quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO

Não temos salvação! Todos cuidam de suas brasas e que o assado dos outros fique cru. 
Direito adquirido é o carvalho se injusto perante os demais que pagam o banquete.
Os governos não cortam os seus privilégios e querem cortar o dos outros, mas aí não tem moral para isso e tudo vira bagunça. Cansei amigo, cansei.
Vou embora para Pasárgada, e lá não quero ser amigo do rei.
Vou-me embora para Pasárgada, e voltarei talvez um dia quando,como diz a letra, todos forem iguais perante a lei.

BABY LÂMPADA

Coisa própria da juventude; o afobamento, o medo do futuro, não ter o apoio da família; tudo isso faz do ser inexperiente uma vítima. Pois foi o que aconteceu com Baby Lâmpada, que preferiu espatifar-se no chão ao saber que estava grávida. Tudo por medo, pelo verdadeiro pavor de dar a luz pela primeira vez.

QUEM SOU EU?

Uma pequena luz surgiu e ele começou a ter consciência de si. Perguntas fazia sem ter noção de como aprendeu a fazê-las... Quem sou eu? Que lugar é este? O que estou fazendo aqui? O que é mãe? Onde está a minha mãe? Tenho pai? Quem é o meu pai? Tenho um nome? Qual será o meu nome? Apertado dentro da casa queria sair correndo, mas como correr se não tinha pernas, se estava dominado por cordas? Sentiu um pulsar de um coração, bem próximo, alguém o tirando do sufoco da casa, deixando-o menos apertado e sufocado. Viajou pelo ar e quedou-se dentro de um enorme lugar escuro, de cheiro um pouco azedo e viu que lá existiam outros como ele, mas silenciosos, não faziam qualquer movimento ou barulho. Na escuridão fazia mais perguntas , queria saber...Que cheiro é este? Por que ninguém fala comigo? Deus existe? Por que este lugar é tão abafado? Quem é Madona? Estou desesperado, quero sair daqui! Impostos, o que são impostos? Jesus, cadê Jesus? Serei ateu? Por que tenho quatro furos no peito? As perguntas não cessavam e acabaram irritando um zíper de calça jeans que também estava no mesmo cesto de roupa suja. O zíper foi duro: ‘Cale-se imbecil! Você é apenas um botão de quatro furos que agora raciocina, vivendo sua vidinha miserável numa camisa de flanela xadrez! Basta!’

APOLÔNIO

Apolônio é um cabrito montês que acreditava pular até a lua num salto só. Seus familiares e amigos o chamavam de louco. Subiu mais alto que pode e na hora apropriada pulou. Pois pulou e caiu sobre o cavalo de São Jorge que pastava tranquilo (Não me pergunte como, mas cavalo santo tem pasto, água e ar limpo na lua, é santo ora!) São Jorge já havia morrido, então Apolônio ficou por lá fazendo companhia ao bom cavalo. Não acredita? Observe descrente nas noites de lua cheia e verás a sombra do Apolônio passeando sobre o solo lunar.

O HOMEM QUE CALCULAVA

Borol. Naquele lugar ermo e destituído de saber apenas Sebastião Andrade sabia fazer cálculos. Calculava para todos; somava, subtraía, dividia. Cálculos pequenos, cálculos grandes. Do pedreiro ao farmacêutico todos usavam seus serviços. E disso ele vivia. Eu disse vivia, pois tudo para ele mudou quando apareceu por lá um mascate vendendo pequenas calculadoras chinesas. Uma bagatela, ninguém ficou sem e o matemático se lascou. Sebastião até tentou comprar todas e mandar o mascate embora, mas não houve jeito: perdeu o emprego de fazer cálculos. Sem perda de tempo o sabido logo aprendeu outro ofício: agora conserta calculadoras chinesas e vai muito bem obrigado.

FRASES DO NONO AMBRÓSIO

“O nono tem pensado muito em sexo. Só pensado.” (Nono Ambrósio)

 “Sou do tempo que a revista Playboy ficava escondida sob o colchão. Se a mãe achava a dita dava uma tunda e ainda fazia dizer o terço de trás para frente umas trezentas vezes.” (Nono Ambrósio) 

“Pórco can! Sonhei com pedras de diamantes e acordei com pedras nos rins.” (Nono Ambrósio) 

“Mais longe do sexo, mais perto da morte.” (Nono Ambrósio)

CLIDE, O VERME

Clide era um vermezinho bem estúpido, sem papas na língua, porém não tinha essa visão de si. Formado e de canudo na mão, cheio da empáfia, deixou de morar no cemitério e colocou-se numa funerária, abandonando os próprios pais. Não pesquisou o suficiente para saber que nela funcionava também um forno crematório. Pois embarcou no primeiro corpo que apareceu e no melhor da degustação foi ao fogo. Labaredas! Labaredas! Teve vida curta, Clide, o vermezinho estúpido.

DE CORAÇÃO GRANDE

Mauro, menino bom, pena que morreu jovem. Quando os médicos abriram o seu coração tinha lá 250 gentes, 82 bichos e mais uma dúzia de donzelas.

ÉRAMOS SEIS

Éramos seis. Depois cinco. Demorou um pouco para quatro. Em poucos anos já éramos dois. Agora estou só e quem me espera ansiosamente é o dono da funerária.

SUSYLAND

Hermes sofria bullying na escola por causa dos seus braços compridos, sendo que os cotovelos davam nos joelhos. Então no Dia dos Namorados, tremendamente aborrecido com todos os seus colegas de escola,vizinhos  e outros, subiu no telhado de casa tendo nas mãos um pano escuro.  Então esticou os braços até onde pode e cobriu a lua completamente. Foi o Dia dos Namorados mais sem graça em toda história de Susyland.

METAFORMOSE

De férias escolares, Gustavo há dois não dias não saía do quarto nem para comer. A mãe preocupada chamou que chamou e nada. O pai arrombou a porta e sobre a cama lá estava ele todo iluminado e colorido. Gustavo havia se transformado num smartphone.

O OFERECIMENTO

Mui longevo na vida, com a expressão maltratada pelo tempo, seguia Renato pela estrada poeirenta e vazia no final de uma tarde de verão. Na encosta do mato surgiu uma moçoila desconhecida na flor dos seus dezoito anos, que erguendo o vestido mostrou a entrada da gruta e todo o oferecimento do mundo, dizendo estar mais do que necessitada de um acasalamento. Renato parou, analisou e disse-lhe: “Vejo que és linda mulher, tanto de face como de corpo. Observo também tua educação e fineza pelas palavras bem pronunciadas que dizes, além da bondade de oferecer tanto tesouro a um bode velho. Mas te aconselho a seguir em frente, sendo das opções a atitude mais sábia, antes de acabar se enraivecendo com nós dois por causa de um brinquedo murcho”.

SOMBRAS TEDIOSAS

O objeto de não morrer em vida
É acalentar sonhos
Pois quem nada projeta para o amanhã
Já morreu e não sabe
Acorda todos os dias
Para entrar no círculo infinito
Da mediocridade galopante
Passa pelos dias sem vivê-los
Na opaca contemplação dos indivíduos que se movem
Misturando na fonte da inveja a covardia suprema de não tentar.

NÃO SE CRESCE SEM DOR

O tempo nos marca a ferro
E descobrimos que convicções são inegociáveis
Renego toda tutela
Antes morrer que ficar dependente
Do estado ou ser físico
Sei que nada consistente é feito sem sacrifício
A experiência ensina
Que não se faz omelete sem quebrar ovos.

LINGUIÇAS DE SUNGA

Na praia
Cada corpo deve buscar o seu modelito
Mas há seres que não se enxergam
Pensam que ainda são palitos de picolés
Quando na verdade são  linguiças de sunga.

Do Baú do Janer Cristaldo- quarta-feira, agosto 30, 2006 REMEMBER KRAVCHENKO

Há personagens poucos conhecidos entre nós, e no entanto fundamentais para a compreensão do século passado. Um deles é Victor Andreïevitch Kravchenko. Pergunte a um universitário de nossos dias quem é Kravchenko. Só por milagre ele saberá de quem se trata.

Há uns quatro ou cinco anos, escrevi sobre o homem. Alto funcionário soviético que havia trocado a URSS pelos Estados Unidos, relatou esta opção em Eu escolhi a liberdade, livro em que denunciava a miséria generalizada e os gulags do regime stalinista. O livro foi traduzido ao francês em 1947 e teve um sucesso fulminante. A revista Les Lettres Françaises publicou três artigos difamando Kravchenko, apresentando-o como um pequeno funcionário russo recrutado pelos serviços secretos americanos. Kravchenko processou a revista, no que foi considerado, na época, o julgamento do século. No banco dos réus estava nada menos que a Revolução Comunista. Em seu testemunho, Kravchenko trouxe ao tribunal Margaret Buber-Neumann, esposa do dirigente comunistas alemão Heinz Neumann, como também o ex-guerrilheiro antifranquista El Campesino, ambos aprisionados por Stalin em campos de concentração. Kravchenko, que perdeu toda sua fortuna produzindo provas no processo, teve ganho de causa. Recebeu da revista francesa, como indenização por danos e perdas ... um franco simbólico.

A história de Kravchenko é fascinante, envolve diversos países, desde a finada União Soviética até Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, e até hoje não houve cineasta que ousasse transpor sua odisséia para as telas. Seu livro rendeu-lhe boa fortuna. Levado à falência com os custos do processo, foi morar no Peru, onde investiu em minas de ouro e de novo enriqueceu. Acabou suicidando-se em um hotel em Nova York. A partir de seu processo ninguém mais podia negar o universo concentracionário soviético. 1949 é a data limite para um homem que se pretenda honesto abandonar o marxismo.

Estou lendo um belo regalo de um bom amigo, o Diogo Chiuso, L'Affaire Kravchenko, de Nina Berberova, escritora russa que estava em Paris durante o processo. É uma cobertura, dia a dia, dos depoimentos de Kravchenko, de seus opositores e de suas testemunhas. As mentiras dos comunistas franceses de então só encontram paralelo nas mentiras dos petistas de hoje. Edição Actes Sud, 1990. Outro relato excelente tem o mesmo título - L'Affaire Kravchenko - e é assinado por Guillaume Malaurie (Robert Laffont,1982). Quanto ao livro mesmo de Kravchenko, em sua edição francesa - J'ai choisi la liberté - só nalgum sebo parisiense, Éditions Self, 1947. Ouvi falar de uma edição brasileira, mas não tenho certeza de que exista.

Se você lê inglês, pode comprar a versão original - I chose freedom - em http://www.antiqbook.com/boox/srd/21584.shtml. Com paciência, encontra até uma versão para download grátis.

Do Baú do Janer Cristaldo- quinta-feira, agosto 31, 2006 O MÉDICO E AS FRITAS

Desconheço algo mais irritante, em períodos pré-eleitorais, do que um candidato visitando lanchonetes ou restaurantes populares para ganhar votos. Em campanha, lanchonete. Uma vez no poder, Fasano, Massimo, Antiquarius. Demagogia das mais baratas, esta tentativa de bancar o popular é repulsiva. É até possível que renda votos, já que quase todos os candidatos têm seu dia de passar por homem simples.

Na Folha de São Paulo de hoje, vemos o desastrado Geraldo Alckmin, sentado em um botequim da Cinelândia, no Rio, oferecendo um prato de batatas fritas a duas meninas que vendiam balas. No texto, lemos que pediu também dois refrigerantes para as duas. Pode-se conceber um médico oferecendo fritas e refrigerantes a quem quer que seja?

Alckmin me lembra um amigo, que só dá duas coisas quando um mendigo lhe pede algo: cachaça ou cigarro. "É pra morrer mais depressa", justifica. Meu amigo, sem ser candidato a coisa alguma, é bastante popular.

FRASES DO FILOSOFENO

“Um homem com etiqueta de preço é falso.” (Filosofeno)

“O ciúme excessivo é um mal que embriaga e mata.” (Filosofeno)

“O tempo é um grande apagador. Um dia seremos todos esquecidos.” (Filosofeno)

“Uma boa dose de cultura é vacina contra charlatães.” (Filosofeno)

“Nada mais deprimente do que ver um ignorante conformado.” (Filosofeno)

“A feiura tem encantos que a beleza desconhece.” (Filosofeno)

“Algumas mentes andam em círculos. Repetem clichês,  adotam o pronto-pensar. São como bois tocando a roda do moinho.” (Filosofeno)

“Na boca de um mentiroso até a saliva é suspeita.” (Filosofeno)

“O empregado preguiçoso se pudesse doparia o relógio para andar mais rápido.” (Filosofeno)


A VINGANÇA

Os peludos ratos entraram na despensa e começaram a fuçar. Na escuridão outros olhos estavam à espreita. Eram bichinhos brancos, outros amarelados, cheirosos e com muitos furinhos. Quando os ratos estavam prontos para comer eles atacaram sem dó, acabando com todos os dentuços em poucos segundos. A Era da Vingança havia começado; foi o primeiro ataque conhecido dos Queijos Assassinos.

ANITA, A FLORISTA

Anita era uma florista de muito sucesso. Simpática, atenciosa, bons preços, uma fada! Não havia ser vivo naquela avenida que não amasse Anita. Porém tudo acabou para ela quando o povo descobriu que o seu principal fornecedor era o cemitério.

NA SAVANA

Marcio estava caçando leões na savana africana. Separou-se do grupo, foi em frente sem temer o pior. Depois de caminhar por meia hora deu de cara com um leão de juba enorme, não mais que vinte metros distante dele. Preparou a arma e disparou ‘clack’ falhou. O leão quieto olhando para ele. Disparou de novo ‘clack’, nada. O peludo não se conteve, ficou de barriga para cima rindo debochadamente do caçador. Quando Marcio estava se preparando para correr o leão disse: Alto lá! Não vá embora antes de fazermos uma foto com sua cabeça dentro da minha boca! Marcio voltou ao Brasil antes dos companheiros. Segundo se soube veio a nado.

O FILHO PRÓDIGO

Artur era um menininho levado de oito anos que vivia com seus pais num bairro de classe média alta em São Paulo que um dia sumiu de casa; polícia, buscas, detetives, nada de encontrá-lo. Apesar da dor a vida seguiu seu rumo sempre com ele no coração. Dez anos se passaram quando Artur bateu à porta. Bateu com uma marreta, derrubando-a, enquanto seus comparsas realizaram uma limpa geral nas joias e do dinheiro que havia no cofre. Educado, ele ainda deixou um bilhete: “Artur esteve aqui.”

LANCHINHO

Uma multidão se reuniu em volta do homem que sentado na calçada se alimentava. Usava maionese, ketchup e mostarda como incremento. Protegia sua camisa com um guardanapo de pano xadrez. O que teria de especial um homem fazendo seu lanche na calçada? Nada teria, se ele não estivesse se alimentando de paralelepípedos.

EULALIANAS

“A eternidade não me interessa, o que adoro é pecar.” (Eulália)

QUE SEJA ETERNO ENQUANTO DURE- “Estaremos juntos sim meu amor... Até o cancelamento dos cartões.” (Eulália)

“Pensava em ficar viúva logo. Mas acho que meu marido é imortal. É muito velho. Mas velho mesmo! Dançou em bailes com a Princesa Isabel.” (Eulália) 

“Quando falo em sexo meu marivelho vai e apanha o dicionário.” (Eulália)

"Meu marido olha pra mim e diz: Minha deusa! Eu olho pra ele e penso: Meu caixa!"(Eulália) 

“Eu e meu marido fizemos uma sociedade. Ele entrou com o dinheiro e eu com a perereca.” (Eulália) 

“Já passei de tudo nesta vida. Inclusive roupas.” (Eulália) 

“A fauna na minha família é grande. Minha mãe meu pai chama de vaca, minha irmã de anta e eu de galinha.” (Eulália)

DEPUTADO ARNALDO COMISSÃO

“Sempre fui meio ladrãozinho. E não culpo os outros por isso. É coisa que está no sangue.” (Dep. Arnaldo Comissão)


“Depois do Mensalão, do Petrolão, e agora da votação da LDO, até eu como desavergonhado e corrupto fiquei desmoralizado.” (Deputado Arnaldo Comissão)


“O eleitor gosta de ser comprado e nós gostamos de comprar. Assim só temos compromisso da boca para fora.” (Deputado Arnaldo Comissão)


“Oito em cada dez eleitores querem gasolina, tijolos ou um emprego fantasma.”(Deputado Arnaldo Comissão)

“Por que o povo vota na gente? Bem poderiam pegar o presentinho e não votar. Talvez por semelhança?” (Deputado Arnaldo Comissão)

“Sou um homem de muito valor. Saibam todos que eu não me vendo por pouco.” (Deputado Arnaldo Comissão)

“Eu sou a verdadeira luz. Não vim ao mundo para somar, vim para subtrair e piorar tudo.” (Deputado Arnaldo Comissão)

“Deveríamos ter por aqui uma máquina para lavar corruptos. Eu entraria nela e sairia limpinho.” (Deputado Arnaldo Comissão)

GAZETA DO PELUDO DE DRACENA- MP do ensino médio aprovada

Após mais de três horas de discussão e obstrução da minoria, o plenário do Senado aprovou a MP da reforma do ensino médio: 43 votos favoráveis contra 13 contrários.

O VIÚVO por Ênio Meneghetti. Artigo publicado em 07.02.2017



Ao longo da semana que passou, assistimos a uma série de manifestações de formadores de opinião sobre a “crueldade” de alguns comentários nas redes sociais sobre a saúde da ex primeira dama, senhora Mariza Letícia.

O fato lamentável é que já a partir da hospitalização de dona Mariza, petistas já vinham responsabilizando a terceiros pelo AVC da ex primeira dama, numa antevisão do que viria depois.

Em seu discurso à beira do caixão, Lula não se fez de rogado. ”Marisa morreu triste porque a canalhice, a leviandade e a maldade do que fizeram com ela…”, disse. “Acho que ainda vou viver muito, porque quero provar para esses facínoras… (…). Que eles tenham um dia a humildade de pedir desculpas a essa mulher. Esse homem que está enterrando sua mulher não tem medo de ser preso.”

Lula profanou o velório da esposa ao transformá-lo em um comício. Ele poderia ter dito também que Mariza tinha um aneurisma diagnosticado há dez anos. Que poderia ter sido operado ainda quando ele era presidente, mas sabe-se lá por que, não o foi. Optou por não fazer. Um dia o aneurisma se romperia.

Mas Lula poderia tê-la poupado. De envolver-se e aos filhos em situações nebulosas.

O contrato de locação da cobertura vizinha à que mora estava assinado por dona Mariza. Os investigadores da Lava Jato suspeitam que o imóvel foi comprado por pessoas ligadas a amigos de Lula como laranjas, com dinheiro de corrupção. Sua defesa alega que esta segunda cobertura é alugada. E o contrato de locação está assinado por dona Mariza.

Lula também poderia ter evitado que os filhos se metessem em negócios fantásticos, que de tão bons geraram suspeitas. Isso pouparia o sofrimento e a saúde de uma mãe enferma, ante o risco dos filhos serem investigados e até de acabarem presos. Poderia igualmente ter poupado a mãe do sobrinho Taiguara de idênticas preocupações.

Pela ótica de Lula, frente ao sofrimento de qualquer mãe, nenhum crime poderia ser punido, sequer investigado, pois poderia vitimar parentes de qualquer suspeito. Patético, lamentável e inaceitável o que aconteceu. Sequer pode-se creditar à dor tal comportamento, eis que evidentemente premeditado, dadas as manifestações na mesma linha que foram sendo feitas ao longo da semana por próceres petistas.

É sempre bastante delicado referir-se a tais temas. É muito fácil ser mal interpretado. Mas o comportamento do ex presidente vai contra a população brasileira, que espera ver a apuração completa do mar de corrupção.

O senador Ronaldo Caiado foi um dos que condenaram a postura. Para Caiado, ao politizar o falecimento da esposa, Lula se expôs ao vexame público. O senador goiano apontou a inversão de papéis de Lula:
“Lula não tem limites em sua capacidade de ser indecoroso. Conseguiu ir além mais uma vez desse limite ao profanar a própria viuvez e ousar atribuí-la a terceiros. Se alguém pode ser responsabilizado é quem a envolveu nesse mar de delitos, que não poupou a própria família. (…) Agora quer acusar a justiça, na tentativa de inverter os papéis. O réu é ele, não a justiça. Lula, se não consegue respeitar o Brasil, deveria ao menos respeitar a sua família.”, completou.

Lula espera “viver muito”. Todos desejamos que sim. Para assistir o desfecho da confusão armada a partir de seus governos e de sua sucessora.

LIÇÕES DO ESPÍRITO SANTO por Percival Puggina. Artigo publicado em 08.02.2017



Enquanto assistia às cenas de ladroagem e faroeste à solta nas principais cidades do Espírito Santo, vieram-me à mente artigos que li ao longo das últimas décadas. Eram textos de inumanos defensores de direitos humanos. Digo-os inumanos porque o nível de zelo e compaixão que dedicam a bandidos de toda espécie os coloca acima dos umbrais da santidade. Se um dia entrassem numa igreja sairiam como fumaça pelos telhados e sentariam à cumeeira qual anjos góticos. Sim, sua compaixão se derrama como mel sobre qualquer um que caia nas malhas da lei, contanto que não seja um corrupto de direita, para os quais não há perdão. Se for de esquerda vira, imediatamente, injustiçado herói do povo brasileiro, vítima dos "facínoras e canalhas" da Lava Jato.

Há muitos anos esses cavalheiros afirmam que prender não resolve e que é preferível construir escolas a presídios, numa espécie de "Aguenta aí até as escolas ficarem prontas e a próxima geração chegar". Enquanto isso, seus companheiros não fazem escolas nem presídios. Com tais convicções, em grande maioria, defendem o desencarceramento, ou seja, a soltura de bandidos por descriminalização dos atos que praticam ou pela aplicação de penas alternativas à de prisão.

No entanto, a greve dos policiais militares do Espírito Santo está proporcionando ao país, com larga audiência, porque é assunto constante em todos os noticiosos da TV aberta, um excelente audiovisual sobre a quantidade assustadora de bandidos que estão fora das prisões brasileiras. A greve em si mesma, como consequência das quebras de hierarquia e da desatenção à ordem pública, é outra imagem viva do estrago que governos de esquerda e centro-esquerda fizeram em nosso país no último quarto de século.

É preciso que fique evidenciado, acima de qualquer refutação: toda defesa teórica ou prática de desencarceramento, fechamento de hospitais psiquiátricos, abrandamento de penas - como tantas outras sandices - são propostas privativas da esquerda, com vista a seus próprios objetivos políticos. Você jamais verá alguém que não seja companheiro ou camarada sugerindo algo assim. Vale o mesmo para a ruptura da ordem e da hierarquia militar, para a promoção de invasões de propriedades públicas, privadas e estabelecimentos de ensino. E não preciso ir ao Espírito Santo para saber qual o partido político por trás dos "coletivos" que sustentam a ilegalíssima greve dos PMs capixabas.

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

"Quem segue um líder cegamente sem deixar para si o direito da dúvida, não passa de um grande tolo.” (Filosofeno)

FILME QUE RECOMENDO- SOZINHOS EM BERLIM

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“Tive uma namorada tão feia que só saía com ela disfarçado de irmão.” (Climério)

“Ando mais perdido e solitário que garçonete de inferninho em festa de bispo.” (Climério)

“Que não se importem comigo tudo bem. Mas que me poupem das pedras.” (Climério)

“Fui reprovado até em aula de religião. Eu não conseguia desenhar uma cruz.” (Climério)

“Eu e Claudia tivemos bons anos de amor e ternura. Quando ela me conheceu bem pediu o divórcio.” (Climério)

O INVENTOR

Carlotto era um inventor. Inventou a lâmpada que não acende, isso para poupar energia. Inventou o ralador que não rala, a maquina de fatiar que não fatia, e o espremedor que não espreme. Também criou a famosa caixa de joias que só se abre por dentro; uma vez fechada, babau! Ontem fez a demonstração da sua última invenção: o ventilador nuclear supersônico. Funcionou. Tanto funcionou que arrancou sua cabeça e derrubou o prédio onde morava. Uma perda lastimável para a ciência nacional. E como!

O SACO

Um caminhão passou em disparada e deixou cair um saco. Era um saco de gatos. A meninada da rua ao abri-lo tirou de lá: cinco deputados; três senadores; doze empreiteiros; quinze sindicalistas ligados ao PT e por incrível que pareça uma licitação que ainda não havia sido fraudada.

ÁGUA

Após anos de seca desgraçada, no ano de 2003 num canto de pedras nas terras do Brasilino Esperança brotou água abundante. Jorrava alto, vinte, trinta metros de altura. Uma maravilha! Nasceu assim, ao natural, como um presente da natureza. O povo todo das comunidades vizinhas comemorou efusivamente, mas Brasilino já curtido pelas decepções da vida não foi ao pote com muita sede e mandou antes examinar o presente. Pois não deu outra: a água estava contaminada pelo sapovírus e pelo parasita dilmoridium parvum.

NORILSK

O pequeno solitário Wladimir de oito anos brincava na neve nos arredores de onde existiu um campo de trabalhos forçados à época de Stalin, em Norilsk. Ao mexer uma pequena pedra aconteceu um estrondo e o lampejo de um raio e milhões de gritos lamuriosos foram ouvidos, saídos da fenda que estava sob a pedra. Gritavam fome! Frio! Dor! Tortura! Queremos liberdade! O pequeno caiu para trás assustado. Enquanto Wladimir tentava entender o que estava acontecendo, os espíritos martirizados pelos comunistas naquele Gulag transformaram-se em pequenos pássaros azuis e saíram batendo asas libertas, felizes finalmente. Cada pássaro que saía da fenda deixava cair uma pena azul que aos poucos formou no branco da neve a frase “Jamais esqueçam quem cometeu essa ignomínia.” Wladimir não sabia porque, mas sentia-se feliz. Ergueu suas pequenas mãos e acenou para os pássaros, que fizeram um bailado em agradecimento e após seguiram para o infinito.