quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Portal Libertarianismo- O estatismo necessita de um muro

Em 1891, o liberal clássico alemão Eugen Richter já imaginava que o socialismo não poderia sobreviver sem um muro. No capítulo “Emigração” do seu livro Pictures of the Socialistic Future (em tradução livre, Imagens de um Futuro Socialista), Richter relata como as autoridades, em sua ficção utópica, não permitem que as pessoas saiam do país, pois todos tem obrigação para com os demais.
Do mesmo modo que o Antigo Regime impunha o serviço militar a todos os adultos, o governo socialista de Richter impõe trabalhos forçados para a comunidade. É a lógica dos direitos sociais: se Pedro tem um “direito a saúde”, um “direito a moradia”, um “direito a renda mínima” implica que Juan tem a obrigação de provê-los, e em consequência não pode trabalhar exclusivamente para si mesmo ou deixar o país.
Bryan Caplan se questiona como pode Richter antecipar de forma tão clarividente o muro de Berlim. Sugere que Richter retirou dos socialistas idealistas as hipóteses adequadas, “o que ocorreria se um trabalhador não gostar do seu ‘paraíso socialista’?”, e observou que reagiam histericamente ou com evasivas. Se essa é a  resposta a perguntas críticas antes de que tomem o poder, como vão responder aos atos críticos depois de alcançá-lo?
O certo é que o estatismo em geral não pode subsistir sem um muro. O Estado intervencionista se impõe a toda sociedade, não importando que existam pessoas que não aprovem o que faça ou não tenha votado em favor dessa estrutura. O Estado nos obriga a obedecer todas as suas ordens e a pagar impostos  pelo simples fato de viver em uma região. Igual ao mafioso de um bairro, mas em escala nacional e com véus de legitimidade. Logo os teóricos dizem que somos membros de um imaginário “contrato social”.
O muro físico de Berlim caiu e os socialistas contemporâneos o repudiam como grotesco. Contudo, se lancemos a pergunta difícil que sugere Caplan nos daremos conta de que no fundo não podem negar sua necessidade. Talvez não exista a necessidade de levantá-lo concretamente, mas de um modo ou outro há que se impedir as pessoas que não estão de acordo com o sistema se separe e seja regido por outras normas. Por sua natureza, o estatismo (e aqui incluo intervencionismo dos Estados de Bem-Estar social) não podem tolerar que as pessoas se emancipem e deixem de contribuir com o mesmo, porque do contrário se esvazia o “paraíso” e seu Estado se converte numa comuna com poucos sócios.
Tomemos, por exemplo, o movimento do Seasteading, que deseja fundar comunidades voluntárias (liberais e de todos os tipos) em alto mar, onde não atue a jurisdição dos Estados, fazendo uso de embarcações e plataformas. Tolerarão os intervencionistas a criação destas comunidades? Em algumas delas o capitalismo se praticaria livremente, não se pagariam impostos e se aceitariam novos membros que compartilhassem desses valores. Se de fato estão dispostos a tolerar essas comunidades, porque tem reprimido todas as tentativas de criar comunidades deste tipo em terra firme desocupada? Por que nenhum Estado vende uma parcela de sua geografia a investidores que queiram fundar uma comunidade deste tipo (e que já tem mostrado seus interesses em várias ocasiões)? Tomando um exemplo mais comum, porque se luta contra os “paraísos fiscais”? São países pequenos independentes que são regidos por outras normas e cobram poucos impostos a quem quer mudar para ali sua residência, sua empresa ou seus rendimentos (não são chamados de paraísos em vão). Por que os os grandes Estados e seus coligados querem destruí-los? Pela mesma razão  que aponta Ritcher: os indivíduos estão obrigados a trabalhar para os demais (leia-se: o Estado).
Proponho um cláusula “opt out” para a secessão interna de indivíduos: aqueles que a firmarem receberão um corte drástico de impostos e, ao mesmo tempo, terão o acesso vedado aos hospitais públicos, as escolas públicas etc. Nos âmbitos em que o Estado permita que a iniciativa privada e a livre entrada no mercado, os que optaram pela cláusula não poderão usar o serviço público. Tolerariam isso os intervencionistas? Um deles me respondeu: “Não é mais lógico que impere o sistema político que a maioria quer e não o da minoria?”. Mas eu não estou pedindo que imperem minhas normas, e sim que me permitam separar-me das suas. Por acaso aceitaria o socialista que uma maioria católica praticante lhe impusesse frequentar a missa sendo ele ateu? Aceitaria que os carnívoros impusessem sua dieta aos vegetarianos? Não é melhor deixar que cada um faça o que quiser enquanto não agrida o próximo?
Esta é a diferença entre o liberalismo e o estatismo: o liberalismo permite a liberdade de saída, a competição, as especializações de mercado. O Estado intervencionista não. Como dizia Robert Nozick, o liberalismo é uma base para as utopias (no plural). O socialismo é uma utopia concreta, e seus seguidores frequentemente querem impô-lo a todos (há exceções). Em uma sociedade livre podem conviver, conforme Nozick, maníacos e santos, monges e libertinos, socialistas voluntários e capitalistas, comunidades do tipo Fourier, Flora Tristan, Owen, Proudhon ou Josiah Warren, kibbutz, Bruderhof… Ninguém será obrigado a fazer parte de um clube. O direito de saída e a concorrência fariam com que uns experimentos fracassassem e outros se desenvolvessem. Contudo hoje existe um muro a esta concorrência institucional. No quadro atual do Estado de Bem-Estar Social, os liberais não podem ter o seu Vale Galt.

// Tradução e revisão de Adriel Santana | Artigo original aqui.

Sobre o autor

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Albert Esplugas Boter é membro do Instituto Juan de Mariana, autor do livro "La comunicación en una sociedad libre" e escreve regularmente em seu blog.

Portal Libertarianismo- Bebidas alcoólicas já foram envenenadas pelos EUA para amedrontar o povo



Hoje eu descobri que para assustar as pessoas e mantê-las longe de bebidas alcoólicas o governo americano já chegou ao ponto de envenenar certos depósitos de bebidas, o que fez com que mais de 10 mil cidadãos americanos encontrassem a morte.

É claro que isso foi durante a Lei Seca. As autoridades estatais se frustraram com o fato que apesar da manufatura, venda e transporte de álcool terem sido proibidos, o número de pessoas bebendo bebidas alcoólicas era visivelmente superior que antes da Proibição. Assim, para tentar impedir as pessoas de continuar a beber, o governo decidiu tentar uma tática de terror.

Uma maneira dos fabricantes da época de fabricar bebidas alcoólicas era utilizar álcool industrial desnaturado como base. Desnaturar o álcool é apenas um processo para fazê-lo intragável, normalmente ao adicionar algo que cheire mal ou tenha um gosto ruim, até mesmo que induza vômito. Isto foi feito originalmente (e é feito até hoje) de modo às empresas contornarem os altos impostos associados com a manufatura e venda de álcool que é utilizado para beber. Álcool utilizado na indústria, com aplicações que não são de consumo em forma de bebida, são desnaturados e, portanto, não tem de pagar esses impostos e assim são muito mais baratos, galão por galão. Sem essa exceção de impostos, milhares de produtos industriais seriam muito mais caros do que são atualmente.

Durante a Proibição, esse álcool desnaturado era roubado constantemente de empresas que fabricavam álcool industrial utilizado em diversas tintas e solventes. Os destiladores deveriam então ter seus próprios químicos, os quais tinham o trabalho de deixar o álcool palatável novamente, ao desfazer o processo de desnaturação ou “renaturar” o álcool.

Estima-se que cerca de 60 milhões de galões de álcool industriais foram roubados por ano na década de 1920, para mais tarde ser “renaturado” e vendido como álcool bebível, o governo, durante o presidente Coolidge, decidiu aumentar o risco e fez algumas fórmulas de desnaturação letais, ao invés de somente desenvolver o álcool impalatável. Ao fazer isso, eles generosamente adicionaram coisas como metanol (o principal ingrediente desnaturante, adicionado numa proporção de 10%, inclusive hoje em dia); outras substâncias foram adicionadas como querosene, brucina, gasolina, benzeno, cádmio, formaldeído, clorofórmio, ácido carbólico, acetona e muitos outros para dificultar o trabalho de renaturação feito pelos químicos das destilarias.

Após as primeiras 100 pessoas morrerem logo após o novo processo de desnaturação ter sido lançado na época do Natal, oficiais de saúde ficaram ultrajados e os jornais propagaram a notícia, como esperado. Infelizmente, o plano governamental não funcionou como o planejado. Isso não afastou as pessoas da bebida, tendo apenas um pequeno efeito sobre o consumo do álcool. Ao contrário, estima-se que 10 mil pessoas morreram graças a bebida, com um número muito maior de pessoas severamente debilitadas e muitas cegadas pelo envenenamento.

O médico legista de Nova York Charles Norris disse:


O governo sabe que não irá impedir o ato de beber ao envenenar o álcool. Ainda assim, continua os processos de envenenamento, desatento ao fato de que pessoas determinadas a beber estão absorvendo este veneno diariamente. Reconhecendo isso, o governo dos Estados Unidos deve ser acusado com a responsabilidade moral pelas mortes que as bebidas envenenadas causaram, apesar de não poder ser responsabilizado legalmente. (Chuck Norris lutando contra o governo nos anos 20)

Agora, para ser claro, vários governos do mundo ainda requerem que a desnaturação do álcool que não é para consumo oral e a regulação padrão, ainda vigente na maioria dos países, é 10% de metanol. Isto não é mais um problema, já que as pessoas descobriram jeitos melhores de conseguir suas bebidas em vez de tentar lidar com álcool desnaturado. O problema na época foi que o governo era consciente de que as pessoas iriam beber o álcool envenenado e esperava que as mortes iriam afugentar as pessoas. Além, quando ficou claro de que isso não iria mais afugentar as pessoas, que literalmente milhares de pessoas morriam todos os anos e muitas outras adoeciam, eles continuaram com o programa, apesar de ter sido debatido no congresso.

Na próxima vez que você começar a pensar que é impossível o governo americano falhar feio; piorar a situação; e além do conserto, bem, se você estudou a história americana, é claro que costumava a ferrar a situação muito mais que hoje em dia, não apenas sobre este problema, mas sobre muitos, muitos outros. E ainda assim, nós estamos aqui.

// Traduzido por Russ da Silva. Revisado por Ivanildo Terceiro | Artigo original.







Sobre o autor


Daven Hiskey

Não há fuga

NÃO HÁ FUGA 

Caio 
E quando me levanto 
Sinto que cresci 
Pois não há crescimento 
Sem dificuldade e dor 
E muito se engana quem pensa em fazer voltas 
Pois é sabido que podemos fugir de todos 
Menos de nós mesmos.

É preciso duvidar

É PRECISO DUVIDAR

Quem não duvida
Engole o pronto
Gosto é gosto
Não se discute
Absorvido o pronto
O pensar não repercute
Morre no ser que o recebeu
Como verdade absoluta.

Conforme-se

“Como quase todo chefe gosta de ser bajulado, é quase certo que um puxa-saco tem maiores chance de ganhar uma promoção que você ou qualquer outro funcionário menos preparado,digamos, às lides do servilismo.”

SÓ SEI QUE VAI SER ASSIM... Para incentivar a leitura, os livros agora publicados no Brasil virão com encarte de bolachinhas de água e sal.

“Antes o SERASA que o cemitério.” (Mim)

Parvos

PARVOS
Há uma porta aberta no fim do corredor. O ambiente é convidativo, a energia do grupo contagia os novos chegados; cânticos e louvores são ouvidos e inflamam corações. A maioria dos presentes passa pela porta ciente que é dono da verdade futurista. Por livre vontade caem então no abismo da exploração cega da qual poucos voltam. Os louvores e valores continuam dando vida aos doutrinadores e exploradores de parvos.