sexta-feira, 3 de abril de 2015

“Se você acha que sexo é ótimo talvez nunca tenha comido pudim.” (Fofucho)

“Sou um ateu sem preconceito. Vou pra cama com mulheres religiosas sem restrições. E há momentos que até de joelhos fico.” (Climério)

“Para rezar nunca fui de andar muito. Mas para namorar já gastei dúzias de ferraduras.” (Climério)

“Meu amante só trabalha com pilhas novas.” (Eulália)

“Quando você começa fazer dívidas para pagar dívidas é porque está indo para o buraco.” (Pócrates)

A fama não me persegue. Já cobradores...

Alexandre Garcia- Vícios

Finalmente, por toda a parte está se identificando o vício que escraviza pessoas ao celular. Já vem de longe o sentimento de nudez quando se esquece o celular em casa, ou no carro ou no trabalho. A sensação de impotência quando a bateria acaba e não se tem o carregador ou tomada para carregar. 

Pois hoje tudo isso se agravou com a expansão do WhatsApp. As pessoas cada vez mais participam de grupos ou têm dezenas de interlocutores e ficam presas ao celular, enquanto a vida continua e as horas vão passando. Minhas filhas e minha neta costumam me buscar, no Rio, à saída do Jornal Nacional de sábado. 

Elas sabem agora que fazem isso para jantar comigo. Mas há algum tempo, cada uma delas jantava com os interlocutores do WhatsApp, mesmo estando à mesa comigo. Até que ameacei deixá-las na companhia da porcaria do celular. Estar com alguém enquanto se digita no celular é como dizer “você não tem importância e sim as pessoas que estão ligadas a mim por via digital.” É uma epidemia. Vem sendo considerada a droga do século. Restaurantes pelo mundo afora estão pedindo a seus clientes que desliguem os celulares ao entrarem no recinto. 

Nas salas de aula, o celular é uma praga. O comércio de Brasília já constatou queda de vendas porque os vendedores estão mais dedicados ao celular que aos clientes. E agora ainda é acrescentada a mania da foto. Tiram-se tantas fotos que duvido que haja depois tempo para vê-las. Fotos sem perguntar sequer se podem ser feitas imagens que são de outras pessoas. 


Já vi até fotos em velórios. E há os que tiram fotos para mostrar aos outros o prato que estão comendo, como se isso interessasse a outra pessoa senão o que degusta a comida. Agora entrou na moda uma camerazinha grande angular e o respectivo pau-de-câmera, para a pessoa mostrar onde está. Por toda a parte vejo turistas enchendo a tela com suas caras, e escondendo as paisagens maravilhosas que foram visitar. 

Depois não terão tempo de se ver e não lembrarão dos cenários, porque estavam interessadas mesmo é no espelho. São chatices em que a pessoa esquece de viver, de desfrutar, de aproveitar seus minutos com outras pessoas e outros lugares. E há a vaidade incontrolável do exibicionismo; de só fazer coisas que possam ser mostradas aos outros. Que, cá prá nós, não estão nem um pouco interessados com essas aborrecentes mensagens.

Ninguém consegue satisfazer apenas a si; precisa exibir suas conquistas aos outros, ou perderá a graça. É como a piada daquele náufrago que ficou sozinho numa ilha com uma musa do cinema, mas estava frustrado porque não tinha a quem contar. Há um outro vício epidêmico que machuca a Língua Portuguesa mais que o gerundismo machucou. É o anacoluto do sujeito. Que é a repetição injustificável do sujeito: “O governador ele disse...” “A platéia ela se manifestou”; “O corrupto ele levou propina”. Quem bobagem é essa? Que diabos! 

O governador disse; a plateia se manifestou; o corrupto levou propina - não é isso? O que deu nessa gente que resolveu inventar essa fala? Não somos franceses para construir assim nossas frases. Parece que fomos inoculados por uma espécie de ebola que nos torna presa fácil dos vícios da moda. Tomara que passem logo. 

O PAPO FURADO DA AUSTERIDADE-Ministros voam sozinhos em jatos da Aeronáutica

Viagens só com um ministro a bordo – e apenas para voltar para casa – podem ter custo até 44 vezes maior que a média da passagem em voo comercial. Em resposta à reportagem, Casa Civil agora vai restringir o uso das aeronaves.
VEJA

STÉDILE: ESTÁ SOLTO POR QUE MESMO? por Tiago Venson. Artigo publicado em 02.04.2015

(Publicado originalmente em www.midiasemmascara.org)
Nos últimos dias João Pedro Stédile apareceu em um palco chamando a Dilma de “quase santa” e a xingando de golpistas todos aqueles que compareceram às manifestações do dia 15. Enquanto eu assistia, tentando não sentir pena nem vergonha alheia daquele discurso patético, eu me perguntava: por que é mesmo que esse sujeito não está preso?
Se eu, o leitor ou qualquer outro brasileiro resolvêssemos ameaçar alguém na rua, nós responderíamos pela prática do crime de ameaça, tipificado no art. 147 do Código Penal.
Se nós nos juntássemos com a intenção específica de cometer crime, nós seríamos processados pela prática do crime de associação criminosa, prevista no art. 288 do Código Penal. Se a nossa união fosse como a do MST, de caráter paramilitar, a pena máxima seria mais do que dobrada, nos termos do art. 288-A, do Código Penal.
E se eu, o leitor ou qualquer outro brasileiro destruíssemos ou danificássemos a propriedade de outra pessoa, o que aconteceria? Seriamos devidamente responsabilizados por algum dos delitos dos artigos 163 a 166 do Código Penal, a depender do objeto destruído.
E se nós resolvêssemos invadir a propriedade alheia? Seria instaurado contra nós um processo pelo crime de esbulho possessório (art. 161, inciso II do Código Penal).
Agora, se resolvêssemos praticar atos de terrorismo puro e simples, aí seriamos responsabilizados pela prática do crime previsto no art. 20 da Lei n. 7.170/83, sendo vedada para nós a concessão de fiança, graça ou anistia.
Além disso, a qualquer um de nós que comandasse um grupo de pessoas na prática de tais atos, seria imputada a autoria mediata pelos crimes, pois seríamos os mandantes. Se, por acaso, nossos paus-mandados estivessem ativos, atuantes e à disposição de nossas novas ordens, não aguardaríamos a condenação em liberdade, pois seria evidente a necessidade de nossa prisão preventiva para garantia da ordem pública, conforme previsto no art. 312 do Código de Processo Penal. Ainda mais se fossem notórias a autoria e a materialidade de nossas ações, reiteradas ano a ano.
Entretanto, João Pedro Stédile faz tudo isso, e está lá, em um palco, em público, discursando e xingando a população ordeira do Brasil. Por que mesmo?
Com a palavra, a Policia Federal, o Ministério Público, o Exército ou quem mais se interesse em responder.
* Analista judiciário. 

ACUSAM-ME! -Percival Puggina

ACUSAM-ME!

(Em "prisão domiciliar", sem tornozeleiras, recuperando-me de pequena cirurgia, aproveitei o tempo para adaptar à minha própria experiência pessoal um texto que, segundo li, teria sido escrito, originalmente, em francês).
Acusam-me de ser:
• racista, porque sou branco;
• fascista, porque não voto no PT, no PCdoB nem no PSOL;
• homofóbico, por ser heterossexual;
• traidor da causa operária, por dizer que a CUT é um antro de petistas;
• machista, por ser contra o aborto;
• fundamentalista, por sustentar que estado laico não é o mesmo que estado ateu;
• falso católico, por mostrar os desvios políticos e pastorais da CNBB;
• reacionário, por divulgar os insucessos das experiências totalitárias;
• saudosista do DOI-CODI, por querer segurança pública e bandidos na cadeia;
• antissocial, por valorizar o mérito e ser contra cotas raciais, sociais e sexuais;
• prepotente, por apreciar a disciplina e querer a ordem;
• idiota, por afirmar que nas economias livres as sociedades são mais prósperas do que nas economias estatizadas;
• inimigo dos pobres, por ser contra o governo petista;
• criminalizador dos movimentos sociais, por apontar os crimes que cometem;
• neoliberal, por afirmar que pagamos impostos excessivos a um Estado larápio, grande demais e incompetente demais;
• ultra-direitista, por sustentar que o Foro de São Paulo é uma organização comunista, hoje mantida pelo governo do PT, com planos de poder para toda a Íbero-América.
Juro minha inocência perante todas as acusações. Penso que, bem ao contrário, elas provam a má índole dos meus acusadores.
Percival Puggina
 

OS INDIGNADOS E OS QUE AINDA NÃO ENTENDERAM por Percival Puggina. Artigo publicado em 02.04.2015

O Brasil vai como quem resvala rampa abaixo sobre um skate. É a crise. Em relação a ela, existem duas atitudes principais. A primeira, amplamente majoritária, é a atitude dos que entenderam o que aconteceu e estão indignados. A segunda é a dos que ainda não entenderam.
 Estou entre os primeiros. E realmente indignado porque não precisávamos estar passando por isso. Nosso país viveu um momento promissor nos primeiros anos da década passada. Após enorme esforço fiscal, o Brasil derrubara a inflação, havia recuperado a credibilidade internacional, passara a atrair investimentos, construíra alguns fundamentos para a Economia, a arrecadação crescera e o governo ampliara a destinação de recursos para uma série de programas sociais. As condições para tanto foram obtidas a duras penas desde o governo Itamar Franco, com medidas de austeridade e privatizações que o PT combateu furiosamente. Seriam necessárias muitas outras providências, é verdade, mas nunca houve (e não sei se um dia haverá) apoio político, no Brasil, para fazer todo o dever de casa.
 Mas íamos bem. Tanto assim que Lula e seus companheiros se convenceram de que governar o Brasil era uma barbada. A China vendia tudo barato e comprava montanhas de qualquer coisa. Jorrava dinheiro nas contas públicas. Obama dizia que Lula era "o cara" e o cara era o pai dos pobres, aqui e mundo afora. O Brasil virou um programa de auditório onde se atirava dinheiro ao público. Havia bastante. Dava para comprar todos que quisessem se vender. Uma parte da grana ia para os programas sociais e outra, muito maior, para os programas socialites, via contratantes de obras e serviços, e financiamentos do BNDES.
De formiga da revolução social, o petismo passou a cigarra das prodigalidades. Em vez de investir na qualidade da educação das classes de menor renda, preferiu remunerar a ociosidade. Em vez de estimular o mérito, favoreceu a mediocridade com leis de cotas. Em vez de gastar recursos públicos em infraestrutura, "conquistou" em dois lances, a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Em vez de diminuir o tamanho o Estado, agigantou-o com novos ministérios para usufruto da base de apoio. Para que o PT se exibisse como partido líder da esquerda continental, financiou de um modo escandalosamente secreto obras de infraestrutura que fariam muito bem, se feitas no Brasil. Bilhões de reais foram direcionados para os países do Eixo do Mal Latino-Americano (na expressão perfeita do Dr. Heitor de Paola).
A crise da economia mundial de 2006 pegou Lula em campanha para a reeleição e ganhou o apelido de "marolinha". E como tal, foi solenemente ignorada pela imprudência ufanista do presidente. Ele dava conselhos ao mundo sobre como acabar com a pobreza... A partir da metade do segundo mandato do estadista de Garanhuns, nos monitores dos analistas da realidade brasileira, as luzes amarelas se alternavam com as vermelhas. Mas nada importava. Era preciso eleger a senhora mãe do PAC, notória economista que pensou haver descoberto o segredo do bem estar geral: endividar a sociedade toda através do governo para manter as aparências e, adicionalmente, ampliar o endividamento das famílias. Se você examinar de perto, verá que não há muito espaço para geração de riqueza, poupança interna e investimento nessa inadequada concepção. Embora não conviesse ao Brasil reeleger Dilma, Dilma precisava ser reeleita. Paguemos todos, então, os custos das ilusões necessárias para produzir o absurdo e suspeitíssimo resultado eleitoral de 2014.
A notória falsificação, que já leva oito anos, enganou muitos, durante muito tempo. Não só no Brasil, diga-se de passagem. Agora veio a conta e levaremos alguns anos pagando. Quem sofrerá mais? Os pobres, justamente os mais vulneráveis e, por isso, os mais iludidos pela publicidade do governo. Mas não precisávamos passar por isso.