terça-feira, 15 de agosto de 2017

“Com amante posta no serviço público, pinto de graúdo não cria limo.” (Climério)
“A cachaça só tem um amigo: o dono do alambique.” (Mim)
“Minha mãe queria que eu fosse padre. Tornei-me um podre.” (Climério)
“Meu pai era um homem realista. Nunca esperou nada de mim.” (Climério)

SETEMBRINO

Setembrino morreu no manicômio aos sessenta anos. Após sua morte os médicos especialistas o desmontaram para estudá-lo, mas não conseguiram juntá-lo novamente. Então ficou claro para todos que era verdade o que diziam dele: Setembrino tinha realmente um parafuso a menos.

ANASTÁCIO E SATANÁS

Anastácio é muito forte, corajoso e adúltero. Na verdade mais forte que adúltero. Certa noite ao se levantar para ir ao banheiro foi interceptado no corredor pelo próprio Satanás, cuspindo fogo e dizendo com sua voz quente e rouca que veio buscá-lo. Anastácio deu-lhe um tranco e levou o dito até a cozinha. Lá tapou a boca do maldito com fita adesiva, colocou rolhas nas narinas e ouvidos. E para completar o serviço enfiou na bunda do safado uma espiga de milho. E perguntou para ele rindo: “E agora, cabra da peste vermelho, vais soltar labaredas por onde?

BOAVENTURA E O PORCO STRADIVÁRIUS

Boaventura mora no sítio Aruana que fica cem quilômetros da cidade mais próxima e tinha como amigo o porco Stradivárius. O porco era especial, pois inflava como se fosse um balão e levava Boaventura montado a passear pelos verdes vales da região. Fizeram belas viagens os dois, muita beleza observaram dos ares, inclusive interagiam com bandos de pássaros. Sem dúvida Stradivárius era especial, era. No último passeio voaram muito baixo e foram vistos por um caçador que pensou tratar-se de um disco voador e meteu bala no porquinho. Boaventura anda inconsolável pela perda do amigo, mas não desiste, agora está tentando inflar o bode Nicolau.

UM HOMEM, UMA CADEIRA

Um homem, uma cadeira. Vinte anos se passaram. Um homem, uma cadeira, um cargo. Um homem, uma cadeira, muitos conchavos, muitas mordomias e desvios. Uma cadeira, uma bunda colada, um sindicalista. Pois foi necessária uma junta médica para destronar o sacripanta. E houve choro e ranger de dentes, também presentes algemas e um delegado. Restou uma cadeira vazia aguardada por nádegas ansiosas.

EMIL CIORAN

"No edifício do pensamento não encontrei nenhuma categoria na qual pousar a cabeça. Em contrapartida, que belo travesseiro é o Caos!"

DIA PÓS DIA

Ando que ando
Trôpego cambaleante
Entusiasmado delirante
A sabedoria do viver
É juntar saber todos os dias
E aos poucos ir preenchendo os vazios
Do notável baú cachola.

MEDIOCRIDADE COLETIVA

Foice e martelo
A ignomínia da tutela
A história já desnudou o seu fracasso
Mas mesmo assim
Entre jumentos diplomados
E alguns da plebe rude
É salvação da raça
Então é matar o ser pensante criativo
Em nome da mediocridade coletiva.

A CONSTRUÇÃO DA GRANDE MENTIRA

Sob o sol da esperança o povo apoiou a construção prometida
Acreditando que seria uma fortaleza
Mas seus tijolos velhos e podres
Dia após dia desmoronaram
Mostrando quão fraco e enganoso
Era o material desta obra calamitosa de monumental propaganda.

OS MELHORES

Um dia chegaram ao poder
Os sem pecados
Os amigos dos pobres
O povo descobriu tarde que os pecados estavam escondidos
E que os pobres amigos eram os seus parentes
Ninguém inocente
Todos juntos para dividir o quinhão
A riqueza da nação
Posto primeiro no trono um sapo
Depois uma anta
E o país do futuro
Coitado
Fica atolado na lama
Nas mãos de uma Presidanta.

ENSINA TEU FILHO

Homem de bem
Ensina teu filho que o mal também existe
Que o mundo não é tão cor-de-rosa como às vezes se parece
Que certas pessoas usam os outros seres como escadas
Para atingir seus intentos
Prepara teu filho não para atacar
Mas para defender-se
Pois defender-se é um direito do homem
Falo porque conheço e senti
Em ambientes de família e negócios
Lobos em pele de cordeiro
Lambuzados no mel da falsidade
Fazendo-se de vítimas
Para no momento certo
Apunhalar pelas costas
Seus próprios amigos e irmãos.

DESERTO

Areia
Sol escaldante
Cansaço e sede
Caminhar lento
Animais peçonhentos
Passos em câmera lenta
Areia
Noite que congela
Num mar de estrelas
E imensa solidão no solo
O deserto não perdoa
Não é um lugar para fracos
Pois logo eles perecem.

EU MESMO

“Não tenho tido tempo para ser outro. Só me resta ser eu mesmo.” (Limão)

RAÇÃO

“Quanto mais conheço os homens mais eu gosto de ração para cachorros.” (Limão)

VIAJADO

“Já estive no céu e no inferno. Só me falta ir à lua.” (Climério)

NA FRESTA

Você também era daqueles meninos que procurava frestas para ver suas vizinhas peladas? (Climério)

GELADEIRA

“Eu tinha 12 anos quando meu pai comprou nossa primeira geladeira. Fiquei três dias chupando gelo, foi de murchar os beiços.” (Climério)

QUEM CONHECE A PEÇA

“Hoje eu tive certeza: só me ama mesmo quem não me conhece.” (Climério)

CASAMENTO

“Diz minha mãe sobre um novo casamento: Nunca é tarde para se errar de novo.” (Climério)

OS PEÇONHENTOS

Alguém acha mesmo que religiosos e políticos ( de esquerda principalmente) têm interesse que povão melhore substancialmente de vida, se instrua, seja culto e questionador? O que eles adoram é o dependente, meia boca e repetidor de velhos clichês. Esse é o toupeira massa de manobra, garantidor de um estado inchado, patrocinador de boquinhas sem fim. Por outro lado o temos o crente alvoroçado devoto esperançoso de um paraíso inexistente, que sustenta as mordomias da grande irmandade da sacanagem religiosa, sanguessugas do suor alheio, peçonhentos de saliva doce. Então... (Eriatlov)

TERNEIRINHOS

“Quase 80% dos brasileiros gostaria de mamar no estado. O percentual restante já está mamando.” (Eriatlov)

EVOLUINDO

“Estou evoluindo. Já limpo orelhas e nariz todos os dias.” (Climério)

RESISTENTE

“Rio e tento fazer rir para resistir. Não sou um comediante, sou um resistente.” (Climério)

FAÇA SUAS MALAS

“Quando tudo parece perdido é porque tudo está perdido. Faça suas malas.” (Climério)

CATECISMO

“Não consegui fazer a Primeira Comunhão. Tirei zero na aula de catecismo.” (Climério)