domingo, 23 de agosto de 2015

Lula homenageado na Festa do Peão de Barretos

“Dilma é a cara do Brasil,mas com dor de barriga.” (Mim)

Uma Família de Negócios

-Mãe, o que estão fazendo estas algemas aqui na sala?
-São do teu pai. Sabe como é, Operação Lava-Jato...Ele quer ir se acostumando.

PAREI DE MENTIR

No boteco:
-Parei de mentir!
-O que aconteceu?
-Pensei que iria morrer na semana passada.
-Como?
- Um tufão de vento me pegou.
-E aí?
-Desmaiei, quando acordei estava no Japão. Depois deste susto decidi não mentir jamais!

“Falando sério, não acredito em nada sobrenatural. Mas saliento que satanistas não pagam dízimo.” (Pócrates)

Amar é... Comer a lasanha horrível que ela fez e não fazer cara de quem está com cólica renal.

“Para rezar nunca fui de andar muito. Mas para namorar já gastei dúzias de ferraduras.” (Climério)

A GAZETA DO BAIXO VENTRE INFORMA- Quem pretende praticar o onanismo, mesmo em ambiente fechado terá agora que pagar a famigerada TAMA (Taxa para Ato Masturbatório).

Pensando o Brasil - Burocracia

Pat Condell- Você irá voltar-se para Deus ou Não temo o que não existe

“O mundo perfeito dos socialistas é o mundo dos conformados. Todos ovelhas, balindo e pastando.” (Cubaninho)

A esquerda é nojenta, trata o processo que poderá culminar com a saída de Dilma como golpe. Todos devem se lembrar como eles gritavam para derrubar FHC. Aí era constitucional. Para aturar esses malas, só vomitando!

Esclareçamos



É curioso que ainda seja necessário esclarecer que O Antagonista não é anticapitalista.

O Antagonista é contra o Estado intervencionista, o compadrio entre partidos e empresariado, a usura. Tudo aquilo que fere os princípios e o desenvolvimento da livre-iniciativa.

Os bancos brasileiros são anticapitalistas.

O Antagonista

“Eu não acreditava em dragões até conhecer a minha patroa.” (Josefina Prestes)

[A] mágica, devemos lembrar, é uma arte que requer colaboração entre o artista e seu público. E. M. Butler, The myth of the magus (1948)

“Bruxas? A única bruxa que conheci foi a minha primeira namorada. Era feia a criatura.” (Climério)

A mente crédula [...] experimenta um grande prazer em acreditar em coisas estranhas, e quanto mais estranhas forem, mais facilmente serão aceitas; mas nunca leva em consideração as coisas simples e plausíveis, pois todo mundo pode acreditar nelas. Samuel Butler, Characters (1667-9)

“Não temo demônios. O conhecimento matou todos eles.” (Filosofeno)

O medo de coisas invisíveis é a semente natural daquilo que todo mundo, em seu íntimo, chama de religião. Thomas Hobbes, Leviatã (1651)

Assim como as crianças tremem e têm medo de tudo na escuridão cega, também nós, à claridade da luz, às vezes tememos o que não deveria inspirar mais temor do que as coisas que aterrorizam as crianças no escuro... Lucrécio, Sobre a natureza das coisas (cerca de 60 a.C.)

“Só a educação é pouco”, diz César Hidalgo Postado por: Comunicação Millenium

O físico do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) diz que o grande motor do desenvolvimento é a capacidade da sociedade de armazenar e processar o conhecimento
Expoente do exponencial Media Lab, um dos mais inovadores centros de estudos do conhecimento do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, o físico chileno César Hidalgo ganhou renome por traduzir em gráficos engenhosos grandes massas de informação. Seu campo de estudo é ainda mais amplo. Em 2009, em parceria com o economista venezuelano Ricardo Hausmann, de Harvard, ele pôs de pé um índice para medir a complexidade econômica. Isso o levou a uma empreitada ambiciosa. No recém-lançado “Why Information Grows” (Por que a informação aumenta), ele segue a trilha aberta por Robert Solow, ganhador do Nobel de Economia, para quem não há crescimento sustentável sem educação e conhecimento.
Veja: Quais são as consequências práticas de tentar entender os mecanismos do crescimento econômico pela ótica da tecnologia da informação?
César Hidalgo: O conceito de informação que utilizo não é o da linguagem cotidiana – aquilo que encontramos em uma página de jornal ou em um tuíte. Meu conceito vem da física, a disciplina em que me formei. Informação, nesse contexto, é um sinônimo aproximado de ordem, de estrutura. No mundo das coisas criadas pelo homem, tanto um cesto de vime quanto um carro movido a energia elétrica são portadores de informação. Eles são constituídos de tais e tais materiais, processados desta ou daquela maneira, construídos de certa forma. O que varia é a complexidade da informação. No carro elétrico, ela é muito maior que no cesto de vime. Por que alguns grupos humanos só são capazes de produzir cestos, enquanto outros são capazes de construir carros?
Veja: Como um grupo do primeiro tipo pode se transformar em um do segundo?
Hidalgo: A forma de raciocínio que proponho lança luz sobre essas perguntas, ao desvelar como uma sociedade acumula e processa informação e como traduz isso em riqueza material. As economias mais pujantes são justamente as mais eficientes nesse campo. Dito de outra maneira, o crescimento de uma economia deriva do aumento da informação embutida nela.
Veja: Pode-se resumir tudo em melhorar a educação?
Hidalgo: Sim e não. Associar investimentos em educação a desenvolvimento é uma armadilha, porque a complexidade econômica requer mais que isso. Para um país se desenvolver, não basta ter gente educada. É preciso ter gente educada e capaz de trabalhar de maneira coordenada com outras pessoas e equipes. Voltando ao exemplo anterior, um cesto de vime pode ser feito por uma única pessoa. É um saber que se passa de pai para filho. A cadeia de conhecimento envolvida na criação de um carro elétrico é imensamente maior. Em meu livro, estudo os casos de Gana e Tailândia. Entre 1960 e 2010, Gana investiu mais em educação e alcançou um nível de escolaridade melhor que o da Tailândia. Mas a estrutura produtiva de Gana, ou seja, o que essas pessoas eram capazes de fazer quando se reuniam em equipe, não era de alta complexidade. Eram produtos muito simples, às vezes rudimentares. O esforço educacional em Gana não se traduziu em aumento de sua complexidade econômica. A Tailândia, apesar de ter uma média educacional mais baixa, cresceu muito mais rápido, porque outros elementos culturais favoreciam o trabalho em equipe, a combinação de conhecimento em cadeias produtivas e mercadorias finais muito mais complexas.
Veja: Em que circunstâncias o investimento educacional é mais produtivo?
Hidalgo: Um país não se desenvolve sem alguns pressupostos materiais, como um bom sistema de transporte e comunicações, e sem níveis mínimos de segurança pública, segurança jurídica e respeito aos contratos. Enfim, fatores que afetam a capacidade de criação e execução de pessoas trabalhando em grupo. O Brasil desenvolveu, nos últimos anos, políticas louváveis de redução da desigualdade e desenvolvimento social. Mas o melhor gestor da inclusão social não é o Estado. Os países onde a desigualdade é mais baixa são justamente aqueles em que o grau de complexidade econômica é mais alto. As economias de alta complexidade, ou seja, aquelas em que os fatores econômicos, educacionais e tecnológicos se entrelaçam em relações de interdependência e de subordinação, põem em funcionamento um círculo virtuoso altamente inclusivo.
Veja: Como medir a complexidade de uma economia?
Hidalgo: Desde 2009, desenvolvo, com colegas de diversas disciplinas, um indicador sobre isso, o Economic Complexity Index (ECI). Ele tem uma versão brasileira, o DataViva, fruto de uma parceria entre o MIT e o governo do Estado de Minas Gerais. O índice atribui um peso à informação contida em cada produto, do material à tecnologia e aos processos de gestão necessários para que ele seja criado. A complexidade dos produtos de uma região revela muito mais sobre ela do que o produto interno bruto (PIB), pois reflete os investimentos em educação e o tempo de escolaridade da população. São José dos Campos, em São Paulo, o berço da Embraer, é um centro produtor e exportador de aviões. Portanto, juntam-se ali pessoas que entendem de física, outras que sabem desenhar fuselagens e asas ou que dominam a tecnologia da informação. A análise da complexidade de cidades como São José dos Campos e dos produtos que saem delas serve de base para estabelecer políticas que aumentem o potencial de crescimento de muitas regiões.
Veja: O PIB não mede essas complexidades?
Hidalgo: O PIB é uma medida agregada, que consiste na soma de produtos e serviços em uma economia. Ele não considera os elementos que fazem um país funcionar. O PIB pode ser exatamente o mesmo para uma economia que produza carros e aviões e outra que exporte bananas e carvão, ainda que elas tenham um DNA completamente diferente. O PIB não discerne a capacidade produtiva de uma região, e isso faz dele um indicador incompleto.

Caio Blinder-Trumpetes nos EUA e até no Brazil



Minha primeira semana de trabalho pós-férias foi animada (e cá está um plantonista do Instituto Blinder & Blainder no batente neste domingão). Como na Fox News e CNN, Donald Trump rendeu na coluna. Na seção de comentários tem sido uma agitação como nas temporadas de colunas sobre Gaza, reeleição de Barack Obama e as putinadas do nosso homem em Moscou. Em termos puramente de agitação, é uma pena que The Donald não possa durar por muito tempo.

Houve um alvoroço de trumpetes tupiniquins aqui nos últimos dias, alvoroço que não se via desde os tempos de putralhas (lembram-se do termo?) ouriçados com a ofensiva de “libertação” da Ucrânia pela gangue da putifaria. Que fenômeno! O leitor Bruno Barreto, agraciado com a renomada Colher de Chá, fez observações perspicazes, especialmente para mim que não acompanha as coisas no habitat cultural brasileiro.

Existe, de fato, um deslumbramento brega de parte da direita brasileira com tudo o que acontece nos EUA ou que supostamente não acontece por aqui. Há brasileiros mais patriots do que os próprios americanos. Eles querem que o país seja resgatado do comuna islâmico Barack Hussein. E para esta missão gloriosa ninguém mais qualificado do que The Donald, ou El Donaldo.

E agora na fase azul, eu reproduzo o comentário do Bruno, deixando no formato original:

O Brasil passou muito tempo vivendo em uma hegemonia à esquerda, isso é fato, basta ver nossas universidades, a maioria dos cadernos de cultura dos jornais, os autores de novela, nossos partidos etc… De uns tempos pra cá vem surgindo uma nova geração de jovens com valores mais liberais/conservadores, arrisco dizer que uma boa parte dos nossos manifestantes se alinham a esses valores, isso também é um fato, mas é inegável que nessa mesma geração o pessoal tem perdido um pouco a medida das coisas, não sei se por textos mal lidos, ou por déficit educacional mesmo, e com isso tem enveredado em um pseudoconservadorismo que nada mais é do que puro reacionarismo, basta aparecer alguém dizendo qualquer coisa que soe conservadora/liberal/politicamente incorreta que logo é abraçado por eles, como se houvesse um inimigo à espreita, que qualquer aliado vale a pena, assim enxergo o caso desse palhaço do Trump, e do “sucesso” que vem fazendo, com alguns vizinhos do Caio defendendo o sujeito, Trump não é um conservador preocupado com ideais ou coisas que o valham, é só um bilionário metido a excêntrico que está enxergando uma oportunidade e como empresario sabido que é vai dizendo essas palhaçadas sem sentido pra arrebanhar inocentes uteis e inúteis, que acham que ele está combatendo alguma conspiração esquerdista, sinceramente diante do desastre que seria esse pateta, ou melhor Donald, diante da urna, não pensaria nem 5 segundos e carimbava o nome da Hillary, mesmo contrariando tudo que penso sobre política, mas o bom senso, penso eu, deve prevalecer sobre minudências ideológicas.

No sábado cedo, antes do ritual de squash, já relativamente desperto e com espírito esportivo, decidi tuitar. Reproduzo abaixo:

Caio Blinder ‏@caioblinder 4 hHá 4 horas
Eu costumava ser insultado por defender Israel, agora no Twitter sou insultado por desmascarar o palhaço do Trump. Tragicômico!

Caio Blinder ‏@caioblinder 4 hHá 4 horas
Puxa vida! A direita brasileira precisa amadurecer, chega da ladainha Obama comunista comedor de criancinha, Trump salvador da pátria. OMG!

Em princípio, nos próximos dias, um descanso da ladainha Trump.

Instituto Millenium- “Fazemos ciência no Brasil em condições miseráveis”

Neurocientista brasileira de grande reconhecimento internacional, Suzana Herculano-Houzel chefia um grupo de pesquisa composto por 15 cientistas, no chamado Laboratório de Neuroanatomia Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nos últimos 11 anos, assinou 45 artigos científicos, todos muito bem prestigiados. O mais recente, publicado no mês passado na Science, uma das mais importantes revistas científicas do mundo, promete mudar os livros de ciência ao sugerir uma nova explicação para as famosas e intrigantes “dobras” do cérebro.
Todo o glamour, porém, cai por terra quando Suzana explica as “condições miseráveis” com que tem feito ciência no Brasil. “Trabalho na Science? Bacana. Mas deixa eu contar como a gente fez isso. Só fazendo mágica”, disse ela, ao iniciar sua entrevista a “Época”.
O laboratório chefiado por Suzana paralisou suas atividades recentemente, quando os recursos financeiros chegaram ao fim. Segundo ela, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) aprovou, em novembro passado, uma verba de R$ 50 mil para financiar três anos de pesquisa. Desse valor, apenas R$ 6 mil foram liberados ao grupo, e não há previsão para o repasse do restante. A justificativa do órgão, segundo a pesquisadora, é que “o valor que o CNPq passou foi o que eles tinham, o resto depende de Fundos Setoriais, e os Fundos Setoriais foram cortados”.
Ela tem ainda dois projetos aprovados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), ainda sem valor ou data definidos para a liberação. “Não temos condições de trabalhar. O investimento e o apoio que recebemos no Brasil é medíocre”, afirma. Desde que os repasses foram cortados, a cientista tem mantido o laboratório às custas do próprio dinheiro. “Já gastei mais de R$ 15 mil reais. Mas chegou num ponto que… acabou. Meu salário é de professora universitária. Eu não tenho mais dinheiro.”
Suzana voltou ao Brasil em 1999 após mestrado nos Estados Unidos, doutorado na França e pós-doutorado na Alemanha — tudo num período de dez anos, incluindo a graduação em Biologia pela UFRJ. “Voltei porque tinha um idealismo. Achava que seria capaz de fazer as coisas melhorarem. Mas hoje a vontade é de chorar e ir embora”, diz ela, que já se vê forçada a deixar o país.

‘É ruim, mas é dos nossos’ e outras seis notas de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN
Atribui-se ao presidente americano Franklin Roosevelt (embora não haja nenhuma prova de que a frase seja dele) a seguinte opinião sobre o ditador nicaraguense Anastasio Somoza: “É um canalha, mas é canalha nosso”.
Não se assuste o caro leitor com as estranhas alianças políticas de Brasília. Dilma despreza Renan, Renan não gosta de Dilma, mas neste momento um é útil ao outro. O mesmo vale para Eduardo Cunha: os tucanos não confiam dele, ele não crê nos tucanos, mas ambos estão firmemente unidos pelo objetivo comum de enfraquecer o governo (ou afastá-lo). Michel Temer comanda o PMDB por seus defeitos, como a posição indefinida em quase todos os assuntos, e não por suas virtudes – afinal, de que interessa ao partido de Jader Barbalho ter em seus quadros um excelente constitucionalista, professor de reconhecidos méritos? A propósito, Jader é conhecidíssimo em todo o PMDB, mas só deixou de ser o homem-forte do partido depois que foi apanhado naquele caso do ranário, lembra? Não adianta mostrar aos políticos que seu aliado não presta: eles sabem disso.
Os comunistas tinham uma denominação específica para o adversário que, naquele momento, poderia ajudá-los: era o “companheiro de viagem”. Terminada a viagem, alcançado o destino, era cada um por si, e pobres dos vencidos.
Política é a luta pelo poder, e aí vale tudo. Há quem diga que, na luta pelo poder, há políticos que chegam até a falar a verdade. Digamos, pois, a verdade: Roosevelt jamais chamou Somoza de canalha.
Referiu-se, sim, à senhora mãe dele.
Vamos dar a meia volta…
Por falar em alianças fugazes, Michel Temer tem dito que está deixando o barco e sua missão como articulador político de Dilma terminou. Está pronto para atender aos brados do povo e, se tiver chance, assumir a Presidência (o caro leitor não ouviu os brados do povo? Temer também não, e daí?) Com Renan, Cunha, Aécio, Serra, Fernando Henrique, com quem precisar. Temer pode ser o conselheiro que sugira a Dilma a renúncia, pode ser um dos generais do impeachment.
Mudar-se do Palácio do Jaburu para o da Alvorada não tem preço.
…volta e meia vamos dar
O governo comemora a denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot contra Eduardo Cunha – que enfraquece Cunha como condutor do impeachment. E o líder do PT no Senado, Humberto Costa, jura que nenhum governista irá conversar com Cunha.
Mas irá, sim. Embora menos forte do que há alguns dias, Eduardo Cunha tenta uma ousada estratégia para garantir o impeachment de Dilma: o pedido é feito, ele o rejeita, o plenário determina que seja aceito. Fora isso, enquanto for presidente da Câmara, Cunha pode criar enormes dificuldades ao governo. Por isso haverá conversas de governistas com ele. E, conforme o quadro político, pode até ser que esses governistas o procurem para ver se há espaço na oposição.
A grande soma
A Camargo Correia promete devolver R$ 700 milhões referentes a três obras. Há outras grandes empreiteiras e outras obras. Qual será o total dos desvios?
A parte deles
O pagamento de metade do 13º aos aposentados em agosto ficou para um dia desses, sabe-se lá quando, por falta de dinheiro. Quem manda não ser poderoso? A metade do 13º de Dilma Rousseff e de toda aquela sua infinidade de ministros já saiu, e em julho. Dilma e os ministros receberam R$ 15.467,00, cada um, como antecipação.
Como diz o provérbio, farinha pouca, meu pirão primeiro.
A lei deles
O Tribunal de Justiça de Pernambuco condenou o juiz Max Cavalcanti de Albuquerque por manter irregularmente sob sua guarda um rapaz menor de idade, com quem dividia a cama. Albuquerque, na época dos fatos, era juiz da Vara de Infância e Juventude de Palmerina, Pernambuco, e segundo o tribunal retirou o garoto da família sem qualquer procedimento legal. E a que pena foi condenado o magistrado? A de sofrer o constrangimento de receber integralmente seus proventos, sem trabalhar, por aposentadoria compulsória. Como punição pelo ato, foi-lhe retirada a maldição bíblica de ganhar o pão com o suor de seu rosto.
O Conselho Nacional de Justiça manteve a pena. O juiz continua aposentado, proibido de trabalhar e recebendo tudinho, em dia. As informações são oficiais, do CNJ, e do ótimo portal jurídico Espaço Vital (www.espacovital.com.br).
Pesquisa de Internet
O deputado Diego Garcia, do PHS paranaense, protestou contra o resultado de uma enquete divulgada pelo portal da Câmara dos Deputados. A pergunta é: Você concorda com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto que cria o Estatuto da Família?
O resultado foi de 51,62% para “não concordo”, contra 48,09% para “concordo”. Garcia pesquisou a origem dos votos. Pois é: três milhões de votos “não” saíram de 66 computadores. Um só computador enviou 1,2 milhão de votos. Garanhuns, Pernambuco, com 112.500 habitantes, enviou 122 mil votos “não”. Vieram votos “não” até dos EUA: uma cidade com 8.500 habitantes enviou 60 mil votos.
Dúvida: se não há controle de quem vota, para que a enquete?

Do Baú do Janer Cristaldo- quinta-feira, abril 27, 2006 CORRUPÇÃO? JAMAIS! LEI ROUANET

Quem já assistiu a um espetáculo do Cirque du Soleil, seja ao vivo, seja na televisão, teve o privilégio de ver certamente o mais belo show circense atualmente produzido no mundo. A trupe canadense deve se apresentar em agosto no Brasil, com ingressos entre R$ 50 (meia-entrada) e R$ 370 (VIPs). Infelizmente, isso diz respeito a todos nós.

Por que infelizmente? - se perguntará o leitor -. Não é um sumo privilégio ver o Cirque du Soleil? De fato, é. Mas você, assista ou não assista ao espetáculo, estará com ele comprometido. A Folha de São Paulo de ontem nos conta que a empresa CIE (Companhia Interamericana de Entretenimento, de origem mexicana), que promove a vinda do espetáculo Saltimbanco ao Brasil, já descobriu os meandros da corrupção pátria institucionalizada, sendo autorizada pelo MinC (Ministério da Cultura) a ficar com R$ 9,4 milhões que o governo receberia em Imposto de Renda neste ano. O dinheiro agora deve ser usado em benefício das apresentações.

Vivemos dias em que o combate à corrupção é palavra de ordem. Mas ninguém parece ver nada demais no financiamento de shows com dinheiro público, que depois serão vendidos a altos preços ao mesmo contribuinte que os financia. Esta é a finalidade da Lei Rouanet, criada em 1991, para que empresas e pessoas físicas incentivem a cultura, destinando parte de seus impostos a projetos culturais. Como depois vai faltar dinheiro para financiar atividades essenciais, o governo volta de novo a enfiar a mão em seu bolso para financiá-las.

Você financia o Cirque du Soleil. Mas por enquanto os ingressos estão à venda só para os clientes Prime (prioritários) do Bradesco, que decidiu patrocinar o grupo no Brasil. "É desejável que marcas se associem a produções culturais, desde que o dinheiro seja privado", diz o consultor em patrocínio empresarial Yacoff Sarkovas. Segundo dados do MinC, a CIE captou R$ 7,1 milhões até agora, dos R$ 9,4 milhões autorizados.

Tudo muito simples: você paga para que uma minoria se divirta. Esta minoria, que também é contribuinte, já pagou a produção do espetáculo. E agora paga de novo para assisti-lo.

Além do patrocínio ao Cirque du Soleil - informa-nos a Folha - a CIE foi autorizada a captar R$ 5,1 milhões para a continuação da temporada paulistana do musical O Fantasma da Ópera durante o ano de 2006. E a Dialeto Latin American Documentary Ltda foi autorizada a captar R$ 197 mil para o CD Pajelança Cabocla, de Zeneida Lima, "pajé cabocla da ilha de Marajó". O projeto estipula que as 3.000 cópias do álbum deverão ser assim distribuídas: mil exemplares para os produtores, 850 para os autores, 750 para os patrocinadores, 300 para Bibliotecas Minc e 100 para a mídia.

E para mim? - estará você se perguntando. Para você nada, nadinha, exceto o sublime prazer de estar contribuindo de seu bolso para a cultura nacional. E assim se faz cultura no Brasil. Nem ouse pensar em corrupção. O gesto de enfiar a mão em seu bolso está devidamente regulamentado por lei.

Do Baú do Janer Cristaldo- sexta-feira, abril 28, 2006 E A LUZ SE DESFEZ...



Estava almoçando em um café quando chegou ela, a presença que chamo de civilizadora, a mulher. Era jovem, alta, esguia e linda. Sua entrada iluminou o ambiente.

No café, havia uma estante com jornais e revistas. Ela a examinou e parece não ter encontrado o que queria. Perguntou então ao garçom: vocês não têmContigo?

De súbito, a luz se desfez.

Instituto Liberal- Por uma justiça igual para todos




Dentro da caminhonete de luxo, havia um Ivo. Fora dela, um José. Os sobrenomes distanciavam ainda mais os dois: Pitanguy ao volante, Silva a pé. Filho do cirurgião plástico mais famoso do país, Ivinho, como é conhecido, cresceu à sombra dos bambus plantados na ilha do pai, um paraíso particular no mar esmeralda de Angra dos Reis, onde os pássaros do criadouro são alimentados com sardinha fresca a cada manhã. José passou a infância com seus 11 irmãos na pequena Sertânia, a 315 quilômetros de Recife, à beira da nascente do Rio Moxotó. Brincavam na praça, ao redor da igrejinha. Se um é empresário e circula pelas altas rodas da sociedade carioca, o outro, operário, sentia-se à vontade na Zona Sul, mas em seu subterrâneo, onde trabalhava desde abril de 2013 como escavador, abrindo caminho para o metrô chegar à Barra da Tijuca. Dois mundos completamente díspares que se encontraram na calçada da Rua Marquês de São Vicente, em frente ao número 256, na noite de quinta-feira. O encontro fez as diferenças entre os dois se alargarem: Ivo está vivo, José não.
O texto acima não foi extraído de um desses folhetins baratos que se compram em bancas de jornais.  Não é tampouco um artigo de opinião de um desses esquerdistas empedernidos que povoam a editoria de opinião do jornal Folha de São Paulo.  Trata-se do primeiro parágrafo de uma notícia, publicada, neste sábado, no jornal O Globo.
Que me desculpem os autores da matéria e seus editores, mas isso não é jornalismo, nem aqui nem em qualquer lugar do mundo civilizado.  Isso é proselitismo ideológico; é a disseminação da famigerada luta de classes com invólucro de notícia séria.

O quê realmente importa o status econômico dos envolvidos?  Será que se o atropelado fosse rico, e não pobre, o caso deveria ser tratado de forma diferente?  Se o motorista fosse pobre, isso deveria ser um atenuante, como parece ser um agravante, pelo menos aos olhos dos repórteres, o fato de o atropelador ser rico?
Meu sogro, um homem de algumas posses, morreu há cinco anos, na porta de casa, em São Conrado, bairro nobre do Rio de Janeiro, atropelado, sobre a faixa de pedestres, por um motorista pobre, morador da Favela da Rocinha, a bordo de uma Kombi velha, caindo aos pedaços, que nem mesmo documentação em dia possuía.  Até onde sabemos, o caso não deu em nada.  Agora, alguém, em sã consciência, pode achar que, aos olhos da lei, Ivo Pitangui deve ser tratado de forma diferente do atropelador de meu sogro?
Já passou da hora de o Brasil começar a enxergar que “todos são iguais perante a lei”, independentemente de raça, sexo, religião e, principalmente, condição financeira.  É preciso enterrar de vez aquele velho chavão segundo o qual a lei deve tratar os desiguais na medida das suas desigualdades.  Assim como seria absurdo dar tratamento privilegiado a Pitangui pelo fato de ser rico – o que, sejamos justos, no passado, era comum em Pindorama -, tampouco se pode condená-lo apressadamente pelo simples fato de ser rico.  Olhem bem para a imagem da deusa da justiça, pois ela diz tudo.
Se Ivo Pitangui merece ser punido pela justiça, não é porque é rico, dirigia uma caminhonete de luxo, frequentava as altas rodas da Zona Sul ou andava de barco em Angra dos Reis.  E muito menos porque a vítima era um operário pobre do Nordeste.  Ele deve ser punido – e de forma severa! – caso realmente fique comprovado que dirigia alcoolizado e em velocidade acima da permitida na hora do acidente.
Ademais, inveja e ideologia política são coisas que devem ficar bem longe da Justiça.

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

Dirceu + BNDES = maior laboratório de genéricos do País



Principal cliente de José Dirceu, a EMS Participações virou líder do mercado de genéricos em 2007, uma espécie de Friboi do mercado farmacêutico. A data coincide com a gestão de Agnelo Queiroz como diretor da Anvisa, onde ficou por três anos. Até hoje, a EMS recebeu mais de R$ 270 milhões em empréstimos diretos do BNDES. O laboratório abriu uma filial em Portugal - sim, lá mesmo - e é dona das marcas Legrand e Germed.

Em março, a Anvisa negou-lhe o certificado de boas práticas. A decisão foi tomada depois que uma fiscalização no almoxarifado da empresa em Hortolândia descobriu graves problemas de armazenamento. A vigilância sanitária interditou o local e proibiu também a comercialização de dois de seus principais medicamentos: os antibióticos amoxicilina e a rifamicina.

No caso da amoxicilina, a fiscalização descobriu que o antibiótico estava sendo fabricado fora das especificações - o que poderia alterar sua eficácia - e determinou o recolhimento dos lotes produzidos a partir de 2013. Não foi a primeira vez. A EMS também já foi punida por problemas na produção do anticoncepcional Contracep, cuja fórmula foi alterada sem autorização da Anvisa. Outros remédios da EMS também entraram na lista de produtos irregulares da Anvisa.

O Antagonista

A GAZETA DO AVESSO- Dilma e Nicolás Maduro participarão de um curso na Correia do Norte, curso que será ministrado por Kim. Título: A IMPORTÂNCIA DAS ALGEMAS NO CONTROLE DA IMPRENSA

Uns dos poucos DIGNOS QUE SOBRARAM- Jarbas Vasconcelos: impeachment é traumático, mas inevitável

Preocupações para Graça e Gabrielli- Investigadores americanos colhem provas da Lava Jato em ação contra Petrobras

“A PRAÇA PÚBLICA É MAIOR QUE AS URNAS” (Ulysses Guimarães) por Maria Lucia Victor Barbosa. Artigo publicado em 22.08.2015

Na atualidade a palavra impeachment tornou-se o veredito das multidões que encheram as ruas do Brasil no histórico dia 16 de agosto. Foi o maior julgamento popular de um presidente da República, no caso, da presidente Dilma Rousseff.
O movimento, como os dois anteriores foi espontâneo, consciente, apartidário, ordeiro, pacífico, com objetivo claro e definido: Fora Dilma. Fora Lula. Fora PT. Grandes faixas com a palavra impeachment exibiram a tônica do “plebiscito”, pedindo a saída da governante que quebrou o País e jogou a conta nas costas do povo depois de tê-lo enganado nas eleições com mentiras.
Emblematicamente, em Brasília, o gigantesco balão com a cara de Lula da Silva, vestido de presidiário e com o número dos Irmãos Metralha no peito, indicava que o presidente de fato já não passa de um Pixuleco das falcatruas.
Neste cenário soou falso o discurso do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, que do alto do seu pomposo e inútil cargo acusou o povo de intolerante e pediu otimismo. O ministro esqueceu que as pessoas costumam ir aos supermercados onde a realidade da inflação e da queda de renda é inequívoca.
Edinho Silva também mandou recado para a oposição, que nunca existiu, declarando numa linguagem lulesca: “Só esperamos que, quando os interesses são do País, que, em vez de ficarmos cultivando questões partidárias, a gente possa enxergar aquilo que é do interesse nacional”.
Portanto, o ministro pede aos outros o que nunca foi feito por seu partido, o PT e, ao mesmo tempo, não tem noção de um fato básico: Não tem governo que resiste quando a economia vai mal. Tampouco, Edinho Silva leu “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, onde está escrito: “Os homens esquecem mais facilmente a morte do pai do que a perda do patrimônio”. Mas ler, ainda mais “O Príncipe”, seria pedir demais ao ministro.
Sobre a oposição, que na linguagem petista significa PSDB, o PT pode ficar sossegado. O ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, sempre foi o maior defensor de Lula e do PT, no que foi seguido por seus correligionários. Aguentou oito anos ouvindo “Fora FHC” e, depois de ter entregado ao recém-eleito presidente Lula um governo sem inflação, seus melhores quadros e políticas sociais que o PT imitou, ouviu por mais 12 anos indo para 13 que sua herança era maldita. E tem mais: em agosto de 1999, Lula da Silva disse: “Renúncia é um gesto de grandeza e FHC não tem essa grandeza”. O pedido de renúncia depois pareceu pouco e o PT passou também a encampar uma campanha pelo impeachment de Fernando Henrique Cardoso. Naquela ocasião não era golpe.
Agora foi dito que FHC unificou o PSDB em torno do pedido de renúncia da Presidente. Um mimo dado a Rousseff, que jamais irá renunciar. E assim, entre impeachment, novas eleições ou cassação de Rousseff, o PSDB aceitou, por enquanto, que pedir a impossível renúncia da presidente é melhor. E se Eduardo Cunha, a única oposição real pedir o impeachment, os tucanos aprovam. Pelo menos é o que é dito agora. Se bem que os tucanos já estão com a bandeja pronta para entregar a cabeça de Cunha depois que o Procurador-geral, Rodrigo Janot, o denunciou.
Enquanto isso, a classe dirigente petista conta com Renan Calheiros para salvar a pele da presidente e, é claro, a sua própria, no tapetão institucional. Também aumentam as performances da presidente diante de públicos selecionados que a aplaudem. E não poderia faltar um contra-ataque dos ditos movimentos sociais sustentados pelo governo e que foram realizados dia 20 deste a favor de Rousseff e, paradoxalmente, contra o ajuste fiscal e a Agenda Brasil.
Os “exércitos” de Stédile, Boulos e da CUT, com exceção de São Paulo onde houve mais gente, nas demais capitais não passaram de grupelhos do pixuleco. Mesmo porque, os manifestantes chapa-branca fazem parte dos 8% que apoiam Rousseff contra os 70,1% da população, uma quantidade descomunal de coxinhas, de conservadores da classe média de direita e, como disse Lula da Silva, de nazistas.
O PT, que também participou do impeachment do ex-presidente Collor, hoje chama de golpistas os que querem se ver livre do pior governo presidencial de nossa história. Isso lembra uma entrevista de Ulysses Guimarães antes da queda de Collor.
Disse o deputado, que a praça pública era maior que as ruas e que Collor não era mais presidente. Teria este se tornado um fantasma, mas um fantasma que provocava inflação, desemprego, queda da bolsa e que devia ser exorcizado. O cidadão havia votado em Collor, mas acordara e estava nas ruas. Na Câmara, se não votassem o impeachment seriam considerados cúmplices.
Agora não temos governo, mas um fantasma que provoca um cortejo de desgraças para o País. Os cidadãos acordaram. É hora do Congresso relembrar que a praça pública é maior que as urnas. Caso contrário, os parlamentares serão cúmplices.
* Socióloga.
 

O Setúbal poderia ter ficado quieto. Já que o governo do PT está bom para ele, digo: Devo para o Itaú,pago quando Dilma sair.

Se. Se eu fosse dono de banco assinaria com ele- Setúbal defende a permanência de Dilma Rousseff na presidência

Como não ser favorável ao PT? Lucro do Itaú sobe para R$ 5,9 bilhões no 2º trimestre
Cheque especial.....9% ao mês cartão de crédito....13% ao mês rendimento da poupança...6% ao ano rendimento do FGTS....menos que a poupança.... Fica Dilma,,,

CORREIO DA PERNA PELUDA- Prato do dia no Palácio do Planalto: Lazanha de Impeachment.

E como diz a minha avó noveleira: Meu neto, teu avô era pau para toda abóbora!

VENEZUELA NEWS- Felizmente hoje o comandante Nicolás Maburro acordou bem. Comeu sua porção de ração e não vomitou.

...E como diz minha avó noveleira: “Pois é meu neto, a merenda ficou pior que o sorvete.” (A emenda ficou pior que o soneto)

“Clara foi uma namorada muito gentil e educada. Até para colocar chifres ela pedia licença.” (Mim)

“Tenho uma ou outra virtude, porém os defeitos são múltiplos dos pelos do corpo.” (Mim)

POVOVO

A esquerda desgraça
Sempre traz no seu discurso o bem do povo
Só que enquanto na mesa deles vai camarão
O seu José divide por quatro um ovo.

“A carne é fraca. Pois é, o nervo mais ainda.” (Climério)

“Há tipos que pensam que pensam ter o mundo a seus pés. Quando dão por conta estão é com os pés atolados no barro ou em coisa pior.” (Pócrates)

“A ira causa azia e mal-estar. Tente não fazer uso dela.” (Filosofeno)

IMB- Hélio Beltrão discute o tamanho do Estado brasileiro e sua eficiência

Nota do editor:

Nesta abrangente e detalhada entrevista, o jornalista e documentarista Adalberto Piotto, atualmente na Rádio Jovem Pan, entrevistou o presidente do IMB, Helio Beltrão, sobre as questões mais prementes hoje na economia e na cultura brasileira. Segundo Helio, boa parte da população ainda tem a mentalidade de que precisamos de burocratas gerenciando nossas vidas por meio de um estado-babá muito presente na economia. Ainda predomina a mentalidade de que um burocrata sentado em Brasília, munido de uma caneta, é capaz de saber melhor o que pode funcionar para todos os indivíduos de todos os cantos do país do que todo o conhecimento que está disperso pela sociedade dentro da mente da cada indivíduo.

E a consequência dessa tutela é a perda da autonomia, da liberdade, do dinamismo e da capacidade empreendedorial. Além disso, e para piorar, há os grupos empresariais e sindicais de sempre, que estão em um confortável conluio com o poder, e que têm todo o interesse de manter a atual máquina de Brasília operando intocada. Helio também fala sobre a indústria do carimbo, que ainda é muito resiliente. E isso decorre dos grandes grupos de interesse já encastelados no poder, que ganham com o atual arranjo de criar dificuldades para vender facilidades.

A própria existência de cartórios é boa para empresas já estabelecidas, pois dificulta o surgimento de novos concorrentes. Será muito difícil mudar isso se ainda tivermos a mentalidade de que precisamos desse tipo de controle. Ao passo que na Suécia e nos EUA qualquer um pode autorizar e registrar uma cópia — nos EUA, o notário público normalmente é um farmacêutico —, aqui no Brasil a mentalidade cartorial segue firma a despeito de todo o avanço tecnológico já vivenciado pelo mundo. Para resolver o atual descalabro, não basta apenas "colocarmos um dos nossos em Brasília". Mesmo que um genuíno libertário assuma a presidência, se a mentalidade da população ainda for estatista, nenhuma reforma poderá ser feita. Não haverá clamor popular por tais reformas. Uma analogia que, segundo Helio, retrata bem esse problema, seria a de tentar infiltrar uma pessoa boa e honrada no PCC (Primeiro Comando da Capital) com o intuito de tornar aquela quadrilha uma organização de pessoas boas e decentes.

O que irá acontecer, nesse caso, é que, ou essa pessoa boa irá se corromper e irá se tornar mais um membro da quadrilha, ou ela simplesmente pedirá para sair. Com o estado, o raciocínio é o mesmo. O estado tem a sua própria lógica — a lógica de manter o poder, de usar verbas para proveito da máquina, de fazer acordos de favorecimento a grupos de interesse — e essa lógica só poderá ser mudada de fora para dentro, por meio de mudanças na mentalidade da população. Sobre a questão dos programas sociais, Helio afirma que há alternativas não-estatais que funcionariam de maneira muito mais eficaz.

Se, em vez de ter seu dinheiro confiscado por impostos, você tivesse a opção de doar seu dinheiro para ONGs auditadas pelo mercado, você muito provavelmente escolheria uma ONG cuja auditoria independente revelasse que 95% do dinheiro doado realmente chega a quem precisa (ao contrário do modelo estatal, em que 95% é desviado e vai parar nos bolsos de que não precisa), e provavelmente você escolheria uma ONG que trabalha na sua comunidade, de modo que você passaria a ter mais responsabilidade e mais poder de fiscalização e cobrança. Portanto, mesmo na questão da rede social, há alternativas não-estatais que trazem de volta a questão de responsabilidade individual. É muito mais importante devolver ao cidadão a responsabilidade por resolver os problemas sociais do que deixar tudo nas mãos de Brasília. Embora a entrevista seja relativamente longa (29 minutos), esta é sem dúvida uma das melhores e mais completas exposições dos ideais do livre mercado, do voluntarismo e de livre cooperação entre os indivíduos. E o entrevistador é extremamente competente. Vale muito a pena.

IMB-Ou temos capitalismo ou temos escravidão - não há terceira via

Há quem jure que a busca pelo lucro é algo cruel, abusivo, ultrajante, imoral e maléfico. É fato que há pessoas desonestas que recorrem a métodos inescrupulosos para obter lucros em seus empreendimentos, mas basear-se em tais pessoas para fazer uma condenação automática do lucro é uma postura ignorante.

A verdade é que foi a busca pelo lucro o que aniquilou aquela milenar abominação que foi a escravidão humana. Eliminar a capacidade das pessoas de buscar o lucro significaria reimplantar a escravidão no mundo. E creio que nenhum de nós quer isso de volta.

A escravidão era um sistema econômico

O que até hoje ainda não é corretamente entendido é que a escravidão era a base do sistema econômico vigente no mundo antigo — como na Grécia e em Roma.

Todo o sistema escravocrata se baseava praticamente em um só objetivo: obter excedentes. É claro que os defensores da escravidão sempre recorriam a justificativas criativas para defender o sistema escravocrata, mas, no final, tudo se resumia a obter excedentes. Pode-se dizer, portanto, que a escravidão era uma espécie depoupança coercivamente impingida.

Um indivíduo rudimentar e despreparado irá, caso seja abandonado à própria sorte, gastar praticamente tudo o que ele ganha. Se ele conseguir auferir algum excedente, ele provavelmente irá gastar este excedente em luxos, prazeres, frivolidades ou em coisas piores. Enquanto ele não desenvolver um caráter mais forte, enquanto ele não adquirir uma personalidade mais estável, sobrará muito pouco de seu excedente para ser utilizado em outras coisas.

Um escravo, por outro lado, jamais aufere rendimentos e, consequentemente, não tem como gastá-los. Todo o excedente produzido por um escravo é transferido para seu senhor. Foi exatamente este tipo de arranjo gerador de excedentes o que tornou Roma um império rico.

Mas então surgiu a Europa cristã. Antes do advento do cristianismo, não se encontra uma única cultura antiga que proibia a prática da escravidão; a escravidão era vista como algo absolutamente normal. Sendo assim, a Europa abolir o sistema escravocrata que havia herdado de Roma foi uma mudança monumental.

Os europeus substituíram a escravidão — de maneira lenta e por causa de seus princípios cristãos, e não em decorrência de algum plano consciente e deliberado — adotando as seguintes posturas:


1. Desenvolvendo o hábito da frugalidade e da poupança em nível individual. Isso requereu uma total mudança de postura e um enfoque vigoroso em virtudes como a temperança (autocontrole) e a paciência.

2. Substituindo o arranjo de "produção forçada de excedentes" pelo lucro. Para isso, os europeus tiveram de recorrer à criatividade para alterar totalmente a natureza de suas atividades comerciais. Eles tiveram de inovar, inventar e se adaptar para conseguir mais excedentes por meio do comércio.

Sob um novo sistema que acabou sendo rotulado de capitalismo, a poupança e a criatividade se tornaram os novos geradores de excedentes, e nenhum ser humano teve de ser escravizado.

Um mundo sem lucros

Por outro lado, temos exemplos bem recentes do que acontece quando uma cultura proíbe o lucro. Pense em tudo o que ocorreu em paraísos socialistas como a URSS de Stalin, a China de Mao, e as nações escravizadas do Leste Europeu, e no que ainda ocorre na Coréia do Norte e em Cuba.

São exemplos lúgubres que ilustram exatamente o que ocorre quando toda uma população é escravizada pelo partido dominante. Nestes sistemas, o indivíduo é obrigado a trabalhar e a produzir, mas é proibido de usufruir os frutos e os rendimentos de seu próprio trabalho, tendo até mesmo o seu consumo restringido pelo governo.

O lucro fornece incentivos para se trabalhar e empreender. Quando ele é abolido, não apenas o ato de trabalhar e de empreender perde sua função, como também aqueles que querem prosperar não têm como fazê-lo de maneira honesta. E isso leva ou ao desespero ou à criminalidade.

O lucro é obtido por meio de trocas comerciais inovadoras e recompensadoras. Se o lucro é eliminado, tem-se a escravidão. O formato dessa escravidão pode ser variável, mas será uma escravidão de algum tipo.

Com efeito, este resultado será o mesmo não importa se a eliminação do lucro ocorrer por meio do comunismo (em que o lucro é punido com a pena capital) ou do fascismo (em que todo o lucro é direcionado para os amigos do regime).

A questão principal é o excedente produzido:
Se o excedente pode ser produzido e acumulado pelo cidadão comum por meios honestos, a escravidão pode ser eliminada.
Se os cidadãos honestos não tiverem a permissão de produzir e de manter seus próprios excedentes (sendo seus excedentes confiscados ou pelo estado ou pelos parceiros do estado), o resultado será alguma forma de escravidão.

O lucro é simplesmente uma ferramenta — uma maneira de gerar excedentes sem a coerção imposta pela escravidão.

O que nos leva à conclusão definitiva: é impossível se livrar simultaneamente da escravidão e do sistema de lucros. Você pode eliminar um dos dois, mas sempre que eliminar um, ficará inevitavelmente com o outro.

O lucro se baseia nas virtudes

Para se viver em uma civilização que prospera por meio do lucro, é necessário que o ser humano saiba domar todos aqueles seus instintos mais primitivos — algo típico dos animais —, como a inveja. É necessário saber desenvolver o autocontrole, a paciência, a temperança e, principalmente, saber se concentrar em algo maior do que meras possessões materiais — afinal, é exatamente o materialismo o motor da inveja e do igualitarismo.

É vergonhoso que o Ocidente tenha, ao longo dos últimos séculos, se afastado de suas virtudes tradicionais, e passado a considerá-las vícios burgueses ou meras superstições. Se algum dia finalmente perdermos todas as nossas virtudes, o sistema de lucros perderá sua proteção e não mais será visto como um motor da prosperidade, e a antiga e extinta prática da escravidão irá voltar.

Nossas ações têm consequências.

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Para uma abordagem mais técnica e aprofundada sobre a questão dos lucros, leia:

A natureza econômica dos lucros e dos prejuízos

Condenar o lucro é defender o retrocesso da humanidade

A função social e moral dos lucros

Paul Rosenberg é o presidente da Cryptohippie USA, uma empresa pioneira em fornecer tecnologias que protegem a privacidade na internet. Ele é o editor FreemansPerspective.com, um site dedicado à liberdade econômica, à independência pessoal e à privacidade individual.