terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

NAVEGUE

Noite chega, noite vai.
Ser inquieto que navega pela imaginação,
Buscando soluções,
Querendo melhores dias.
É saudável não morrer antes do corpo,
Não abandonar os sonhos até o fim dos dias.
Vá você também,
Vá navegar,
Navegue em seus sonhos, navegue sem jamais parar.

ESCURIDÃO

Rildo abriu uma porta dentro de um barracão abandonado na região do porto de Santos e caiu num lugar escuro abarrotado de entulhos, onde transitavam fantasmas; espíritos maus; pensamentos torpes e anacrônicos; superstições das mais diversas; milagres; astrólogos e videntes. Estar naquele lugar dava a impressão de carregar um pesado fardo nas costas, além da visão prejudicada e da mente confusa. Conseguiu achar o celular que havia perdido na queda e iluminando o ambiente observou uma placa que dizia: HABITAT DA MAMA IGNORÂNCIA. Ágil como um gato, Rildo saiu depressa daquele lugar para a luz do sol enquanto ouvia ao longe louvores a um ente imaginário.

SATANÁS FERREIRA

“Na verdade o inferno não de todo ruim. Depende de que lado do forno você está; se do lado de dentro ou do lado de fora.” (Satanás Ferreira)

PULGA LURDES

“Peço não me confundam com chatos. Eles são meus primos.” (Pulga Lurdes)

PÓCRATES

"Tenho a mente tão aberta que às vezes entra poeira.” (Pócrates)

NONO AMBRÓSIO

“É bem mais fácil enumerar os males dos quais não sofro que fazer uma listagem daqueles que me afligem.” (Nono Ambrósio)

MIM

“O Brasil se repete na safadeza,no anacronismo e na ignorância.” (Mim)

MESTRE YOKI, O BREVE

“Mestre, para que servem os políticos brasileiros?”
“Para nos irritar.”

LIMÃO

“Pergunto para digníssimos cornos e outras excelências: por que não temos prisão perpétua para latrocidas?” (Limão)

FOFUCHO

“É horrível. Eu sofro de depressão pós-prato.” (Fofucho)

LEÃO BOB

“Hoje fui repreendido por minha mãe por comer fora de hora. Antes do almoço encontrei um suricato manco e fiz um lanchinho. Ao meio-dia estava sem fome.” (Leão Bob)

JOSEFINA PRESTES

“Por muitos anos vivi entre padres e pintos. Na verdade muito mais pintos do que padres.” (Josefina Prestes)

FILOSOFENO

“O melhor paladar é a fome.” (Filosofeno)

EULÁLIA

“Às vezes o melhor do sexo é a expectativa.” (Eulália)

ERIATLOV

“A esquerda ama a liberdade de imprensa, mas só a favor.” (Eriatlov)

DEUS

“Eu ainda não consegui uma entrevista com o Papa; o Gerson Camarotti sim.” (Deus)

CLIMÉRIO

“Quando nasci a minha mãe se encheu de esperança. Ainda bem que a esperança é a última que morre.” (Climério)

CHICO

“Minha mãe ainda acha que foram as bolinhas de cinamomo que me deixaram meio louco.” (Chico Melancia)

BILU

“Já são 7h e ainda estou sem ração. Eles fazem festa e eu passo fome.” (Bilu Cão)

FOLHA DO PEITO PELUDO DE ANDRADINA- Estadão também diz que Lula será condenado e não disputará o Planalto

VAGABUNDOS UNIDOS SERÃO TODOS VENCIDOS- Presidente do PT compara Dirceu e Vaccari ao goleiro Bruno: "Se ele pode, eles também podem"

Não há mais adjetivos disponíveis para denominar a canalha que dominou o país por tantos anos. Chafurdam no lixo da imoralidade, vestidos de fraque e cartola e arrotando camarão pistola.

GAZETA DO CANSADO DE CANALHAS- Maia emperra CPIs para investigar UNE e Carf

DEUS E O DIABO

“Como não acredito em Deus também não acredito no diabo, então posso falar mal deles com naturalidade. ’ (Mim)

SERVENTE DE PEDREIRO

Arrebentei-me as costas subindo elevado de madeira,
Levando carrinho de cimento
Para formar laje de edifício.
Hoje há caminhões próprios que levam o cimento para cima,
Deixando o trabalho bem mais manso.
Mas isso não me serve de consolo
Pois não alivia a dor que sinto,
Porém é de muita valia para que eu
Valorize os tempos modernos.

SOBRE GANHAR E PERDER

“Eu sempre soube perder. O que eu nunca soube foi ganhar.” (Climério)

O RISCO DE SER DUAS MULHERES OU MAIS

“Ter duas mulheres é um risco. O risco é receber chifres em dose dupla.” (Climério)

NOSSOS DESASTRES, AO NATURAL.

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NOSSAS PRAGAS DO EGITO

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ELE: RUIM, MAS MELHOR QUE ELA.



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ELA: NUNCA DEVERIA TER SAÍDO DO SEU CAFOFO
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O PAI DA COISA RUIM: MANIPULADOR E SAFADO






NÃO TENHO VERGONHA

“Nunca demonstrei vergonha para almoçar ou jantar em casa de estranhos. Já trabalhar me deixa traumatizado mesmo em casa de amigos.” (Climério)

O HOMEM VERDE

Paulo ouviu uns barulhos estranhos vindo quarto da sua irmã e resolveu olhar pelo buraco da fechadura. Viu lá dentro ela amassando e beijando de língua um homem verde. Correu chamar os pais para ver. Quando eles chegaram os amassos continuavam, mas agora num homem amarelo. O sujeito havia amadurecido e a família não achou nenhuma graça.

CAMELO

O homem santo disse: “É mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus. Pois o teimoso camelo Anselmo tentou, tentou e não conseguiu passar no buraco da agulha. Furioso mandou o homem santo à merda e que fizesse bom proveito da agulha costurando uma nádega na outra.

SEM MISTÉRIO

Se sua casa tem fantasmas escondidos,
Não existe mistério,
Basta agir contra isso.       
Casas abertas,
Cores não agressivas,
Muita luz e ventilação,
Atraem bons fluidos
E colocam para correr assombrações.

O IMPREVISÍVEL

Nós não dominamos a vida,
Ela nos domina.
Mesmo quando bem pensado escolhemos um rumo,
Pode o imprevisível nos tirar do caminho.

SEM PRESSA

Enquanto mente lúcida e corpo em pé,
Não há pressa para entrar naquela cidade
Onde para morar entram todos deitados e quietos,
Mesmo os inconformados.

ASSIM VÃO AS FEMINAZIS NO OCIDENTE por Percival Puggina. Artigo publicado em 26.02.2017



Impressionado com o que vejo exposto em cartazes e corpos pintados durante manifestações feministas, mundo afora, fui atrás do termo "feminazi", no Google, e me deparei com diversos conteúdos que reprovam o vocábulo. Alegam que seria improcedente estabelecer qualquer analogia entre o feminismo e o nazismo. Ah, é? Então, vamos a isso.

Houve um feminismo cuja importância sociológica e econômica não pode ser negada. Abusos e desvios de conduta à parte, representou um esforço legítimo em favor da dignidade da mulher. No entanto, de algumas décadas para cá, surgiu um feminismo cujas pautas potencializam os males do machismo. Este, nem em sua expressão mais vulgar consegue ser tão grosseiro e devasso quanto o feminismo das "feminazis". Com tais características, tinha tudo para virar movimento político, representante de um grupo social que se diz oprimido, e ser, então, abraçado pela esquerda. Hoje, todo esquerdista comprometido acaba sendo, também, feminazi. Ironicamente, o vocábulo serve aos dois gêneros.

Lembram do "Mamãefalei" e de suas entrevistas em vídeo, muito interessantes, feitas com invasores de escolas? Numa delas, o entrevistador mencionou a certa moça que ela dançava muito bem. A dita cuja, indignada, disparou: "Machista!". Quando ele lhe indagou o motivo daquele rótulo, ela, mostrando o treino para a conduta odienta, não parou para pensar: "Porque eu não autorizei você a me dizer que eu danço bem". Toda(o) feminazi (não vão me enlouquecer!) está num jogo de poder, naquele clássico formato que a esquerda (sempre ela) administra como coisa sua: dívida histórica, contas a ajustar, ódios a nutrir e vinganças a aplicar. A mocinha expressava exatamente essas convicções e sentimentos. Dado que os indivíduos de cromossomos XY teriam oprimido os de cromossomos XX, através dos milênios (o que não foi verdadeiro em todas culturas), gerou-se um débito que começou a ser acumulado nas cavernas e uma agravante onipresente nas relações entre homens e mulheres. Como produto dessa interpretação, desenvolve-se um ódio de gênero e uma criminalização da condição masculina, buscando a inversão do quadro anterior para a futura prevalência de um poder feminino na política e no direito. Voilá! Ficou claro, agora? O que no nazismo era representado pela raça, no feminazismo é representado pelo sexo. Leiam os cartazes e os corpos que comparecem pintados às suas manifestações. Pode ser que exista neles e nos louvores à genitália feminina alguma sutil menção a algo tão propriamente da mulher como a maternidade, a geração, a criação de filhos e a amamentação. Nunca vi. Mas se houvesse, seria algo tipo "Meu leite, minhas regras!".

Quando mencionei os feminazis, veio-me à mente o ministro Roberto Barroso, do STF que, em recente voto favorável a realização de um aborto, afirmou que tais atos deveriam ser de livre decisão feminina, assegurada em nome do princípio constitucional da igualdade, porque homens não engravidam. Viram o que Deus fez? Imagino que, analogamente, por decorrência do mesmo princípio, os homens deveriam menstruar ou, as mulheres, parar de ovular. E vamos ficar por aqui, ministro.

Não devemos esquecer a aliança tácita do feminazismo com a esquerda mundial. As feminazis, por exemplo, jamais mencionam a situação das mulheres nos países onde vige a lei da sharia. Aliás, dia 23 de janeiro, em protesto contra a posse de Trump, feminazis loiras, para incomodar os republicanos, desfilaram em Berlim gritando Allahu Akbar... Por fim, nem feministas nem feminazis abriram a boca quando Reinaldo Azevedo desfechou contra Joice Hasselmann, durante 24 minutos, ao vivo, pela TV Jovem Pan, o mais estúpido e grosseiro ataque verbal que a imprensa brasileira já assistiu. Mas Joice é uma jornalista "de direita" e isso parece fazer dela uma subespécie daquilo que Dilma Rousseff chamaria de "mulher sapiens".

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- domingo, novembro 08, 2009 LA FAVORITA

Estou em Barcelona. Ontem a festa foi em Madri, no La Favorita, bar onde os garçons são cantores líricos. Come-se ao som de árias das óperas mais prestigiosas. Terminamos, clientes e garçons, cantando o "Libiamo", da Traviata. Com direito a um Cielito Lindo para encerrar os trabalhos.

Fascinante. Com um detalhe deplorável. Comida fria e ruim. O remédio foi compensar com dois Riojas.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

“Corruptus é um bichinho que existe no mundo todo, mas por aqui se reproduz e vive com tranquilidade, pois há poucos predadores.” (Mim)

DIOMEDES

As irmãs Ana e Anita brigavam pelo mesmo homem, o galã Diomedes. Ele avisou, elas não ouviram e continuaram brigando. Então no Dia dos Namorados ele fugiu com a sogra.

ANVISA ALERTA- PRODUTOS QUE PODEM CAUSAR INFARTO EM SEXAGENÁRIOS!

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PSICÓLOGO QUE CURA BANDIDO

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A PLACA DA REDUNDÂNCIA

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É DE AMARGAR!

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CONVERSA DOCE

Ante as artimanhas
Que chegam embarcadas na conversa doce,
Urge erguer os escudos da desconfiança
Para não ser mais um enrolado otário.

MOEDAS

Frio de rachar. Fernando zanzando pelas ruas. Moeda de um real dando sopa na calçada. Abaixou-se para apanhá-la. Resultado: rendeu as costas. Consulta: cem moedas de um real.

O PIOR INIMIGO

“O pior inimigo é aquele que bem te conheces.” (Filosofeno)

“A maldade sempre encontra seguidores; às vezes por conveniência, às vezes por gosto próprio.” (Filosofeno)

“Às vezes a solidão nos obriga a uma convivência difícil.” (Filosofeno)

“Durante a campanha eleitoral todos os candidatos se tornam o Super-Homem. Eleitos, o Homem Invisível.” (Eriatlov)

“O socialismo só é bom para inertes e dirigentes.” (Eriatlov)

“Quase 80% dos brasileiros gostaria de mamar no estado. O percentual restante já está mamando.” (Eriatlov)

“O mal do Brasil é ter homens públicos com sobrecarga de interesses particulares. “ (Eriatlov)

“Deus é a muleta dos conformados” (Eriatlov)

CAÇANDO PATOS

Ano 2550 DC. Romualdo e Peter saíram no domingo para caçar patos. Os bichinhos faceiros se deliciavam na grande lagoa quando os caçadores chegaram. Os bichos alçaram voo e eles meterem bala. Aí foi que aconteceu um fato novo que mudou a história de todas as caçadas de patos. Chegaram por detrás deles dois patos de terno e gravata que se apresentaram como advogados. Os eles largavam as armas ou seriam denunciados e presos. E ainda ameaçaram: E saibam vocês, o juiz do condado também é um pato. Acho que dá perpétua! Foi assim que acabaram os domingos de caçadas de patos.

BELEZA

Bagunçada inspiração que em meu cérebro vagueia.
Divagações sobre a beleza,
Não minha,
Alheia,
De tal concluo que é fundamental amar as belas
Sem esquecer-se das feias.

GALHOS

O velho de bolso cheio
Com brotinho faceiro desfila
Pelas noites da vida.
Se ciente que é apenas um momento de ilusão,
Que o dinheiro pode comprar,
Não deixa de ser um feliz.
Porém acreditando em paixão,
E no amor desinteressado da jovem,
Será espoliado sem dó
Enquanto crescem os chifres.

NO BOLSO

Não parece doença,
Mas é das bravas,
Que toma o sujeito pela mente
E o conduz gentilmente
A ser um contribuinte compulsório.
Dos procuradores do tal senhor onipotente
Que ninguém vê,
Que  ninguém sente,
Salvo o sentir no bolso mensalmente.

O TEMPO QUE TEMOS

O tempo que temos
Na jornada da vida é finito.
É preciso aproveitar o tempo que temos,
Para deixar um recado,
E dizer por que viemos.

DA PAZ, PERO NO MUCHO

Brasileiro cordial,
País da paz,
Foi nisso que acreditou uma pombinha imigrante
Ao vir para o Brasil fugindo da Venezuela.
Pois nem bem chegou ao Rio de Janeiro
Recebeu uma bala no peito,
Prêmio de um traficante
Que comemorava mais um dia de boas vendas.

AVÓ NOVELEIRA- ALGORITMO

"Se conheço Aldo Ritmo? Tive um vizinho que se chamado Aldo, mas o sobrenome era outro.”

ELES

Acobertados pelo manto da noite,
Saem de suas moradas os fantasmas de todos os tempos,
Para jogar pedras e bagunçar,
A casa mente dos tolos.

SANTO REMÉDIO

Madrugada e o cão Tupi não sossegava, não parava de latir. Vizinhos reclamavam. Após esbravejamentos e xingamentos inúteis seu dono levou para ele o último exemplar da Playdog. Foi um santo remédio.

NO PAÍS DOS OVOS VIRADOS

No país dos ovos virados
A chuva planeja sair da terra,
Os rios pensam em correr para cima,
Eleitores mais ou menos corruptos desejam continuar elegendo corruptos completos.
No país dos ovos virados,
O diploma universitário pela qualidade de tantas será papel de embrulho.
E só nos falta agora os filhos parirem os pais,
Bandidos serem os carcereiros de suas vítimas,
E policiais serem açoitados pela audácia suprema de prender e eliminar ladrões.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

RAIZ QUADRADA

“Sempre fui péssimo em matemática. Para aprender a tal raiz quadrada quem ficava quadrado era eu.” (Chico Melancia)

“Não tem jeito mesmo; peca demais. O Brasil quando morrer vai para o inferno.” (Mim)

“Eu procurando emprego e os caras só me oferecem trabalho. É ruim!” (Chico Melancia)

ESTUDANTE

“Estudar? Para você ter uma ideia, estudar estudei muito. Fiquei seis anos na quarta-série.” (Chico Melancia)

“Sapiência? Sapiência acredito ser a ciência dos sapos.” (Chico Melancia)

“Refletir? Eu reflito bem n’água.” (Chico Melancia)

SEM CARTAZ

“Estou sem cartaz até na terceira idade. Vou começar a pescar e a jogar dominó.” (Climério)

PRIMEIRO E ÚLTIMO

“Não me tornei fumante porque no primeiro cigarro que fumei fiz pose e acabei queimando a calça que estava estreando.” (Climério)

DOR

“Dor de corno é passageira. Duro mesmo é sofrer de enxaqueca.” (Climério)

“Antes morrer de indigestão que de fome.” (Fofucho)

“Sou o homem das massas, dos molhos e de toda família que engorda e satisfaz.” (Fofucho)

A GAZETA DO AVESSO-SP- Homem careca encontra tantos cabelos em risoto de camarão e obriga chef a implantá-los em sua cabeça sem cobrar nada por esse trabalho, digamos, artesanal.

PARDAL

Há um pardal na minha janela
Que não é o Professor Pardal.
Divirto-me com esse bichinho manso
Que me ensina coisas.
Mostrando-me, por exemplo,
O quanto pode ser belo na sua rotina
Esse animalzinho tão comum e singelo,
Que fica a ciscar aqui e ali
Para saciar seu estomagozinho.

ESTÃO CERTOS

“A solidão me fez dar razão aos meus inimigos; não é fácil me aturar.” (Climério)

TESTAMENTO

“Estou preparando o meu testamento. Para quem deixarei minhas sandálias havaianas?” (Climério)

SEM

“Há muito tempo estou sem inspiração e aumento de salário.” (Climério)

AVÓ NOVELEIRA

“ Langeri é a tal calcinha transparente com um fio que corre pela bunda?” 

“Quem irá  fazer hoje a salada de magnésia?”

A GAZETA DO AVESSO- Luta sofre um ataque de humildade e confessa que não é Deus.

A GAZETA DO AVESSO- Nicolás Maburro está febril e pela primeira vez a medicina veterinária detecta febre aftosa num asno.

O SACO

Um caminhão passou em disparada e deixou cair um saco. Era um saco de gatos. A meninada da rua ao abri-lo tirou de lá: cinco deputados; três senadores; doze empreiteiros; quinze sindicalistas ligados ao PT e por incrível que pareça uma licitação que ainda não havia sido fraudada.

O QUARTO

Genivaldo veio do interior do Ceará para morar em São Paulo. Arrumou um quarto para morar que na verdade não era nem um terço. Para conseguir abotoar a camisa ele precisava sair para o lado de fora ou nada feito. Dormir e sonhar nem pensar; o sonho ficava na rua em frente. Arranjou uma namorada, mas ele namorava dentro e ela no sereno ou na chuva. Genivaldo ficou um mês e se cansou daquele cubículo. Aborreceu-se e foi morar dentro de uma caixa de fósforos. De graça.

INVASORES

Surgiram desenhos nos trigais e milharais em Tongoland. Apressados determinaram que fossem extraterrestres que vieram a brincar. Especialistas chegaram da capital do estado para dar seu parecer. Jornais estampavam manchetes, havia até gente que dizia ter vistos homenzinhos verdes nos campos. Rádios fizeram alarde; talvez uma possível invasão alienígena se aproximasse? Beatas acenderam velas e realizaram novenas; crianças desenharam monstrinhos de mil tipos dando cara aos visitantes. Um tarado afirmou ter feito sexo com uma alienígena no próprio milharal enquanto ela devorava meio dúzia de espigas, coisa de louco. O comércio faturava em cima dos motivos desenhistas invasores. Enquanto isso tudo acontecia, Anselmo e Jonas esquentavam o corpo com uísque no Armand. Esses dois velhos bem humorados e espertos caíam na gargalhada planejando onde iriam agora aprontar com seus desenhos.

PREFERÊNCIAS

Dinorá era uma mulher madura que adorava garotinhos assados, fritos, ensopados, grelhados, de todo jeito enfim. Apesar de todos os crimes não foi pega pela polícia e sim por um garotinho que gostava de mulheres maduras fritas, assadas etc.

O ENVIADO

Quando ainda um ser amorfo no ventre da mãe o danadinho nasceu de repente e surpreendeu o mundo. Recém-saído da barriga da mãe num banco de coletivo pulou sobre uma poltrona e começou seu discurso falando da mediocridade geral, das crenças em verdades absolutas feitas para idiotas, do nada imperativo nos bilhões de mentes vãs. Explodiu de emoção falando da importância da ciência e não de futilidades mágicas. E já começando a ficar sem fôlego, ficou feliz quando viu um jovem gravando suas palavras num celular. Encerrando disse: “Eu vim por pouco tempo para dizer muito, sou luz que ilumina mentes encerradas nas trevas do saber, crentes de uma vida eterna paradisíaca ou infernal, ou seja, são bestas, porque eu sei daquilo que falo, vim de onde ninguém nunca foi, nasci no amanhã e voltei pelas mãos da ciência para dizer que Deus não existe e que tudo é propaganda barata.” E caiu morto.

ARES BORRADOS

Ricardo tinha muito medo de viajar de avião. Na verdade não podemos nem dizer que era medo, era pavor mesmo. Seu apelido entre colegas era “ares borrados.” Com o tempo seu corpo passou a reagir a esse medo e ele foi criando asas emplumadas, fortes asas com penas coloridas. Aconteceu que aos poucos seu medo sumiu, pois estava garantido. Voava sorrindo, acalmando os nervosos. Ainda dizia orgulhoso: “Se algo acontecer com esta aeronave, dou carona para quem quiser.”

FOLHA DO PREOCUPADO DE IRACEMINHA- Robôs podem os próximos 15 anos substituir 250 mil funcionários públicos no Reino Unido.

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- terça-feira, fevereiro 28, 2012 POR QUE LER BONS LIVROS, QUANDO SE PODE LER OS ÓTIMOS?

Não poucos leitores acharam que usei de mão pesada, ao comentar a reportagem da Veja sobre best-sellers. Que afinal não se lê para transformar o mundo mas pelo prazer de ler, que é melhor ler do que não ler nada ou assistir BBB. Vamos por partes.

Começo por minha parte. Só leio um livro ou assisto um filme se o livro ou filme me dão prazer. Sei, há leituras cujo fascínio está no texto e outras nem tanto. No Quixote, a meu ver, o que mais encanta é o texto de Cervantes, sua ironia constante, seu estilo. Claro que é prazeroso ler Cervantes. Como também ouvir a música de Fernando Pessoa ou José Hernández. Mas também sinto prazer em leituras pesadas como Dostoievski ou Ernest Renan. Se um livro me cansa ou não o entendo, desisto da leitura. Aconteceu por exemplo, com a Breve História do Tempo, de Stephen Hawking. Quando vi que me faltavam conhecimentos de física ou astronomia para entendê-lo, deixei-o de lado. Como também não consegui passar da página 100 de Ulisses ou Grandes Sertões: Veredas. Clarice Lispector, não consigo ler nem dez páginas.

Mas li – e reli – com muito prazer, os sete volumes da História do Cristianismo, de Renan. Li, de um sorvo só, as 1.458 páginas de L’ Histoire de l’Inquisition au Moyen Âge, de Henry Charles Lea. Mais as 1.400 de Un autre Moyen Âge, de Le Goff. Aliás, compro sem hesitar qualquer título assinado por Le Goff. Mas não consigo ler 70 ou 80 páginas do padre Marcelo ou do Paulo Coelho. Aliás, não consigo ler nem 50 linhas. Quando o assunto mexe conosco e o autor escreve bem, mil páginas nos deixam com sede.

Não sou desses que lêem para transformar o mundo. Já fui, é verdade. Aconteceu nos poucos anos de minha adolescência, quando fui contaminado pelo catolicismo e militei na JEC e JUC. Depois disso, veleidade nenhuma de transformar o mundo. O mundo que siga sua rota que eu vou tratar da minha.

Tampouco acho que um jovem deva começar pela grande literatura. Impor a leitura de clássicos a adolescentes é afastá-los da leitura. Certo, eu li o Quixote, pela primeira vez, aos quinze. Mas comecei com revistas em quadrinhos, tipo Zorro, Nyoka, Batman, Superman, Hopalong Cassidy, David Crocket. Tarzan, eu o li em quadrinhos e em livros. O texto de Edgar Rice Burroughs me fazia viajar bem mais longe que os quadrinhos.

Li também muito romance de capa-e-espada, de Michel Zevaco a Alexandre Dumas. Ou os Mistérios de Paris, de Eugène Sue. Mais Jules Verne, é claro. Ou Karl May. Quem lembra hoje de Winnetou ou Mão-de-ferro? Não diria hoje que tais livros constituam grande literatura. Mas fazem um adolescente sonhar e viajar por geografias distantes. Acho que há uma época para chegar-se a Nietzsche ou Dostoievski, e jamais me ocorreria recomendar a um adolescente Crime e Castigo ou Assim Falava Zaratustra.

Claro que é melhor ler qualquer coisa do que não ler nada. Mas se podemos ler boa literatura – ou pelo menos razoável – por que ler bobagens? Há quem vá mais longe. Era Stephan Zweig – se não me falha a memória – que se perguntava: por que ler bons livros, quando se pode ler os ótimos? O best-seller, na verdade, é um livro empurrado pela publicidade. O editor joga milhões na promoção do livro, compra jornais e jornalistas, críticos e resenhistas, e o leitor incauto cai na trapaça. O mesmo acontece com o cinema.

Outros leitores consideram que toda literatura é de auto-ajuda. Se pegamos a palavrinha em sua acepção lata, tenho de concordar. Lemos para entender o mundo e a nós mesmos. Em suma, para construir nossa personalidade, nossa visão de mundo. Quando busco os bons escritores, estou pedindo socorro. Lendo Platão, entendo melhor a Grécia antiga e a cultura ocidental. O mesmo diga-se da Bíblia, se a lemos com olhos de ateu. Lendo Cervantes, entendo melhor a Espanha. Lendo Orwell, entendo com mais acuidade a peste que grassou por todo o século passado.

São leituras que me ajudam, que me transformam. Mas o mesmo não podemos esperar de Jô Soares ou Zíbia Gasparetto. Por auto-ajuda, em sentido estrito, entende-se essa literatura que só ajuda mesmo o autor... a enriquecer. São enlatados repletos de lugares comuns e falsas esperanças. Servem como anestésico às grandes inquietações da existência. Você se sente um inútil? Leia algum desses livrinhos e erga a cabeça, afinal a vida é bela.

Há autores que libertam, e este autor varia de leitor para leitor. No meu caso, foi Nietzsche. Vou reproduzir texto que escrevi há umas três décadas. Meus professores de Filosofia não gostavam do alemão, ele demolia todas as filosofias. Cá e lá ele era citado, afinal não podia ser ignorado. Mas nunca tive professor que recomendasse Nietzsche em suas bibliografias. Para mim, foi autor decisivo em minha vida. É leitura, penso, que deve ser feita quando se é jovem. Não sei se adianta ler Nietzsche aos trinta anos. Também não sei se seria útil a um jovem contemporâneo. Em minha época de universitário, pensamento se demolia com pensamento. Hoje, os meios de comunicação se encarregam deste trabalho de demolição.

Aconteceu nos dias de Porto Alegre. Um colega um tanto inquieto, cujos interesses oscilavam do pugilismo às matemáticas, me abordou com o olhar desvairado. Empunhava um livro com verve. "Tens de ler este alemão. Urgente". Era o Ecce Homo - Como se chega a ser o que se é, de Nietzsche. Seriam umas dez da manhã. Acostumados àqueles humores repentinos, pensei dar uma vista de olhos no livro, para que meu instável amigo não mais me chateasse. Já no índice, comecei a irritar-me. Primeiro capítulo: porque sou tão sábio. Segundo: porque sou tão sagaz. Terceiro: porque escrevo bons livros. O último capítulo, uma pergunta: porque sou uma fatalidade?

É o tipo de introdução que convida o leitor desavisado a jogar o livro longe. Mas uma música qualquer, uma cantata de eremita que volta do deserto, emanava das páginas sublinhadas com fúria naquele livro ensebado. Deixei-me levar pela música, fui entrando na atmosfera rarefeita do pensador. "Ouvi-me!" - alerta Nietzsche já na introdução - "eu sou alguém e, sobretudo, não me confundais com qualquer outro".

Mergulhei com fúria na leitura. Sentia estar perto de algo vital. Este livro, no qual o alemão furibundo se apresenta aos pósteros com as palavras com que Pilatos entrega o Cristo às turbas - Eis o Homem - foi escrito pouco antes de seu mergulho na loucura. É certamente o pensador que com mais energia lutou contra a hipocrisia do cristianismo e contra o próprio Cristo, a ponto de assinar-se, em seus dias de insanidade, como o Anti-Cristo. Ao falar da morte dos deuses pagãos, completava: sim, os deuses gregos morreram. Morreram de rir, ao saber que no Ocidente havia um que se pretendia único.

A manhã se foi, entrei meio-dia adentro, esqueci de almoçar e, lá pelas três da tarde, tive de engolir esta: “Não me são desconhecidas as minhas qualidades de escritor; em determinados casos compreendi como se corrompia o gosto com o manuseio de minha obra. Acaba-se, simplesmente, por não suportar mais a leitura de outros livros, pelo menos os filósofos. (...) Disseram-me que é impossível interromper a leitura dos meus livros, porque eu perturbo até o repouso noturno. Não existem livros mais soberbos e, ao mesmo tempo tão refinados quanto os meus”. 

Vontade de jogar fora o livro. Mas já era tarde demais para voltar atrás. Procurei imediatamente as obras completas do autor. Primeira escala, Assim falava Zaratustra: "Exorto-vos, meus irmãos, a permanecer fiéis à terra e a não acreditar naqueles que vos falam de esperanças supraterrestres". Zaratustra é o eremita que, ao voltar da montanha, encontra um santo em uma cabana no bosque, que entoa cânticos para louvar a Deus. O eremita se espanta: "Será possível que este santo ancião ainda não tivesse ouvido no seu bosque que Deus já morreu?"

Para um jovem sufocado pela propaganda de Roma, sorver Nietzsche era como beber água límpida, não poluída pelos construtores de mitos. Passei inclusive a estudar alemão, para degustar no original seus ditirambos. Mas a vida tem outros projetos para os que nela entram, e acabei aprendendo sueco. De qualquer forma, Nietzsche foi decisivo para minha libertação.

Outros livros me ensinaram mais ainda sobre o homem, o mundo e sobre mim mesmo. Mas se hoje sou como sou, isto eu o devo ao pensador alemão. Ler qualquer coisa é melhor do que não ler? Até pode ser. Mas a boa literatura, mesmo minoritária, ainda exige mais que uma vida para ser consumida. 

No que me diz respeito, não tenho tempo nem de ler os bons livros que comprei em minhas viagens. Uma das coisas que lamentarei na viagem aquela da qual não se volta é não ter lido todos os livros de minha biblioteca. Boa literatura é o que não falta. Pode não estar nas bancas de jornais ou mesmo em livrarias, mas sempre está ao alcance da mão do leitor mais curioso. Ainda mais nestes dias de Internet.