sábado, 2 de abril de 2016

Há ladrões e ladrões comunistas. Esses últimos são os piores, pois roubam também o futuro de muitas gerações.

Quando um narrador de futebol designa um jogador de futebol como herói se pudesse lhe daria um soco.

A maioria dos heróis são anônimos e vagam por aí sem reconhecimento.

Os espelhos também nos contrariam.

O erro passado que vem grudado ao remorso é o mais dolorido.

ANSIEDADE

ANSIEDADE

Não há um bom lugar
A inquietação é uma constante
A mente é um turbilhão
Todos os assentos estão repletos de pregos
Todos os lençóis têm insetos
Nenhum colchão se molda ao corpo
Todas as coisas são fúteis
Qualquer transtorno causa ira
A paz não se alcança
Nem com o sol da manhã
Só digo que vida que não é vida
É esse casamento sem divórcio
Do meu eu com a ansiedade.

“O pior inimigo é aquele que bem te conheces.” (Filosofeno)

“Deus e o Diabo são mais jovens que o homem. São construções da sua fábrica de domínio.” (Filosofeno)

“Minha mãe diz que não devemos comer franceses sem antes lavá-los bem.” (Leão Bob)

“Nós leões não beijamos muito. Nosso bafo não motiva.” (Leão Bob)

“Temos em nosso bando um judeu. Ele não come carne de porco.” (Leão Bob)

“Ontem devorei um canibal. Sujeitinho macio.” (Leão Bob)

“Estou criando barriga e papo. Tenho comido muitos javalis, preciso urgentemente fazer uma dieta de gazelas.” (Leão Bob)

“Vi ontem em diferentes lugares do mundo como agem as turbas. E pensar que os humanos se dizem racionais.” (Leão Bob)

Eli, Eli, lamá sabachtháni? Autor: Alexandre Schwartsman

Digo isso a propósito de nova decisão desastrada no campo da política econômica, expressa em mais uma mudança da meta fiscal. A original, R$ 24 bilhões, foi reduzida para cerca de R$ 3 bilhões, o que em si não chega a ser um completo desastre; o problema, na verdade, refere-se às inúmeras exceções, deduções, abatimentos, descontos, cláusulas de escape, desculpas esfarrapadas e afins, que permitem, no final das contas, que mesmo um deficit primário na casa de R$ 100 bilhões (1,6% do PIB) seja tomado como coerente com a (minúscula) meta fiscal.
A mera leitura do parágrafo acima já é suficiente para ilustrar a desmoralização do regime de política fiscal. Pelas regras, a meta fiscal para determinado ano é fixada em abril do ano anterior pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e guia a proposta orçamentária propriamente dita, enviada ao Congresso em agosto do mesmo ano.
Passados 11 meses, contudo, o governo de plantão pode não apenas alterar a meta determinada pela LDO mas violar as leis da matemática, em particular as que distinguem números positivos dos negativos e fingir que tudo vai bem.
Institucionalmente falando, trata-se da pá de cal sobre o regime que foi montado a partir do final do século passado, em torno do qual se articulou a visível melhora das contas públicas entre 1999 e 2008.
Tem razão meu amigo Samuel Pessôa em destacar o papel central da evolução da receita tributária no período, mas, de uma forma ou de outra, as regras vigentes não permitiram que todo crescimento da arrecadação terminasse por se tornar expansão ainda maior da despesa, o que certamente já deixou de ser o caso hoje.
Afora isso, a afirmação do ministro da Fazenda (“Eli, Eli, lamá sabachtháni?”*) acerca do “papel anticíclico” da despesa pública seria de fazer chorar qualquer economista de verdade.
Não se trata apenas de lembrar que essa mesma política, sob o comando da patativa genovesa, devidamente escudada pelo atual ministro, esteve no centro da deterioração econômica que nos trouxe à atual crise; ainda mais relevante, no presente contexto, é notar que preços de mercado já embutem um risco significativo de calote da dívida nacional, circunstância sob a qual a eficácia do gasto público para aumentar a demanda e a atividade praticamente inexiste.
Talvez nelson barbosa (pode manter as minúsculas, revisor) saiba disso, embora eu não coloque minha mão no fogo. Ainda assim, em face das pressões para a alteração da política econômica por parte do ex-futuro ministro da Casa Civil, o mais provável é que ele simplesmente não tenha tido a coragem de manter o rumo.
Afinal de contas, depois de tantos anos junto à patativa, não há coluna dorsal que não aprenda as virtudes da extraordinária flexibilidade.
Fica, portanto, mais difícil crer na sinceridade de propósito de seu “ajuste fiscal de longo prazo”, ainda mais porque se trata da mesma proposta fulminada pela presidente ainda em sua encarnação como ministra. Não há rumo; apenas solidão.
Fonte: Folha de S.Paulo, 30/03/2016.

“O socialista chupim dorme pensando em não perder o emprego estatal. O empreendedor dorme pensando em gerar empregos.” (Mim)

NADAS

NADAS

Somos insignificantes para o universo
Um nada do todo
Mas diante de alguns valores da sociedade humana
Alguns serem se embriagam na fonte da vaidade
E vão construindo pela vida castelos de areia
Que se desmancham com o sopro da morte.

JUSTIÇA VAGABUNDA

Todo dia acontece
É como rotina funesta
Alguns de toga não a respeitam
E da lei fazem festa
Protegem os seus padrinhos
Da letra que seria para todos
Tornando aos olhos do povo
A justiça uma grande vagabunda.

EU SOU REAL

EU SOU REAL

Deus é uma ficção
Eu sou real
A dor que a vida nos reserva
É nossa e de mais ninguém
Acontece na vida do mau se dar bem
E do bom se estrepar como um reles verme
Mas a vida não se explica por um manipulador de marionetes
Ela apenas é
Não há prêmios ou castigos
Esperando-nos do outro lado da porta.

Crise

-Mãe, banho frio?
- É isso aí. Quem toma banho quente não come.

A esperança do brasileiro está em estado de coma.

O sonho de Dilma

Dilma sonhou que havia morrido. E que quase todo o Brasil estava em festa. Gente, animais, coisas, alimentos. Menos as mortadelas.

Humor ateu

Deus e Pedro
-Pedro, onde está Jesus?
-No quintal, brincando com pregos.
-Esse menino gosta mesmo de coisas perigosas!