LUZ NA ESCURIDÃO
Na estrada de chão poeirenta e deserta, eu caminhava com lentidão, e via se mover distante uma pequena luz na escuridão. E na estrada escura se aproximava de mim aos poucos. Oscilava um pouco e vinha em minha direção. Confesso que fiquei com medo, pois ter coragem não é uma de minhas maiores virtudes. Adiante, ela sumiu e respirei aliviado. Caminhando com cautela, encontrei caído dentro de uma vala, um bebum, com sua bicicleta quebrada, o nariz sangrando, uma lanterna e um contracheque encardido. Tateava o chão procurando pelo dinheiro do pagamento, que já deixara no bar das quengas. Resmungava: a mulher vai me pegar, vai me pegar... Fiquei até com pena do vivente, pois já meio quebrado, por certo em casa levaria mais uns trancos e tabefes.