sexta-feira, 29 de setembro de 2017
O CLIP E O ALFINETE
Um clip pergunta para um alfinete:
-Votas na esquerda?
-Não rezas? Nós alfinetes temos cabeça. Portanto...
-Votas na esquerda?
-Não rezas? Nós alfinetes temos cabeça. Portanto...
SEU TRAJANO
...E como perguntava seu Trajano, velho marinheiro octogenário, aposentado e já sem pernas, um olho furado, orelhas mordidas por piranhas do Amazonas, que morreu muito lúcido: “Para que servem os governantes além de cobrar impostos e nos roubar?”
E COMO FALA SEU ANÍSIO
E como fala seu Anísio, lombo intacto, mas aposentado do serviço público federal aos 35 anos de idade por excesso de gases matinais, que hoje mora na praia do Sonho e curte o mar à sombra das palmeiras: “O trabalho é que danifica o homem.” (Mim)
A GAZETA
A GAZETA DO AVESSO- Nicolás Maduro participa de festa de aniversário e o bolo foge com receio de ser preso.
LULA NO INFERNO
Lula morreu e no inferno de cara encontrou um fofoqueiro.
Ele confidenciou para Lula:
- Tem um engenheiro aqui que só te chama de Sapo Barbudo!
E COMO DIZIA SEU NICANOR
Como dizia seu Nicanor, agricultor aposentado, bagaceira como quê, que enviuvou duas vezes, mas que não perdeu o bom humor: “Minha primeira namorada não beijava na boca, não fazia dengo, não havia preliminares entre nós. Terminamos de maneira trágica quando ela virou churrasco, presunto, salame e linguiça.”
NAVEGUE
Noite chega
Noite vai
Ser inquieto
que navega pela imaginação
Buscando
soluções
Querendo
melhores dias
É saudável
não morrer antes do corpo
Não abandonar
os sonhos até o fim dos dias
Vá você
também
Vá navegar
Navegue em
seus sonhos
Navegue sem
jamais parar.
VIVER
Viver é ter
sonhos
Se os sonhos
do ser estiverem enterrados
Vida já não
existirá
Andará pela
terra apenas um espectro
Esperando o
tempo da vida passar.
Aulas, só para os outros. Por Carlos Brickmann
Aulas, só para os outros
Carlos Brickmann
...tudo aquilo que aprendi na vida, que o Brasil é uma república laica, democrática, em que todos são livres para professar sua religião, ou para não professar religião nenhuma, era falso. Pois não é que agora se pode doutrinar os alunos na religião do professor, tornando assunto do Governo uma questão que, acredito, deveria ser individual e familiar?...
Tenho parentes e amigos advogados, aprendi que 11 de agosto é o aniversário da abertura dos cursos jurídicos em Olinda e São Paulo, sei onde ficam as faculdades de Direito da USP e da PUC, tenho os telefones de excelentes fontes de informação sobre questões legais. Encerram-se aí meus conhecimentos de Direito. Quem sou eu, portanto, para criticar uma decisão do Supremo Tribunal Federal?
Só posso imaginar que tudo aquilo que aprendi na vida, que o Brasil é uma república laica, democrática, em que todos são livres para professar sua religião, ou para não professar religião nenhuma, era falso. Pois não é que agora se pode doutrinar os alunos na religião do professor, tornando assunto do Governo uma questão que, acredito, deveria ser individual e familiar? Enfim, se o Supremo acha que isso não viola a Constituição, deve ter razão. Não é este analfabeto em Direito que irá contestar sua decisão. Posso apenas contar uma história. A minha história.
Nada daquilo em que acredito combina com a decisão do Supremo de permitir que, numa república laica, haja professores pagos pelo Estado para difundir suas crenças religiosas pessoais. Mas como podemos nós, pessoas comuns, contestar o Supremo?
Tinha sete anos de idade. Um garoto do Interior, transferido do Grupo Escolar Torquato Caleiro, na Franca, SP, para o Grupo Escolar São Paulo, na capital, ambos da rede pública. O Grupo Escolar São Paulo (hoje Professora Marina Cintra) era uma boa escola: saí de lá no final do curso primário – os primeiros quatro anos, conforme as normas da época – sabendo ler, escrever, fazer as quatro operações, cantar o Hino Nacional, da Independência, da Proclamação da República, e dizer quem eram os autores de cada um. Lia sem parar. E, feito o exame de admissão, obrigatório, entrei no principal ginásio público da cidade, a escola-modelo Caetano de Campos.
Tudo bem? Nem tanto: no grupo havia aulas de religião – ou seja, da religião católica, com catecismo e tudo. E eu, judeu, saía da classe e ficava no pátio do recreio, sozinho, aguardando o final da aula de religião. Os demais alunos achavam que eu era privilegiado, por escapar das rezas e ensinamentos edificantes; eu me sentia discriminado, pela exclusão de atividades a que, embora estudante como todos os colegas, não tinha direito.
Não, eu não queria aulas de judaísmo: vovô Jacob, profundamente religioso, estaria sempre disposto a dá-las. Perto de casa, havia duas sinagogas, onde também poderia aprender alguma coisa, se quisesse (uma delas, aliás, ensinou-me a reconhecer alguns sinais de perigo. Depois que completei 13 anos, idade em que um judeu se torna religiosamente adulto, passei a ter minha presença requisitada nas orações em que faltava o quórum mínimo de dez participantes – o miniam. Quando um grupo de homens formalmente vestidos saía da sinagoga em direção à minha casa, eu sumia antes de ser voluntariado para a tarefa). Era, como hoje, um judeu consciente, mas não praticante.
Se eu não queria aprender judaísmo, nem catolicismo, de que me queixava?
Da discriminação: em determinado momento, a professora me mandava para fora da classe, separado dos colegas. Eles podiam ficar, eu não podia. E, talvez já naqueles tempos de garoto, eu tivesse a semente do que hoje penso: religião é assunto pessoal, é assunto de família. Cabe-nos respeitar a crença de todos, tendo como limite que não seja usada para discriminar os outros ou prejudicar a vida diária. Não quero que, como aconteceu no meu bar-mitzvah, a cerimônia em que passei a ser adulto em termos religiosos, haja uma separação religiosa – boa parte de meus amigos católicos foi informada por padres diversos de que entrar numa sinagoga seria pecado, e muitos não foram.
Prefiro a convivência em que amigas católicas da família, Leda e Maria Regina Caldeira, mandaram rezar a missa de sétimo dia de meu pai na Igreja do Divino Espírito Santo; estivemos todos lá, inclusive meu avô religioso. Ou a convivência em que subi ao altar da igreja da rua Tutóia para puxar parte da missa de sétimo dia de um grande amigo católico, Ewaldo Dantas Ferreira, e usei uma reza hebraica que é a base de todas as religiões monoteístas (“o Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só”).
Nada daquilo em que acredito combina com a decisão do Supremo de permitir que, numa república laica, haja professores pagos pelo Estado para difundir suas crenças religiosas pessoais. Mas como podemos nós, pessoas comuns, contestar o Supremo? Como dizia o lendário juiz americano Oliver Wendell Holmes, que passou 30 anos na Suprema Corte, “juiz não faz Justiça, juiz aplica a lei”.
O Supremo deve entender como aplicar a lei.
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E AGORA?
Passava ele os dias brincando de estar
vivo
Deixando o tempo correr solto
Porém desesperou-se diante do vazio
futuro
Quando percebeu que o trem da vida já
havia passado.
O FIM
A grande reta está quase no fim
Está na hora de fazer a curva final
E esperando por você que sempre foi um
muçum ensaboado
Não há ninguém de bem
Somente os seus iguais
Então como você sempre dizia quando
estrepava alguém:
Foda-se!
BABY LAMPADA
Coisa própria da juventude; o afobamento, o medo do futuro, não ter o apoio da família; tudo isso faz do ser inexperiente uma vítima. Pois foi o que aconteceu com Baby Lâmpada, que preferiu espatifar-se no chão ao saber que estava grávida. Tudo por medo, pelo verdadeiro pavor de dar a luz pela primeira vez.
GUSTAVINHO
Ontem Gustavinho não gostou do almoço. Gustavinho, menininho de bons dentes e de estomago forte. Deixou de lado a comida e começou a comer pratos e talheres sob os olhares da família em transe. Comeu todos, menos uma faca feita de metal de serra fita. Acho que sobrou porque tinha gosto de graxa.
ASSOMBRAÇÃO
“É fundamental ficar um pouco apresentável. Estou gastando mais em maquiagem do que com alimentação.” (Assombração)
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“Eu também só uso os famosos produtos de beleza da Helena Frankenstein. ” (Assombração)
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“Vó, a senhora já ouviu falar em algoritmo?” “Aldo Ritmo? Tive um vizinho que se chamado Aldo, mas o sobrenome era outro.”
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