segunda-feira, 5 de março de 2018
MORTE
"Por que temes morrer? Medo do fogo, temor da escuridão sem fim? Uma mentira repetida bilhões de vezes faz dela uma verdade? O inferno é a consciência atormentada pelo remorso. Corpo morto, não há trevas, não há fogo, não há paraíso, somente o nada, a paz de dormir sem acordar, sem pesadelos. É duro saber que não voltaremos e que não teremos ninguém nos esperando do outro lado, que não existe o outro lado, somente o lado de cá, dos vivos e também dos mais vivos, que estão por aí a vender uma mercadoria que jamais entregarão." (FILOSOFENO, o filósofo que dorme sobre o capim)
TONTO
“O ser que espera suas graças apenas do céu sem dispender trabalho para pensar e também não agir para mudar algo que não lhe agrada, receberá do céu diretamente na sua caixa craniana o diploma de tonto.” (Filosofeno)
DEUS E PEDRO
SÃO PEDRO - Deus, os anjos estão pedindo tevê por
assinatura no alojamento. Que faço?
DEUS- Está autorizado. Mas coloque senha nos canais
pornôs!. Sabe como é, os adolescentes
são curiosos. E também coloque senha nos canais religiosos, pois não quero que
eles aprendam a mentir ainda tão novinhos.
JOIO
Deus chamou seu exército de anjos para separar em
Brasília o joio do trigo, pois iria queimar todo o mal. Não demorou muito para
o anjo chefe comunicar:
- Não tem como separar chefe!
-Como não?-perguntou Deus.
- Só tem joio chefe, só tem joio!
A MORTE DO HOMEM MAU
Heitor morreu num tiroteio com a polícia. Homem mau, ave de desgraças e dor. A família
foi avisada e providenciou o velório. Terminada a cerimônia de poucos
presentes, já noite, o caixão foi levado e deixado na praça da cidade. Antes da
meia-noite chegaram os vermes para dar conta do corpo. Estavam usando máscaras
protetoras, pois saibam todos que dependendo do corpo até mesmo os vermes
sentem náuseas.
A VISITA DO FANTASMA
Faz vinte anos que sou um fantasma. Hoje resolvi visitar
meu túmulo, matar saudade da última morada do velho corpo. Encontrei vasos
quebrados e intacto ainda um vidro de Nescafé que outrora carregava flores. O
reboco se deteriora, porém ainda se lê ‘Ana esteve aqui’, isso escrito com
carvão. Não sei quem é Ana, talvez uma
que namorou sobre o meu túmulo. Gramíneas e outras ervas nascem ao redor, uma
borboleta amarela pousa e sai rapidamente, pois formigas não dão folga. As
letras de bronze que diziam quem eu era foram roubadas. Bem, a verdade é que há
anos não recebo visita. Não adianta reclamar do abandono, assim é, o tempo
passa, todos morrem e chega o dia em que somos completamente esquecidos.
QUEM PROCURA ACHA
Erni procurava lugar para bebericar de graça, mas
já estava muito bêbado. Entrou então numa capela onde se realizava um velório e
aprontou o maior rebuliço. Mesmo sem ouvir música alguma achou que era uma
festa e foi tirando a viúva para dançar. Não contente foi para cima do defunto
derrubando velas e castiçais. Levou uns petelecos e foi atirado num canto pelos parentes do morto.
Quando apareceram os homens da Brigada Militar não se conteve e gritou: Viva!
Finalmente o conjunto chegou! Levou mais dois sopapos e acordou detrás das
grades já curado do porre. Foi então liberado e já na primeira esquina tomou
uns goles e aprontou novamente, ofendendo os presentes e querendo briga com o dono do boteco. A boca em que se metera
era brava, daquela amiga de funerária, então levou dois tiros e virou finado.
BLECAUTE
Vivíamos a Era do Sangue. A capital da República
Federativa de Ignorabis, Ailisarb, ficou às escuras por muitas horas aquela
noite de verão. Um inexplicável blecaute tomou conta de toda área urbana
provocando um medonho caos. Acidentes de trânsito, assaltos, quebra-quebra nas
lojas, estupros e outras violências. Corruptos e corruptores até saíram dos
seus esconderijos. Alarmes da polícia e gritos da população se misturavam. A
polícia não conseguiu atender nem metade dos casos, para desespero dos
cidadãos. Também milhares de presos-vampiros foram liberados por seus parceiros
dos seus caixões-celas e saíram às ruas em busca de alimento. Muitas pessoas
indefesas foram atacadas pelos humanos-morcegóides em suas próprias casas
fechadas. Nem mesmo mendigos escaparam de ter caninos cravados nos seus
pescoços. A desgraça só não foi maior
porque todos os Bares de Sangue permaneceram abertos por toda noite. Existiram
baixas nos dois lados. O que se sabe é que muitos vampiros morreram de
indigestão por excesso de sangue de corruptos e corruptores. Tipos assim não
possuem sangue bom. Com o nascimento do sol a vida voltou ao normal.
CHUCKY E BOB
Chucky, o brinquedo assassino depois de cometer mais alguns crimes estava sendo procurado pela polícia. Para safar-se, fez-se de morto e foi misturar-se entre bagulhos que estavam no lixo. O Bob passou e levou o boneco para casa. É evidente que Chucky encheu-se de alegria; ficaria adormecido por algum tempo e depois que tudo se acalmasse voltaria aos ataques sangrentos. O que ele não sabia é que Bob era na verdade um destruidor. Em oito anos de vida já havia matado três bicicletas, vinte e dois carrinhos de lata e oitenta bonecos da Marvel, salvo outros trucidados que eram de seus amigos. Chucky teve vida curta nas mãos de Bob, muito curta. Antes da primeira hora no quarto de Bob já havia perdido os pés e teve arrancados os olhos, pois o garotinho desejava saber se eram de vidro ou não. Após cortar braços e também a cabeça levou tudo ao quintal, jogou gasolina sobre e colocou fogo. Tencionava derreter tudo e confeccionar uma espada de plástico. Na verdade, Chucky nas mãos de Bob não passava de um principiante.
BABY LAMPADA
Coisa própria da juventude; o afobamento, o medo do
futuro, não ter o apoio da família; tudo isso faz do ser inexperiente uma
vítima. Pois foi o que aconteceu com Baby Lâmpada, que preferiu espatifar-se no
chão ao saber que estava grávida. Tudo por medo, pelo verdadeiro pavor de dar a
luz pela primeira vez.
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