sexta-feira, 9 de agosto de 2019

O QUANTO ANTES


Grupo político reunido o líder se levanta e diz:
“Visitei uma vidente poderosa que não erra nunca. Disse ela que o Brasil irá melhorar substancialmente no próximo ano.”
“Então chegaremos ao poder?”-pergunta um partidário.
“Não é isso colega. Segundo ela o Brasil irá melhorar porque nós todos iremos morrer.”

AVÓ NOVELEIRA


“A esperança é a última que morde.”

 “Dilma é uma mulher desnutrida de inteligência.”

 “Nunca fui fã de bebidas alcoólatras.”

 “Eu adoro o Magal quando canta Amante Latindo.”

  “Teu avô tocava violino como poucos lá em Camanducaia. Até quando ele ensaiava tinha platéia. Também pudera, ele tocava num tal de Estradevários.”

CIVILIZAÇÃO


O barulho musical trepidante enerva-me
O silêncio absoluto apazigua-me
Fico feliz quando as hostes barulhentas silenciam
Então ouço novamente o belo cantar dos pássaros
E observo o retorno da civilização à sua estrada.


Noite. Uma rua solitária na periferia. Um gato malhado salta entre os telhados enquanto cães ladram ao vento. O excesso de lixo caiu fora das latas e escorre pelo chão de terra. Baratas passeiam fugindo dos pés dos meninos que brincam de bola na via. Mães e irmãs mais velhas chamam para dentro os garotos de pés encardidos. É hora do banho e do jantar. Crianças recolhidas, agora chegam automóveis com ocupantes que procuram nas esquinas pelos empresários do pó. A lua e as estrelas observam o movimento. Dinheiro para cá, pó para lá. Negócio feito lá e vão os loucos em busca de alucinações, enquanto os empresários da farinha perigosa contam as notas. O inferno para ambos os lados é logo ali.
Por que os judeus assistem pornografia de trás para frente? Porque a parte favorita deles é quando a prostituta devolve o dinheiro.


Um judeu entra em um bar e se senta. Ele bebe um pouco, depois vê um chinês e lhe dá um soco no rosto. "Owch!" o homem chinês diz. "Para o que foi aquilo?" "Isso foi para Pearl Harbor", diz o judeu. "Mas eu sou chinês!" "Chinês, japonês, qual é a diferença?" E o homem judeu se senta novamente. Então, o chinês se aproxima do judeu e lhe dá um soco no rosto. "Ai!" o homem judeu diz. "Para o que foi aquilo?" "Isso foi para o Titanic", diz o chinês. "Mas isso foi um iceberg!" "Iceberg, Goldberg, qual é a diferença?"

Unijokes
Não seja racista, seja como o Mario. Ele é um encanador italiano, feito por japoneses, que fala inglês, parece um mexicano, pula como um negro e agarra moedas como um judeu!

Unijokes

SUSPEITO

O jornal diz
Que o suspeito matou a vítima com seis tiros
Diante de vinte e cinco testemunhas
Gravação em vídeo
Pego ainda com a arma na mão
Mas o jornal repete que o elemento é apenas suspeito
Diante de tanto absurdo
Digo que suspeito mesmo é o jornal.

O LIXO

“Generais Geisel e Figueiredo estavam certos. A abertura política trouxe o lixo político para dentro de nossas vidas.” (Eriatlov)

O MAL DOS SOCIALISTAS

“O mal dos socialistas é ter um bico enorme para mamar e pouca vontade para sacrifícios e trabalhar.” 

“Na minha família não há clérigos. Todos trabalham duro.” (Eriatlov)

"Por que eu deveria me importar com a posteridade? Ela nunca fez nada por mim." Groucho Marx

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- segunda-feira, dezembro 29, 2008 FRANÇOIS MITTERRAND SITUA O SANTO GRAAL

Já escrevi algumas linhas sobre O Código da Vinci. Sem jamais ter lido o livro nem visto o filme, considero ser uma obra ridícula. Nunca consegui entender a preocupação da Igreja em contestar uma tese sem pé nem cabeça. Não faltou quem me chamasse de preconceituoso. Que não podia criticar uma obra que não havia lido. Ora, certas obras não precisam ser lidas para serem julgadas. Basta venderem milhões de exemplares mal saem do prelo. Sinal óbvio de que não valem nada.

Hoje, o filme estava passando na Globo e decidi vê-lo até o final. Há décadas não via algo tão medíocre. Pela cena final, temos de concluir que foi François Mitterrand quem situou definitivamente o Santo Graal.

Um de meus interlocutores acha a ideia do livro interessante, por decifrar enigmas. Se os decifrasse, tudo bem. Acontece que não decifra nada. Só confunde. A tese sobre o Santo Graal é tosca. A ideia da Maria Madalena como a discípula mais amada também não se sustenta. Em suma, o que o autor quis foi ganhar dinheiro em cima dos mitos bíblicos.

Aliás, a santificação da madalena está na moda. Deve ser reflexo do feminismo. Ainda há pouco, vi um documentário sobre a Maria de Magdala. Teólogos pretendem que a madalena seja o discípulo amado - assim no masculino - que Jesus cita mas não nomeia. Estaria no masculino porque a época não aceitaria a ideia de uma mulher como apóstolo. De onde se concluiria que o Evangelho de João não foi escrito por João, mas pela madalena. Ora, especulação por especulação, prefiro então Guerra nas Estrelas.

Já um outro leitor alega que se obras que vendem milhões de exemplares não valem nada, então a Bíblia ou Dostoievski não valem nada. Alto lá, companheiro! Uma coisa são bestsellers instantâneos, que surgem do dia para a noite e sempre estão na lista dos mais vendidos. Outra coisa são obras reproduzidas aos milhões... no decorrer dos séculos.

A estes, chamamos clássicos.
H.L. MENCKEN- MULHERES FORA DA LEI
Um dos principais encantos da mulher na sociedade humana talvez seja o fato de que elas são relativamente incivilizadas. No cipoal de repressões e inibições pueris que tenta enreda-las, continuam a mostrar um lado cigano, meio fora-da-lei, se por acaso a lei se puser no caminho de seus interesses particulares. Vejamos agora o homem. Os picos da civilização são exaltados com tanto foguetório pelos sentimentalistas, que não conseguimos enxergar seus desprogressos. Intrinsecamente, não passam de um ardil para pôr os homens na linha. Seu símbolo perfeito é a marcha tipo passo-de-ganso. No sentido convencional, o homem civilizado é aquele que melhor conseguiu frear e conter seus instintos sinceros e naturais – ou seja, o homem que cometeu as violências mais cruéis contra o seu próprio ego no interesse do bem-estar público. O valor deste bem-estar é sempre superestimado. 

Para que serve, no fundo? Simplesmente para favorecer o maior número – de velhacos, ignorantes e galinhas mortas. A aptidão para se submeter e prosperar confortavelmente nesta civilização de pés-rapados é muito mais marcante nos homens que nas mulheres, e maior ainda entre os homens inferiores do que entre os homens de categoria superior. Deve ser óbvio, até para um asno tão patético quanto um professor universitário de História, que pouquíssimos dos homens de primeira classe eram inteiramente civilizados, no sentido que lhe atribuem os jornais. Pense em César, Napoleão, Lutero, Frederico o Grande, Comwell, Barba Ruiva, Inocêncio III, Bolívar, Aníbal, Alexandre e, para chegar aos nossos tempos, Grant, Stonewall Jackson, Bismarck, Wagner e Cecil Rhodes. O fato de que as mulheres têm uma capacidade maior do que os homens para controlar e esconder suas emoções não é uma indicação de que elas sejam mais civilizadas, mas uma prova de que elas são menos civilizadas.

Esta capacidade é uma característica dos selvagens, não dos homens civilizados, e sua perda é um dos prejuízos que a espécie tem pago por seus canhestros picos de civilização. O verdadeiro selvagem – sempre reservado, digno e cortês – sabe como mascarar seus sentimentos, mesmo diante da mais temível ameaça; o homem civilizado sempre se rende à ameaça. A civilização torna-se cada vez mais histérica e babona e, especialmente sob a democracia, tende a degenerar num mero bate-boca entre dementes. O único objetivo da prática política, por exemplo, é o de manter o povo alarmado (e, portanto, clamando por ser conduzido em segurança) por uma galeria interminável de capetas e papões, todos, claro, imaginários. As guerras fugiram ao controle dos homens superiores – os únicos capazes de julgar sem paixão, mas com inteligência, as causas por trás delas e as conseqüências que advirão. 

Agora passaram a ser declaradas assim que se põe uma multidão em pânico, e só terminam quando já esgotaram sua fúria. Neste ponto, o efeito da civilização foi o de reduzir uma arte que era o repositório da coragem, e da vocação inata de alguns dos melhores homens, ao nível de um assalto a um bordel ou ao de uma briga no cais. Todas as guerras da Cristandade são agora repelentes e degradantes; sua condução passou das mãos dos nobres cavaleiros para as dos demagogos, agiotas e camelôs de atrocidades. Para podermos reconstituir a guerra em grande estilo, como concebiam o príncipe Eugène, Marlborough e o velho Dessauer, temo que recuar aos povos bárbaros. 

1921
O LIVRO DOS INSULTOS

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- quinta-feira, junho 28, 2007 O ÓDIO NÃO PODE MORRER

Nem sempre os jornais trazem notícias ruins. Hoje, temos duas boas. No Egito, conforme despacho da BBC, foi anunciada a proibição completa da ablação do clitóris. E nos Estados Unidos, a Suprema Corte considerou nesta quinta-feira que as escolas públicas não podem utilizar os chamados programas de ação afirmativa para garantir a mistura racial nos estabelecimentos. Jornalismo vive de desgraças. Não é todos os dias que os jornalistas podem nos oferecer notícias como estas.

No Egito, uma menina morreu durante a ablação do clitóris, o que provocou uma série de protestos populares. Um porta-voz do Ministério da Saúde disse que nenhum médico está permitido a executar a operação em estabelecimentos públicos ou privados. Ainda segundo a agência britânica, os que infringirem a lei serão punidos. Estudos recentes estimam que cerca de 90% das mulheres egípcias já tiveram o clitóris extirpado.

A notícia é boa, mas nela não podemos depositar muita fé. Quando os machos egípcios castram 90% de suas mulheres, não será uma determinação de ministério que acabará, do dia para a noite, com a prática abominável. A cirurgiã que conduziu o processo em que a garota faleceu foi presa. Já é um avanço.

Neste dias em que os defensores de cotas para negros nas universidades brasileiras estão tomando posturas agressivas, a notícia vinda dos States nos toca mais de perto. "A procura de um objetivo pelas escolas (a integração racial) não quer dizer que elas sejam livres para empreender uma discriminação com base na raça para atingi-lo", disse o presidente da Corte, John Roberts, na decisão tomada por cinco votos a quatro.

O racismo negro estava tomando proporções caricaturais nos Estados Unidos. Em Seattle a raça foi o critério que impediu 300 adolescentes (200 brancos e cem negros, latinos ou asiáticos) de ingressarem nas escolas de sua preferência, que tinham mais candidatos do que vagas. Em Louisville, um menino não pôde entrar no maternal mais próximo de sua casa, onde restavam vagas, porque no estabelecimento já havia brancos demais.

A decisão da Suprema Corte americana terá alguma influência na política de cotas no Brasil? Duvido. Do Primeiro Mundo, só importamos o pior. Do melhor, nem queremos ouvir falar. É a velha vocação comunista da América Latina. O Brasil continuará estimulando o racismo pelas próximas décadas, até transformar este país numa espécie de Estados Unidos de início do século passado. Se a luta de classes morreu, alguma outra luta precisa ser estimulada. Há brancos e negros no Brasil? Maravilha - dirão os eternos apparatchiks. Vamos fazê-los lutar entre si. O ódio não pode morrer.
“Se eu fosse perfeito não escreveria aqui. Teria fundado uma igreja como Edir Macedo para salvar milhões do fogo do inferno.” (Mim)
“O aprendizado vem pela dor. Pois conto que de tanto querer escolher o que comer, acabei por um bom tempo sem ter o que comer.” (Mim)

AMARO, O CERTINHO

Amaro era um homem correto; nunca havia saído da linha, nunquinha. Num sábado ficou só, a esposa Amália fora visitar a mãe. Ele então foi dominado nos encantos de uma vizinha separada, linda que só. Corpão daqueles de derreter sorvete no copinho. Caiu em tentação e foi ao motel com ela, todo feliz com o material que levava. Primeira vez fora da estrada, mas com carrão top de linha. Pega aqui, pega lá, os dois peladinhos quando um terrorista filho da puta explodiu o motel. Pois azar do Amaro que morreu; foi que ele rodou nos comentários como hipócrita e safado, como se tranqueira fosse. E saber que nem deu tempo para molhar o biscoito.

AUTORIDADE

Já madrugada, estava eu parado numa esquina central esperando por um táxi. O céu todo forrado de estrelas, noite fria e bela. Nisso dois sujeitos se aproximaram e anunciaram: É um assalto! Não reagi, entreguei a carteira com documentos e dinheiro. Eles conferiram por cima o montante e pernas em ação. Logo depois eles regressaram, devolveram tudo e ainda por cima pediram desculpas. Um deles disse: “Desculpe o malfeito seu Evandro, pois para nós o senhor é uma autoridade. “Uma boa noite!” Sem demora surgiu um táxi e fui para casa aliviado. Em tempo, meu nome é Evandro Capeta.
“Ao encarar o espelho pela manhã sem maquiagem ouço minhas rugas e pés de galinha gritando por socorro.” (Eulália)
“A boa educação de um povo próspero e gentil é sem dúvida o que nos faz solidários no transporte de bosta de cachorro na sola dos pisantes.” (Climério)