quarta-feira, 6 de maio de 2020

A caminho de Cuba, Jânio Quadros fez uma escala técnica no Ceará e resolveu visitar desabrigados da enchente provocada pelo rompimento do açude de Orós. Políticos locais se aproveitaram para aparecer ao lado do ilustre visitante, fazendo discursos em que reclamavam recursos. Percebendo a impaciência de Jânio, um repórter provocou:
- O que o sr. achou dos políticos?
Jânio adorou fazer um trocadilho:
- Achei-os muito afoitos por verbas. Estavam com cara de "Orós por nós".
CH

As razões de Figueiredo

O empresário Ciro Batelli, veterano batalhador pela legalização do jogo no Brasil, certa vez encontrou o então presidente João Figueiredo no hotel Cad’Oro, em São Paulo. O general colocou o braço sobre o seu ombro para dar uma explicação e fazer uma confissão:
- Tenho te visto dando dignidade ao que defendes. Não sou contra cassinos. Os milicos não ganham tanto quanto dizem, por isso nunca entrei num cassino. Sou contra por comodidade. Se aprovar, vou ter que dar 419 cassinos para os 419 f.d.p. da Câmara dos Deputados! Por isso sou contra.
Atualmente a Câmara tem 513 Deputados.

Diário do Poder

Perguntas feitas na velha União Soviética...

Por que Lenin usava sapatos e Stalin - botas?

-- É que na época do Lenin, a Rússia estava na merda somente até o tornozelo.

Entrevista na TV soviética com um cidadão centenário:

-- Conte-nos, Sr. Ivanov, como está tão bem conservado aos 167 anos?

-- Bem, na Grande Revolução de outubro...

-- Olha, é melhor contar-nos algo sobre o Lenin!

-- Durante a Grande Revolução de outubro...

-- Por que não nos conta algo sobre Dostoievsky?

-- Deixe-me explicar! Durante a Grande Revolução de outubro a baderna era tanta que alguém acrescentou mais cem anos na minha carteira de identidade!

Ladrões que atuam nas ruas são fáceis de pegar. Danados são aqueles imiscuídos em gabinetes refrigerados.


Álcool ruim é o que acabou
Ministro de Ernesto Geisel, Mário Henrique Simonsen recebeu um repórter do New York Times, que no final o provocou:
- Ministro, desculpe se achar a pergunta indelicada, mas dizem que o senhor sofre restrições de algumas áreas do governo porque é dado ao álcool. Isso é verdade?
Simonsen tirou de letra, com bom humor:
- Só quando acaba o uísque.
O austero general Geisel o demitiu assim que soube da resposta.

DIÁRIO DO PODER

O COROA FOI AO CISCO

Ontem pela fui atravessar a Avenida Fernando Machado indo ao banco. Ao dar o segundo passo enrosquei o tênis num pedaço de ferro saliente, quem sabe resto de uma antiga placa. Pois foi que caí para dentro da avenida, e na hora só pensei: deu para mim. Com os meus 110 quilos, fui mais ligeiro que um  jovem atleta e fiquei de pé. Já no canteiro aliviado e batendo a sujeira pensei: como é fácil ter uma morte estúpida! Depois fiquei sabendo que mais gente já caiu ali. Pretendo dar um jeito nesse enrosco. Ufa!

"O nono passa o dia lendo. Lendo bulas." (Nono Ambrósio)


DEUS SEM VOTOS

Roger Levy disputou em São Paulo uma vaga na Câmara dos Deputados, nos anos 80, quando o general João Figueiredo acabava de assumir a presidência da República. Levy teve um desempenho pífio, três mil votos.
- Mas me sinto Deus – disse a um jornalista.
- Por quê?
- Ora, Figueiredo foi eleito com 300 votos, o papa com 100 votos. Com três mil, eu me sinto Deus.

“Creio que a única serpente que falou com Eva no paraíso foi a cobra do Adão.” (Limão)


POPULARIDADE É ISSO

“São tantos os que não gostam de mim que para me jogar pedras já estão fazendo fila e pegando senha.” (Climério)

 OS CAPETAS DE GRAVATA

Gente simples e ingênua
Cheia de devoção
Cuidado com o pastor
Que se pavoneia na televisão.

Ele fala do diabo
Sendo muito convincente
Creio que o engravatado
Do capeta é parente.

O paspalho decorou
A Bíblia por inteiro
E por ser safado completo
Amedronta o brasileiro.

Coloca medo no mané
Querendo contribuição
Para ter carro de luxo
E biscate na mansão.

Se de fato existisse
Do homem por certo cria
O pastor mentiroso
Para o inferno levaria.

Além do mais desafio
O dito poderoso Belzebu
A soltar fumaça pelas narinas
E labaredas pelo cu.              

“Já convivemos com os falsos ricos. Agora é moda ser falso pobre para fugir dos assaltos.” (Limão)


PODER SEM PUDOR

Um baiano nos pampas

Reza o folclore político que o gaúcho Getúlio Vargas arrumou encrenca com o general Flores da Cunha, em 1937, ao nomear o general Daltro Filho, soteropoltiano, como interventor no Rio Grande do Sul.

- Que fizeste, Getúlio? Tu és um renegado!

Getúlio reagiu com naturalidade:

- Ora, Flores, se um gaúcho pode governar o Brasil, por que um baiano não pode governar o Rio Grande?

DIÁRIO DO PODER