quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Insone. Não tenho nenhuma grande preocupação. Na verdade eu e o sono nunca fomos amigos.

Estou esperando pelo sono e ele não chega. Acho que terei que procurá-lo.

Votar é coisa séria, mesmo os políticos sendo de brincadeira.

Alexandre Garcia- O mensalão da Petrobras

O Secretário-Geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, achou estranho que tenha vazado parte do depoimento do delator-premiado Paulo Roberto Costa, às vésperas da eleição. Tem razão. A gente fica a se perguntar como vazou e por quê. Mais grave do que isso é a gente pensar que um depoimento dessa importância só seja revelado depois da eleição. O eleitor haveria de perguntar: “Por que não contaram antes? Eu teria votado diferente. Me enganaram, escondendo fatos.” O que é mais grave: divulgar ou esconder? Na verdade, não creio que a maioria dos eleitores altere o voto por causa do delator-premiado. O avião de Eduardo Campos e Marina até hoje se revela um negócio clandestino, e isso não impediu que Marina subisse como um jato. A punição do Grêmio por racismo de torcedores não impediu que no último domingo outro goleiro negro fosse chamado de macaco em Minas Gerais. O mensalão denunciado em 2005 e a condenação de mensaleiros, não foi suficiente para desestimular o mensalão da Petrobrás. O brasileiro, em geral, pensa com a emoção, não com a razão. E como confiar no depoimento de Paulo Roberto Costa? Ora, ele foi da confiança de Lula e de Dilma. Foi diretor de Refino e Abastecimento da Petrobrás de 2004 a 2012. Além disso, a delação premiada exige que o depoente prove o que diz, sob pena de acrescentar à pena o crime de falso testemunho. Aliás, Paulo Roberto não quer ser outro Roberto Jefferson ou Marcos Valério. Os dois - o denunciante e o operador - perderam mais que os benefciários do mensalão. José Dirceu pegou 10 anos e já trabalha fora da prisão, e Valério 37 anos, e está atrás das grades. O depoimento ainda não foi concluído e já aparecem nomes de governadores, deputados, senadores, ministro e ex-ministro e o tesoureiro do PT. A presidente disse que não desconfiava de malfeitos na Petrobrás, como Lula diz que não sabia do outro mensalão. Mas admite que “se houve sangria, está estancada” mas ressalva que Graça Foster, a atual presidente da empresa, “não é delegada de polícia.” Um caso de polícia, portanto, mas da responsabilidade de também de quem não quis descobrir antes de Paulo Roberto Costa abrir a boca para salvar a pele. - 

CORREIO DA FUMAÇA- Maconha diminui chances de jovem conseguir diploma

Adolescentes que fumam maconha com frequência têm menos chances de concluir os estudos na escola e de conseguir um diploma no ensino superior do que jovens que não são usuários da droga. É o que descobriram pesquisadores após analisarem os resultados de pesquisas feitas anteriormente sobre o assunto. O trabalho ainda indicou que o uso da maconha aumenta em até oito vezes as chances de os adolescentes consumirem outras drogas ilícitas nos anos seguintes.
+http://veja.abril.com.br/noticia/saude/maconha-diminui-chances-de-jovem-conseguir-diploma

Minorias muito barulhentas, mas sem apoio eleitoral

Quem observa apenas os protestos nas ruas ou as páginas dos jornais pode ter a impressão de que certos grupos radicais de esquerda contam com amplo apoio popular. Afinal, o grau de estridência de seus gritos e o eco que produz na mídia dão a entender que, de fato, falam em nome do povo, como alegam. Nada mais falso.
Uma das evidências disso é a irrisória intenção de voto em Luciana Genro, do PSOL. Apoiada por “intelectuais” como Gregório Duvivier, grande humorista quando fala sério sobre política, a caricata socialista não deve sair do traço nas eleições, com menos de 1% dos votos.
Mas em tudo que é manifestação barulhenta pelas ruas do país, lá estão as bandeiras do PSOL, apoiado por artistas famosos como Wagner Moura e Caetano Veloso, que aplaudem também vândalos como os black blocs, rejeitados por cerca de 90% da população. Clara desproporção entre inserção na imprensa e retorno eleitoral.
O mesmo acontece no Rio com o candidato ao governo do PSOL e também o do PT. Ambos, juntos, chegam a apenas 11% das intenções de voto. Mas, a julgar pelos protestos dos “revolucionários”, pela barulheira que uma Sininho da vida causa na imprensa, e pelo apoio das celebridades, era de se imaginar que teriam muito mais votos.
Reinaldo Azevedo aproveitou para cutucar a “esquerda da Vieira Souto”, essa esquerda caviar que adora “revolucionários” e criminosos lá de cima de suas coberturas milionárias. Forçou um pouco a barra no argumento, ao pintar até um populista como Garotinho de “conservador”, sem levar em conta a qualidade desse “conservadorismo”.
Caê Black Bloc: o povo não quer saber disso
Mas toca em um ponto certo: a mensagem de Garotinho, Crivella e Pezão não é a dos “progressistas” de butique. Quem acompanha política pelos jornais e novelas, poderia jurar que temas como casamento gay, aborto e legalização de drogas fossem os mais importantes do mundo. Pelo visto, quase 70% dos eleitores têm outra agenda, e somente 11% aplaudem a esquerda radical. Cheguei a defender aqui uma agenda com outras prioridades, argumentando que nossa elite vive mesmo em uma bolha.
Para Azevedo, esses 11% representariam os tais “progressistas” abastados. O carioca costuma votar muito mal, e não dá para comemorar a vitória “conservadora” quando os nomes que disputam a vaga são esses. Mas o fracasso da esquerda radical serve, ao menos, para colocar nas devidas proporções o real apoio que a turma recebe, bastante inferior ao sugerido pela gritaria nas ruas e repercussão nos jornais. Concluo com o alerta feito por Edmund Burke:
Porque meia-dúzia de gafanhotos sob uma samambaia faz o campo tinir com seu inoportuno zumbido, ao passo que milhares de cabeças de gado repousando à sombra do carvalho inglês ruminam em silêncio, por favor, não vá imaginar que aqueles que fazem barulho são os únicos habitantes do campo; ou que logicamente são maiores em número; ou, ainda, que signifiquem mais do que um pequeno grupo de insetos efêmeros, secos, magros, saltitantes, espalhafatosos e inoportunos.  
Rodrigo Constantino

Schwartsman reage com ironia ao BC: fica, Guido!



Schwartsman: o que fazer se são umas bestas mesmo?
O episódio envolvendo o Banco Central e seu ex-diretor Alexandre Schwartsman foi um dos mais pitorescos dos últimos tempos. E olha que concorrência não faltou! O BC, conforme Veja divulgou, entrou com uma queixa-crime contra as críticas “difamatórias” do colunista da Folha, o que claramente se configura uma tentativa de intimidação ao direito básico de liberdade de expressão.
As críticas que Schwartsman tem feito à gestão do BC são até leves, em minha opinião. Eu mesmo já acusei seu presidente Alexandre Tombini de ser uma marionete do Planalto algumas vezes, e cheguei a afirmar que não contrataria Guido Mantega nem como meu estagiário.
Em vez de apresentar queixa-crime contra quem critica a equipe econômica de Dilma, o certo seria chamar os “homens de branco” para internar num hospício aqueles que elogiam tanta incompetência. Mas sabemos que muitas vezes os elogios são diretamente proporcionais aos “afagos” recebidos.
Enfim, o fato é que vários dos mais importantes economistas do país assinaram uma petição contra o BC por seu ato arbitrário e autoritário, e parece que a instituição, que pertence ao estado e não ao governo ou a algum partido, já recuou dessa maluquice. Vence a liberdade de expressão.
E Schwartsman, em sua coluna de hoje, dá o troco da melhor forma possível: usando a ironia para ridicularizar ainda mais – se isso for possível – esse bando de incompetentes que tem destruído nossa economia. Diz o autor:
Passei o fim de semana desnorteado. A presidente antecipou a demissão do ministro da Fazenda, que agora que desfruta da inédita condição de ex-ministro em atividade, com consequências funestas para a temperatura de seu cafezinho (pelo que me lembro, o café da Fazenda já era particularmente abominável; frio então…), assim como para qualquer iniciativa que ainda pretenda tomar no campo da política econômica.
Funestas serão também as implicações para minha vida de colunista. Desde que aceitei o convite para escrever uma vez por semana neste espaço, sempre me angustiei com o tema da coluna. Suores frios, insônia, o tique-taque implacável, o cursor piscando na tela em branco… Nestas horas, porém, sempre pude contar com a contribuição inestimável de Guido Mantega: quase toda semana ele me ofereceu, de forma mais que graciosa, ideias para meus artigos, ideias que, francamente, minha parca imaginação jamais atingiria.

Ao contrário da revista “The Economist”, que tempos atrás pediu de forma irônica a permanência do ministro, apelando à psicologia reversa, eu sou franco em meu apelo, ainda mais porque se trata, como se viu, de matéria do meu mais profundo interesse.
Em seguida, ele cita alguns exemplos das típicas trapalhadas de Mantega e sua turma, pois recordar é viver. É o retrato do estrago do país em poucos anos. Com ácida ironia, conclui:
Acredito, inclusive, que seria caso de mantê-lo como ministro qualquer que seja o resultado da eleição. Não é que eu deseje o mal do país, mas poderíamos deixá-lo na mesma posição que hoje ocupa, isto é, sem qualquer relevância para a formulação ou execução da política econômica; apenas para nosso entretenimento.
Entendo perfeitamente o ponto: como alguém que chega a escrever até cinco textos diários no blog, a ausência de pauta é sempre uma angústia. Mas no Brasil, felizmente para os colunistas e infelizmente para o povo, pauta é o que não falta com tanto “gênio” no poder. O país afunda, mas ao menos o espetáculo de palhaçadas é garantido…
Rodrigo Constantino

Realidade

Humanos mergulhados na empáfia?
Mais dia menos dia
Seremos todos ossos e pó
Salvo alguns esperançosos da criônica
Que acreditam em algo diferente
Mas a realidade do humano
É nascer
Crescer
Morrer
E mais não tem.

Miniconto- VILA TRISTEZA

Em terra de gente triste, tristeza é o material que não falta. Pelas ruas de Vila Tristeza não se ouve sorrisos de crianças e o cantar dos passarinhos. Música é algo que não se escuta. Não se ouve também a bola quicar nos campinhos de terra e o alegre tagarelar das comadres no final de uma tarde de verão. Andorinhas não voam perto dela, temendo perder seu trinar. Na Vila Tristeza como o nome já diz, uma tristeza chorosa tomou conta de todos; até as flores são aborrecidas e sem cores. Um viajante que por ali passe, não receberá por certo um comprimento de bom dia ou um sorriso amável; apenas o frio distanciamento de seres que vivem num mundo estranho e sem nenhum calor humano. Quando a noite chega, todas as janelas e portas se fecham, o mundo coletivo que pouco existe durante o calor do sol deixa de existir por completo, é cada um por si. Na pequena vila impera o orgulho e todos são donos da verdade..

Disse o Deputado Arnaldo Comissão

“Eu sempre fui meio ladrãozinho. E não culpo os outros por isso.É coisa que está no sangue.” (Dep. Arnaldo Comissão)

E não é?

Abóboras gigantes falam e conduzem abobrinhas. Há espaço na mídia para todos os tipos de quadrúpedes. Como esperar que o povo em geral aumente sua caixa cerebral com isso?

Miniconto- Pulga Shipa

 Shipa, a pulga, há muitos anos inquilina do cão de apartamento do Pepe, tediosa há tempos, resolveu deixá-lo e seguir seu caminho pelas ruas do Rio de Janeiro. O mundo era o seu limite. Desceu saltitante pelas escadas do edifício, inspirou para encarar o mundo. Na padaria do seu Romeu subiu pelas coxonas de Jucimara e acabou dando num matagal. Pulou e dali foi para Copacabana. Na praia pulou em nádegas reluzentes, porém escorregou no bronzeador e se encheu de areia. Pulou nas pernas do guarda de trânsito e subiu para o lado das cuecas. Putz! Foi ao Cristo Redentor e vislumbrou o quanto o Rio é belo. Já cansada de tanto pular, pegou carona com um pardal que passava por perto. Mas Shipa não teve sorte. Antes de chegar ao Maracanã houve um tiroteio entre traficantes e policiais, infelizmente ela foi atingida por uma bala perdida. Morreu na hora. Puro azar para quem sobreviveu a tantos venenos e esmagaduras.

Miniconto- Assassino

Mesmo um enorme temporal não impediu o pistoleiro Andrade de executar o contrato. Um tiro na testa foi o suficiente para acabar com a vítima, que não esboçou nenhuma reação. Feito o serviço, saiu ele caminhando lentamente do local do crime, pouco se importando o aguaceiro que caía. Chegou em sua casa antes da meia-noite, quando todos já dormiam. Tomou um banho demorado, beijou seus filhos deitou-se ao lado da mulher. Fez um sono tranqüilo. Do outro lado da cidade, crianças desesperadas choravam pela morte do pai.

Por que será?

"Aqui na vila chamam a minha mulher pelo sugestivo apelido de 'perereca em chamas'." (Climério)

Lamber demais as crias

“Filhos não devem ser bajulados. Que recebam amor e disciplina na medida certa. Bajulados pelos pais eles inflam como enormes balões que depois ao bater-se contra os espinhos da vida explodem, murcham e só então conhecem a própria realidade.” (Filosofeno)

O JABUTI ESTÁ INDO PARA O BURACO, MAS AINDA SE AGARRA EM RAÍZES- Emprego na indústria tem queda pelo 34º mês consecutivo

Sindicato do crime: quem vai enfrentar essa máfia?



Rita de Cácia. Fonte: GLOBO
Deu no GLOBO: Presidente de sindicato faturava até R$ 1 milhão por mês
Uma investigação sobre um duplo homicídio ocorrido no ano passado em Barra do Piraí levou à descoberta de um grande esquema de desvio de dinheiro dos filiados do Sindicato dos Empregados do Comércio de Niterói e de outras sete cidades fluminenses, o segundo maior da categoria no estado. As vítimas haviam assaltado uma das fazendas da presidente da entidade, Rita de Cácia da Silva Rodrigues, e, dias depois, foram executadas. O crime ainda não foi esclarecido, mas chamou a atenção da Delegacia Fazendária (Delefaz) da Polícia Civil, que desconfiou da origem dos recursos usados por ela na compra da propriedade.Investigadores prepararam a operação, batizada de Sindicato do Crime, e verificaram que parte das taxas pagas por lojistas para que seus funcionários trabalhassem aos domingos e em feriados não entrava nos cofres da associação de classe. Enquanto as contribuições passavam longe do sindicato, Rita, que está há duas semanas em Dubai, nos Emirados Árabes, acumulava uma fortuna incompatível com seus vencimentos na entidade.
Segundo a delegada Tatiana Queiroz, Rita de Cácia faturava até R$ 1 milhão por mês com os desvios das taxas trabalhistas. Com isso, conseguiu um patrimônio invejável, usando ‘‘laranjas’’ para a compra de imóveis e carros de luxo. Uma de suas fazendas, a São Paulo, localizada no município fluminense de Vassouras, foi comprada por cerca de R$ 5 milhões, de acordo com investigadores.
Agentes da Delefaz cumpriram, nesta segunda-feira, dez mandados de busca e apreensão em locais que foram alvos das investigações da Operação Sindicato do Crime. A maioria dos endereços é de imóveis de Rita de Cácia: além da Fazenda São Paulo, policiais estiveram na Fazenda da Cachoeira, em Rio das Flores (comprada por R$ 750 mil); num haras (adquirido por R$ 850 mil); em duas casas em Búzios, numa em Cabo Frio, em três apartamentos e numa mansão em Niterói. De acordo com policiais, ao comprar alguns desses imóveis, ela chegou a dar cheques usados nos pagamentos das taxas trabalhistas. Notas promissórias serviam como recibos: agentes apreenderam três delas, no valor de R$ 500 mil cada uma, dadas na compra de uma das casas de Búzios.
Diante de mais esse escândalo envolvendo um sindicato, cabe perguntar: quem ainda acredita que os sindicatos que temos lutam pelos interesses dos trabalhadores, e não dos sindicalistas? O que temos no Brasil são verdadeiras máfias sindicais que exploram os trabalhadores em benefício próprio.
E ainda contam com o nefasto “imposto sindical”, obtido à força dos trabalhadores. Por que não acabamos logo com isso e tornamos a adesão sindical totalmente voluntária, como deve ser em uma democracia? Somente assim o trabalhador terá o direito de escolha para contribuir apenas se achar que compensa.
Quem será o estadista que enfrentará essas máfias sindicais em nosso país? Quem terá a coragem de desfazer as trapalhadas fascistas de Getúlio Vargas? Onde está a nossa Margaret Thatcher para colocar um fim nesse abuso sindical?
Rodrigo Constantino

Mas a Lei Seca não faria milagres?

Uma das coisas que mais cansam no Brasil é a falta de lógica e de memória nos debates, assim como a busca por “soluções mágicas” simplistas para os complexos problemas. Temos uma “guerra civil” no trânsito, que mata cerca de 50 mil pessoas por ano, quantia similar a de perdas em homicídios. A Lei Seca foi a grande promessa que encantou – e ainda encanta – um monte de gente.
Quando foi aprovada, houve grande comemoração. Nos primeiros meses, os jornais estampavam as quedas dos acidentes, e a falta de lógica levava à conclusão precipitada de que era a tolerância zero com o álcool a responsável pela conquista. Escrevi na época alguns textos argumentando que não tinha nada a ver com o teor alcoólico permitido, e sim com a ostensiva fiscalização naquele começo de operação. O óbvio ululante, mas que sempre precisa ser dito em nosso país.
Não adiantou. A euforia era total. O culpado pelas mortes no trânsito era o sujeito, pai de família responsável, que bebia uma taça ou duas de vinho no jantar com sua mulher e depois dirigia calmamente para casa. Um criminoso! Um assassino! Enquanto isso, carros caindo aos pedaços continuavam a circular nas ruas, motoristas imprudentes sem álcool no sangue também, tudo em vias precárias, com má sinalização, em um país cuja cultura não costuma respeitar as regras.
Resultado? As mortes em acidentes de trânsito continuam subindo. Só no Rio são duas por dia:
Indicadores do Rio Como Vamos (RCV), com base nos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostram que houve aproximadamente 600 óbitos por ano, de 2009 a 2013. No mesmo período, o número de registros de feridos também cresceu: saltou de 18.924 para 23.284. São números de uma guerra. O RCV alerta para um padrão de comportamento que se alastra perigosamente: os motoristas estão dirigindo de maneira cada vez mais imprudente, não respeitando os limites de velocidade e o sinal vermelho, colocando em risco suas vidas e as de terceiros.
Na comparação dos dados do primeiro semestre de 2013 com o de 2014, as mortes no trânsito aumentaram de 258 para 321 (24,4%). Uma situação alarmante. As regiões mais afetadas no primeiro semestre deste ano foram Botafogo (de sete para 15 óbitos), Campo Grande (de 21 para 27) e Jacarepaguá (de nove para 20). Já a região do Méier registrou queda de 15 para sete óbitos no mesmo período.
Os acidentes com feridos também preocupam. Confrontando o período estudado, percebe-se que os casos aumentaram de 10.386 para 11.338 (9,2%). No primeiro semestre de 2014, o RCV chama atenção para as regiões da Barra da Tijuca (de 648 para 920 registros), Jacarepaguá (de 710 para 892) e Santa Cruz (de 370 para 516). Reduções importantes ocorreram em Campo Grande (de 982 para 868 feridos) e Méier (de 682 para 625).
Na mesma reportagem, consta que 90% aprovam a Lei Seca. E pasmem! Não há nenhum elo feito entre a promessa de resultados fantásticos com a lei e o resultado lamentável de hoje. Ou seja, ninguém liga “lé” com “cré”, ou cobra coerência das propostas anteriores.
Vamos sempre atacando sintomas em vez de causas. Sei que fico repetitivo, mas é porque nosso povo é repetitivo nos erros: somos o país do sofá, do marido que joga fora o sofá para acabar com o adultério da esposa. Quebramos o termômetro para “curar” a febre do doente.
É como no caso do desarmamento, que prometia resolver ou melhorar muito a questão da criminalidade. Tirando a proteção do cidadão de bem? Avisando ao bandido que ninguém mais terá condições de garantir sua legítima-defesa? Qual a lógica? Não importa. Era grande a expectativa dos “progressistas”. O crime continua aumentando, mas quem liga?
E assim chegamos a esse cenário atual, em que não posso sair para jantar e tomar um vinho, como se tivéssemos excelente infraestrutura de transporte público como alternativa, enquanto mais e mais gente morre vítima de imprudência no caótico trânsito do país.
Mas vamos resolver tudo agora. Vamos intensificar ainda mais o rigor da Lei Seca. Ai daquele criminoso maldito que ousar pegar na direção depois de comer um bombom de licor ou usar aqueles enxaguantes bucais com um pouco de álcool! O Brasil, definitivamente, não é um país sério…
Rodrigo Constantino

Quem é ele

“O Deus de muitos grandes líderes religiosos é depositado em bancos.” (Mim)

Caio Blinder- A morte dos velhos sonhos e a nova realidade de Obama

Em seu segundo discurso de posse presidencial, em 21 de janeiro de 2013, Barack Obama pontificou: “Uma década de guerra está terminando”. A promessa de Obama era a retirada americana do Iraque e do Afeganistão. Na verdade, uma retirada dos atoleiros externos. Na sequência daquele discurso de segunda posse, o presidente listou seus planos e aspirações, centradas em um projeto de ativismo governamental. Na lista, estavam o combate à desigualdade de renda, reformas tributária, educacional e na imigração;  e ênfase em mudanças climáticas.
O imprescindível (para mim) Gerald Seib, do Wall Street Journal, mostra como esta agenda doméstica está à deriva, enquanto Obama está sendo sugado pelos atoleiros do Oriente Médio e de outras crises internacionais (para quem puder acessar, aqui está o texto de Gerald Seib). Nada mais irônico que o presidente tenha escolhido esta quarta-feira, véspera do décimo-terceiro aniversário dos atentados do 11 de setembro para tentar vender ao país e ao mundo, em noturno pronunciamento solene, seus planos para lidar com o terror do grupo Estado Islâmico. Afinal foram aqueles atentados em 2001 que impeliram os EUA para as guerras que o presidente decidiu remover da agenda americana. No seu segundo mandato, Obama queria cuidar das questões dom ésticas.
Como lembra Seib, Obama é apenas mais um presidente forçado a constatar que não pode se dar ao luxo de escolher o tipo de presidência que gostaria de conduzir. O presidente tem poderes, mas não o controle das marés da história. Acaba respondendo às ondas e Obama foi especialmente acusado de comportamento passivo ou vacilante ou excessivamente cauteloso quando a maré surgiu, em especial no Oriente Médio.
Imagine! Há duas semanas, o presidente disse que “ainda não tinha uma estratégia” para cuidar do Estado Islâmico”. Ela acaba de ser arranjada quando pesquisas de opinião pública mostram os americanos com um pouco mais de apetite, em comparação há meses atrás, para ativismo dos EUA no exterior, especialmente na questão do terror islâmico. No entanto, persiste a aversão ao envio de tropas ao Oriente Médio.
No primeiro mandato, Obama foi consumido por crises que ele não gerara, como o colapso financeiro de 2008 e as invasões do Afeganistão e Iraque. Precisava lidar com estes desafios e sua marca registrada doméstica foi a reforma de saúde. Ironicamente, seu governo foi consumida por esta controvertida reforma, que ficou conhecida como Obamacare, e o resultado foi a perda da maioria democrata na Câmara dos Deputados nas eleições de 2010.
Franklin Roosevelt estava destinado a ser associado basicamente ao novo contrato social e econômico, o New Deal, mas com o monstro fascista ele se tornou no presidente da guerra. Lyndon Johnson estava a caminho para ser o presidente das grandes reformas sociais, Great Society, mas foi devorado pela guerra do Vietnã. O provinciano George W. Bush assumiu com a ambição de ser o campeão de um conservadorismo da compaixão e sua presidência foi forjada pelos atentados do 11 de setembro e por guerras.
Na linha de pensamento de Gerald Seib, no discurso desta quarta-feira, o presidente Barack Obama estará em linhas gerais reconhecendo a morte do seu sonho e muito de sua agenda. O pronunciamento vai sublinhar aos americanos e ao mundo como as prioridades da ainda única superpotência do planeta estão mudando. O foco do discurso não será a expansão da agenda doméstica, mas da expansão do combate ao terror islâmico no recém-inventado Siraque (Síria + Iraque).

Pensar também

“Quem gosta de orar não precisa abrir mão de pensar. Porém não é o que vemos.” (Mim)

Só sei que é assim

Só sei que é assim... A corrupção começa com pequenos atos na aldeia. Por exemplo: quando um pistolão consegue anular multas e pontos na carteira de motorista junto da autoridade companheira.

Moody’s diz que crédito do Brasil se deteriora

Nada mudou.
Confirmando a tese de que as agências de classificação de risco são sempre retardatárias ao reagir aos eventos da economia real, a Moody’s acaba de colocar a nota de crédito do Brasil em perspectiva negativa, o primeiro passo para rebaixar o rating do País.
A agência citou o baixo crescimento econômico, a crise de confiança do empresariado (que levou a uma queda do investimento) e o “desafio fiscal” representado por uma dívida alta e um crescimento baixo.
Com um rating mais baixo, o custo dos empréstimos internacionais para as empresas e para o Governo brasileiro sobe.
Em princípio, o possível corte pela Moody’s, que ainda pode demorar meses, não ameaça o chamado “grau de investimento”, o selo de qualidade dado pela agência que certifica que o País é um lugar “seguro” para se investir.
Na escala de ratings, o Brasil está dois degraus acima do grau de investimento.
Mas a pergunta é: com um PIB em estado de coma, centenas de bilhões de reais em esqueletos fiscais, contabilidade criativa e intervenção governamental em vários setores… como é que a perspectiva ainda não era negativa?
Por Geraldo Samor

E disse o Augusto

"Nas contas da supergerente de araque, o Brasil Maravilha já tem tantos médicos que agora o problema é a falta de pacientes." (Augusto Nunes)

Estradevários

E como diz minha avó noveleira: “Teu avô tocava violino como poucos lá em Camanducaia. Até quando ele ensaiava tinha platéia. Também pudera, ele tocava num tal de Estradevários.”

Acabamento bem feito

“Não existe mulher feia. Existe é mulher com pouca maquiagem.” (Mim)

Pose

“A pose almoça pão com banana e arrota caviar.” (Climério)

E como perguntava o velho Trajano

...E como perguntava seu Trajano, velho marinheiro octogenário, aposentado e já sem pernas, um olho furado, orelhas mordidas por piranhas do Amazonas, que morreu muito lúcido: “Para que servem os governantes além de cobrar impostos e nos roubar?”

Amizade

“A amizade é um amor que nunca morre. Isso se os amigos não fizerem uma sociedade comercial.” (Filosofeno)