quarta-feira, 18 de novembro de 2015

PERGUNTA NOS MOVIMENTOS Por que a Marcha das Mulheres Negras carregava dezenas de balões da CUT, bandeiras do MST e faixas da UNE?

Sem largar o osso

Ficou combinado no congresso do PMDB que seus sete ministros vão evitar polêmicas como a roubalheira desenfreada no governo. Estão felizes demais nos empregos para entrar em bolas divididas.

Cláudio Humberto

CPI VAI ‘APERTAR’ AMIGO PARA FECHAR O CERCO A LULA

O fazendeiro José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, não encontrará facilidades em seu depoimento à CPI do BNDES, terça (24). A oposição se prepara porque tem certeza de que o depoimento de Bumlai pode fechar o cerco a Lula. O empresário será indagado sobre como obteve R$ 1,2 bilhão (sendo R$ 300 milhões do BNDES) para a Usina São Fernando, no Mato Grosso do Sul, hoje próxima da falência.

Cláudio Humberto

“No Brasil nós temos Dilma, Lula, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Top-Top Garcia, Rui Falcão, Jean Aero-Willys e outros. O capeta estava na lista, mas diante das companhias, fugiu.” (Mim)

O Antagonista- Lula fora da zona de conforto



Lula tentou usar o programa de Roberto D'Ávila na Globonews como palanque para seu manjado discurso, mas errou no cálculo. Enganou-se com o jeitão cordial de D'Ávila, que nada tem de condescendente.

Para deixar o entrevistado à vontade, o veterano jornalista começou a entrevista com risos e banalidades, mas logo encaixou uma bateria de perguntas objetivas sobre os temas que mais afligem o País: o discurso do ódio alimentado pelo PT, a crise econômica e as tentativas de derrubar Joaquim Levy, a falta de capacidade de Dilma, as investigações da Lava Jato e da Zelotes que atingem o partido e a família do ex-presidente.

Lula foi arrancado de sua zona de conforto como há muito tempo não se vê. Recorreu a frases surradas, pulou perguntas como numa corrida de obstáculos e chegou ao final do percurso visivelmente abalado, irritado até. D'Ávila expôs a alma de Lula, ao lembrá-lo de que o petista nunca foi um político "ideológico", mas de resultados, assim como era um "sindicalista de resultados" nos tempos do ABC.

D'Ávila conhece Lula e seus pontos fracos.

Olha aí a grande chance de nos livrarmos de uns petistas!- China quer importar do Brasil 1 milhão de jumentos

Que imagem!

Revoada

Nos EUA, avião da Delta Airlines passa por bando de pássaros nas proximidades do aeroporto Ronaldo Reagan, a 5 km da capital Washington

NA CABEÇA DO LESMÃO- Congresso contraria Dilma e derruba veto a voto impresso

"Os bolivarianos são passam de comunistas maquiados. Batom vermelho, pó de arroz e cuequinhas de seda para carregar dólares suspeitos." (Eriatlov)

Enquanto isso, no paraíso das propinas...- Órgão responsável por monitorar barragens não tem dinheiro para fazer fiscalização

Por falta de verba, Departamento Nacional de Produção Mineral baseia parte do monitoramento de barragens em relatórios das próprias mineradoras.

“Dilma/Cristina terão muito que desaprender uma com a outra.” (Eriatlov)

“Alguns cães acreditam que temos também o nosso Deus, para o qual encaminham orações e pedidos. É o Jeová-Dog.” (Bilu Cão)

“A paixão por uma mulher leviana fez coisas incríveis comigo. Além de guampas também a minha completa ruína.” (Pócrates)

“Não sei. Mas acho que estão mumificando Fidel.” (Cubaninho)

As besteiras da Bíblia

http://humorateu.blogspot.com.br/2013/06/as-besteiras-da-biblia.html

“Ruivinha do barulho” e outras sete notas de Carlos Brickmann

Recordar é viver. A Refinaria de Pasadena, no Texas, chamada de Ruivinha pela extensão de sua ferrugem, foi comprada em 2005 por uma empresa privada belga, a Astra, por US$ 42,5 milhões. Em 2006, a Astra vendeu metade da refinaria à Petrobras por US$ 431,7 milhões. Uma parte do valor, US$ 170 milhões, era o estoque de petróleo. O restante, US$ 261,7 milhões, foi a diferença do preço pago pelos belgas pela refinaria toda e o que receberam da Petrobras por meia refinaria. Mas ainda vai piorar: em 2010, a Petrobras comprou a outra metade por US$ 639 milhões. Os belgas lucraram pouco mais de US$ 900 milhões, limpinhos ─ se é que a palavra “limpinho” pode ser usada nesse negócio corroído.
Pois o nome da Operação Corrosão, da Polícia Federal, vem da ferrugem da Ruivinha. Agosthilde Carvalho, alto funcionário da Petrobras, fez delação premiada. E contou que o presidente da Petrobras na época, José Sérgio Gabrielli, queria o negócio fechado para honrar compromissos políticos. As denúncias ─ inicialmente feitas por outro delator, Fernando Baiano ─ são de que houve US$ 15 milhões de propina belga para fazer o negócio. Eta, pixuleco mais rendoso!
Gabrielli, depois de sair da Petrobras, virou secretário do governo do PT na Bahia. É petista ilustre, com grandes serviços prestados ao partido; é um dos maiores peixes fisgados pela investigação. E surpresas podem surgir: pois foi o Citigroup, segundo a Petrobras, o banco que considerou justo o preço da compra.
Quem? Eu? 
O Citibank, pertencente ao Citigroup, está fechando a conta de todos seus correntistas investigados pela Polícia Federal, mesmo de quem não tenha sido sequer denunciado à Justiça. E não comenta o fato: simplesmente usa a Resolução 2.025 do Banco Central, que autoriza os bancos a fechar contas sem explicações.
Que crise, cara-pálida? 
Por falar em bancos, a crise passa longe de seus guichês. O maior banco brasileiro, Itaú, teve lucro líquido de R$ 17,6 bilhões nos primeiros nove meses do ano. O Bradesco alcançou R$ 12,8 bilhões. O Banco do Brasil, 11,8 bilhões. E como reclamar, se ministros são nomeados por indicação pública de banqueiros?
Quem fiscaliza? 
Sim, existe aqui um Banco Central. Mas este caso escandaloso, revelado no Globo pelo excelente repórter José Casado (http://wp.me/p6GVg3-eq), passou despercebido. Trinta operadores de grandes bancos estrangeiros agiram em conjunto para interferir no câmbio brasileiro, entre 2007 e 2013, lucrando muito, e estão sendo processados nos Estados Unidos. Os bancos: Citigroup, Bank of America, Barclays, Deutsche, HSBC, Merrill Lynch, Morgan Stanley, JP Morgan Chase, Royal Bank of Canada, Nomura, Tokyo-Mitsubishi, Royal Bank of Scotland, Standard, Crédit Suisse e UBS. Cinco já se confessaram culpados: Citigroup, UBS, Royal Bank of Scotland, Barclays e JP Morgan. Já foram multados nos EUA em US$ 6,4 bilhões (e lá as multas são cobradas e pagas).
O tamanho do prejuízo
No Brasil, as investigações são comandas pelo Cade, Conselho Administrativo de Defesa Econômica. A UBS fez delação premiada, com provas contra os demais envolvidos. E a Associação Brasileira de Comércio Exterior decidiu entrar na ação. Seus cálculos são de que, em seis anos, o Brasil perdeu US$ 50 bilhões e deixou de criar dois milhões de empregos com a manipulação do câmbio.
Também perdemos sem eles
Criminosos estrangeiros lucraram quebrando indústrias brasileiras e prejudicando a geração de empregos. Mas obtemos resultados parecidos agindo sozinhos, sem ajuda de gringos inescrupulosos. O preço dos combustíveis, por exemplo, é fixado no Brasil, e uma empresa estatal, a Petrobras, tem imensa influência no setor. Mas, no terceiro trimestre deste ano, a gasolina ─ usada preferencialmente para transporte individual de quem pode ter carro ─ ficou 5,1% mais barata que no mercado internacional. Já o diesel, usado no transporte coletivo, usado na movimentação de carga, custou 15,2% mais caro que no exterior.
A economia que se dane, pagando mais caro pelas cargas; quem usa ônibus que compre um carro. O governo e seu braço petrolífero preferem quem tem carro.
Votar e ganhar
Atenção, advogados: hoje é dia de votar na OAB. O voto é obrigatório, deixar de votar gera multa. Mas deixar de votar gera coisa pior: a OAB deixa de ser representativa, perde força, e nos embates os poderosos cujo sonho é destruir o direito de defesa, base da advocacia, e esquecer as prerrogativas dos advogados, acaba sendo derrotada. Escolha seus candidatos e vote: só assim a profissão será capaz de enfrentar os que tentam desmoralizá-la, só assim a defesa terá vez.
A política como ela é
A convenção do PMDB lhe pareceu dividida entre os que querem romper com Dilma (e os que querem impedi-la) e os que preferem permanecer no governo? Nada disso, não há divisão alguma: o PMDB permanece no governo enquanto houver vantagem, e fala contra Dilma enquanto for isso que o eleitor queira.
O PMDB é um partido unido e sempre coerente: está do lado que é bom para ele.

Putz! - Entre 61 países, Brasil cai para 57ª posição em ranking de talentos

O Brasil caiu cinco posições e agora aparece no 57º lugar no ranking global que mede a capacidade de desenvolver, atrair e reter talentos, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo instituto de pesquisa suíço IMD.

Senegal proíbe uso de burca para prevenir ataques terroristas



O Senegal proibiu que as mulheres de seu país usem a burca, típica vestimenta islâmica que deixa somente os olhos visíveis, para prevenir ataques terroristas. A medida é uma questão de segurança nacional e foi criada para impedir que terroristas utilizem a burca como um disfarce, afirmou o Ministro do Interior senegalês, Abdoulaye Daouda.

Aproximadamente 92% da população do Senegal é muçulmana. Apesar do país não ter sido alvo de ataques terroristas recentemente, as autoridades locais temem ataques dos jihadistas do Boko Haram, grupo da Nigéria que já atua nos países vizinhos. No mês de novembro, a polícia prendeu cinco suspeitos por ligações com o grupo.

O Senegal não é o primeiro da África Ocidental a proibir a burca. Este ano, Camarões e Chade, países que também possuem maioria muçulmana, emitiram ordens similares, citando razões de segurança. A proibição, contudo, não é uma solução infalível. Dois dias depois que o Chade instituiu o veto, dois homens-bomba escondidos sob burcas se explodiram na capital N'Djamena, matando pelo menos 27 pessoas, incluindo vários policiais.

A nova decisão também tem causado uma série de discussões internas a respeito dos limites da intervenção que visa a segurança nacional na liberdade religiosa. Mbaye Niang, um líder muçulmano e membro do parlamento, disse que a nova lei foi criada para proteger o Islã. "Nós não devemos permitir que alguém cubra todo o seu corpo como os terroristas fazem. Esta é uma tradição de alguns países, mas não tem nada a ver com o Islã", disse ele ao jornal local Le Quotidien. Segundo o muçulmano, os terroristas usam este método para atacar a religião.
VEJA

"Sobre o Islã", de Ali Kamel



Eu (Mario) estou relendo "Sobre o Islã", do jornalista e sociólogo Ali Kamel, lançado em 2007. Trata-se de um excelente guia, porque discorre sobre as raízes da religião muçulmana, as suas afinidades com o judaísmo e o cristianismo e as divisões que ocorreram no seu interior.

O outro motivo para ler o livro é que Ali Kamel não tem a menor complacência com o terrorismo. Ao analisar o Alcorão, por exemplo, ele mostra como Osama bin Laden criou versículos que não existem, a fim de justificar a barbárie. Ali Kamel também é premonitório, ao criticar a hesitação da Europa em ajudar os Estados Unidos de George W. Bush no Iraque:

"Os Estados Unidos acudiram a Europa três vezes no século passado, repito, a um enorme custo de vidas e dinheiro, sempre a defendendo de ameaças à liberdade. Na primeira vez em que, atacado, precisou da Europa, ouviu um 'não'. Reino Unido e outros poucos países mandaram, no máximo, vinte mil soldados. Houvesse de fato uma solidariedade intensa com os Estados Unidos, o número de homens teria sido imensamente maior, e a situação hoje, provavelmente, estaria sob controle. A Europa evita tomar essa atitude temendo se tornar um alvo.

É um engano, porque ela já é um alvo.

Tempos difíceis os nossos. Se o outro lado conhece bem os seus objetivos, e é capaz de morrer por eles, nós, a parte aparentemente racional do mundo, não percebemos sequer de que lado estamos."

Oito anos depois, o terrorismo islâmico ataca o coração da Europa. Oito anos depois, Reino Unido, Alemanha e Itália titubeiam em ajudar militarmente a França. Oito anos depois, os Estados Unidos de Barack Obama deixam de reconhecer de que lado estão.

Que a editora Nova Fronteira abasteça as livrarias com muitos exemplares de "Sobre o Islã". Que Ali Kamel lance uma versão atualizada do seu livro.

O Antagonista

Alexandre Garcia-O grande Bataclan

No fim-de-semana, em Brasília, manifestantes se reuniram diante da Embaixada da França , para prestar solidariedade, enquanto no dia seguinte aos ataques em Paris, o Palácio do Planalto cobria a sede da presidência da República com o bleu-blanc-rouge da bandeira francesa. Foram 132 mortos num dia trágico. No Brasil, os dias são ainda mais trágicos. A média de homicídios dolosos por aqui é bem superior a matança da sexta-feira 13 em Paris. Por aqui são no mínimo 160 mortos por dia. Na França, não chega a 700 o número de mortos por ano. Igual a pouco mais de quatro dias no Brasil. Aqui, os números oficiais mostram 56 mil por ano, mas pesquisa da Universidade Federal de Minais Gerais estima bem mais do que isso. Comparando com a França, matar 132 numa noite lá , equivale a assassinar quase 12 mil brasileiros na mesma noite. Por isso, lá foi uma grande tragédia 132 homicídios. 

Aqui, seria até uma boa notícia: a redução de nossa tragédia de 160 Mortos por dia. Havia brasileiros no Bataclan, mas todos sobreviveram. Talvez por estarem acostumados com a violência e estarem com defesas intuitivas, aprendidas na rotina de medo e insegurança das cidades brasileiras. Já nos habituamos com a morte violenta, os assaltos, os roubos, os fuzis, os sequestros, as explosões, a crueldade. Mas nos solidarizamos com os franceses e não com nós mesmos. As 160 vidas tiradas a cada dia perderam o valor. São pequenos dramas domésticos que se perdem na rotina e nem chegam aos jornais. Vidas brasileiras sem valor. Não tem o valor dos mortos franceses. Não pensamos em fazer manifestações diante do Palácio do Planalto, do Ministério da Justiça ou do Congresso. Nem cobrir esses palácios de verde e amarelo. Cobrimos o Cristo Redentor com as cores do Brasil só quando a seleção ganha no futebol. Bendita Alemanha que nos privou dessa ignomínia . 


O presidente da França, Francois Hollande, disse que os ataques foram um ato de guerra. Aqui, o crime mata mais de 60 mil por ano, superando a guerra na Síria e não reagimos. Não declaramos guerra ao crime. Não exigimos mudança das leis e regulamentos que nos desarmam e castram nossa capacidade de defesa. Não tomamos partido da polícia, que se sacrifica por nós, a despeito das leis que dão direitos aos bandidos. Não exigimos de nossos representantes na Câmara e no Senado leis mais eficazes que estejam contra bandidos e protejam os direitos humanos das vítimas. O maior direito, que é o direito à vida, quando é desprezado, significa a barbárie já estabelecida. É o que a França quer evitar. Aqui, não evitamos e estamos todos refréns dentro de um grande Bataclan.

“O primeiro sinal de uma sociedade corrompida … é a aceitação de que os fins justificam os meios”. George Bernanos

Boa sorte, Temer



O Estadão publica a observação de Gilmar Mendes de que não há precedente no TSE "para separar membros de uma mesma chapa eleitoral em ação de cassação do mandato". O jornal diz ainda que "A estratégia deve ser usada pelo vice-presidente Michel Temer em ação que pode impugnar a candidatura da coligação que o elegeu ao lado da presidente Dilma Rousseff".

O Antagonista já havia noticiado que Michel Temer havia sido desaconselhado por juristas a seguir por esse caminho.

Boa sorte, Temer.

“O socialismo é uma doença que empobrece as nações.” (Eriatlov)

“Sofremos hoje com os atos da ignorante diplomada e com os arroubos de um analfabeto inconsequente.” (Eriatlov)

“O paraíso está cheio de mulheres feias. Nada de tentação! Já o inferno está recheado de boazudas desfilando nuas em volta das labaredas.” (Mim)

“O PT não inventou a corrupção, mas fez dela um clube.” (Mim)

"Mesmo sem dinheiro lá em casa não falta picanha. Minha mulher é amiga do açougueiro." (Climério)

"Não procure chifre em cabeça de cavalo. Não complique aquilo que é fácil de resolver." (Mim)

"Os inúteis sempre serão úteis para alguém." (Mim)

Internautas brasileiros e torcedores turcos dão exemplo de estupidez Por Lucas Berlanza

Instituto Liberal

Quando atrocidades como os atentados em Paris no último dia 13 de novembro chamam à ação – ou à perplexidade -, somos capazes de revelar nossas maiores misérias, nossas mais extremas carências morais, nossos mais pungentes vícios animalescos. Se tragédias como essa nos evocam a solidariedade e a empatia, também podem trazer à tona o que temos de mais repulsivo e mais insensível.
Logo após o ato de guerra do Estado Islâmico contra a França e contra a humanidade, as redes sociais se viram tomadas por uma discussão medíocre – particularmente travada entre os brasileiros. Como muito bem destacou o colunista e diretor do Instituto Liberal, João Luiz Mauad, no artigo Pelo direito de escolher as próprias causas, usuários do Facebook adotaram uma bizarra atitude policialesca de fiscalizar a sensibilidade alheia – o que, ao fim das contas, denota falta dessa mesma sensibilidade. A rede social disponibilizou o recurso de pintar as fotos dos perfis com as cores da bandeira da França, em solidariedade pelos horrores vividos em solo parisiense. Ninguém era obrigado, colocava quem quisesse. Eu mesmo não pus, nem acho que esse gesto seja muito significativo ou importante. Na verdade, muitos dos que colocaram a bandeira da França em suas imagens de exibição – outros tantos, ressalte-se, não estão incluídos – manifestam extrema condescendência, quer com as bandeiras socialistas e desarmamentistas do governo francês, quer com os riscos do extremismo islâmico, afeitos que são ao esquerdismo ou ao multiculturalismo ingênuo que facilita ocorrências desoladoras como essa. Respeito, porém.
Muitos brasileiros reclamaram de a mesma homenagem não ser feita às vítimas da tragédia com o rompimento das barragens em Mariana, Minas Gerais, por descaso da Vale do Rio Doce, da Samarco Minerações e da fiscalização do governo. Diga-se de passagem, governo que tem basicamente o controle acionário da Vale, o que depõe contra os petistas e quejandos que querem ver no incidente algo que baste para demonizar a iniciativa privada. Somos solidários às vítimas e ao sofrimento do povo mineiro. As pessoas que acharam por bem pintar suas fotos com a bandeira tricolor do país europeu, sentindo necessidade de fazer isso para mostrar seus respeitos, não expressaram em momento nenhum que desprezam o acontecido em Mariana. No entanto, apesar de ser um evento trágico brasileiro, não foi um ato de guerra contra a civilização ocidental, nem um atentado do Estado ou da empresa contra os brasileiros de forma deliberada – foi “apenas” (sem deixar de ser muitíssimo grave e dever ser exemplarmente punido) efeito de negligência.
Os eventos em Paris foram uma emblemática ramificação, sob forma de um ataque terrorista simbólico e concreto, de um problema severíssimo de âmbito geopolítico e raízes internacionais e civilizacionais profundas que afetam a humanidade inteira. Foi um desafio de fanáticos obscurantistas a todo o mundo livre e civilizado. No entanto, eu não tenho o direito de me comover com isso e achar que foi o fato mais relevante do momento, se antes eu não mudar foto de Facebook ou escrever textinho para chorar pelas vítimas de Mariana, pelo tsunami asiático, o furacão no México, os meninos mortos nas favelas do Rio a cada minuto, a chuva de granizo no Turcomenistão… É surreal constatar que estamos reduzidos a esse nível de discussão! Que tédio!
Apesar do ridículo, a maior insensibilidade de que fomos capazes foi essa. Em amistoso entre Turquia e Grécia, sediado no primeiro país, parte da torcida turca fez mais feio. Assim como em toda a Europa as partidas respeitaram um minuto de silêncio em lamento pelas vítimas do 13 de novembro, o mesmo seria feito no jogo. Seria. Enquanto, em partida entre Inglaterra e França, todos cantaram o belíssimo hino francês, La Marseillase – apesar de sua vinculação com a sanguinária Revolução Francesa -, os turcos vaiaram o minuto de silêncio. Mais do que isso; vaiaram-no e exclamaram, em coro, “Allah Akhbar” (Deus é grande). Algumas reportagens a respeito mencionaram que eles já haviam gritado a mesma coisa na Eurocopa, durante um minuto de silêncio em memória às 102 pessoas mortas depois de um atentado na capital turca Ancara, e que haveria dúvidas se não estavam apenas vaiando a Grécia, com quem mantinham relação hostil até há pouco. Bobagem. Pouco importa. O próprio técnico do time, Fatih Tehrim, ficou envergonhado, e disse que “hoje é um dia de boa vizinhança, mas eles mostraram o contrário”.
Ninguém cai nessa conversinha para desfazer má impressão. Os terroristas e fanáticos do Estado Islâmico enxergam na destruição, no medo, na aniquilação do outro, um altar para glorificar o seu deus. Não desejamos agir com preciosismo, movidos pelo abominável politicamente correto, e querer censurar manifestações de torcidas de futebol. No Brasil, também temos o costume de fazer barulho e gracejos em horas que poderiam ser consideradas impróprias. No entanto, o gesto dos turcos foi muito emblemático e claro para ser interpretado de outra forma. Menosprezaram, sim, o golpe duro sofrido no âmago da França e da civilização ocidental, rechaçaram o momento destinado a homenagear as vidas perdidas no seio da nossa dor, para glorificarem o seu deus em um jogo de futebol. A confusão grotesca de departamentos e a insensibilidade mais estúpida estão explícitos aqui. Não cabe tergiversar e elaborar outras hipóteses, se até entre eles há quem reconheça o papelão.
Mesmo em nossas algazarras eventualmente indecorosas e em nossa discussão boboca sobre qual tragédia merece mais ser lamentada, não fizemos ainda tão feio quanto os turcos, ao usar o momento de lazer para destilar um ódio repulsivo e inerentemente desnecessário. Precisamos e podemos ser, todos nós, melhores do que isso.

“Nada do outro lado. Cérebro morto, corpo posto.” (Filosofeno)

“Muçulmano bom mesmo é muçulmano que não sai do seu país de origem.” (Eriatlov)

“O diabo atormentou a minha infância. Agora faço de tudo para ver seu rabo pegando fogo.” (Climério)

“Se forem condenar todos que fazem sexo antes do casamento ao inferno o universo todo é insuficiente.” (Mim)

“O mundo foi criado pelo Lula. Que depois como bom petista colocou a culpa em Deus.” (Mim)

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- terça-feira, fevereiro 26, 2008 BRASILEIRO E PANACA

Veja é uma revista curiosa. Tem excelentes reportagens e ao mesmo tempo abriga cronistas medíocres. Já nem falo do recórter chapa-branca tucanopapista hidrófobo, que nesta última edição assina um artigo estúpido, onde afirma que as origens do PT estariam na Cuba de Castro. Pelo jeito, desconhece a história do século passado. As origens do PT não estão em Cuba, mas em 1917. Como também os últimos dez lustros de Cuba.

Mas o artigo besta mesmo desta vez é outro. É o de Stephen Kanitz. Há muito eu desconfiava de seus artigos. São reflexões inconclusivas, sempre em cima do muro, que não conduzem a lugar nenhum. No artigo desta semana, “O suplício das malas”, o homem se exibiu em toda sua miséria. Apesar de suas pretensões de cosmopolita, revelou-se um brasileiro atroz.

Quando estou em um aeroporto, em qualquer lugar do mundo, e vejo alguém com quatro ou cinco malas imensas em um carrinho, tento me aproximar dele só para comprovar uma tese: só pode ser brasileiro. Jamais errei. O panaca sempre é brasileiro. Até pode ser que sejam de outras nacionalidades. Tem muito árabe que faz isso. Mas os que sempre vi, de modo geral, são gente nossa.

Escreve o provinciano cronista:

“Depois de doze horas viajando num avião a 12 000 metros de altura, seu corpo está cansado, sua cabeça está zonza, devido ao fuso horário, e seus reflexos diminuem. Seu corpo está ligeiramente inchado, reduzindo sua força, medida por centímetros cúbicos de massa muscular. Provavelmente, você está ligeiramente desidratado, o que limita sua capacidade na troca de calor. Daqui a alguns minutos, quatro malas virão em sua direção a 10 quilômetros por hora, e você terá cinco décimos de segundo para capturar suas alças e com um forte solavanco levantar de 25 a 32 quilos no ar, numa espetacular explosão de energia, e, finalmente, colocar as malas, uma a uma, a seu lado. Só que, na maioria das vezes, você erra na coordenação motora e só consegue capturar a bendita alça quando a mala já está fugindo de você, na direção contrária. Isso significa 20 quilômetros por hora de diferença. Ao todo, você despenderá 1 280 joules de energia em menos de um minuto”.

Kanitz transcreve as preocupações de um cirurgião, Antonio Luiz Macedo, que considera que a vida sedentária dos aposentados está aumentando assustadoramente o número de lesões internas devido a esses heróicos atos de bravura. Dias depois surgem os primeiros sinais de hérnias inguinais, dores musculares, luxações, microrrompimento de tendões, que passam despercebidos e muitas vezes terminarão em cirurgias.

Atos de bravura? De estupidez, diria eu. Eventuais leitores que assim viajam que me desculpem. Quatro malas de 25 quilos significa cem quilos. Quatro malas de 32 quilos quer dizer 128 quilos. Ora, quem viaja com tal volume, ou é sacoleiro ou é idiota. O sacoleiro até que entendo, ele está tratando de sua subsistência. O outro, bem que merece uma hérnia.

Em minhas viagens, levo no máximo oito quilos. Um jeans na mala, outro no corpo. Mais quatro ou cinco camisas, cuecas e meias, e não vejo porque levar mais que isso. Nos invernos, o casaco levo no corpo. Sapatos, apenas um par, os que estou usando. Ok! Admitamos que alguém queira se vestir melhor durante a viagem. Mas quatro malas de 25 quilos é loucura. Quem assim viaja não é pessoa inteligente.

“Não são as companhias aéreas as culpadas pelas esteiras – escreve o cronista caipira -. São os aeroportos, que estão economizando e destruindo ainda mais o turismo receptivo deste país, hoje dominado por aposentados do mundo inteiro, sem mordomos nem ajudantes de bordo para auxiliá-los. Se o Brasil quiser fazer bonito na área de turismo e hospitalidade, se quiser receber os turistas aposentados do mundo, cheios da grana, mas sem energia, vamos ter de humanizar os aeroportos na chegada e na saída, lembrando que mala de 32 quilos não é para qualquer um levantar”.

Ora, em boa parte deste nosso mundinho, não há mais mordomos nem ajudantes de bordo para auxiliar este tipo de gente. Isso de 32 quilos é coisa de brasileiro panaca. O arguto cronista revelou-se um deles.

Merval Pereira: Quebra-cabeças

Publicado no Globo
É estranhável a insistência do ex-presidente Lula em substituir Joaquim Levy no ministério da Fazenda por Henrique Meirelles, quando parece claro a todos que seria como trocar seis por meia dúzia. Nada do que Levy defende Meirelles recusa, e tudo o que a ala erroneamente identificada como desenvolvimentista pretende, como expansão do crédito e juros baixos no peito, Meirelles não atenderá se chegar lá.
Simplesmente por que não há condições objetivas para retomar a tal “nova matriz econômica” inventada por Mantega sob a coordenação da presidente Dilma, que nos levou à crise em que nos debatemos. Nesse particular, os papéis inverteram-se.
No início do segundo mandato, Dilma não parecia disposta a admitir que errara convidando para a Fazenda um antípoda de Mantega, e foi Lula quem a convenceu a convidar Trabuco, o presidente do Bradesco, para o cargo. Levy foi uma conseqüência dessa iniciativa, e sua escolha pressupunha que o governo, e também o PT, estava convencido de que a receita desandara e o melhor era recuar para evitar a catástrofe que se desenha no horizonte.
Só que o remédio duro receitado pelo especialista em cortar custos acabou sendo rejeitado tanto por Lula quanto pelo PT, como se existisse alternativa viável. Se a luta política petista, sob a orientação de Lula, fosse para colocar no lugar um Luis Gonzaga Belluzzo, ou um Marcio Pochman, haveria pelo menos coerência nessa demanda, mas no momento a mais coerente parece mesmo a presidente Dilma, que teima em permanecer com sua escolha inicial como se já tivesse entendido que não deu certo a experiência do primeiro mandato.
A insistência de Lula em tirar Levy pela alternativa defendida, mais parece mesmo uma vingança contra quem considera ser o responsável pela ação republicana da Receita Federal e do Coaf, que investigam indícios de enriquecimento ilícito de Lula e parentes, conforme revelou Jorge Bastos Moreno na sua coluna de sábado.
Ao mesmo tempo, insistir nessa campanha contra Levy e o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo parece indicar que Lula está querendo é desestabilizar o governo de Dilma, deixando de lado pruridos éticos que nunca foram seu forte para praticar uma política realista que o levaria a desejar a saída da presidente para ele e o PT ficarem livres desse fardo e poderem, já na oposição, acusar o governo substituto de todos os males que terão que fazer se continuarem governando.
A essa altura dos acontecimentos, já existem indícios suficientemente fortes para que o ex-presidente tema ser denunciado como o verdadeiro mentor do esquema de corrupção implantado no país. A ação política incessante de Lula tem o objetivo de mantê-lo visível para torná-lo inatingível.
As investigações da Lava-Jato estão chegando aos mais recônditos vãos da história do PT, inclusive ao até hoje mal explicado caso do prefeito Celso Daniel, assassinado num crime comum para a polícia, mas político para sua família.
Salim Schahin, um dos sócios do banco Schahin que fez delação premiada, está relacionando o contrato que ganhou para operar uma sonda para a Petrobras com propinas pagas a José Carlos Bumlai, o amigão de Lula.
O dinheiro seria para que o PT pagasse dívidas de campanha e, segundo a versão de Marcos Valério na época do mensalão, manter calado Ronan Pinto, que estaria chantageando Lula e o PT ameaçando contar a verdade sobre os motivos do assassinato, que teriam a ver com desvios do dinheiro da corrupção no PT.
O roteiro está sendo escrito detalhadamente à medida que as delações se sucedem, e ao final caberá à Justiça juntar as peças desse quebra-cabeças para montar o quadro final, em que a efígie de Lula já surge como o protagonista.

“O canalha quando por cima é pura soberba. Quando cai assume o papel de injustiçada vítima.” (Eriatlov)

"Não me peçam para enumerar meus defeitos.Pode faltar papel na praça." (Climério)

"Já fui tão magro que se chupasse uma pedra de gelo ficaria congelado na hora." (Fofucho)

"Acordei hoje com nenhuma inspiração e pouca respiração. Acho que sem demora o Nono vai." (Nono Ambrósio)

Interpretação

“Questão de interpretação. Algumas construtoras brasileiras não entenderam que era para adotar menores abandonados e não maiores corruptos.” (Eriatlov)

“Detesto velórios. Só mesmo estando morto irei ao meu.” (Pócrates)

"A morte não é o filme Sexta-Feira 13. Não tem essa de continuação." (Mim)

TERROR- Mulher kamikaze em Paris



Tiroteio à uma e meia da madrugada, na cidade de Saint-Denis, na região metropolitana de Paris.

Os policiais invadiram um apartamento à procura de Abdelhamid Abaaoud e Salah Abdeslam.

Uma mulher kamikaze se explodiu. Dois homens foram mortos. Pelo que se sabe até agora, o primeiro era um terrorista, o segundo era apenas um passante.

Ainda há um terrorista dentro do apartamento.

Outros três suspeitos foram presos.

O Antagonista