NADA ABSOLUTO
Antes de gerados
Não estamos lá
Tampouco cá
Navegamos no nada absoluto
Esperando pela luz da vida.
OBSERVANDO
O canteiro central
Dois bancos com os pés no barro sob árvore robusta
O negro asfalto riscado de faixas brancas
Na sarjeta um copo descartável
Uma carteira de cigarros vazia
O poste de metal sem pintura que suspende o semáforo
O amarelo
O verde
O vermelho
Uma moça fofa atravessa a faixa com uma pasta verde nas mãos
Atenta ao perigo dos doidos e distraídos
Tantas coisas a se observar
Para sentir o todo vivo ou estático que compõe a paisagem do nosso lugar.