segunda-feira, 22 de julho de 2019

RAIVA

Eu percebi que eu tenho um problema sério de raiva na estrada quando meu filho de cinco anos de idade, gritou: "Pegue a porra de uma pista, seu idiota!" ao sentar-se no meu carrinho de supermercado.

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Tivemos um analfabeto safado, presunçoso e uma anta diplomada. E ainda fazemos piada dos portugueses.

VENTO

Vento que corre o mundo
Que derruba fruta e chapéu
É o mesmo vento que baila em redemoinho
Levando folhas caídas para o céu.

NÃO SE CRESCE SEM DOR

O tempo nos marca a ferro
E descobrimos que convicções são inegociáveis
Renego toda tutela
Antes morrer que ficar dependente
Do estado ou ser físico
Sei que nada consistente é feito sem sacrifício
A experiência ensina
Que não se faz omelete sem quebrar ovos.
“Pedro,estou preocupado, pois esse argentino sem noção é bem capaz de canonizar o Stédile e o Morales.” (Deus)

“Para sustentar o grande rebanho atrelado ao estado quem come capim é o povo.”


COMUNISMO

Estado de direito torto morto
Melhor dormir no relento
No gramado mato adentro
Não ficar em casa esperando pela visita desgraçada
Dos mandados do tirano
Que te trazem algemas de presente pela madrugada.

E AÍ ACONTECE

O pai está em fuga
A mãe dança animada no bailão
O bebê chora solitário na cama
O cão ladra pela madrugada
Enquanto a responsabilidade se ausenta.

IGREJAS DE NEGÓCIOS

Igrejas de negócios. Elas proliferam como ratos, a cada dia novas surgem com nomes esdrúxulos. Fiéis contribuintes, ordeiros, uma benção. O povo ingênuo caia na lábia, lavagem feita, bolso abarrotado. Igrejas de negócios, no lugar do altar um caixa eletrônico.

“Posso não ser lá muito inteligente. Mas ninguém me engana duas vezes.”


INVASORES DESENHISTAS

Surgiram desenhos nos trigais e milharais em Tongoland. Apressados determinaram que fossem extraterrestres que vieram a brincar. Especialistas chegaram da capital do estado para dar seu parecer. Jornais estampavam manchetes, havia até gente que dizia ter vistos homenzinhos verdes nos campos. Rádios fizeram alarde; talvez uma possível invasão alienígena se aproximava? Beatas acenderam velas e realizaram novenas, crianças desenharam monstrinhos de mil tipos dando cara aos visitantes. Um tarado afirmou ter feito sexo com uma alienígena no próprio milharal, coisa de louco. O comércio faturava em cima dos motivos desenhistas invasores. Enquanto isso tudo acontecia, Anselmo e Jonas, dois velhos bem humorados e espertos, caíam na gargalhada já planejando onde iriam aprontar com seus desenhos.

“Na juventude fui sacristão. Gostava de comer hóstias com ketchup.” (Fofucho)


“Não sou um bom ouvinte. Não consigo desabafar nem mesmo comigo. “


CAÇADOR

Ronaldo foi caçar na África e seu sonho era comer carne de antílope. O azar dele foi cruzar antes com um leão que tinha o sonho de comer carne humana.

TEMEI

Líquido temerário saboroso
Que absorve quem não o teme
Destruindo a vontade
De viver senão para ele
Faz do cérebro um visionário
De geniais soluções momentâneas
Destruindo a cada dia
A vida familiar
A vida profissional
Os sonhos do porvir
Transformando a realidade
Num imenso mar de desculpas.

JULGAMENTOS

Via eu o mundo com os olhos da experiência daquilo que vivera
Tirando conclusões da percepção da minha janela
Então às vezes julgava  quem me é estranho
E era julgado também por quem não me conhecia
Tantos enganos e erros danosos
Acabaram por ensinar-me
Que se mesmo quem olha de perto pouco vê
O melhor que faz quem distante está é travar a língua.
INGÊNUO
Navega nas nuvens do pensar
O ingênuo salvador do mundo de soluções simplistas
Crê ele ser possível mudar o homem apenas com boa vontade
Como também erguer fogueiras na floresta sem queimar madeira.

OBSERVANDO

O canteiro central
Dois bancos com os pés no barro sob árvore robusta
O negro asfalto riscado de faixas brancas
Na sarjeta um copo descartável
Uma carteira de cigarros vazia
O poste de metal sem pintura que suspende o semáforo
O amarelo
O verde
O vermelho
Uma moça fofa atravessa a faixa com uma pasta verde nas mãos
Atenta ao perigo dos doidos e distraídos
Tantas coisas a se observar
Para sentir o todo vivo ou estático que compõe a paisagem do nosso lugar.

CAÇADOR

Ronaldo foi caçar na África e seu sonho era comer carne de antílope. O azar dele foi cruzar antes com um leão que tinha o sonho de comer carne humana.

“Se os sapos soubessem ler por certo não comeriam moscas.”


“Já fui desprezado até por dragão. E olha que ela cheirava a enxofre.” (Climério)


“Faz um bom tempo que não prego uma mentira. Acho que 15 segundos.” (Chico Melancia)


“Minha Biz é uma cabrita. Econômica e pouco poluente.” (Chico Melancia)


“Quem não está comigo está contra mim. E faz muito bem.”


“A bebida estava interferindo no meu trabalho. Larguei do trabalho.”


“Melhor que sexo só mesmo pudim de pão.”


“Quando o professor perguntou quem é o presidente da Romênia eu não vacilei: Conde Drácula. Zero!” (Chico Melancia)
“A vida no convento foi para mim pura desilusão. Não tinha nem mesmo um padre para me oferecer balas de menta.”(Josefina Prestes)
“Nós leões não beijamos muito. Nosso bafo não motiva.” (Leão Bob)
“Fiquei sabendo que muçulmano não gosta de cachorros. Melhor para os cachorros.”
“Para alguns líderes religiosos a fé remove montanhas de dívidas e ainda sobra algum extra.”
“Há tipos que pensam que pensam ter o mundo a seus pés. Quando dão por conta estão é com os pés atolados no barro ou em coisa pior.” 

QUE FAÇA DE TUDO

Desde que ele era jovem Madalena, mãe de José, dizia: “Quando for para casar, arrume uma mulher prendada, que saiba fazer de tudo, de tudo!.” A vida foi passando e José procurando a tal mulher para ser sua companheira, sempre se lembrando dos conselhos da mãe. A verdade que falar é fácil, encontrar tal mulher muito difícil. Foram várias e nada. Pois José já tinha completado quarenta anos na solteirice quando na boate da Iracema Vesga conheceu Maricota Perna-Grossa, a dita cuja que sabia fazer de tudo e mais um pouco, mas não exatamente o tudo que pensava sua sogra. E quem pensava que não daria, enganou-se, pois deu casamento na igreja, de véu e grinalda, Iracema Vesga de madrinha, Madalena bicuda e o putedo de folga comemorando o casamento da colega.

CORONEL OLIVEIRO

Oito horas da manhã. O suicida subiu na torre da igreja e de lá ameaçava se jogar. O povo foi chegando, se aglomerando e comentando. Uns diziam “se jogue!” outros gritavam “Não faça isso!” O tempo foi passando e que diante da grande dificuldade ninguém conseguia subir na torre para tirar o homem. Havia risco para os policiais. Onze e meia da manhã e o homem por um fio, agarrado nos braços de Santo Antônio. O Coronel Oliveiro ia passando e foi saber a causa da balbúrdia. Inteirado dos fatos, sacou do revólver e derrubou o potencial suicida, que a chumbo foi para o outro lado. Coronel Oliveiro olhou o corpo estirado na calçada e disse- “Aí está um homem que conseguiu o que queria. Queria morrer, pois está morto!” E foi para o almoço, pois a barriga já estava roncando.

A GAZETA DO AVESSO- Papa convida Satanás Ferreira para porta-voz do Vaticano


VOLTAIRE- SEGUNDA CARTA DE AMABED- RESPOSTA


RESPOSTA de Xastasid 

 Meu caro filho em Birma, em Brama, não gosto do teu Fa Tutto que mata frangos e que faz versos para a tua querida Adate. Praza a Birma tornar vãs as minhas suspeitas! Posso jurar-te que jamais foram conhecidos o Adão nem o Noé deles em nenhuma parte do mundo, apesar de tão recentes. A própria Grécia, que era a assembléia de todas fábulas quando Alexandre se aproximou de nossas fronteiras, nunca ouviu falar de tais nomes. Não me espanta que amadores de vinho como os povos ocidentais façam tanto caso daquele que, segundo eles, plantou a vinha; mas podes ficar certo de que Noé foi ignorado de toda a antiguidade conhecida. É verdade que nos tempos de Alexandre havia, em um recanto da Fenícia, um pequeno povo de corretores e usurários, que durante muito tempo estivera cativo em Babilônia. Durante a sua escravidão, arranjaram eles uma história, e é essa a única história do mundo em que se trata de Noé. Esse pequeno povo, depois que obteve privilégios em Alexandria, traduziu ali os seus anais para o grego. Foram depois traduzidos para o árabe, e só nos últimos tempos é que os nossos sábios tiveram algum conhecimento dos referidos anais. Mas essa história é tão desprezada por eles quanto a miserável horda que a escreveu.(5) Seria muito engraçado, com efeito, que todos os homens, que são irmãos, tivessem perdido os seus títulos de família, e que esses títulos só se encontrem num pequeno ramo de usurários e leprosos. Receio,  meu caro amigo, que os concidadãos do teu padre Fa Tutto, que, como dizes, adotaram tais idéias, sejam tão insensatos e ridículos quanto interesseiros, pérfidos e cruéis. Desposa o quanto antes a tua encantadora Adate, pois, inda uma vez te digo, temo mais os Fa Tutto que os Noés.

MALFEITORES

Há malfeitores de toda ordem que transitam no mundo para prejudicar outros e tentar viver na boa vida, embora às vezes percam anos da existência nos Spas dos governos. O caso é que na Rua das Américas mora a família dos Ribas Salustianos, larápios desde o ventre da santa mãe, onde irmãos gêmeos se roubavam entre si; dito então que ladrões do qual nada escapa, pavor de vizinhos e mesmo de alguns parentes. Pois conto que o vagalume Teodoro foi passear no quintal dos tais na tarefa de embelezar mais o mundo das noites junto da lua e das estrelas, porém teve o desprazer de sair de lá sem a sua lanterna na bunda. Os Ribas Salustianos são elementos da ralé e não perdoam nem mesmo bunda de vagalume. Barbaridade!

O PADRE NU

O padre Renato inovou de vez. No domingo apareceu no altar para rezar a missa completamente nu. Pediu a todos que fizessem o mesmo. A igreja ficou vazia. Reclamações chegaram ao bispado. “Interpelado pelo bispo disse:” Eu só queria inovar; imagine as manchetes-Padre Renato realiza a primeira missa de nudistas do Brasil! Não seria um estouro?” O bispo deve ter achado também um estouro, tanto que mandou o padre inovar em Angola.

PÉS SUJOS

Fazia tempo que Noar não esfregava os pés. Preparou uma enorme bacia, sabão, água quentinha e uma boa esponja vegetal. Então Noar foi esfregando, esfregando e a sujeira saindo, saindo. Mais água quentinha, mais sabão, e esfrega, esfrega, e a sujeira saindo, saindo. Sem exagero, com o barro que saiu dos pés desse vivente, a Olaria do Zé Arnaldo fez dois mil tijolos, e o homem ficou tão leve que parecia um astronauta pulando na lua.