sábado, 14 de outubro de 2017

ALEXANDRE GARCIA- O paradoxo brasileiro

No mundo, se a economia vai bem, os governos vão bem; se a economia vai mal, os governos vão mal. Assim aconteceu no governo do General Médici, em tempos do milagre brasileiro. Durante três anos, o Brasil cresceu a média anual de 11,2%, a pleno emprego, e o General, em plena guerra contra a chamada luta armada da extrema esquerda, quando entrava no Maracanã, era aplaudido pelo estádio inteiro. Isso que Nélson Rodrigues dizia que “Maracanã vaia até minuto de silêncio”. O Ministro da Fazenda do Real, FHC, foi eleito presidente por duas vezes. Lula, mesmo com o escândalo do mensalão, tinha uma economia global a favor, e foi reeleito e ainda conseguiu eleger a sucessora. O insucesso das economias da Grécia, Espanha, Portugal e Espanha derrotou seus governos socialistas.

Pois neste momento o Brasil está abrindo uma exceção à regra. O governo que tirou o país do fundo do poço, para onde foi empurrado pelo governo desastrado de Dilma, é recordista de impopularidade. O país voltou a crescer, voltou a empregar, até a indústria está em retomada há vários meses, a inflação está em seus nível mais baixo, 2,5% nos últimos 12 meses, a taxa básica de juros vai terminar o ano com menos de 7% e a balança comercial vai fechar o ano com récorde de 65 bilhões de dólares de superavit. No entanto, o governo Temer tem míseros 3% de aprovação, segundo as pesquisas. Aprovação de 3% e inflação menor que 3% é o paradoxo brasileiro.

Tenho dito que a ausência de popularidade é uma vantagem para o presidente. Não pode perder o que não tem. Como popularidade não está em jogo, pode jogar-se com mais força pela necessária Reforma da Previdência. Porque não haverá estabilidade nos números atuais da economia se as contas públicas continuarem com déficit gigantesco. Poderá aproveitar que não tem popularidade para fazer o necessário enxugamento da máquina pública, que tem muita gordura e pouco músculo. Poderá fazer as privatizações necessárias, já que o estado não é tutor de ninguém. É apenas prestador de serviços públicos a serviço da Nação. Serviços como justiça, segurança, saúde, ensino e saneamento. Por enquanto, o estado brasileiro não presta bons serviços públicos e atrapalha os brasileiros na sua busca de riqueza.

Não se pode dizer que Temer seja vitima desse paradoxo. Aliás, aqui no Brasil o que mais dá prazer é queixar-se de vítima. Todos somos vítimas e ninguém é culpado de nada. Nem mesmo da eleição de tantos patifes. Temer paga por ser parte da política brasileira e, principalmente, de um partido que tanto tirou partido de ser governo posando de oposição. Um retrato da velha e gigantesca política fisiológica. Se é o maior partido, é o maior responsável por nossas mazelas. Acontece neste país paradoxal que é pobre de espírito sendo rico por natureza.

MANSO KA


Por séculos e séculos os sacerdotes mantiveram o POVO KA de joelhos e na escuridão. O discurso do temor aos deuses era pregado diariamente geração após geração. Todos nasciam, cresciam e morriam sob os pés dos religiosos e cheios de medo. Diziam que quem saísse da tribo seria devorado por monstros infernais. Assim os religiosos viviam a boa vida e eram sustentados e bajulados pela nação inteira. O azar de deles foi ter nascido Manso Ka. Manso nasceu surdo e com quinze anos de idade se mandou. Dez anos depois Manso voltou ainda sem ouvir, mais cheio de brilho e conhecimento. Voltou ver seus pais e irmãos e mostrar ao povo que monstros infernais eram lendas alimentadas pelos dominantes. Houve então uma grande festa e assaram os sacerdotes em fogo baixo e os comeram com muita pimenta. Manso preferiu comer peixe.

RENASCER

Pobres ou ricos
Feios ou bonitos
Todos com suas alegrias e dores
Não há quem escape desta 
A vida é uma carta fechada
Porque cada novo dia é uma incógnita
E assim sob sol ou chuva
Cada novo amanhecer é o renascer da esperança.

PREGUIÇA

Acordando hoje com dois quatis nas costas
Exaltando a siesta mexicana
Lembrei-me da história do sujeito
Que de preguiça morria de fome na cama

Foi então que alma boa
Ofereceu-lhe vida afora
Arroz com casca em qualquer demanda
Para aplacar sua fome a qualquer hora

Sabendo disso o sujeito
Do arroz com casca e não cozido
Agradeceu do vivente a nobre  fidalguia
Mas que ante o trabalho da descasca
A boa morte preferia.

PRIMO DISTANTE

Ernesto homem de boa fé
Abiu o armário e nele encontrou um esqueleto
Sem roupas e com a óssea mão direita sobre a boca
E na óssea mão esquerda um preservativo
Por ser um homem bom
Não fez nenhuma objeção
Quando a mulher contou-lhe a história
De um primo dela distante
Que entrou no armário para pregar-lhe um susto quando chegasse
E que acabou esquecido.

ILUMINADA

Iluminada é a mente
Que tem o horizonte infinito como alvo
Ao contrário do parvo
Que de cabeça baixa conta as pedras do caminho.

ABUTRES


Dois abutres armados rondam por horas as casas no Belvedere. Estacionam o automóvel e observam como agem os proprietários de belas residências. Quem entra e quem sai, descuidado, não descuidado. Então naquela tarde uma mulher deixa o portão aberto. Os abutres entram de armas nas mãos. Observam todos as salas, não encontram vivalma. Acham estranho, mas vão em frente. Procuram pelo cofre, vasculham até encontrá-lo. Um dos gatunos é especialista, em poucos minutos consegue abri-lo. No cofre não encontram joias e nem dinheiro, tampouco documentos importantes. Dentro do cofre há apenas uma foto da progenitora dos meliantes dando de mamar para dois marmanjos no corredor de um bordel.

O QUE É O ESTUDO


Cléber ordenhava vacas, elas não gostavam, pois ele tinha mãos ásperas. Quando ele chegava perto elas ficavam inquietas. Suas mãos duras machucavam os mamilos das amigas. O patrão observou a situação e então comprou luvas para ele e o problema foi resolvido. Cléber também tinha seguidamente arranhados no pênis. Nunca mais os teve. Olhava para a caixa de luvas sobre o armário e dizia para si: “Veja só o que é o estudo.”

O BURACO


Havia um buraco. No local não havia nenhuma placa. Um enorme perigo para os transeuntes que não tinham o hábito de olhar para o chão. Um cidadão distraído com seus pensamentos caiu então no buraco. Gritou ele por socorro durante muitas horas. Finalmente foi ouvido: vieram os funcionários da prefeitura e encheram o buraco de pedras e terra. O cidadão distraído então não gritou mais.

OS RATOS


Os ratos foram aos poucos chegando, conhecendo o terreno e invadindo a casa vazia. Magrelos, vinham da casa de um aposentado da iniciativa privada. Encontraram as prateleiras da despensa abarrotadas de queijos e outras guloseimas. Quando viram àquela abundância chamaram também os tios e primos que estavam nos arredores. O proprietário fora generoso: havia saído de férias, mas deixou um bom rancho para eles. Naquele mês os ratinhos encheram seus buchinhos e ficaram gordos como patos. Festança todos os dias, alegria geral. Quando o dono da casa retornou seu gato ficou encantado com tantos ratos fofinhos. Em todos os cantos da casa estavam eles arrotando sem cerimônia. Os roedores de tão obesos não conseguiam mais correr e o bichano foi então papando todos com paciência. Eram tantos que até reservou alguns para comer no natal. Moral da história: Quem precisa correr para sobreviver não deve engordar.

“Por aqui as leis são claras. Tão claras que para lê-las faz-se necessário usar óculos escuros.” (Mim)


“Os petistas acham que os ladrões deles são melhores que os ladrões dos outros.” (Mim)


“A única coisa eterna é o nada. Nada é para sempre.” (Mim)


“Os sábios são raros, já a imbecilização é coletiva.” (Mim)


“Dependendo de quem é corpo os vermes também vomitam.” (Mim)


“O Brasil está desse jeito: o último que ficou para apagar a luz roubou a fiação e tomadas.” (Mim)


“Por um estado mínimo para que o roubo também seja mínimo.” (Mim)


“Os vadios querem um estado grande e social. Onde irão mamar se assim não for.” (Mim)


“Esquerdistas vivem de sonhos utópicos e delírios. Para eles Lula é a Irmã Dulce.” (Mim)