quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

FESTA DOS VERMES


FESTA DOS VERMES

Acontecia a grande festa anual dos vermes. Centenas de moradores de gentes e bichos. Música boa e comes e bebes. Alegria escancarada de todos os presentes. Na madrugada adentram o salão a Gleisi Hoffman e Lula. A música cessa, o riso cala e os presentes todos passam a vomitar. A festa acaba.

SÃO PEDRO E DEUS


São Pedro após ler as últimas barbaridades cometidas pelo Papa disse para Deus:
-Eu não falei para você que Papa argentino era uma furada! Sem demora ela canoniza o corno do Fidel Castro.

MINICONTO- HISTÓRIA MACABRA


HISTÓRIA MACABRA
Ano 2100. Mãe contando para os filhos história macabra.
“Naquele tempo sombrio meus amados filhos, o ar estava empestado por culpa de monstros horríveis que atormentavam a nação. Saídos das profundezas dos mais terríveis dos infernos eles nasceram para atormentar o povo honesto e trabalhador. Com suas capas esvoaçantes, cérebros eivados de pedantismo, eles vomitam escândalos na sala dourada outrora conhecida como sala da sapiência. Seres asquerosos, cheiravam a enxofre e vômito, mas quando se olhavam no espelho viam-se como príncipes e princesas encantadas. O bom povo sofreu anos com os ogros Gilmarpuzt; Celsopuff ;Toffoli Pof-Pof; Lewapig; Marcorélio e Deusnosacuda Weber. Não atacavam os poderosos, sua ira estava direcionada aos humildes e à boa justiça. Quanto sofrimento! Mas como não há mal que sempre dure um dia o povo descobriu a utilidade da corda. Foram dependurados, o sol raiou, a paz voltou à nação e seguimos para o belo futuro que hoje se apresenta. ”


MINICONTO- O DEFUNTO INDIGNADO

O DEFUNTO INDIGNADO

Morreu D. Inácio Gomes. Velório grande na comunidade. Coroas de flores de lotar estádio de futebol. Mas acontece que os Gomes não gostam dos Fagundes nem perto, nem longe, coisa centenária. Pois não é que até os Fagundes vieram prestar condolências ao falecido? Diante de tal afronta o defunto pulou do caixão e de dedo em riste disse: “Se é para ser velado até pelos Fagundes, eu não morro mais! ”- E dito isso saiu porta afora esbravejando contra tudo e todos.

MINICONTO- AO PÉ DO POÇO

AO PÉ DO POÇO

Ao pé do poço o Pedro Paulo pediu ao padre Primo a benção porque iria se jogar no poço. O padre respondeu que não daria benção porra nenhuma a um suicida ainda mais numa tarde em que também estava puto da vida com tudo e todos e que ele ainda iria para o inferno.  O padre resolveu ficar nu no pé do poço só para mostrar que maluco por maluco ele também era. E agora?   Tudo isso irritou profundamente Pedro Paulo que por fim disse que não iria mais se matar e que se tornaria um homicida. Dito isso jogou o padre no poço e partiu faceiro usando as calças novas do religioso.

SERVENTIA


SERVENTIA

Labutar num escritório
Nem pensar pelo tédio
Trabalho braçal
Achava pesado
Tentou ser cantor
Mas não tinha voz
Tentou ser ator
Porém não tinha talento
Então resolveu ser chupim de político
Trabalho que serve para qualquer jumento.

MINICONTO- OS CÃES

OS CÃES


Ouve um tempo na Grécia que os cães evoluíram, passaram a raciocinar, a ler, escrever e tomar consciência de si. O líder marcou um evento os seriam lançadas as bases na nova civilização baseada nos princípios caninos e não mais nos princípios humanos. A palavra de ordem era “Ossos sim, ração não!” O salão estava lotado, centenas e centenas de cães presentes ouvindo os grandes oradores dogsgrecos demonstrando como seria o novo mundo fruto das ideias guaipecanas. A danação do evento símbolo foi que dois gatos distraídos entraram no salão e aconteceu uma louca debandada de cães correndo atrás dos bichanos. Muitos morreram pisoteados, outros sufocados na ânsia de pegar os gatos. O líder olhou para um dos oradores e disse: “É, não estamos prontos à civilização.” Isso dito voltou a latir enquanto procurava um arbusto para urinar.

MINICONTO- CHUCKY E BOB

CHUCKY E BOB


Chucky, o brinquedo assassino depois de cometer mais alguns crimes estava sendo procurado pela polícia. Para safar-se, fez-se de morto e foi misturar-se entre bagulhos que estavam no lixo. O Bob passou e levou o boneco para casa. É evidente que Chucky encheu-se de alegria; ficaria adormecido por algum tempo e depois que tudo se acalmasse voltaria aos ataques sangrentos. O que ele não sabia é que Bob era na verdade um destruidor. Em oito anos de vida já havia matado três bicicletas, vinte e dois carrinhos de lata e oitenta bonecos da Marvel, salvo outros trucidados que eram de seus amigos. Chucky teve vida curta nas mãos de Bob, muito curta. Antes da primeira hora no quarto de Bob já havia perdido os pés e teve arrancados os olhos, pois o garotinho desejava saber se eram de vidro ou não. Após cortar braços e também a cabeça levou tudo ao quintal, jogou gasolina sobre e colocou fogo. Tencionava derreter tudo e confeccionar uma espada de plástico. Na verdade, Chucky nas mãos de Bob não passava de um principiante.

MINICONTO- AS COBRAS

AS COBRAS


A cobra macho Sspy entrou na casa para curtir uma sombra e deu de cara com uma cobra de areia colorida que cobria o vão inferior da porta. Ainda não muito experiente nas coisas mundanas de amores e agarramentos, ficou vidrado na arenosa e não mais saiu de perto até ser morta a pauladas pelo dono da casa que desejava apenas enxotá-la, porém não teve outro jeito. Morreu no piso frio da despensa com os olhinhos cheios de paixão, sabendo da pior maneira possível que toda paixão é mortal.

MINICONTO- ABUTRES SURPRESOS

ABUTRES SURPRESOS


Dois abutres armados rondavam por horas as casas no Belvedere. Estacionaram o automóvel e ficaram observando como agiam os proprietários. Quem entrava e quem saía, se descuidado ou não descuidado. Então naquela tarde uma mulher deixou o portão aberto. Os abutres entraram de armas nas mãos. Vasculharam todas as salas, não encontram vivalma. Acharam um pouco estranho, mas seguem em frente. Procuram pelo cofre até encontrá-lo. Um dos gatunos é especialista, em poucos minutos consegue abri-lo. No cofre não encontram joias e nem dinheiro, tampouco documentos importantes. Dentro do cofre há apenas fotos da progenitora dos meliantes dando de mamar para dois marmanjos no corredor de um bordel.

NECESSIDADE DA MORTE- ARTHUR SCHOPENHAUER


A individualidade do homem tem tão pouco valor que nada perde com a morte; há alguma importância nos característicos gerais da humanidade, que são indestrutíveis. Se concedessem ao homem uma vida eterna, sentiria tanta repugnância por ela que acabaria desejando a morte, farto da imutabilidade de seu caráter e de seu ilimitado entendimento. Se exigíssemos a imortalidade perpetuaríamos um erro porque a individualidade não deveria existir, e o verdadeiro fim da vida é livrar-nos dela. Se não houvesse penas e trabalhos, acabaria o homem por enfastiar-se, e voltaria a sofrer as dores do mundo em tudo o que se encontrasse ao seu alcance. Num mundo melhor o homem não se sentiria feliz, o essencial seria fazer com que ele seja o que não é, isto é, transformá-lo completamente. A morte realiza a principal condição; deixar de ser o que é; tendo isto em conta, concebe-se-lhe a necessidade moral. Ser colocado noutro mundo, e mudar inteiramente de ser, é no fundo uma só e mesma coisa. Seria conveniente que a morte, que destruiu uma consciência individual, a reanimasse de novo dando-lhe uma vida eterna? Qual o conteúdo, quase invariável desta consciência? Uma torrente de ideias e preocupações mesquinhas, acanhadas, terrenas. Melhor seria deixá-la repousar eternamente.

SOCIALISTAS


Em qualquer lugar do planeta o melhor de um regime socialista acontece quando ele acaba. São vivas e mais vivas, e alívio.