terça-feira, 21 de março de 2017

ABUSADOS

Fosse feito bom uso dos impostos que pago
Pouca reclamação faria
Mas sinto que me roubam todos os dias
No país da impostolatria
E não se ouve um murmúrio
De que irão acabar com esta farra
Entra um sai dois
Na aldeia e na federal
E digo que é preciso muita cara-de-pau
Para se dizer feliz sendo governado por este bando de lalaus.

PECADO

Já rezei de pé,
deitado e ajoelhado.
Perdi noites sem conta pensando no pecado,
sofrendo sem cessar pela salvação.
Hoje sou feliz e não rezo
nem mesmo deitado.
Às vezes ainda perco minhas noites,
mas agora praticando o que diziam outrora ser pecado.


“O ateísmo é um clube no qual não se entra por convite.” (Mim)
“Você tem um segredo? Pois então tem, mas se já o contou para alguém já está sem nenhum. “ (Mim)
“Faço sexo pensando na reprodução das pílulas.” (Mim)

A GAMA DO VAZIO - Emil M. Cioran



Vi este perseguir tal meta e aquele tal outra; vi os homens fascinados por objetos díspares, sob o encanto de projetos e de sonhos ao mesmo tempo vis e indefiníveis. Analisando cada caso isoladamente para descobrir as razões de tanto fervor desperdiçado, compreendi o sem-sentido de todo gesto e de todo esforço.

Existe uma só vida que não esteja impregnada dos erros que fazem viver? Existe uma só vida clara, transparente, sem raízes humilhantes, sem motivos inventados, sem os mitos surgidos dos desejos? Onde está o ato puro de toda utilidade: sol que abomine a incandescência, anjo em um universo sem fé, ou verme ocioso em um mundo abandonado à imortalidade?

Quis defender-me contra todos os homens, reagir contra sua loucura, descobrir sua origem; escutei, vi e tive medo: medo de agir pelos mesmos motivos ou por qualquer outro motivo, de crer nos mesmos fantasmas ou em qualquer outro fantasma, de deixar-me afogar pelas mesmas embriaguezes ou por qualquer outra embriaguez; medo, enfim, de delirar em comum e de expirar em uma multidão de êxtases. Eu sabia que ao separar-me de uma pessoa despojara-me de um erro, que estava pobre da ilusão que lhe deixava…

Suas palavras febris a revelavam prisioneira de uma evidência absoluta para ela e irrisória para mim; ao contato de seu absurdo, despojava-me do meu… A quem aderir sem o sentimento de enganar-se e sem enrubescer? Só pode justificar-se aquele que pratica, com plena consciência, o disparate necessário para qualquer ato, e que não embeleza com nenhum sonho a ficção a que se entrega, do mesmo modo que só se pode admirar um herói que morre sem convicção, tanto mais disposto ao sacrifício quanto entreviu seu fundo.

Quanto aos amantes, seriam odiosos se no meio de suas caretas o pressentimento da morte não os roçasse. É perturbador pensar que levamos para o túmulo nosso segredo — nossa ilusão —, que não sobrevivemos ao erro misterioso que vivificava nosso alento, que excetuando as prostitutas e os céticos todos se perdem na mentira, por que não adivinham a equivalência, na nulidade, das volúpias e das verdades.

Quis suprimir em mim as razões que os homens invocam para existir e para agir. Quis tornar-me indizivelmente normal — e eis-me aqui, no embrutecimento, no mesmo plano que os idiotas e tão vazio como eles.

autor: Emil M. Cioran
tradução: José Thomaz Brum
fonte: Breviário de Decomposição

CALOS

“Cada povo com seus calos. Os nossos são do tamanho do Everest.” (Mim)

DEUS E PEDRO

“Pedro, vá buscar Adão e Eva. Quero ouvir de novo essa história da maçã e da serpente.” (Deus)

A FÉ NÃO É RACIONAL

A fé não é racional, é emocional. Crentes reagem emocionalmente quando sua fé é contestada. No fundo de suas mentes, sabem que acreditam num mito e têm medo de que sua crença desabe na presença da lógica. É por isso que diferenças religiosas levam à guerra, mas não à Aritmética. Quanto menos evidência existe em favor de uma ideia, maior a paixão, maior a violência. — Bertrand Russell

ABSURDIDADES

Os teólogos dizem: isso são mistérios insondáveis. Ao que respondemos: são absurdidades imaginadas por vós próprios. Começais por inventar o absurdo, depois fazei-nos dele a imposição como mistério divino, insondável e tanto mais profundo quando mais absurdo. É sempre o mesmo procedimento: credo quia absurdum [creio porque é absurdo]. — Mikhail Bakunin

QUEM SUSTENTA O PLANETA

Afirma-se — não sei com quanta veracidade — que certo pensador hindu acreditava que a Terra estava apoiada em um elefante. Quando lhe perguntaram no que o elefante de sustentava, respondeu que se sustentava numa tartaruga. Quando lhe perguntaram sobre o que a tartaruga se sustentava, ele disse “Estou cansado disso. Vamos mudar de assunto”. Isso ilustra o caráter insatisfatório do argumento da Causa Primeira. — Bertrand Russell

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- domingo, maio 28, 2006 QUANDO VERDADE É CRIME

Ao país dos Huyhnhnms ainda não fui. Bem que gostaria de ter ido. Lá não existe a palavra mentira. Se alguém diz algo que não confere com os fatos, diz-se que está dizendo a coisa que não é. Os Huyhnhnms não possuem na sua língua vocábulos para exprimir a verdade ou a mentira. Assim sendo, duvidar e não acreditar o que se ouve dizer é para os Huyhnhnms uma operação de espírito à qual não estão habituados. Quando são obrigados a isso, o espírito sai-lhes por assim dizer fora da órbita natural. Quem nos conta tais peculiaridades é o capitão Lemuel Gulliver.

"Recordo-me até de que, conversando algumas vezes com meu amo a respeito das propriedades da natureza humana - continua Gulliver - tal como existe nas outras partes do mundo, e havia ocasião para lhe falar da mentira e do engano, tinha muito custo em perceber o que lhe queria dizer, porque raciocinava assim: o uso da palavra foi-nos dado para comunicar uns aos outros o que pensamos e para sabermos o que ignoramos.Ora, se se diz a coisa que não é, não se procede conforme a intenção da natureza; faz-se um abusivo uso da palavra; fala-se e não se fala. Falar não é fazer compreender o que se pensa?
"- Ora, quando o senhor faz o que se chama mentir, dá-me a compreender o que não se pensa: em vez de me dizer o que é, não fala, só abre a boca para articular sons vãos, não me tira da ignorância, aumenta-a.
"Tal é a idéia que os Huyhnhnms têm da faculdade de mentir, que nós, homens, possuímos num grau tão perfeito e tão eminente".

Estou falando, é claro, das Viagens de Gulliver, certamente o livro mais sarcástico já escrito sobre a espécie humana. Os Huyhnhnms são cavalos. Neste país vivem também os Yahoos, seres simiescos e vis, semelhantes aos humanos, que costumam subir nas árvores para jogar excrementos nos Huyhnhnms. Os nobres cavalos, ao se defrontarem com Gulliver, o associam imediatamente aos repelentes Yahoos. A cultura e nobreza dos Huyhnhnms impressionou a tal ponto Gulliver que, ao voltar à sua Inglaterra natal, tomou distância de seus familiares e passou a freqüentar sua estrebaria, onde passava longas horas conversando com os cavalos.

Conversar com cavalos não é má idéia, neste nosso país de Yahoos, onde a todo instante lemos e ouvimos "a coisa que não é". Particularmente quando quem fala é um político. A começar pelo chefe da nação, Sua Excelência o Supremo Apedeuta, que consegue o milagre de transmitir, quando fala, onze mentiras em dez frases. A mentira é inerente ao político. Não há como ser eleito sem, pelo menos em algum momento, mentir. É inerente também aos advogados. Assistimos mentiras sórdidas todos os dias, proferidas por ilustres rábulas, vide os casos Richthofen, Pimenta Neves, Marcola. A advogada deste última, sem o menor resquício de pudor, afirma numa CPI que não sabia que seu cliente era líder do PCC. Não há, no entanto, como indignar-se pelo fato de que criminosos confessos mintam, quando mentem o presidente da República, o ministro da Justiça, o ministro da Fazenda, quando mentem os governistas e quando mente a oposição. A mentira se torna saúde e verdade insânia. Mente o pai para o filho, o filho para o pai, mente o marido à mulher e mente a mulher ao marido. Suponho que existam homens no mundo que não mintam para suas mulheres, mas por enquanto só encontrei um.

A própria história nasce da mentira. A lenda é uma mentira que ao final se torna história, dizia Jean Cocteau. A humanidade tem suas bases na mentira religiosa e hoje vivemos os séculos da mentira ideológica. Assim como o medievo teve sua sustentação na mentira eclesial, o século XX foi, de ponta a ponta, uma mentira só, a mentira do comunismo. Para desfraldar a bandeira de uma doutrina assassina, só havia um recurso: mentir. Enquanto milhões de pessoas morriam de fome ou morriam nos campos de "reeducação" na China e na URSS, os jornais do século nos mostravam regimes paradisíacos, que haviam superado todas as contradições da sociedade humana e construído o "homem novo", antiqüíssimo chavão marxista, hoje retomado com ares de novidade por um bronco como Hugo Chávez. Que talvez já nem lembre que este chavão foi bandeira de um assassino recente, Che Guevara, hoje cultuado como santo, graças às mentiras que inundaram o século. "A mentira é um belo crepúsculo que realça cada objeto", escreveu Camus.

Nos dias de hoje, reproduzida pela imprensa, a mentira é tão avassaladora que pode passar por louco quem a nega. Por exemplo, o 14 de maio último, a "segunda-feira do terror" em São Paulo. Não houve terror algum nesta cidade. Se havia alguém aterrorizado eram os policiais, que aliás são pagos para evitar o terror. A mentira do terror percorreu o país e o mundo e quem hoje negar este terror passa por insano. Digamos que os paulistanos tenham ficado apreensivos. Mas apreensão não rende primeira página. Terror vende mais.

A mentira é universal, só não existe no país dos Huyhnhnms. Só podia ser um país mítico, do reino do imaginário. Se é universal, neste Brasil foi promovida a direito inalienável. Durante as CPIs, que são constituídas para chegar-se à verdade, habeas corpus preventivos são concedidos pelo Supremo Tribunal Federal para garantir aos depoentes o direito de mentir. O leitor pode procurar no universo das nações uma Suprema Corte garantindo o sagrado direito de mentir. Não vai encontrar. Se há países em que o prosaico hábito de mentir derruba presidentes, no Brasil é a mentira que os sustenta. A mentira tornou-se institucional.

Assim sendo, não surpreende fato ocorrido no Congresso na semana passada. Em sessão de acareamento no Congresso, o deputado Arnaldo Faria de Sá, disse a Sérgio Weslei dos Santos, um dos advogados do PCC: "Você aprendeu bem com a malandragem, hein". A resposta do advogado foi um límpido momento de verdade em meio a um festival de mentiras: "A gente aprende rápido aqui".

Foi preso e algemado na hora. Cuidado com a língua, leitor! Em país em que a mentira se tornou norma, verdade é crime.

A CAMINHO DO BREJO por Cora Rónai. Artigo publicado em 21.03.2017

(Publicado originalmente em O Globo 8/12/2016)
Um país não vai para o brejo de um momento para o outro — como se viesse andando na estradinha, qual vaca, cruzasse uma cancela e, de repente, saísse do barro firme e embrenhasse pela lama. Um país vai para o brejo aos poucos, construindo a sua desgraça ponto por ponto, um tanto de corrupção aqui, um tanto de demagogia ali, safadeza e impunidade de mãos dadas. Há sinais constantes de perigo, há abundantes evidências de crime por toda a parte, mas a sociedade dá de ombros, vencida pela inércia e pela audácia dos canalhas.
Aquelas alegres viagens do então governador Sérgio Cabral, por exemplo, aquele constante ir e vir de helicópteros. Aquela paixão do Lula pelos jatinhos. Aquelas comitivas imensas da Dilma, hospedando-se em hotéis de luxo. Aquele aeroporto do Aécio, tão bem localizado. Aqueles jantares do Cunha. Aqueles planos de saúde, aqueles auxílios moradia, aqueles carros oficiais. Aquelas frotas sempre renovadas, sem que se saiba direito o que acontece com as antigas. Aqueles votos secretos. Aquelas verbas para “exercício do mandato”. Aquelas obras que não acabam nunca. Aqueles estádios da Copa. Aqueles superfaturamentos. Aquelas residências oficiais. Aquelas ajudas de custo. Aquelas aposentadorias. Aquelas vigas da perimetral. Aquelas diretorias da Petrobras.
A lista não acaba.
Um país vai para o brejo quando políticos lutam por cargos em secretarias e ministérios não porque tenham qualquer relação com a área, mas porque secretarias e ministérios têm verbas — e isso é noticiado como fato corriqueiro da vida pública.
Um país vai para o brejo quando representantes do povo deixam de ser povo assim que são eleitos, quando se criam castas intocáveis no serviço público, quando esses brâmanes acreditam que não precisam prestar contas a ninguém — e isso é aceito como normal por todo mundo.
Um país vai para o brejo quando as suas escolas e os seus hospitais públicos são igualmente ruins, e quando os seus cidadãos perdem a segurança para andar nas ruas, seja por medo de bandido, seja por medo de polícia.
Um país vai para o brejo quando não protege os seus cidadãos, não paga aos seus servidores, esfola quem tem contracheque e dá isenção fiscal a quem não precisa.
Um país vai para o brejo quando os seus poderosos têm direito a foro privilegiado.
Um país vai para o brejo quando se divide, e quando os seus habitantes passam a se odiar uns aos outros; um país vai para o brejo quando despenca nos índices de educação, mas a sua população nem repara porque está muito ocupada se ofendendo mutuamente nas redes sociais.

HUMOR ATEU- VIDAS TRANSFORMADAS

ATHEUS-NET

HUMOR ATEU

ATHEUS-NET
“Algumas mentes andam em círculos. Repetem clichês, adotam o pronto-pensar. São como bois tocando a roda do moinho.” (Filosofeno)
“Não pense em morrer de amor. Você apodrece e ela arruma outro.” (Filosofeno)
“A felicidade é um troféu que troca de mãos.” (Filosofeno)
“Literatura de qualidade filtram nossos ouvidos contra ideias sem fundamento.” (Filosofeno)
“Na paz da morte não há companhia. Fecha-se uma página, apaga-se uma luz que jamais voltará a ser acessa.” (Filosofeno, o filósofo que dorme sobre o capim)
“Mais de cem bilhões de humanos já passaram pelo planeta. Ninguém voltou do nada. Pois é o existe depois da morte, o nada.” (Filosofeno)



“Não há solução, não vislumbro luz. Cansado estou de ser um revoltado. Resta-me a indiferença.”(Limão) 
“Não devemos esperar uma visão clara da vida de seres que vivem no pasto.” (Limão)
“Quem é imbecil não corre o risco de ficar só neste planeta.” (Limão)

POR QUE NÃO?

“Pergunto para digníssimos cornos e outras excelências: por que não temos prisão perpétua para latrocidas?” (Limão)

PUFE

“Sou um sujeito azarado. Certo dia ganhei um pufe numa rifa. Era um pufe de cactos.” (Limão)

INQUIETUDE

Das agruras do dia,
do corpo cansado e dolorido,
tudo o sono repara.
Mas para uma mente inquieta,
que se agira no pensar repensar,
não há cama ou clima suave
Que traga descanso ao espírito.

TRANCAFIADO

A chave que não prende o mau
prende o bom em sua casa.
Impossibilitado diante da maldade crua
de sair em paz à rua,
fica o bom ausente de livre admirar o céu,
aborrecido por não poder namorar a lua.

FILA DUPLA

Parado em fila dupla e parado fica,
tendo nos seus miolinhos que é dono da rua.
E quando cobrado da safadeza por outros cidadãos,
tem ainda a petulância de ficar exasperado
como se certo estivesse.
Perto de tal jumento é melhor guardar distância,
pois além de receber algum pataço,
existe o risco de ser contaminado pela ignorância.

DIREITA E ESQUERDA EM POUCAS PALAVRAS por Autor desconhecido. Artigo publicado em 20.03.2017

Eu perguntei à filha de uns amigos o que ela queria ser quando crescesse. Ela disse que queria ser presidente. Os pais, de esquerda, assistiam a conversa. Perguntei: "Se você fosse presidente o que faria primeiro?" Ela respondeu: "Eu daria comida e casas para todos os moradores de rua". Os pais dela sorriram de orgulho e disseram: "Bem-vinda à esquerda!"
"Uau, que ideia ótima!", eu lhe disse. E continuei: "Você não precisa esperar ser presidente para fazer isso. Você pode vir à minha casa, podar o jardim, varrer o quintal e eu te pago R$100. Depois te levo ao mercadinho onde ficam uns moradores de rua e você pode lhes dar o dinheiro".
Ela pensou um pouco, me olhou e perguntou: "Porque o morador de rua não pode ir na sua casa, fazer o trabalho e você paga os cem reais para ele?"
Eu sorri e disse: "Bem-vinda à direita".
 
Do blog Percival Puggina

CHEGA DE CONVERSA MOLE

Crápulas políticos,
quase todos,
poupem meus ouvidos de tantas mentiras.
Da lida que praticam já os conheço bem,
e sei por quem e porque ladram diante dos microfones.
Tudo pelo poder e para o poder,
e do legítimo interesse dos familiares
que se locupletam pouco importando a dor alheia.
Não desejo mentiras na minha lápide. Escrevam apenas: “Nem para um completo canalha se prestou.” (Climério)
“Quando o sexo era pecado a tentação era maior. Rezei e penitenciei mais que qualquer freira enclausurada.” (Climério)

OUTRA VIDA

“Estou convicto da não existência de outra vida para nós humanos. Para os suínos sim; deixam essa vida e se tornam presuntos, salsichas, mortadelas e afins.” (Climério)


“Hoje eu tive certeza: só me ama mesmo quem não me conhece.” (Climério)
“A minha mulher só não me abandona por medo de encontrar coisa pior.” (Climério)

Rabinovitch ENVIA TELEGRAMA PARA LENIN



Rabinovitch envia um telegrama: "Moscou. Kremlin. Ao Lenin. Camarada Lenin, por favor, ajude um pobre judeu. Ass.: Rabinovitch". No dia seguinte Rabinovitch é chamado a depor:

-- O sr. enlouqueceu? Não sabe que Lenin morreu há muito tempo?

-- Pois é. Com vocês é sempre assim. Quando vocês precisam -- ele está "eternamente vivo". E quando um pobre judeu precisa - ele já morreu há tempos!

GINA

Gina, dezoito anos, bela e frágil, meiga e prestativa. O pai Ernesto era um cavalheiro. A mãe Andradina uma caninana. Certa amanhã Gina acordou tossindo e vomitando pétalas de rosas. A mãe não se aguentou- “Ainda vomitasse dólares ou euros.” Gina morreu no outro dia, seu corpo exalava um maravilhoso perfume. Foi o velório mais cheiroso do mundo. Até hoje a ciência ainda não conseguiu uma explicação. Os pais de Gina ainda vivem. Ele, culto e aberto ao mundo; Ela; caminhando pra lá e pra cá matando grama com o cuspe.