segunda-feira, 4 de junho de 2018

NÃO DESISTA


Quando um sonho se perde
O céu escurece
Uma tempestade desaba
O desespero bate
As raposas fogem
E a solidão mostra que é fria como a neve
Lute
Erga os braços
Derrube os escombros da vida
Acredite que transposta à escuridão das nuvens o céu é azul
E volte a sorrir e sonhar como dantes.


CALDEIRÃO DE MÁGOAS


O rio segue seu curso entre calmarias e corredeiras
Intrépidos o navegam enfrentando toda sorte de obstáculos
Dores psíquicas e físicas fazem parte da jornada
Às vezes eles caem
Mas retornam para navegar
Enquanto isso na margem do rio da vida
Os abocanhadores de facilidades
Atiram pedras
E cozinham no caldeirão da inveja
Todas as mágoas possíveis
Aos vencedores.

MUTILADORES



Esse povo mente
Repetidamente mente
Para permanecer no poder
A moral foi para o baú
O importante é a permanência
Para garantir à descendência
Banhos em moedas d’ouro
Porém o mais triste
É ver o dito sabido e também o ignorante nato
Votando nos seus algozes
Para no amanhã se tornar capacho
Dos vermelhos mutiladores de asas.

DA IMPORTÂNCIA


Não importa se você estiver no topo
Não importa se você estiver no limbo
Se ornado de ouro
Se incomodado por carrapichos
De uma coisa pode ter certeza:
Para alguém você é muito importante.

CENTRO DO UNIVERSO


Em algum remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem-número de sistemas solares, havia uma vez um astro, onde animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da “história universal”: mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os animais inteligentes tiveram de morrer. — Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Pois não há para aquele intelecto nenhuma missão mais vasta que conduzisse além da vida humana. Ao contrário, ele é humano, e somente seu possuidor e genitor o toma tão pateticamente, como se os gonzos do mundo girassem nele. Mas se pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos então que também ela boia no ar com esse páthos e sente em si o centro voante deste mundo. Não há nada tão desprezível e mesquinho na natureza que, com um pequeno sopro daquela força do conhecimento, não transbordasse logo um odre; e como todo transportador de carga quer ter seu admirador, mesmo o mais orgulhoso dos homens, o filósofo, pensa ver por todos os lados os olhos do universo telescopicamente em mira sobre seu agir e pensar. — 

Friedrich Nietzsche

DESMOTIVADO


“Mostram-me um cidadão desmotivado e eu vejo alguém que não está causando problemas.” (George Carlin)


ESTUPIDEZ


“Pense no quão estúpida uma pessoa normal é, e perceba que mais da metade das pessoas são mais estúpidas que isso.” (George Carlin)

 


AUTORIDADE


“Tenho tanta autoridade quanto o Papa, só não tenho tantas pessoas que acreditem nisso.” (George Carlin)


MATURIDADE



ATHEUS NET

O JOGO DA VIDA



ATHEUS NET

VIDA APÓS A MORTE

Vida após a morte

ATHEUS NET

INVASORES


Surgiram desenhos nos trigais e milharais em Tongoland. Apressados determinaram que fossem extraterrestres que vieram a brincar. Especialistas chegaram da capital do estado para dar seu parecer. Jornais estampavam manchetes, havia até gente que dizia ter vistos homenzinhos verdes nos campos. Rádios fizeram alarde; talvez uma possível invasão alienígena se aproximasse? Beatas acenderam velas e realizaram novenas; crianças desenharam monstrinhos de mil tipos dando cara aos visitantes. Um tarado afirmou ter feito sexo com uma alienígena no próprio milharal enquanto ela devorava meio dúzia de espigas, coisa de louco. O comércio faturava em cima dos motivos desenhistas  invasores. Enquanto isso tudo acontecia, Anselmo e Jonas esquentavam o corpo com uísque no Armand. Esses dois velhos bem humorados e espertos caíam na gargalhada planejando aonde iriam agora aprontar com seus desenhos.

PREFERÊNCIAS


Dinorá era uma mulher madura que adorava garotinhos assados, fritos, ensopados, grelhados, de todo jeito enfim. Apesar de todos os crimes não foi pega pela polícia e sim por um garotinho que gostava de mulheres maduras fritas, assadas etc.

TÚMULO DADO


Finados. Nicanor estava visitando amigos falecidos no campo santo quando se deparou com o próprio túmulo; nome, a data de nascimento e foto não deixavam dúvidas, era ele. Pagou dez reais para o coveiro fazer uma abertura, entrou dentro, deitou-se e mandou fechar. Falou para o coveiro: “Já que está pronto preciso aproveitar não se ganha um túmulo assim de graça, ainda mais com tampo de puro mármore. Faça o favor de avisar os meus familiares que morri.” Calou-se e partiu desta vida feliz, pois para um sovina até na morte é preciso economizar.

ENTRE PONTOS E VÍRGULAS


Havia um escritor que tinha uma bela história para contar, tudo bem misturadinho.  Estavam lá ideias novas, letras maiúsculas e minúsculas, pronomes, substantivos e adjetivos, exclamações, dois pontos, hifens, parágrafos, pontos e vírgulas, além de outros da área prontos para tomar o seu lugar. Mas aconteceu uma briga encardida entre pontos e vírgulas, onde palavras fortes foram usadas em ofensas mútuas às famílias. E assim, antes da história começar os próprios pontos colocaram um ponto final em tudo.


O MISTÉRIO DA FICHA QUE NÃO CAI por Percival Puggina. Artigo publicado em 04.06.2018



Sabe aquela ficha que você insere na fenda adequada e volta para a sua mão por haver seguido percurso errado? Pois é. Lembrei-me muito dela ao acompanhar os recentes acontecimentos nacionais. Passavam-se os dias, a vida tornou-se uma verdadeira sala de aula, a conta crescia e a ficha era devolvida. Aliás, a festa acabou, a luz acabou, o povo sumiu, etc., etc.. Mas a ficha ainda não caiu. “E agora, José?”, perguntaria novamente Drummond.

A aritmética financeira do Estado é muito simples porque o bem-amado ente político que denominamos Estado só tem um bolso, o do cidadão. Mediante uma sutileza chamada imposto, em vez de nos punguear diretamente, ele nos obriga a lhe entregar dinheiro. Nesses atos – não sem certo sarcasmo - os cidadãos recebem do erário o gratificante e honroso título de “contribuintes”. Contribuintes das cotidianas coletas coercitivas organizadas nos diversos níveis do assim chamado poder público (outro sarcasmo da linguagem política), desta feita aplicado a si mesmo.

Sendo tão simples a aritmética oficial, se quem manda gasta e quem obedece paga, parece inacreditável que a maior parte da população não demonstre qualquer interesse em protestar contra os gastos do Estado. Obviamente, é a despesa pública que determina quanto tempo por mês trabalharemos para o Estado. Imposto é o preço da vida civilizada, disse alguém, e é também o preço do gasto público, complemento eu. Tudo piora quando o lado perdulário dessa relação perde o controle e começa a pedir dinheiro emprestado. Nessas circunstâncias, muitos “contribuintes” passam a imaginar que o aumento da despesa não está impactando os impostos que paga. É como se se tratasse um dinheiro novo, que logo ali adiante, salgado pelos juros, não fosse buscado nos bolsos de sempre. Nessas horas, sempre aparece alguém exigindo auditoria, ou a pregar o calote.

Gasto, déficits e empréstimos, por essas forças inexoráveis do destino, têm que ser pagos. Greves com reivindicação salarial, subsídios públicos, custeio de empresas estatais, luxos e mordomias, obras suntuosas e supérfluas como as da Copa e dos Jogos Olímpicos, penduricalhos de categorias funcionais e toda a despesa incumbida ao Estado oneram o lado pagador dessa relação. Mesmo assim, nunca falta quem se perfile ao lado da criação de tais contas e por elas pressionem como exigências da justiça e dos mais nobres impulsos do coração humano. Onde estavam tais vozes enquanto a Petrobras era saqueada e o preço do combustível usado para proselitismo eleitoral?

Deveria ser o povo, então, o primeiro a se insurgir contra novas despesas, especialmente as não virtuosas, contra a irresponsabilidade fiscal e contra a velha prática de conceder benefícios a alguns à custa de todos. De longa observação, e com raras exceções, a atribuição de qualquer ônus ao poder público se faz em meio a ruidosos e incompreensíveis aplausos.

Fala-se muito, nestes dias, em reduzir impostos, como se o Estado estivesse entesourado ou entesourando. E se deixa de lado o gasto público em seu longo e persistente crescimento. O diabo da ficha não cai!

NÃO REELEJA


“Não reeleja ninguém. Ninguém mesmo. Nem o vizinho da mãe de quem já teve cargo eletivo.” (Climério)

PLUTO


“Conhece o Pluto? E a mulher do Pluto, a Pluta? Pois conto que a filha da Pluta se chama Gleisi.” (Climério)


TOPAS?


Quer ser deputado federal? Salário de 50 mil e mais nada. Sem moradia, sem secretários, passagens, automóvel, diárias etc. E semana de segunda a quinta só na puta que pariu!


“Alguém acha mesmo que a turma de privilegiados que mamam nos poderes da república vai querer mudar algo nesse quesito?” (Climério)





“Quando Ciro Gomes vira opção é porque o fundo do poço já chegou.” (Climério)




“Nenhum país resiste à ignorância. Ela traz o caos e alça ao poder os despreparados. ” (Climério)


“Se fosse possível os governos cobrariam pela luz do sol e pelo brilho da lua. Os filhos da puta são insaciáveis.” (Climério)