segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Fase

“Estou naquela idade que toda camareira de hotel é Miss Brasil.” (Climério, o impossível)

A primeira namorada do seu Nicanor, bah!

Como diz seu Nicanor, agricultor aposentado, bagaceira como quê, que enviuvou duas vezes, mas que não perdeu o bom humor: “Minha primeira namorada não beijava na boca, não fazia dengo, não havia preliminares entre nós. Terminamos de maneira trágica quando ela virou churrasco, presunto, salame e lingüiça.” (Mim)

Debutante, oh!

“A menina da casa irá participar do baile de debutantes. Vai ser apresentada à sociedade. Deve ser a apresentação do umbigo pra cima, pois a região do parque já foi apresentada e precisou até de manutenção.” (Bilu Cão)

Trauma do Bilu

“Até completar um ano de idade eu pensei que fosse gente. Imagine o trauma que senti ao saber que era filho de uma cadela. Não foi fácil assimilar tal coisa.” (Bilu Cão)

Paixão

“Algumas paixões machucam o coração, outras, o bolso.” (Pócrates)

Ditadura militar e ditadura militante, por Paulo Briguet

Meu amigo alerta: “O PT está construindo no Brasil o mesmo regime de que nós escapamos no Leste Europeu”.

Pai,
Pediram-me para escrever um artigo sobre a ditadura militar e eu logo pensei em você. Tecnicamente, sou um filho da ditadura. Nasci em São Paulo, em 10 de julho de 1970, durante o governo Médici, perto do lugar em que Carlos Marighella fora morto meses antes. Mas nunca esquecerei um fato que eu não pude agradecer em vida: entre combater a ditadura – como fizeram seus dois melhores amigos, Arno Preis e João Leonardo – e formar uma família, você ficou com a segunda opção, e por isso eu existo. Arno e João morreram na luta armada; você me deu a vida.
Lembro-me de uma cena: você e a mãe lendo uma carta na mesa da cozinha, no apartamento da Alameda Barão de Limeira, em São Paulo. Falavam baixo, como se não quisessem ser ouvidos. A carta era de João Leonardo, que estava no exílio. Vocês tinham medo. João Leonardo, o Baiano, encontraria a morte em junho de 1975.
Estou escrevendo um livro. Chama-se “República Socialista do Brasil”. Na história, imagino como seria o nosso país se a esquerda tivesse vencido em 1964. Ironicamente, não seria um país muito diferente do que temos hoje. O Brasil contemporâneo teve seu crime fundador na morte de Celso Daniel. No meu livro, Celso Daniel também é assassinado, em circunstâncias que fazem lembrar os Processos de Moscou. Você nunca mais votou no PT depois da morte do Celso Daniel – e eu entendo por quê.
Se a esquerda triunfasse em 1964, você sem dúvida ficaria feliz no primeiro momento. Mas não tenho dúvidas de que, com o tempo, sofreria ainda mais do que sofreu no governo militar, porque você sempre foi amigo da verdade e livre de qualquer sentimento de inveja, ao passo que o socialismo é o império da mentira e da inveja obrigatórias.
Quando, na adolescência, eu comecei a ler Trotsky, você torceu o nariz: “Isso é ultrapassado”. Era um aviso. Vejo, escandalizado, que o Brasil de hoje é um reflexo daquele panfleto terrível intitulado “A Moral Deles e a Nossa”, mais algumas loucuras de Gramsci, Che Guevara, Nietzsche e Foucault.
Dias atrás encontrei um casal de queridos amigos estrangeiros. Eles deixaram o Leste Europeu em 1987, antes da queda do comunismo. Minha amiga disse: “Perto do comunismo, a ditadura militar brasileira foi fichinha”. É isso que as pessoas querem dizer quando falam em ditadura “branda”. Ditadura é sempre ruim, seja de direita ou esquerda. Mas isso não impede que um regime seja comparado com outro. E meu amigo alerta: “O PT está construindo no Brasil o mesmo regime de que nós escapamos no Leste Europeu”.
Querido pai, ensine-me a lutar – não contra a ditadura militar, mas contra a ditadura militante.
Com amor,do seu filho e xará.

Paulo Briguet, jornalista, edita o blog Com o Perdão da Palavra.

REI TOLO

Rei tolo

Para quem pensa somente em si e no poder
Pouco importa como será o amanhã dos outros
Assim sendo a total desconstrução da nação
O abraço dado na mediocridade
Em detrimento da qualidade e sapiência
Faz fugir os sábios do embate
E subir ao trono o tolo dos tolos
Manipulado pelos bajuladores
Crendo ser ele o iluminado
E mais esperto que Maquiavel.

IMB-A queda no preço do petróleo coloca a Venezuela no limiar do colapso

Com o preço do petróleo do tipo Brent tendo despencado 22% nos últimos 12 meses — estando hoje por volta de US$85 o barril —, o governo da Venezuela está entrando em desespero. Preços menores colocarão enorme pressão sobre a economia venezuelana — totalmente dependente das receitas da exportação de petróleo —, que hoje sofre com profundos e crescentes desequilíbrios macroeconômicos.

No entanto, mesmo com todos os problemas que essa redução no preço do petróleo criou para seu governo, o presidente Nicolás Maduro decidiu dobrar a aposta em suas atuais políticas econômicas. Em vez de tentar uma impopular reforma econômica, Maduro está apenas à espera de uma retomada dos preços do petróleo e de mais crédito fornecido pelo governo chinês.

A explosão nos preços das commodities ocorrida a partir de meados da década de 2000 permitiu que a Venezuela, que possui as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, mantivesse um volumoso programa de gastos sociais combinado com controles de preços e salários e com um mercado de trabalho extremamente rígido. Todo esse insano castelo de cartas conseguiu se manter solvente por um bom tempo unicamente por causa das receitas do petróleo.

No entanto, uma redução na demanda mundial por petróleo em conjunto com um aumento na produção no Oriente Médio e um forte aumento na produção de gás de xisto nos EUA — que está fazendo com que o custo da energia venha caindo vigorosamente nos EUA — derrubaram o preço do petróleo do tipo Brent para o menor valor em quatro anos.

Estas alterações serão profundamente sentidas na Venezuela, um país em que o petróleo é responsável por mais de 95% das exportações da economia e por aproximadamente 45% de toda a receita do governo. A queda nos preços do petróleo irá reduzir as receitas de exportação da Venezuela, exacerbando o já monumental déficit orçamentário do governo — em 2013, quando o preço do petróleo ainda estava alto, o déficit orçamentário do governo foi de 11% do PIB — e restringindo sua capacidade de acumular divisas internacionais.

Caso o valor do barril do petróleo permaneça abaixo de US$120 — valor necessário para o governo equilibrar seu orçamento —, a situação fiscal do governo irá se deteriorar ainda mais.

Essa escassez de receitas deveria fazer o governo Maduro repensar suas estratégias. Ao longo dos próximos dois anos, a Venezuela tem mais de US$28 bilhões em dívidas vincendas. Enquanto as dívidas se acumulam, a quantidade de dólares em suas reservas internacionais caiu para o menor valor em dez anos. O Banco Mundial recentemente decretou que a ExxonMobil deve ser indenizada pelo governo venezuelano em US$1,6 bilhão por ter tido seus ativos expropriados no país. Igualmente, a empresa Gold Reserve também terá de ser indenizada em US$740 milhões pelo governo venezuelano.

Mais de uma dezena de casos semelhantes estão pendentes nos tribunais internacionais, os quais elevariam em vários bilhões as obrigações da Venezuela. Ainda no início deste ano, a Standard & Poor's estimou em 50% as chances de a Venezuela dar o calote em sua dívida ao longo dos próximos dois anos. Após os últimos eventos, novas estimativas elevaram essa probabilidade para quase 100%.

A reação de Caracas à queda nos preços do petróleo indica que o governo da Venezuela manterá sua postura nos próximos meses. Algumas semanas atrás, Maduro veio a público para repetir o mantra favorito da esquerda latino-americana: ele disse que a queda nos preços do petróleo foi causada por "inimigos estrangeiros" que querem "desestabilizar" seu governo popular. Em seguida, a Venezuela conclamou uma reunião de emergência com a OPEP para pedir aos países-membros que reduzissem a produção e a oferta.

No entanto, os países da OPEP ainda não demonstraram nenhuma intenção de atender aos clamores de Maduro. A Arábia Saudita, o único país com alguma capacidade de fazer grandes cortes em sua produção, não parece propensa a alterar o atual arranjo, uma vez que a queda nos preços está ajudando a proteger a decrescente fatia do país no mercado de petróleo.

E mesmo uma eventual e imediata redução na produção de petróleo pelos sauditas não garantiria nenhuma retomada de preços: a capacidade da OPEP de determinar os preços do petróleo foi severamente enfraquecida pelo estrondoso aumento na produção de gás xisto nos EUA, o que vem erodindo o monopólio até então usufruído pelos tradicionais ofertantes. Adicionalmente, como já dito, a demanda global por petróleo está em arrefecimento.

A China parece mais propensa e mais bem posicionada do que a Arábia Saudita para ajudar Maduro. Desde 2006, Pequim já forneceu mais de US$50 bilhões em financiamentos para Caracas, sendo que a quitação desses empréstimos foi acordada em termos de envio de petróleo para a China, a preços de mercado. Uma assistência adicional dos chineses poderia ajudar o governo madura a manter seus elevados gastos, ou ao menos fornecer uma liquidez temporária para evitar um iminente calote.

Em última instância, essa assistência chinesa pode ajudar apenas temporariamente a economia venezuelana. A acentuada queda nos preços do petróleo expôs a frágil situação do país. Com as receitas do petróleo em baixa, o governo venezuelano passou simplesmente a imprimir dinheiro para financiar seus gastos. Oficialmente, a inflação de preços está em 60% ao ano. Mas estatísticas privadas colocam esse valor em aproximadamente 350%. A imposição de controle de preços gerou um desabastecimento generalizado no país-

A escassez crônica de produtos básicos — como papel higiênico — e a imposição de cotas para compras em supermercados estão gerando grande inquietação e revolta entre os venezuelanos. Diariamente, os venezuelanos descobrem que está cada vez mais difícil encontrar produtos básicos, de remédios e fraldas a alimentos.

Para desestimular uma revolta, o governo parou de divulgar estatísticas sobre a escassez. O mesmo recurso foi utilizado quando a criminalidade saiu do controle.

Para piorar, a produção de petróleo do país desabou em decorrência da corrupção e da incompetência dos burocratas que administram a estatal petrolífera PDVSA, a qual é utilizada como um caixa sem fundo para financiar os programas do governo. O desvio do dinheiro deixou a empresa descapitalizada e impossibilitada de fazer novos investimentos. Como consequência, a produção de petróleo é hoje 13% menor do que era em 1999, quando Hugo Chávez assumiu o governo. Um país que boia sobre petróleo passou a ter de importar o produto.

Várias manifestações de rua foram suprimidas à força, com o governo mandando para a cadeia os mais vocais opositores.

Não é de se estranhar, portanto que a aprovação ao governo Maduro esteja em queda livre. Para tentar conter uma inevitável revolta popular, Maduro recentemente ordenou um aumento de 15% no salário mínimo. Uma semana antes, ele já havia ordenado um aumento de 45% no salário dos militares. Manter o apoio das forças armadas é essencial para impedir um golpe de estado.

No entanto, se a nova realidade econômica afetar o fluxo de dinheiro para burocratas corruptos e para seus grupos de apoio, os quais lhe dão sustentação, Maduro poderá enfrentar uma hostil oposição da elite do país.

Como disse a revista The Economist, a Venezuela é provavelmente o país que tem a pior gerência econômica do mundo.



Frida Ghitis é colunista de assuntos econômicos do site World Politics Review, além de consultora. Já trabalhou em todos os cantos do mundo, do Iraque à Argentina, do Camboja ao Brasil, da Somália à Argentia, do Tibet ao Kuwait, da Colômbia ao Egito.

Josefina Esponja

E como diz Josefina Esponja, filha única, hoje na casa dos setenta anos, moradora da Favela do Gato, que na juventude bebeu toda a herança deixada pelo pai fazendeiro, e que ainda fez dívidas de fazer corar o maior dos perdulários: “Deixe para qualquer dia o que você nem deveria ter pensado em fazer hoje.”

Governo que apoia o Chavismo e o regime dos Castros em Cuba não pode falar em democracia. É um acinte. A voz dos perseguidos ressoa aqui.

A escória acusa os cidadãos de bem daquilo que pratica. Porém os pensantes podem comparar as palavras com os fatos. Isso basta.

VERDADE

O governo usa dinheiro público para esmola, estimulando o ócio. Não escuta a lição do sanfoneiro Luiz Gonzaga: “Uma esmola/ para o homem que é são/ ou lhe mata de vergonha/ ou vicia o cidadão.” (Alexandre Garcia)

Alexandre Garcia-Vitória de Pirro

As urnas operaram uma dramática ironia: os eleitores de Dilma livraram Aécio de uma herança realmente maldita, ao mesmo tempo em que condenam a sua presidente às consequências de seus próprios erros. Para Aécio ficaria mais fácil explicar que a herança não é de sua responsabilidade, ao pedir os necessários sacrifícios que a Nação terá que fazer para não afundar. Aécio poderia alegar que Dilma não foi generosa como FHC foi com Lula, ao entregar o país com a hiperinflação corrigida e estatais-dinheiro-no-ralo privatizadas. 


Para Dilma, no entanto, vai ser difícil tentar corrigir seus próprios deslizes administrativos, pois teria que reconhecer que foi má gerente. E ninguém acredita na desculpa de crise mundial: a maior economia do mundo, dos Estados Unidos, cresce 3,5% ao ano. Desde o Plano Real, há 20 anos, as contas públicas não estiveram tão mal. O desequilíbrio fiscal já é de país em crise. 

Não será possível livrar-se do déficit deste ano e talvez o governo tenha que recorrer a mais um aumento de impostos. A CIDE já voltou nesta semana e o governo já sugeriu a volta da detestável CPMF, derrubada pelo Senado no governo Lula. 

A dívida pública subiu 600 bilhões nos últimos dois anos e chega a 3 trilhões e 132 bilhões. A dívida externa já é a terceira do mundo. A indústria amarga quedas há quatro trimestres e o desemprego começou. Não há crescimento do país. Bastaria investir em infraestrutura, estimulando a economia, que cria emprego e riqueza. Mas o governo usa dinheiro público para esmola, estimulando o ócio. Não escuta a lição do sanfoneiro Luiz Gonzaga: “Uma esmola/ para o homem que é são/ ou lhe mata de vergonha/ ou vicia o cidadão.” 

A inflação já decola do teto, o juro básico de 7,25% no início deste governo, já pulou para 11,25% e é o mais alto do mundo; o endividamento do povo, estimulado a consumir, já está ficando impagável; não há como segurar mais os preços da energia. A eletricidade subiu 52% em Roraima e está subindo quase 20% no Rio. A gasolina está por subir. As estatais, inclusive os bancos públicos, são usadas pelos partidos no governo, principalmente o PT. A política externa está subordinada aos bolivarianos. 

O governo gosta do refrão direitos humanos mas não dá um pio sobre Cuba e Venezuela. Um país grande e encolhido, subordinado a ideologias antiquadas e ineficazes, que dá ao povo educação medíocre e evita o conhecimento que liberta; incensa a ignorância que escraviza. 

Quando a Câmara dos representantes do povo brasileiro derrubou o decreto da presidente que tentava criar os sovietes no Brasil - os tais conselhos populares que deram nome à União Soviética - o principal conselheiro de Dilma para movimentos sociais, ministro Gilberto Carvalho, classificou o resultado na Câmara de “vitória de Pirro”. Pirro foi um rei que venceu os romanos numa batalha em que perdeu tantos homens e armas que constatou: “Mais uma vitória dessas e estamos perdidos”. Pois ao sopesar a herança que Dilma deixa para Dilma, é de se perguntar, aproveitando a lembrança do Ministro Carvalho, quem é Pirro no Brasil. 

ANTIPETISMO, IMPOSIÇÃO DA RACIONALIDADE por Percival Puggina. Artigo publicado em 09.11.2014



Na recente campanha presidencial, o lado em que 51 milhões de brasileiros se arregimentaram foi apresentado por Lula como síntese de todas as perversões e maldades. Dando continuidade a isso, na última terça-feira, o Diretório Nacional do PT divulgou uma Resolução que reduz a pó a busca de entendimento sugerida pela presidente no dia 6. A referida Resolução diz como deve ser a luta pela hegemonia, que é a supremacia do pensamento partidário sobre a sociedade. Para viabilizar isso, o partido insiste na sua reforma política, na imposição do controle social da mídia (agora com o nome bem bolivariano de "Lei da Mídia Democrática"), e na retomada da criação dos conselhos populares recentemente barrados pela Câmara dos Deputados. Assim é o petismo.

Sob vários aspectos, o documento é uma resoluta declaração de guerra. Lá pelas tantas diz assim, referindo-se à campanha recém finda: "A oposição, encabeçada por Aécio Neves, além de representar o retrocesso neoliberal, incorreu nas piores práticas políticas: o machismo, o racismo, o preconceito, o ódio, a intolerância, a nostalgia da ditadura militar". Não importa que nada disso tenha acontecido. É da mera afirmação que os resultados são colhidos. Também assim é o petismo. E, mais adiante: "A oposição, ressentida, insiste na divisão do país".

Claro que a nação resulta dividida! É uma divisão feia, fruto de retórica maligna, como a do vociferante Lula e como a que explodiu na Resolução mencionada acima. No entanto, se a divisão entre grupos sociais é indesejável, a divisão para o jogo político se faz necessária. A superação dos conflitos fantasiosos produzidos pelo marketing da tal hegemonia exige que se estruture e consolide o antipetismo. Havendo o petismo, o antipetismo torna-se uma imposição da racionalidade política. As redes sociais servem à construção de uma oposição, mas não dispensam a oposição parlamentar, com representatividade, mandato, tribuna e voto. Por isso, a defesa da democracia clama por unidade suprapartidária oposicionista, compondo, nos parlamentos, frentes que restabeleçam o democrático e indispensável papel da oposição.

O fracionamento dos partidos pelo poder de compra do governo da República precisa ser vencido por uma força política organizada e coesa que expresse o que metade dos brasileiros manifestou com seus votos e prossegue reafirmando em sua mobilização nas redes sociais e nas ruas. Que haja, enfim, governo e oposição atuantes no país. E que nunca mais tenhamos que votar num sistema no qual poucos ainda insistem em confiar cegamente.

ZERO HORA, 9 de novembro de 2012

Algumas coisas não mudam

“São novos tempos, novas tecnologias, mas continuo recebendo cartas. Cartas de cobrança, mas cartas.” (Climério)

Mau-humor

“Alguns dizem que não tenho humor. Errado. Eu não tenho é o bom, já o mau-humor me sobra.” (Limão)

Não quero

“Não sonho em ser gente. São muitos compromissos e problemas psicológicos.” (Leão Bob)

Ensinamento leonino

“Minha mãe diz que não devemos comer franceses sem antes lavá-los bem.” (Leão Bob)

Sobre aumento peniano

“Recebo inúmeros e-mails informando que posso aumentar meu pênis em 10 cm. Penso: Se já não funciona como está, não vejo motivo para aumentar sua carga.” (Nono Ambrósio)

PARADOXO

PARADOXO

Vejam só como são as coisas 
O defunto está deitado sobre uma cama de flores 
Para ele agora pouco importa 
O paradoxo fica por conta de quando vivo 
Foi posto a dormir pelos mesmos floristas 
Numa cama de espinhos.

Miniconto- Brincadeira Antiga

BRINCADEIRA ANTIGA 

 Há sombras rondando a minha nova morada. Elas vêm todos os dias, sem hora determinada. São sombras silenciosas e rápidas, num piscar de olhos elas somem. Não tenho por elas nenhum sentimento, nem medo, nem amor. Saio do meu caixão, subo e me sento sobre um grande mármore escuro. O céu está limpo, consigo ver o sol, mas não o sinto. Vejo as sombras escondidas detrás de um jazigo. Grito para elas: -Basta! Vocês já não me assustam mais! Agora sou apenas um fantasma como vocês! Elas chegam até mim, se apresentam sorridentes e me contam como é a antiga brincadeira de assustar novos mortos. Digo, "estou dentro".