões em apenas seis anos, ao mesmo tempo em que a população da Índia continuou crescendo a altas taxas.
Sempre será possível manter uma empresa velha, pesada e ineficiente funcionando — basta o governo despejar nela quantias ilimitadas de dinheiro confiscado dos pagadores de impostos [como ocorre com os Correios e com a Eletrobras], ou protegê-la da concorrência de estrangeiros via regulações [como ocorre com todas as outras empresas que são reguladas por agências reguladoras] ou via tarifas de importação.
A Hindustan Motors teve de fechar suas portas porque o dinheiro acabou e porque os concorrentes se mostraram superiores e mais bem preparados para atender aos desejos dos consumidores indianos.  Por quanto tempo ainda teremos de manter nossas próprias versões do Hindustan Ambassador respirando por aparelhos à custa dos pagadores de impostos e dos consumidores cativos que não têm a liberdade de decidir de quais empresas irão comprar seus produtos?
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Leia também:
Thomas Sowell , um dos mais influentes economistas americanos, é membro sênior da Hoover Institution da Universidade de Stanford.  Seu website: www.tsowell.com.

Tradução de Leandro Roque

Miniconto- Em breve choverá livros

Um agricultor caminhava pelo campo quando viu escrito na grama: “Em breve choverá livros.” Não deu bola e seguiu seu caminho. No outro dia nos céus de todas as cidades do país estava escrito: “Em breve choverá livros.” No terceiro dia quando se ligava a televisão aparecia na tela os dizeres: “Em breve choverá livros.” O povo começou a ficar preocupado. No quarto dia ouve pânico, pois todas as emissoras de rádio sofreram interferência de uma comunicação que dizia: “Em breve choverá livros.” No quinto dia novamente nos céus do país um recado um pouco maior: “Em breve choverá livros e todos terão que lê-los!” Mais pânico. No sexto dia não ouve comunicação alguma, os alienígenas então dominaram o país sem precisar lutar. Uma verdadeira baba. Um deles perguntou então ao líder: “E o povo?” – O líder respondeu: “Todos refugiados na Venezuela, Bolívia Argentina.”

Miniconto- Os velhos e a vela

O velho e velha Antiok resolveram sair de casa para visitar o grande amigo Sirtuk que estava acamado. Quando tinham dados poucos passos na rua a velha se lembrou que havia deixado a vela por apagar. Voltaram os velhos para apagar a vela e saíram. Novamente eram alguns passos porta afora e o velho disse que precisava voltar para pegar seu isqueiro. Voltaram. Sem precisar da vela o velho achou seu isqueiro. Nisso a velha percebeu que estava sem calcinha e acendeu a vela para procurá-la. O velho segurava a vela enquanto a velha procurava por sua calcinha. Achada e posta a calcinha o velho apagou a vela sem não antes tropeçar e derrubar a velha e a vela. De pé os velhos saíram deixando a vela no escuro. Mais tarde quando retornaram para casa os velhos perceberam que a porta havia ficado aberta. O velho disse que entraria sozinho por segurança, a velha ficaria na porta aguardando. O velho então entrou, mas não encontrou a vela para verificar como tudo estava. A velha ansiosa resolveu entrar para procurar pela vela também. A vela não foi encontrada, e não havia outra na casa. O caso é que a vela fora roubada, e o velho e a velha dormiram no escuro com saudade da prestimosa vela.

“Você bebe muito? Mande alguém filmar você bêbado por alguns minutos. Tenho certeza que sóbrio ao ver o filme guinará à moderação.” (Eriatlov)

“A minha mulher diz que não me elogia para não atiçar a concorrência.” (Eriatlov)

“Não é pelo tamanho das orelhas que se conhece um bom ouvinte.” (Mim)

“Não existe patudo maior que um ser que não responde a um cumprimento. Sirva o milho!” (Mim)

Horário de verão. Meu sono, minha vida. Arre!

“Existem pessoas que fogem de um sorriso como se ele fosse um mal.” (Mim)

“Sorrir ao cumprimentar alegra 99 em 100. Não será esse um que nos fará fechar a cara.” (Mim)

Poeminha- Na paz do nada

Para ter certeza absoluta de como é
Precisaria alguém ter ido e voltado
Trazendo fotos e documentos
Talvez depoimentos
Porém como nada disso há
Fico com a minha convicção
Que após a morte
Existe a eternidade na paz do nada.

DO BAÚ- VIDA EM CUBA- A urna, a maca, de Yoani Sánchez


A urna, a maca


boleta-anulada
Paredes azulejadas, uma divisória de lona verde e uma mesa metálica sobre a qual normalmente são colocadas seringas e algodão. Assim era o cubículo onde votei nesta manhã para eleger o delegado à Assembléia Municipal do Poder Popular. Situada no interior de um consultório médico que neste domingo fez às vezes de colégio eleitoral para os vizinhos da zona. “Premonitório” pensei, nada demais em ficar só com minha cédula ao lado da ampla pia onde são lavados os implementos hospitalares. “Premonitório”, porque meu país está no “coma” da abulia e da apatia, e vai precisar de uma reanimação profunda – quase uma desfibrilação – para que os cidadãos tenham real poder de decisão. Após 36 anos de criação o sistema eleitoral vigente não nos convenceu – nem uma só vez – de que representa o povo face ao poder, ao contrário, nos acostumamos com o oposto.
Sendo assim que entre o odor de formol e a perspectiva de uma maca, anulei minha cédula. Depois de anos de abstencionismo decidi por participar desta vez de uns comícios que não mudaram absolutamente nada. Nenhum dos delegados ratificados nas urnas sequer poderá influir nos temas mais candentes da nossa realidade. Tampouco sabemos o que pensam sobre as grandes problemáticas cotidianas, pois a lei eleitoral só nos permite ter acesso a sua biografia e sua foto. De maneira que hoje no meu bairro fomos convocados a optar entre dois rostos, entre dois nomes e entre dois currículos… Por esses razões vários vizinhos e amigos – sabedores da futilidade de preencher a cédula – optaram por se abster. Porém eu queria “meter o nariz”, voltar a experimentar a falta de sentido de um papel que nada decide, nada muda e nada move.
Primeiro escrevi a letra “D”. Enorme como um grito sem voz, esbocei aquela inicial de um conceito longamente ansiado: “Democracia”. E o fiz em meio a um cenário clínico que se ajustava metaforicamente a meu gesto de anulação, com a urgente intervenção demandada pelos estamentos do Poder Popular neste país. Uma profunda cirurgia, uma extirpação extensiva da docilidade da Assembléia Nacional, um eletrochoque de liberdade para que os parlamentares deixem de aprovar por unanimidade e de aplaudir o tempo todo. Vamos precisar ressuscitar, renascer como sociedade e começar a nos comportar como tal.
boleta-voto
Tradução e administração do blog em língua portuguesa por Humberto Sisley de Souza Neto

VIDA EM CUBA- De quem é o cérebro?


De quem é o cérebro ?


Foto tomada de http://globedia.com/blue-brain-project-cerebro-computarizado
Mientras el Gran Culpable
se alberga tras la sabia protección de la frente.
Defensa del miocardio inocente
Rubén Martínez Villena
Minha família reivindica para si esta mistura de neurônios reforçados pelos cuidados por ela prodigalizados quando menina. A professora que me ensinou a ler exige seu crédito por aquelas conexões que ajudaram a unir o pensamento e linguagem. Cada um dos meus amigos também poderia demandar sua parte, seu pedaço de um lóbulo ou de outro, pelos prazeres e desgostos que tem escrito sobre suas frágeis circunvoluções. Até o menino que passou, só por um segundo, frente aos meus olhos, teria direito a uma porção do meu córtex cerebral, pois sua passagem gravou uma diminuta recordação na minha memória.
Todos os livros que li, os sorvetes que tomei, os beijos dados com frieza ou paixão, os filmes que vi, o café da manhã e a gritaria dos vizinhos… A eles pertence uma porção desta massa cinzenta que carrego atrás da testa. Ao gato que ronroneia e crava as unhas, ao policial que vigia e sonha o apito, a funcionária que ajeita o uniforme militar e diz “não”, ao professor medíocre que escreve “geografia” sem acento e ao brilhante conferencista cujas palavras parecem abrir portas e janelas. A eles deveria entregar – uma a uma – minhas células corticais, já que conseguiram fazer marcas indeléveis nelas. Meus axônios teriam que ser distribuídos entre milhões de pessoas, vivas ou mortas, as que conheci ou simplesmente escutei numa nota musical ou através dos seus versos.
Bem, segundo o decreto lei 302 que também regula as viagens de profissionais ao estrangeiro, meu próprio cérebro – como ocorre com o resto dos universitários graduados – não me pertence. As pregas e os sulcos deste órgão são propriedade – segundo a nova legislação – de um sistema educacional que se ufana de sua gratuidade para depois nos cobrar com a propriedade sobre nosso intelecto. As autoridades que regulam a possibilidade de saída desta Ilha acreditam que o cidadão qualificado é um simples conglomerado de matéria encefálica “formada” pelo Estado. Porém reivindicar os direitos de uso de uma mente humana é como querer colocar portas no mar… Grilhões em cada neurônio.
Tradução e administração do blog em língua portuguesa por Humberto Sisley de Souza Neto

“Devemos perdoar os gabolas. Nem todos possuem espelhos em suas casas.” (Mim)

“Conheço um sujeito tão pra baixo que sem demora ele pisa na própria bunda.” (Mim)

“Antes ser um burro anônimo que uma cavalgadura famosa.” (Pócrates)

Mais poder, dinheiro e responsabilidade aos prefeitos

A maior parte dos impostos deveria ficar nos municípios. Os prefeitos precisam ter mais recursos, compromissos e também poder para serem cobrados quanto a saúde, segurança pública e educação até o ensino médio. Penso que deveria ser atribuição dos prefeitos cuidar disso. É preciso mudanças, não dá mais! Dinheiro vai para o poder central e não retorna o justo. Nós moramos em municípios, é neles que queremos o dinheiro dos nossos impostos sendo aplicado. Basta de depender dos governos estaduais e do poder central. Basta de via sacra para buscar recursos; que os recursos  não saiam de onde moramos! Precisamos virar este país de cabeça para baixo, mudar muita coisa, as injustiças são muitas! E se a coisa não funcionar não precisaremos ir até a capital do estado ou Brasília. O cacete come por aqui mesmo!

Lições não aprendidas do século XX que continuam sendo tentadas no Brasil

Nos séculos XIX e XX, a vida do europeu comum foi prejudicada, não beneficiada, pelos seus impérios coloniais. O crescimento econômico da Rússia foi freado, não acelerado, pelo planejamento central soviético. As regulamentações progressistas americanas e suas antecipações européias serviram para proteger monopólios no setor de transportes — como as ferrovias —, no setor de varejo — como comércios de luxo —, e também monopólios profissionais, como o dos médicos.  As regulamentações progressistas não ajudaram consumidores.
A legislação "protetora" nos Estados Unidos e o "salário família" na Europa inferiorizaram as mulheres. Psiquiatras armados pelo estado prenderam homossexuais nos Estados Unidos e democratas na Rússia. O New Deal impediu, em vez de ajudar, a recuperação americana após a Grande Depressão.
Os sindicatos elevaram os salários de metalúrgicos e operários do setor automotivo, mas reduziram os salários dos trabalhadores não sindicalizados. Os salários mínimos protegeram empregos sindicais, mas fizeram com que os pobres permanecessem desempregados. Os códigos de construção civil por vezes impediram desabamentos e incêndios, mas sempre garantiram a estabilidade de construtoras bem conectadas deixando a moradia mais cara para os pobres. Permissões de zoneamento e planejamento protegeram os proprietários ricos em vez dos moradores pobres. Controles de aluguel deixaram os pobres e os doentes mentais desabrigados, porque ninguém irá fazer casas baratas quando a lei encarece as construções a força. Os ricos ficam com os apartamentos com controle de aluguel e com as casas históricas nas vizinhanças antes pobres.
A regulamentação elétrica elevou o custo da eletricidade, assim também fizeram as proibições de energia nuclear. As regulamentações financeiras não ajudaram os pequenos investidores. Seguros federais de depósito permitiram que os bancos tratassem seus correntistas de modo irresponsável. O movimento de conservação do oeste americano enriqueceu fazendeiros que utilizaram terras públicas para o gado e enriqueceu empresas madeireiras que utilizaram terras públicas para o corte de árvores. As proibições no comércio de drogas recreativas resultaram no aumento do consumo de drogas, na destruição de bairros pobres e no encarceramento de milhões de jovens. Governos proibiram comércios de agulhas e publicidade de preservativos, e negaram a existência da AIDS.
O Espaço Vital econômico da Alemanha foi finalmente conquistado pela arte privada da paz, não pela arte pública da guerra. A duradoura Esfera de Co-prosperidade da Grande Ásia Oriental foi construída por japoneses de terno e gravata, não por bombardeiros de mergulho. A Europa se recuperou depois das suas duas guerras civis do século XX principalmente pelo seu próprio esforço de trabalho e investimento, e não principalmente por causa da caridade de-governo-para-governo como a Comissão Hoover ou o Plano de George Marshall. A ajuda externa de-governo-para-governo enriqueceu ditadores tiranos sem beneficiar os pobres.
A importação do socialismo para o terceiro mundo, mesmo sob as formas relativamente não violentas de gandhismo-fabiano sufocou o crescimento, enriqueceu grandes industrialistas e manteve o povo na pobreza. As teorias malthusianas concebidas no Ocidente foram colocadas em prática na Índia e especialmente na China, resultando em milhões de meninas desaparecidas. A revolução verde, patrocinada por capitalistas, foi atacada por políticos ambientalistas ao redor do mundo, mas permitiu que lugares como a Índia se tornassem auto-suficientes em cereais.
O poder estatal em diversas partes da África subsaariana foi usado para tributar uma maioria de agricultores em benefício dos primos do presidente e de uma minoria de burocratas urbanos. O poder estatal em diversas partes da América Latina impediu reformas agrárias de acontecerem e patrocinou o desaparecimento de pessoas. A propriedade estatal do petróleo na Nigéria, no México e no Iraque foi utilizada para apoiar o partido no poder, sem causar benefício algum para a população.
Os homens árabes continuaram empobrecidos ao utilizar do poder estatal para negar educação e o direito de dirigir às mulheres árabes. A captura de governos pelo clero corrompeu religiões e destruiu economias. A captura do governo pelos militares corrompeu exércitos e destruiu economias.
Políticas industriais, do Japão à França, serviram de apoio para indústrias falidas, como na agricultura e no varejo, em vez de escolher vencedores. A regulamentação de demissões elevou o nível do desemprego na Alemanha e na Dinamarca, e especialmente na Espanha e na África do Sul. Nos anos 1960, os edifícios ocidentais de moradia inspirados por Le Courbusier condenaram os pobres em Roma, Paris e Chicago a viverem em cortiços.
Nos anos 1970, o socialismo oriental de larga escala destruiu o meio ambiente. Nos anos 2000, os "coletivistas da geração do milênio," vermelhos, verdes ou comunitários, se opuseram a uma globalização que ajuda os pobres, mas que ameaça dirigentes sindicais, capitalistas ligados ao estado e a carreira de pessoas nas ONGs ocidentais.
Assim a historiadora econômica Deirdre McCloskey convida seus interlocutores, oponentes do capitalismo liberal, a reconsiderarem suas propostas políticas futuras à luz dos acontecimentos políticos passados.
Fica irresistível adicionar nossas experiências nacionais ao catálogo de fatos de McCloskey:
O controle estatal sobre o valor do café não revigorou a produtividade nacional, mas acelerou o declínio das exportações brasileiras. Políticas trabalhistas copiadas de Mussolini não deixaram os trabalhadores brasileiros mais independentes, apenas menos competitivos. Os projetos das universidades federais não criaram centros globais de excelência acadêmica, mas fizeram com que o suor da família pobre financiasse o curso de antropologia do filho da família rica.
A proibição dos cassinos não deixou o povo mais virtuoso, mas deixou seu vício mais clandestino. Barreiras à importação não estimularam o comércio interno, mas causaram a exclusão comercial dos mais pobres. O planejamento urbano modernista da nossa capital não ergueu a cidade do futuro, mas criou uma ilha de monumentos excêntricos cercada de satélites de pobreza por todos os lados.
A tomada de poder pelos militares não serviu para a restauração de instituições republicanas, mas serviu para a imposição de suas próprias instituições autocráticas. Os desembolsos de um banco de desenvolvimento não popularizaram o empreendedorismo, mas premiaram empresários ligados ao governo. Políticas desenvolvimentistas dos anos 1970 não culminaram em grandes conquistas econômicas, mas na década perdida dos anos 1980.
Gastos públicos financiados por inflação não criaram uma infraestrutura de verdade, mas projetaram uma prosperidade de mentira. A militarização da polícia não diminuiu o número anual de homicídios violentos, mas aumentou o número de execuções sem o devido processo legal. Congelamentos de preços não foram capazes de impedir que a inflação se avolumasse, mas foram capazes de impedir que bens de consumo chegassem às prateleiras.
Substituições de importação não criaram indústrias competitivas, mas financiaram o atraso tecnológico com os impostos dos pobres. Políticas de incentivo à cultura não criaram obras primas, mas fizeram com que a produção cultural respeitasse menos o público e mais a aprovação do financiamento público. Confisco de poupança não serviu para derrubar a inflação, mas serviu para derrubar a confiança no estado de direito.
A expansão do funcionalismo burocrático não fez do país um modelo de administração pública, mas fez com que o Brasil tivesse mais cursos de direito do que todo o resto do mundo. Uma tributação de nível escandinavo não transformou o Brasil numa Suécia, mas transformou Brasília numa Disneylândia.
E assim o Brasil, que terminou o século XIX com vocação para Estados Unidos, entrou no século XXI tentando alcançar a renda per capita do México.
Podemos concluir com McCloskey:
Qualquer um que, depois do século XX, ainda acredita que socialismo, nacionalismo, imperialismo, mobilização, planejamento central, regulamentação, zoneamento, controle de preços, política tributária, sindicatos trabalhistas, cartéis de empresas, gastos públicos, policiamento intrusivo, fé na união entre religião e política, ou que a maioria das propostas de ação governamental totalizante do século XIX ainda são ideias puras e inofensivas para melhorar nossas vidas não está prestando atenção.

Diogo Costa é presidente do Instituto Ordem Livre e professor do curso de Relações Internacionais do Ibmec-MG. Trabalhou com pesquisa em políticas públicas para o Cato Institute e para a Atlas Economic Research Foundation em Washington DC. Seus artigos já apareceram em publicações diversas, como O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo. Diogo é Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Petrópolis e Mestre em Ciência Política pela Columbia University de Nova York.  Seu blog: http://www.capitalismoparaospobres.com


“Quer fazer de uma criança um adulto inútil? Então faça tudo por ela, deixei-a crescer sem desafios e sem ouvir um não.” (Mim)

“O socialismo de curral não ensina a pescar. Fornece o peixe já assado.” (Mim)

“Nada mais deprimente que um ignorante conformado.” (Filosofeno)

"Tempo perdido é passar o dia sem aprender nada de útil, nem mesmo uma lição de humildade." (Filosofeno)

"Nossos grandes erros são cometidos quando pensamos que não somos mais tolos." (Filosofeno)

"Posso morrer pobre, sem problema. Só não posso é morrer burro." (Mim)

Jesús Huerta de Soto- Por que os intelectuais odeiam o capitalismo?

N. do T.: o artigo a seguir foi adaptado de um discurso improvisado feito pelo autor, daí o seu tom mais coloquial.

ng1307166.jpgPor que os intelectuais sistematicamente odeiam o capitalismo?  Foi essa pergunta que Bertrand de Jouvenel (1903-1987) fez a si próprio em seu artigo Os intelectuais europeus e o capitalismo.
Esta postura, na realidade, sempre foi uma constante ao longo da história.  Desde a Grécia antiga, os intelectuais mais distintos — começando por Sócrates, passando por Platão e incluindo o próprio Aristóteles — viam com receio e desconfiança tudo o que envolvia atividades mercantis, empresariais, artesanais ou comerciais.
E, atualmente, não tenham nenhuma dúvida: desde atores e atrizes de cinema e televisão extremamente bem remunerados até intelectuais e escritores de renome mundial, que colocam seu labor criativo em obras literárias — todos são completamente contrários à economia de mercado e ao capitalismo.  Eles são contra o processo espontâneo e de interações voluntárias que ocorre de mercado.  Eles querem controlar o resultado destas interações.  Eles são socialistas.  Eles são de esquerda.  Por que é assim?
Vocês, futuros empreendedores, têm de entender isso e já irem se acostumando.  Amanhã, quando estiverem no mercado, gerenciando suas próprias empresas, vocês sentirão uma incompreensão diária e contínua, um genuíno desprezo dirigido a vocês por toda a chamada intelligentsia, a elite intelectual, aquele grupo de intelectuais que formam uma vanguarda.  Todos estarão contra vocês.
"Por que razão eles agem assim?", perguntou-se Bertrand de Jouvenel, que em seguida pôs-se a escrever um artigo explicando as razões pelas quais os intelectuais — no geral e salvo poucas e honrosas exceções — são sempre contrários ao processo de cooperação social que ocorre no mercado.
Eis as três razões básicas fornecidas por de Jouvenel.
Primeira, o desconhecimento.  Mais especificamente, o desconhecimento teórico de como funcionam os processos de mercado.  Como bem explicou Hayek, a ordem social empreendedorial é a mais complexa que existe no universo.  Qualquer pessoa que queira entender minimamente como funciona o processo de mercado deve se dedicar a várias horas de leituras diárias, e mesmo assim, do ponto de vista analítico, conseguirá entender apenas uma ínfima parte das leis que realmente governam os processos de interação espontânea que ocorrem no mercado.  Este trabalho deliberado de análise para se compreender como funciona o processo espontâneo de mercado — o qual só a teoria econômica pode proporcionar — desgraçadamente está completamente ausente da rotina da maior parte dos intelectuais.
Intelectuais normalmente são egocêntricos e tendem a se dar muito importância; eles genuinamente creem que são estudiosos profundos dos assuntos sociais.  Porém, a maioria é profundamente ignorante em relação a tudo o que diz respeito à ciência econômica.
A segunda razão, a soberba. Mais especificamente, a soberba do falso racionalista.  O intelectual genuinamente acredita que é mais culto e que sabe muito mais do que o resto de seus concidadãos, seja porque fez vários cursos universitários ou porque se vê como uma pessoa refinada que leu muitos livros ou porque participa de muitas conferências ou porque já recebeu alguns prêmios.  Em suma, ele se crê uma pessoa mais inteligente e muito mais preparada do que o restante da humanidade.  Por agirem assim, tendem a cair no pecado fatal da arrogância ou da soberba com muita facilidade.
Chegam, inclusive, ao ponto de pensar que sabem mais do que nós mesmos sobre o que devemos fazer e como devemos agir.  Creem genuinamente que estão legitimados a decidir o que temos de fazer.  Riem dos cidadãos de ideias mais simplórias e mais práticas.  É uma ofensa à sua fina sensibilidade assistir à televisão.  Abominam anúncios comerciais.  De alguma forma se escandalizam com a falta de cultura (na concepção deles) de toda a população.  E, de seus pedestais, se colocam a pontificar e a criticar tudo o que fazemos porque se creem moral e intelectualmente acima de tudo e todos. 
E, no entanto, como dito, eles sabem muito pouco sobre o mundo real.  E isso é um perigo.  Por trás de cada intelectual há um ditador em potencial.  Qualquer descuido da sociedade e tais pessoas cairão na tentação de se arrogarem a si próprias plenos poderes políticos para impor a toda a população seus peculiares pontos de vista, os quais eles, os intelectuais, consideram ser os melhores, os mais refinados e os mais cultos.
É justamente por causa desta ignorância, desta arrogância fatal de pensar que sabem mais do que nós todos, que são mais cultos e refinados, que não devemos estranhar o fato de que, por trás de cada grande ditador da história, por trás de cada Hitler e Stalin, sempre houve um corte de intelectuais aduladores que se apressaram e se esforçaram para lhes conferir base e legitimidade do ponto de vista ideológico, cultural e filosófico.
E a terceira e extremamente importante razão, o ressentimento e a inveja.  O intelectual é geralmente uma pessoa profundamente ressentida.  O intelectual se encontra em uma situação de mercado muito incômoda: na maior parte das circunstâncias, ele percebe que o valor de mercado que ele gera ao processo produtivo da economia é bastante pequeno.  Apenas pense nisso: você estudou durante vários anos, passou vários maus bocados, teve de fazer o grande sacrifício de emigrar para Paris, passou boa parte da sua vida pintando quadros aos quais poucas pessoas dão valor e ainda menos pessoas se dispõem a comprá-los.  Você se torna um ressentido.  Há algo de muito podre na sociedade capitalista quando as pessoas não valorizam como deve os seus esforços, os seus belos quadros, os seus profundos poemas, os seus refinados artigos e seus geniais romances. 
Mesmo aqueles intelectuais que conseguem obter sucesso e prestígio no mercado capitalista nunca estão satisfeitos com o que lhes pagam.  O raciocínio é sempre o mesmo: "Levando em conta tudo o que faço como intelectual, sobretudo levando em conta toda a miséria moral que me rodeia, meu trabalho e meu esforço não são devidamente reconhecidos e remunerados.  Não posso aceitar, como intelectual de prestígio que sou, que um ignorante, um parvo, um inculto empresário ganhe 10 ou 100 vezes mais do que eu simplesmente por estar vendendo qualquer coisa absurda, como carne bovina, sapatos ou barbeadores em um mercado voltado para satisfazer os desejos artificiais das massas incultas."
"Essa é uma sociedade injusta", prossegue o intelectual.  "A nós intelectuais não é pago o que valemos, ao passo que qualquer ignóbil que se dedica a produzir algo demandado pelas massas incultas ganha 100 ou 200 vezes mais do que eu".  Ressentimento e inveja.
Segundo Bertrand de Jouvenel,
O mundo dos negócios é, para o intelectual, um mundo de valores falsos, de motivações vis, de recompensas injustas e mal direcionadas . . . para ele, o prejuízo é resultado natural da dedicação a algo superior, algo que deve ser feito, ao passo que o lucro representa apenas uma submissão às opiniões das massas.
[...]
Enquanto o homem de negócios tem de dizer que "O cliente sempre tem razão", nenhum intelectual aceita este modo de pensar.
E prossegue de Jouvenel:
Dentre todos os bens que são vendidos em busca do lucro, quantos podemos definir resolutamente como sendo prejudiciais?  Por acaso não são muito mais numerosas as ideias prejudiciais que nós, intelectuais, defendemos e avançamos?
Conclusão
Somos humanos, meus caros.  Se ao ressentimento e à inveja acrescentamos a soberba e a ignorância, não há por que estranhar que a corte de homens e mulheres do cinema, da televisão, da literatura e das universidades — considerando as possíveis exceções — sempre atue de maneira cega, obtusa e tendenciosa em relação ao processo empreendedorial de mercado, que seja profundamente anticapitalista e sempre se apresente como porta-voz do socialismo, do controle do modo de vida da população e da redistribuição de renda.



Jesús Huerta de Soto , professor de economia da Universidade Rey Juan Carlos, em Madri, é o principal economista austríaco da Espanha. Autor, tradutor, editor e professor, ele também é um dos mais ativos embaixadores do capitalismo libertário ao redor do mundo. Ele é o autor de A Escola Austríaca: Mercado e Criatividade EmpresarialSocialismo, cálculo econômico e função empresarial e da monumental obra Moeda, Crédito Bancário e Ciclos Econômicos.