quinta-feira, 26 de julho de 2018

FILOSOFENO


“Com certeza não estamos sozinhos no universo. Os outros que cuidem.” (Filosofeno)

PORTO FINAL


Sentado na sua cadeira de palha absorto está o ancião Demétrio
Dentro do seu cérebro colidem lembranças do passado
Lágrimas
Emoções
Alegrias
Urubus e pássaros azuis
Navegar foi preciso e Demétrio navegou
Encarou seus medos e seguiu em frente
Agora seus olhos brilham relembrando os mares da vida percorridos
Enquanto espera para ancorar no porto final.

DEMAIS


Serpentes nas paredes
Esquilos saindo da televisão
Um jacaré na banheira
Baratas fritas e salgadas postas mesa
Um canguru consertando o encanamento
Um urso e um tigre jogando baralho na varanda
Macarrão de minhocas em molho branco
Carne em alho e óleo diesel
Bichos da goiaba em duelo de espadas
Minha sogra dando um elogio
Meu cunhado indo trabalhar
O vizinho carrancudo dizendo bom dia
Um político de um partido político honesto na porta
Mulher pode dobrar a dose do remédio
Senão enlouqueço
São muitas alucinações para um homem só.

A GRANDE MANADA


O caldeirão de imbecis está transbordando
O real agora é o fantasioso
O certo como errado é visto
O manipulador é o grande herói
Pois as mentes estão estagnadas
No dai-me o pão e o circo
E a boa rede para descansar
Depois no momento das urnas
Ganhará o torpe pagamento em votos
Da grande manada que muge.

ERIATLOV



“O vírus da corrupção compromete o indivíduo até a terceira geração.” (Eriatlov)


FILOSOFENO


“Stálin foi humano, detestavelmente humano”.  (Filosofeno)


FOLHA VERDE


O vento tirou da árvore encorpada uma folha verdinha
Que ficou voando pra lá e pra cá ao seu sabor.
Não sabia o vento
Que no canto da calçada do colégio municipal,
Um grupo de formigas aguardava por ela
Fazendo coro para nham, nham, nham!

INGÊNUO


Navega nas nuvens do pensar o ingênuo salvador do mundo de soluções simplistas
Crê ele ser possível mudar o homem apenas com boa vontade
Como também erguer fogueiras na floresta sem queimar madeira.


“Nem tudo na vida  é apenas querer. Às vezes faz-se necessário talento.” (Filosofeno)


“A arte da adivinhação é a nobre arte da enrolação”. (Filosofeno)