quarta-feira, 20 de junho de 2018

COMPLICADA


“A coisa está tão complicada que já estou pedindo dinheiro emprestado para pagar numa outra vida. ” (Climério)

NATUREZA


“Algumas mulheres ganham da natureza extrema beleza. Já outras são premiadas com línguas enormes.” (Pócrates)


FELIZ


“Não que seja impossível. Mas é muito difícil ser feliz só comendo pão seco.” (Pócrates)

MALES


“Há males que vêm para o bem. Se fossemos eternos não existiriam coveiros." (Pócrates)

HOMEM MADURO


“Com bicho ou sem bicho o pensar de um homem maduro é fruto de suas experiências.” (Pócrates)

CARL SAGAN


A ideia de que Deus é um gigante barbudo de pele branca sentado no céu é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que regem o Universo, então claramente existe um Deus. Só que Ele é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade! — Carl Sagan

FERNANDO PESSOA


Os Deuses são a encarnação do que nunca poderemos ser. O cansaço de todas as hipóteses. — Fernando Pessoa

ALCE


“Casei-me com uma mulher feia para não ter incômodos. Pois não adiantou, tornei-me um alce.” (Pócrates)

SAFADAS


“Estranho as safadas esposas de corruptos mesmo achando que era muito mel para pouca abelha, nunca questionaram os seus maridos, e aí ficam apavoradas quando recebem a visita da Polícia Federal.” (Pócrates)

O CÃO E O HOMEM MAU


Janaína era uma boa mulher. Muito bela, honesta, cuidava com zelo da pequena casa. Só tinha olhos para o marido, Rufino, o marido, um bruto. Tinha um pequeno caminhão e fazia fretes pela cidade. Ciumento demais seguidamente dava pancadas na boa mulher sem motivo. Ela pobre coitada ignorava a Maria da Penha. Apanhava mais que bumbo no carnaval. Certo dia o maldito exagerou no espancamento e a pobre mulher morreu. O bandido enterrou o corpo no mato e espalhou que ela tinha ido embora com um rapagão do circo. Dias depois um caçador encontrou o corpo e Rufino foi preso. Na cadeia, curtindo um chá de grades, foi chamado à razão pelo cãozinho do carcereiro.


- Então matou a tua mulher covardemente, não é bandido? Pessoa boa que não merecia. Tu és mesmo um merda!


-Sai pra lá, animais não falam!-disse Rufino. 


-E tu que és uma víbora, como é que tu falas?-retrucou o cão enquanto freneticamente mordia seus calcanhares.







Noite. Uma rua solitária na periferia. Um gato malhado salta entre os telhados enquanto cães ladram ao vento. O excesso de lixo caiu fora das latas e escorre pelo chão de terra. Baratas passeiam fugindo dos pés dos meninos que brincam de bola na via. Mães e irmãs mais velhas chamam para dentro os garotos de pés encardidos. É hora do banho e do jantar. Crianças recolhidas, agora chegam automóveis com ocupantes que procuram nas esquinas pelos empresários do pó. A lua e as estrelas observam o movimento. Dinheiro para cá, pó para lá. Negócio feito lá e vão os loucos em busca de alucinações, enquanto os empresários da farinha perigosa contam as notas. O inferno para ambos os lados é logo ali.

NICE


Esta é a curta história de Nice, uma doce bombinha, faceira e formosa que apressadamente marcou um encontro com um pombo galã após conhecê-lo pelo facebook. Embora avisada pelos familiares dos perigos de encontros assim, não deu bola e foi. Usou seu melhor perfume e carregou na maquiagem. O local combinado para o encontro foi um casarão abandonado na Vila Dores. Chegaram ao local e foram para o sobrado. Já nas primeiras carícias o tal pombo mostrou a sua verdadeira face. Ela ficou apavorada quando o dito mostrou suas garras. Na verdade não era um pombo, mas sim um gavião disfarçado. Azar da pobre pombinha que foi literalmente comida no primeiro encontro. Restaram da Nice somente penas e sua nécessaire.

O OBSERVADOR


Final de tarde, horário de verão. Estou aqui na varanda observando o movimento até onde meus olhos alcançam. Temperatura boa de 25 graus. Como estou num lugar alto consigo ver os pedestres se digladiando por espaço na viela estreita. Seu Antonio do Armazém Ramires está na porta conversando com uma freguesa magrela, de nariz adunco, cheia de gestos e requebros. Pelo que posso ouvir está falando das intromissões da sogra no seu casamento. Um ciclista distraído se enrosca num carinho de picolé, para desespero do vendedor que esbraveja contra ele. O carinho tomba lateralmente, mas os picolés não caem. Dona Zuleika está na janela controlando Paulo, o marido galinha que bate papo com os colegas no ponto de táxi da esquina. Dona Eufrásia, costureira da rua, abre o portão para que entre Eunira, mocinha que está nos preparativos do enxoval de casamento. Os moleques Tico e Fubá muito entretidos jogando bolitas num cantinho de terra que separa os jardins de Milena, mãe de Fubá. Como é período de férias, inúmeras crianças e adolescentes gastam os chinelos pelas calçadas. Amador, o chaveiro, sentado detrás de uma mesinha desgastada assinala cartões da Megasena e sonha acordado em ficar milionário. Assim já comprou inúmeras fazendas e automóveis de luxo. Dona Cleci abre uma fresta na janela e observa as moças da vizinhança, sendo que o seu forte é a maledicência. Um branquelo careca e armado passa correndo, sendo perseguido por dois chineses que também trazem armas nas mãos. Que posso fazer? Sou apenas um canário observando o movimento da rua aqui do meu mundinho da gaiola.

MILLÔR- FÁBULAS FABULOSAS

Certas coisas figadais
À maneira dos... egrégios
Quando Tongo Tango, interrogado por Jango Lomango sobre a morte de seu pai, respondeu que ele tinha morrido depois de comer patê de foagrá (pasta feita com fígado de ganso), Lomango se espantou:
- Como? O fígado estava podre?
- Não – explicou Tongo Tango -, estava bom. Mas todos sabem que não se deve comer fígado de ganso, porque é uma coisa terrivelmente tóxica. Mortal.
- Que bobagem mais boba! – riu-se Lomango. – Se o fígado de ganso fosse tóxico, os gansos não andariam por aí, lampeiros. Não resistiriam ao próprio fígado.
- Resistem – concordou Tongo -, mas resistem pouco. Os gansos vivem 2% do que vive o ser humano exatamente por causa do fígado.
Lomango calou-se, abalado. E como ele próprio possuía um ganso, nessa noite, na surdina, pegou um facão, foi ao quintal, abriu o ganso e lhe tirou o fígado. E ao ver que o ganso morria, concluiu sabiamente:
- Tongo tem toda razão. Se o fígado fora do ganso lhe faz tanto mal, imagina se permanecesse mais tempo lá dentro.
MORAL: TODA LÓGICA É MORTAL

MILLÔR

VAI


“Para quem gosta do regime venezuelano, eu digo, não me importo, pode ir morar lá, sua medíocre falta não será sentida.” (Climério)

SEM CONSTRANGIMENTO


“Não sou de ficar constrangido. Na mesa sempre como o último bolinho.” (Climério)

IGNORÂNCIA


“Nenhum país resiste à ignorância. Ela traz o caos e alça ao poder os despreparados. ” (Climério)

TRANCOS E BARRANCOS


“Enquanto a grande maioria dos políticos e também do povo pensar em puxar a brasa para o seu assado o país seguirá aos trancos e barrancos. “ (Climério)

SOGRA


“Minha sogra adora me dar cordas de presente. Algumas até coloridas e já pronto o nó dos enforcados.” (Climério)