sábado, 12 de novembro de 2016

FÓSFOROS

Naquela minúscula caixa havia um fósforo meio depressivo, sem cabeça. Não conversava com ninguém, abatido, triste, um inútil. Numa fria manhã ele surtou. Riscou um irmão contra o outro até a caixa explodir num fogo só. Não sobrou ninguém, até o esmalte da tampa do fogão ficou marcado. Uma vez mais ficou provado que quem não tem cabeça age por impulso e queima até mesmo os seus irmãos.

GARIMPEIRO URBANO

Ainda o sol não nasceu
Sopra um vento gelado pelas ruas da cidade vazia
Um solitário de casaco puído e sujo caminha de olhos  no chão
Mãos trêmulas nos bolsos
Lábios rachados e  boca seca
Procurando pequenos alentos nas calçadas e sarjetas
Pois é um garimpeiro urbano
Um garimpeiro de moedas perdidas.

NATURALMENTE

Era noite e o relógio sobre o armário fazia tic-tac
O ratinho entrou na casa e ficou na despensa roendo
O homem que dormia acordou-se e ficou ouvindo
O gatinho viu o rato e lambeu os beiços
Uma vez
Duas vezes
Três vezes
Meia-noite o relógio sobre o armário tic-tac explodiu  
Era um relógio-bomba
Não sobrou nada do homem
Do rato
Do gato
E do relógio
Naturalmente.

FADADOS AO ESQUECIMENTO

Deitado o corpo inerte
Vivo permanecerá enquanto estiver nas mentes e bocas
Porém verdade crua seja dita
Que dia menos dia seremos todos esquecidos
E mesmo do mais importante dos homens do nosso tempo
Pouco se falará daqui milênios
Salvo na boca de algum mestre persistente
Que escarafunchará  pelo passado histórico longínquo
Como um ratinho numa despensa bagunçada.

O TÚNEL

Penitenciária Estadual. Dez companheiros de cela comandados por Arrudão começaram a escavar o túnel da libertação. Um mundo livre para bebidas, mulheres e novos golpes. Cavouca e cavouca. A terra seca era levada para fora por carcereiros amigos e comprados. Quanto mais o túnel seguia, mais quente o buraco ficava. E foi ficando tão quente quase impossível de suportar. Em dez dias, após imenso esforço eles terminaram o dito túnel, mas deu zebra. No lugar de um campo aberto fora do presídio eles saíram dentro da cozinha do estabelecimento. O comandante fez a leitura errada do mapa. Os companheiros enraivecidos jogaram Arrudão dentro da panela do sopão. Como era um sujeito enorme queimou apenas parte da bunda. Os fujões foram todos para a solitária e naquele dia nenhum dos presos demonstrou interesse pela sopa.

LUGAR ESTRANHO

Hoje despertei num lugar estranho; cama e móveis desconhecidos, quarto sufocante. O galo não cantou. Quando terminei de abrir os olhos, ouvi uma sirene e alguém bateu à porta: entrou por ela um jovem com aparência aborrecida, fala rouca e baixa.
-Antes que o senhor pergunte onde está eu lhe digo; no inferno! Aqui neste papel estão descritas as regras gerais do Reino do Capeta e todos os horários e compromissos. E caso falhe em alguma das obrigações o castigo será em dobro e assim por diante. E não ouse falar alguma coisa!
Fui lendo a bula do inferno:

6h- Café da manhã acompanhado de pães de aranhas secas;
7h- Momento chibata;
8h- Banho de salmoura;
9h- Gargarejo com pimenta malagueta;
10h- Vômitos induzidos ao som de Ravel;
11h- Massagem especial com urtiga;
12h- Almoço servido dentro de um cão morto;
13h- Pequena siesta no refrigerador, 10 graus negativos;
14h- Corrida de uma hora pelo deserto, 70 graus centígrados;
15h- Passeio pelo inferno no ônibus da comunidade. O guia será o patrão;
16h- Recepção aos recém-chegados, com direito aos novatos tomarem pedradas e choques da galera mais antiga, não mui diferente de certos trotes de universitários;
17h- Sauna;
18h- Culto com os padres e pastores residentes;
19h- Churrasco de bago de touro;
20h- Discurso do mais velho capeta;
23h- Recolhimento

Muito bem, com a lista em mãos fui para o café da manhã com aranhas secas. Era enorme o refeitório; apanhei minha bandeja e entrei na fila. Nela tinha café, manteiga e os tais pães de aranhas secas. Mas não eram aranhas secas e sim castanhas secas. O comprador do inferno era cego e comprou por engano toneladas de castanhas, quando o certo seriam aranhas indianas. Saciada a fome, dirigi-me ao salão da chibata para receber meu castigo. Fui jogado numa mesa fria de latão, amarrado de bruços e de boca tapada.Mas tive sorte,o cara da chibata deu apenas duas e desistiu:sofria de bursite e sentia mais dor do que eu. Fiquei de papo até terminar meu horário e saí. Com o lombo são, saltei na banheira de salmoura,tomando cuidado para não entrar água nos olhos.Foi tranqüilo.No Departamento Gargarejo com Pimenta foi até bom.Após dois minutos de gargarejo a gente recebia uma cerveja gelada pra acompanhar. Ali o diabo não era bem um diabo. Deu 10h e lá estava eu para vomitar ao som de Ravel.Mas a especialista não compareceu pois estava com a gripe suína.Fiz um tempo e me apresentei para a tal massagem com urtiga.Mas urtiga mesmo era um por cento,o resto era creme hidratante.Até gostei.Meio-dia,hora do almoço servido dentro de um cão morto.Entrei na fila com meu bandejão, antevendo a catinga que iria ter que aturar.E não podia reclamar.Como não vi nada de cão morto,perguntei ao cozinheiro que fumava na ala própria:
-E o cão morto?
-Está no pastel, respondeu ele.

Não comi o pastel, então almocei tranqüilo. Fiz uma pequena pausa e segui para o freezer, o tal de 10 graus negativos. Um pouco antes havia lido num pequeno quiosque: Alugam-se Casacos. Encostei-me no balcão e pedi o preço do aluguel por uma hora.

-Dez tabefes nas bochechas e um puxão de orelhas - sou viciado nisso, falou para mim o diabinho que ali atendia. E tem bônus de meias de lã!

Bem, tomei meus bofetes, apanhei meu casaco e entrei no freezer. Como estava bem agasalhado não foi difícil suportar o frio por uma hora, ajudado por alguns exercícios. Ao sair do gelo fiquei sabendo que a corrida pela deserto estava cancelada; uma chuva providencial chegou para poupar o meu corpo de tão estafante esforço.Descansei até a chegada do ônibus que faria o tour infernal.
O capeta de guia estava todo posudo de terno e gravata, livro negro debaixo do braço, barba feita e perfumado tal qual quarto de puta. Conheci todos os fornos movidos a carvão e os modernos já aparelhados com energia nuclear. Os prédios principais do recinto infernal estavam em bom estado,pelo jeito receberam uma pintura recente.Achei muito interessante o campo de treinamento para novos diabinhos.Como apanhavam e batiam! Cursos de graduação para linguarudas. Estava lotada a arena onde seriam recepcionados os recém-chegados ao inferno. Atirei apenas uma pedrinha de nada,pois tinha diabo de olho em mim.Mas vi gente arremessar pedra de quilo e pilhas Raiovac. Quando peguei os apetrechos para ir à sauna fui chamado pelo diabinho da recepção,que apavorado,analisando um formulário amarelo, me disse: “o senhor pode retornar ao mundo terreno.Foi um grande engano.Aqui no inferno,os diabos também erram.” Quando quis pedir como seria a transição,apaguei.No momento,estou no hospital me recuperando de um infarto.Mas não sei se conto essa história para alguém.


O MAL DO MAU

Fazia-se carnaval na cidade de Jaboticabal. O homem mau não se cansava de fazer o mal, pois achava tal atitude fenomenal. Morava ele na rua do canal, no prédio Imperial e pagava aluguel para um casal. Na mesma rua havia uma árvore monumental, na qual vivia um pardal sensacional. Numa noite de temporal, recebeu o mau a visita de um homem bravo que o trançou a pau para se vingar de todo o mal feito com sua família antes do carnaval. Todo quebrado, inclusive o osso femoral, foi levado para o Hospital Municipal e atendido pelo doutor Aderbal. Teve também dentes quebrados e acabou precisando de tratamento de canal. Esse homem mau se chamava Percival, sendo filho de tal Juvenal, que morreu na cadeia por matado um animal protegido por lei ambiental. E a historieta vai terminal porque o leitor já deve estar passando mal de tanto ler essa história sem sal. Ponto final. Que tal?

EXEMPLAR

Até completar trinta anos Vitor viveu por conta dos pais. Eles mortos, resolveu procurar emprego. Conseguiu de vigia diurno numa grande empresa de pneus. Trabalhou bem na primeira semana. No oitavo dia tirou folga por conta própria. No nono dia pediu um vale pela manhã e adiantamento de férias pela tarde. No décimo dia chegou à conclusão que trabalhar era cansativo. No décimo primeiro saiu do emprego e foi atrás de criar um sindicato.

AUTORIDADE

Era madrugada, estava eu parado numa esquina central esperando por um táxi. O céu todo forrado de estrelas, noite fria e bela. Nisso dois sujeitos se aproximaram e anunciaram: É um assalto! Não reagi, entreguei a carteira com documentos e dinheiro. Eles conferiram por cima o montante e pernas em ação. Logo depois eles regressaram, devolveram tudo e ainda por cima pediram desculpas. Um deles disse: “Desculpe o malfeito seu Evandro, pois para nós o senhor é uma autoridade. “Uma boa noite!” Sem demora surgiu um táxi e fui para casa aliviado. Em tempo, meu nome é Evandro Capeta.

CANINAS

“A minha patroa voltou do mercado sem ração, sem biscoitinhos para o Bilu. Estou ralado, já estou vendo o meu prato de arroz com banha.” (Bilu Cão)

 “Todos empregados aqui em casa, tínhamos aos domingos churrasco e bebes. Agora na maior M do mundo é macarrão com carne moída de segunda. E não sobra nada para o Bilu.” (Bilu Cão) 

“Venderam o Split. Estou vendo um cãozinho torrado neste verão.” (Bilu Cão)

DO ASSOMBRAÇÃO

“A hipocrisia é essencial ao convívio social. Você não diz para uma mãe que o bebê dela é feio. Pois à minha mãezinha disseram!” (Assombração)

 “Você era belo quando criança? Sorte sua, pois eu já era feio. “ (Assombração)

 “Meu atual emprego é de maquinista de trem fantasma. Assustar os outros é muito divertido.” (Assombração)

 “Arrumei uma mulher mais feia do que eu. Ao acordar não sei quem se assusta mais.” (Assombração)

 “Sou muito feio e não escolho par. Já namorei até a mãe do Conde Drácula.” (Assombração)

A GAZETA DO AVESSO- Dilma pegou segunda época no curso de crochê e bordado.

A GAZETA DO AVESSO- Lula acabou de ler A Divina Comédia, de Dante Alighieri.

Dois grandes motivos para a vitória de Trump nas eleições nos EUA Por Bernardo Santoro

Blowback é um termo usado em inteligência acerca das consequências não intencionais de uma operação militar quando elas se viram contra o autor da operação.
A esquerda americana (e os libertários também) argumenta que a criação da Al Qaeda e do ISIS, bem como o suposto ódio do mundo aos EUA, são blowback, ou seja, a consequência não intencional ruim da intervenção americana no mundo em cima dos próprios americanos.
A seguir esse raciocínio, a eleição de um candidato com agenda isolacionista e radicalmente contrário aos movimentos organizados de esquerda seriam também o blowback desses movimentos.
O fato é que a esquerda radical alinskyana dos EUA, com suas ocupações, segregações de black lives matter, ideologia de gênero, abortismo e politicamente correto em geral, atrelado a um déficit público sem precedentes e intervenção generalizada na economia, foi simplesmente longe demais, gerando o “trumpismo”.
A teoria do blowback explodiu na cara dessa galera com a eleição de Trump, justamente em cima da mais importante discípula de Alinsky.
Quando a esquerda pauta o debate público com radicalismo, a resposta do outro lado só pode ser radical. Vai demorar muito até que a balança da normalidade se equilibre e políticos de centro-direita e centro-esquerda, moderados, voltem a ser os protagonistas do debate interno nos partidos republicano e democrata.
O discurso populista protecionista

A resposta simples é: por que ele venceu em Michigan, Wisconsin, Ohio e Pennsylvania.
Ok, Flórida ajudou MUITO, mas ali todo mundo sabe que é sempre uma disputa apertada entre republicanos cubanos anticomunas e democratas das minorias importadas da América Latina. O que fez a diferença mesmo foram as vitórias nesses quatro estados.
E por que Trump ganhou ali? Pelo pior motivo possível, que foi o discurso populista protecionista.
Trump, em vários comícios e entrevistas, deixou claro para a população desses lugares que ia combater tratados de livre-comércio e trazer empresas americanas hoje terceirizadas no México e outros países de volta para esses estados que estão muito mal, inclusive ameaçando empresários de taxar pesadamente os produtos “outsourced”.
No entanto, em momento algum ele combate a causa dessa fuga de capital americano para o exterior: o custo-EUA imposto por sindicatos, tributos e legislação trabalhista e ambiental.
Para fazer a América grande outra vez, Trump precisará resolver as causas reais da queda de competitividade do ambiente empreendedor americano para esse trabalhador com pouca educação. Não pode ser através de força e ameaças ao empresariado e promessas vãs ao eleitorado.
Tomara que ele faça as escolhas certas. Essa é a nossa torcida.
E que aproveite e ponha a Hillary na cadeia pelos crimes cometidos, e se puder o Obama junto, por interferência em investigação federal, pois coisa que nem o Cunha conseguiu fazer aqui no Brasil, Obama fez nos EUA.

POLÍTICA ESTUDANTIL por Alexandre Garcia. Artigo publicado em 12.11.2016



Quando eu era um dos diretores da União Cachoeirense de Estudantes, tinha 15 anos e cursava o científico, pensava que o mundo girava em torno de nós, jovens, alegres e estudantes. Quando presidi o Centro Acadêmico da Faculdade de Comunicação Social da PUC/RS, já com 28 anos, pensava diferente. Aos 15, valia o “querer é poder”; aos 28, percebia que “poder é saber”. No meio do caminho, havia feito a cobertura da Revolução Cubana, pelo rádio, e ainda pensava que Guevara fosse um herói, e não um assassino frio e covarde. Fazia poesias exaltando o “Che” e Dom Hélder. Depois fui descobrindo a realidade dos personagens e suas idéias. Quando jovem, a gente se engana fácil ou é enganado com facilidade pela pouca distância que se tem entre o pensar e o agir.

Por isso compreendo essa garotada que se jogou na aventura de invadir escolas para impedir o ENEM, a PEC de limitação de despesas do governo federal e a reforma do ensino médio. Não impediram o ENEM, um sucesso com quase 6 milhões de comparecimento às provas; a emenda dos gastos vai ser aprovada no Senado e o ensino médio vai ser logo reformado, depois de 18 anos de lenta discussão. Compreendo que acreditem nas estórias contadas por professores sindicalizados - que, por sua vez já as ouviram de terceiros, impregnadas de fé religiosa em idéias sociais e políticas que fracassaram em todos os quadrantes do mundo. É o mecanismo da sublimação, descrito por Freud. Frustraram-se na sua ideologia e criam um sonho, uma irrealidade que, para ter a aparência de real, transmitem-na para os alunos, para mentes disponíveis, ainda com fracos mecanismos de censura.

Compreendendo os que estão na idade adolescente por que já passei. Mas fico na obrigação de alertar-lhes que já estão entrando no tempo do amadurecimento, de pensar por si próprios, serem céticos, submeterem qualquer tipo de catequese à luz da razão. Ou serão manipulados e podem ser conduzidos a erros que prejudicam os outros. O mal que se faz para si pode atingir outros e aí se torna um mal maior. No ENEM, 271 mil inscritos foram prejudicados por invasões de locais onde fariam as provas. A transferência do exame para início de dezembro vai custar 15 milhões a mais para os contribuintes, que são aqueles que trabalham, que compram, que recolhem impostos. O professores sindicalistas que manipularam seus alunos e os partidos políticos que se aproveitaram das jovens mentes idealistas e sonhadoras, precisam ser recebidos com filtros da razão e desconfiança. Sem provas, é só fé. Já vimos esse filme, por exemplo, na Alemanha nazista.

Na Universidade de Brasília, o professor de algoritmo e programação de computador, na Engenharia da Computação, ao encontrar a sala de aula tomada por meia dúzia de invasores, transferiu a aula para o lado de fora sob “os portais cobertos do Liceu, de Aristóteles”. Em plena aula com 25 alunos, o local foi invadido pelos mesmos ocupantes da sala, que arrancaram das tomadas os computadores da aula. Nada mais parecido com a Juventude Hitlerista de 1939. Os agressores alegaram que em democracia têm o direito de se manifestar. Não sabem que Democracia é a vontade da maioria que respeita a minoria; não a vontade da minoria que desrespeita a maioria.

- See more at: http://www.sonoticias.com.br/coluna/politica-estudantil#sthash.MI4PCDG6.dpuf

ESSES MOÇOS, POBRES MOÇOS... por Percival Puggina. Artigo publicado em 11.11.2016



Num ambiente diferente deste em que o sistema educacional brasileiro foi embretado e assaltado, Paulo Freire não seria escolhido como patrono da Educação nacional, nem professores assumiriam como expressão de seu status profissional o título de trabalhadores em Educação. Já naufragávamos nessas águas, em 2004, quando substancioso relatório da UNESCO intitulado "Perfil dos professores brasileiros", constatou que 72% dos nossos trabalhadores em educação assumiam como sua principal função "formar cidadãos conscientes". Apenas 9% priorizavam "proporcionar conhecimentos básicos" e não mais de 8% sublinhavam a importância de "formar para o trabalho". Noutro item da mesma pesquisa, 64,5% dos professores tinha consciência, em grau alto e muito alto, de exercer um "papel político". Infelizmente, não se requer nova investigação para saber que de lá para cá, ao longo dos últimos 12 anos, também nisso a situação só se agravou.

O Edital que em 2014 abriu o processo de inscrição e seleção de livros didáticos a serem utilizados em 2016 (PNLD 2016) determinava que as obras que tratassem das Ciências Humanas e da Natureza deveriam, entre vários outros quesitos, visar à formação de "cidadãos do século 21", prontos para "lutar pela construção de uma sociedade mais justa, solidária, sem preconceitos e estereótipos". Lutar tem presença obrigatória em todos os objetivos pedagógicos nacionais. Então, poderíamos andar mais por estas "lutas", analisando os engajamentos dos sindicatos de professores, a exibição e a ocultação de livros didáticos no mundo acadêmico, os compadrios ideológicos na seleção para cursos de mestrado e doutorado e por aí afora. No entanto, valendo-me do sonoro verso de Lupicínio, é sobre "esses moços, pobre moços" que andam por aí, invadindo escolas, que desejo escrever. Eles são os alvos vulneráveis desse sistemático ataque ideológico.

A sociedade brasileira acabou de reproduzir nas urnas o que, intensamente, manifestou antes nas ruas do país. E para onde se voltam os derrotados? A quem buscam para recompor seus efetivos de pessoal e seu mercado ideológico? Insidiosamente, valem-se da crise que geraram e promovem consumo ao seu catálogo de rótulos: neoliberalismo, desmonte, sucateamento, precarização, fascismo, golpe. E, com isso, mobilizam esses moços, pobres moços, para invadirem milhares escolas.

Numa lista de 65 países, os colegiais brasileiros na faixa etária dos invasores, ou seja, 15 anos, ocupam o 55º lugar no ranking de leitura, 58º no de matemática e 59º no de ciências. Malgrado tão fraco desempenho, apesar de submetidos aos métodos pedagógicos e programas em vigor, bem como a esses professores militantes, nunca foram vistos reclamando contra isso! Em compensação, suporá o leitor, se vão mal em português, matemática e ciências, a cidadania há de estar em muito boa forma. Lamento decepcioná-lo: quando a roubalheira promovida pelos corruptos chegou ao conhecimento de todos, os atuais invasores de escolas e seus tutores, se saíam às ruas, era para uma revolta de marionetes, denunciando um suposto golpe, chamando bandidos de heróis e condenando o juiz. Cidadania? Pois sim!

Não mais do que um punhado de alunos participa das invasões. Centenas de milhares ficaram prejudicados com a postergação de suas provas para o ENEM. É a democracia de tagarelice e a cidadania chapada, em que a minoria faz o que não deve e a maioria não faz o que deve. Afinal, o PCdoB obteve, nesta última eleição, votos correspondentes a 1,1% do eleitorado brasileiro (e nunca foi maior do que isso), mas comanda e se regala na UNE desde que eu era criança. E agora tome assento, leitor: a Defensoria Pública da União acaba de editar uma cartilha intitulada "Garantia de direitos em ocupações de instituições de ensino", explicitando "os direitos fundamentais que são exercidos e que devem ser respeitados no contexto das atuais mobilizações: a liberdade de expressão, a liberdade de reunião e a liberdade de associação (...) e o princípio constitucional da gestão democrática do ensino público". Te mete!

________________________________
* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

FILHO DE BOLIVARIANO NÃO É MOLE!

-Papá, não temos mais papel-higiênico em casa, nem revistas, nem jornais!
-Não vamos reclamar, é pelo bem da Venezuela!
-Poxa!  Eu não sabia que ficar de bunda suja é sinal patriotismo!

DESVIOS

Homem entra num consultório médico e lá encontra dois dirigentes petistas bem conhecidos. Diz à recepcionista:
- Favor desmarcar a minha consulta.
-Por que senhor?
-Achei que o doutor fosse neurocirurgião, mas pelo que vejo é de outra área e estuda desvios de comportamento. 

NAZISTAS

Hitler e Göring estão em pé em cima da torre de rádio de Berlim. Hitler diz que quer fazer alguma coisa para animar o povo de Berlim. "Por que você não apenas salta?", Sugere Göring. 

 “Hitler sobreviveu sem ferimentos graves a 42 atentados contra sua vida. Se o primeiro tivesse dado certo...” (Eriatlov) 

“Adolf Hitler cometeu suicídio no seu quartel-general (o Führerbunker), em Berlim, a 30 de abril de 1945. Deveria ter feito isso quarenta anos antes.” (Eriatlov)

 “A mãe de Hitler, Klara Hitler (o nome de solteira era Klara Polzl), era prima em segundo grau do seu pai. Aí está o risco de se morar perto de parentes.” (Eriatlov)

NORILISK

O pequeno solitário Wladimir de oito anos brincava na neve nos arredores de onde existiu um campo de trabalhos forçados à época de Stalin, em Norilisk. Ao mexer uma pequena pedra aconteceu um estrondo e o lampejo de um raio e milhões de gritos lamuriosos foram ouvidos, saídos da fenda que estava sob a pedra. Gritavam fome! Frio! Dor! Tortura! Queremos liberdade! O pequeno caiu para trás assustado. Enquanto Wladimir tentava entender o que estava acontecendo, os espíritos martirizados pelos comunistas naquele Gulag transformaram-se em pequenos pássaros azuis e saíram batendo asas libertas, felizes finalmente. Cada pássaro que saía da fenda deixava cair uma pena azul que aos poucos formou no branco da neve a frase “Jamais esqueçam quem cometeu essa ignomínia.” Wladimir não sabia porque, mas sentia-se feliz. Ergueu suas pequenas mãos e acenou para os pássaros, que fizeram um bailado em agradecimento e após seguiram para o infinito.

EULÁLIA

DA SÉRIE: ACHEI QUE O VELHO NÃO VERIA OS ANOS 90- “Meu marido diz que sente saudades do governo de Pedro II. O velho é uma aroeira e eu mais podre do que um toco de pinus caído num lamaçal.” (Eulália)

ELAS

“Dilma e Erenice Guerra são Madame Mim e Maga Patalógika.” (Climério)

BRUXAS

“Bruxas? Antes da Dilma a única bruxa que conheci foi  minha primeira namorada. ” (Climério)

IRRELEVANTES

“É necessário filtrar informações para preservar o próprio bem-estar. Notícias de sangue são irrelevantes.” (Filosofeno)

OPINIÃO

“Ninguém deve formar opinião sobre nada por ouvir dizer. É preciso ir mais fundo.” (Mim)

O gaúcho Paulo Ferreira, ex-secretário geral do PT, está preso em Tremembé II

Preso há cinco meses em São Paulo, o ex-tesoureiro do PT e ex-deputado federal gaúcho Paulo Ferreira, marido da ministra de Dilma, Tereza Campello, foi transferido para Tremembé II, que abriga bandidos comuns, como o médico Roger Abdelmassih e Alexandre Nardoni, pai da menina Isabella.
Ele foi preso em junho, dentro da Operação Custo Brasil, que investiga fraude com empréstimos consignados que teria desviado dinheiro do Ministério do Planejamento. Em agosto, virou réu nessa investigação e também na Lava-Jato, por suspeitas de desvios nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobras, no Rio de Janeiro

É o que informa o jornal Zero Hora de hoje.

A defesa nega todas as acusações.

Casado com a ex-ministra Tereza Campello, o ex-deputado tem reclamado do "esquecimento" de colegas do PT. 

As reuniões e as negociatas de Dilma, segundo a Mãe de todas as Delações, a da Odebrecht


A revista Istoé que já está nas bancas com reportagem explosiva sobre Lula (leia abaixo), revela também, noutra matéria, que a ex-presidente é apontada como intermediária de recursos desviados da Petrobras.Ela é citada 18 vezes na delação da Odebrecht.

A reportragem é 

Débora Bergamasco, Mário Simas Fiho e Sérgio Pardellas.

Leia tudo:

Já afastada do poder por irregularidades na condução da economia e suspeita de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato, a ex-presidente Dilma Rousseff vai ser envolvida diretamente em negociações ilícitas na delação dos executivos da Odebrecht. Fontes com acesso às investigações afirmam que ela foi citada como intermediária direta de dinheiro oriundo de caixa 2 em ao menos 18 vezes, por vários diretores da companhia. Os depoimentos mais comprometedores seriam do próprio Marcelo Odebrecht.

Marcelo detalhou três encontros pessoais com Dilma, todos no Palácio da Alvorada e sem registro na agenda oficial. Um deles teria sido logo depois da sua posse, em 2011. Outros dois, em 2014, ano da campanha à reeleição. É justamente em uma dessas ocasiões que Marcelo fala de forma mais comprometedora sobre a ex-presidente. O empreiteiro conta que ela negociou pessoalmente pagamentos via caixa dois para a campanha.

A Lava Jato já investiga a suspeita de que recursos de caixa dois da Odebrecht abasteceram a campanha presidencial petista em 2014 depois de encontrar uma planilha da empresa que indicaria repasses ao marqueteiro João Santana entre 24 de outubro e 7 de novembro de 2014 no valor de R$ 4 milhões. Santana foi o responsável pela propaganda da campanha petista naquele ano e também negocia um acordo de colaboração premiada.


Marcelo Odebrecht  contou que, em um dos encontros, pediu a intervenção de Dilma na liberação de repasses do BNDES para a construção do porto de Mariel, em Cuba, feito pela Odebrecht com financiamento de mais de US$ 600 milhões do banco de fomento brasileiro.

CLIQUE AQUI para saber mais.

O PMDB É UM PT COM MESÓCLISES



O PMDB e seus acólitos tentam golpear a democracia nas seguintes frentes:

-- O projeto que anistia o crime de caixa 2;

-- O projeto que desvirtua as 10 medidas contra a corrupção;

-- O projeto que permite acordos de leniência sem a participação do MP e TCU;

-- O projeto que proíbe as transmissões de julgamentos na TV Justiça.

O PMDB quer fazer o mesmo que o PT queria.

O PMDB é um PT com mesóclises.

O Antagonista

RED BULHUFAS!

“Vi numa livraria um livro de citações de Mao. O que teria de inteligente para dizer esse porco vermelho, que transmitia doenças venéreas para suas parceiras, que matou com suas ideias de jerico milhões de chineses de fome, que perseguiu, trancafiou e matou seus adversários políticos?” (Eriatlov)

COMO ESCREVEU MILLÔR- Corruptos são encontrados em várias partes do mundo, quase todas no Brasil

REVISTA VEJA E OUTROS

A vitória de Donald é denominada pela revista Veja e outros como a "vitória do atraso".
Que tal esperar um pouco e ver como será o seu governo? E atraso sob qual olhar?
As vitórias de Lula e Dilma foram vitórias "do progresso?"
Nós estamos sabendo,todos os dias. Arre!

ERNESTÃO, O BURRICHÓ DO CAPETA E GUEVARA

Ernestão, o burrichó do capeta pega Guevara para uma sessão de tortura sexual. Guevara de bundinha para cima, recebe um carinho do Ernestão que diz: 

-"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás."

“Nada melhor para um depressivo que programa policial sensacionalista. Para acabar com ele, digo.” (Pócrates)

“Quando mentimos para não ferir a mentira se transforma em caridade?” (Mim)

“Os inúteis discutem o que além de coisas inúteis?” (Pócrates)