sexta-feira, 17 de maio de 2019

DO BAÚ- JANER CRISTALDO- segunda-feira, junho 27, 2005 SOLIDÁRIOS NA ESTUPIDEZ

segunda-feira, junho 27, 2005
 
SOLIDÁRIOS NA ESTUPIDEZ



Estranha vocação a da Casa Civil da República durante o governo do homem mais moral e ético do Brasil, conforme se autoproclama, modestamente, Luís Inácio Lula da Silva: "ninguém nesse país tem mais autoridade moral e ética do que eu". Das mãos do companheiro Daniel, passou para as mãos da camarada Estela. Ou das mãos do apparatchik Carlos Henrique às mãos da guerrilheira Vanda. Ou de Xexéu para Patrícia, como quisermos. Tudo codinome de dois mineiros, que em verdade se chamam Luiz Dirceu Oliveira e Silva e Dilma Roussef.

Como curta é memória das gentes, recordemos. José Dirceu é aquele senhor que, quando presidente do PT, recebeu uma indenização de 59,4 mil reais, concedida pela Comissão de Anistia, entidade criada no governo camarada do camarada Fernando Henrique Cardoso, com o intuito específico de recompensar regiamente os marxistas que um dia quiseram transformar o país em uma grande Cuba. O singelo mimo lhe foi conferido por ter sido obrigado a abandonar o País por onze anos, no regime militar. Esta foi a versão da Comissão.

Em verdade, o companheiro Daniel - ou Carlos Henrique - era membro do grupo terrorista MOLIPO (Movimento de Libertação Popular) e recebeu treinamento de guerrilha em Cuba. Não foi obrigado a sair do país. Saiu porque quis e à la française. Preso por sua participação em grupos de luta armada, foi trocado pelo embaixador americano Charles Elbrick, seqüestrado por outro grupo terrorista, o MR-8.

O homem que o homem mais moral e ético do Brasil escolheu para chefiar a Casa Civil, além de escapar da prisão à qual fora legalmente condenado, mediante outro crime - um seqüestro - envolveu-se ano passado em um esquema de corrupção que gerou a chamada CPI dos Bingos, devidamente sepultada pelo fiel escudeiro José Sarney, ressuscitada na semana passada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e ressepultada na mesma semana por acordo de bancadas. Hoje, mesmo destituído de seu poder no Planalto, Zé Dirceu volta ao Congresso como deputado para gabar-se de jamais ter tido problemas com a Justiça.

Envolvido em escândalo ainda mais vultoso que o dos bingos, o escândalo do chamado mensalão, o companheiro Daniel foi destituído de seu cargo pelo homem mais moral e ético do Brasil. Este mesmo homem que, por ocasião das denúncias contra o ministro Romero Jucá, da Previdência, e contra Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, afirmava urbi et "globi" que não seria pautado por manchetes de jornais nem demitiria funcionários sem sentença passada em julgado. Mal eram decorridas 48 horas da ordem de Roberto Jefferson - "saí daí, Zé, rápido" - Zé já saía. Sair por quê? Afinal, não havia sequer sido indiciado por crime algum, nem havia sentença alguma passada em julgado.

Desta vez o caldo deve ter sido mais grosso. Sem provas nenhuma em mãos, o presidente do PTB acusou o chefe da Casa Civil de chefiar um esquema de corrupção. A cúpula do PT falou em denúncias vazias e acusações sem provas. Ora, se as denúncias eram vazias e as acusações sem provas, por que o homem mais moral e ético do Brasil aceitou rapidinho a demissão do homem mais poderoso de seu governo? Vai ver que provas existem.

Após entregar a cabeça do companheiro Daniel, que faz o homem mais moral e ético da nação? Chama para chefe da Casa Civil a companheira Vanda - ou Luísa, ou Patrícia, como quisermos -, portadora de folha corrida invejável. Ou, finalmente, Dilma Roussef.

Mineira de Belo Horizonte, Dilma nasceu em 1947 e passou a militar na organização marxista Polop (Política Operária) aos vinte anos. Confirmando minha tese de que as ideologias se transmitem por via uretral, foi recrutada pelo noivo e depois marido Cláudio Galeno de Magalhães Linhares. Com as primeiras prisões, do Polop foi para o Colina (Comando de Libertação Nacional), outra guerrilha marxista. Ensinou marxismo, participou na organização de três assaltos a banco e subiu para a direção do Colina. Dados os rachas típicos das organizações de esquerda, acabou passando a militar na VAR-Palmares, liderada pelo terrorista Carlos Lamarca.

Com o marido tendo de migrar para Cuba, em um vôo seqüestrado em 1970, tornou-se companheira de Carlos Franklin Paixão de Araújo, militante da VAR, advogado e ex-deputado estadual pelo PDT gaúcho. Foi presa em 1970 e só saiu da cadeia no final de 1973. Nestes dias em que folha corrida é sinônimo de currículo, não é de espantar que Dilma hoje tenha em mãos a condução do governo do homem mais moral e ético de toda a História do Brasil.

Nos dias de sua posse, a Folha de São Paulo publicou entrevista inédita, feita em 2003, na qual Dilma reconhece os erros da opção pela luta armada e relata sua experiência como torturada. Estranha forma de reconhecer erros, já que na entrevista a novel ministra diz orgulhar-se dos ideais da guerrilha. E é com indisfarçado orgulho que a ex-guerrilheira, torturada pelos militares, narra seus padecimentos. Foi submetida a socos, à palmatória, pau-de-arara, choques elétricos. Onde? - pergunta o repórter.

- Em tudo quanto é lugar. Nos pés, nas mãos, na parte interna das coxas, nas orelhas. Na cabeça, é um horror. No bico do seio. Botavam uma coisa assim, no bico do seio, era uma coisa que prendia, segurava. Aí cansavam de fazer isso, porque tinha que ter um envoltório, pra enrolar, e largava. Aí você se urina, você se caga todo, você...

Dilma se despe e se expõe ao olhar público, inter feces et urinam, nua, indefesa e degradada. Mas como tudo vale a pena se a alma não é pequena, conclui a ex-guerrilheira, hoje ministra:

- De toda forma, eu acho que a minha geração tem um grande mérito, que é o negócio da Var-Palmares: "Ousar Lutar, Ousar Vencer". Esse lado de uma certa ousadia. A gente tinha uma imensa generosidade e acreditávamos que era possível fazer um Brasil mais igual. Eu tenho orgulho da minha geração, de a gente ter lutado e de ter participado de todo um sonho de construir um Brasil melhor. Acho que aprendemos muito. Fizemos muita bobagem, mas não é isso que nos caracteriza. O que nós caracteriza é ter ousado querer um país melhor.

É a versão tupiniquim do cogito cartesiano. Penso, logo existo - formulou Descartes, como se fosse necessário recorrer a premissa tão simplória para concluir que existia. O cogito tupiniquim é mais sofisticado: fui torturada, logo tenho razão. Lutei a luta errada. Mas se fui torturada, a razão é minha. Ora, neste país em que le fond de l'air est rouge - como se dizia na grande partouse francesa que foi 68, este exótico silogismo pega e pega forte. O companheiro Daniel e a camarada Vanda, dois celerados que arriscaram suas vidas para transformar o Brasil num inferno socialista, são tidos hoje pela grande imprensa como dois heróis remanescentes do século passado. E se assim são tidos pela grande imprensa, assim são assimilados pelo grande público. Que mais não seja, foram designados para a Casa Civil pelo homem mais moral e ético da nação.

Durante as cerimônias de transmissão de cargo, Daniel e Vanda se jogaram flores a granel. "Camarada de armas" - saudou o companheiro Daniel. Camarada Vanda mandou o elevador de volta: "Conheci meu querido companheiro de lutas há 40 anos, como líder estudantil". Como se ambos algum dia tivessem pegado em armas para defender o que quer que fosse. Dirceu e Dilma fizeram treinamento de guerrilha, isto é verdade. Dirceu em Cuba e Dilma em país que prefere não revelar. Militaram em movimentos armados, é verdade. Mas não temos notícia nenhuma de que tenham participado de combates.

A prática de assumir diferentes identidades não é imune a certas distorções psíquicas. À força de assumir biografias diferentes, o guerrilheiro passa a acreditar nas vidas fictícias que construiu e acaba assumindo uma delas. Como mentalmente ainda vivem em época anterior à queda do Muro e à dissolução da União Soviética, Dirceu e Dilma ainda crêem que pegar em armas para lutar pelo comunismo é tarefa nobre. Ao saudar a "camarada de armas", Zé Dirceu não regrediu apenas os quarenta anos que nos separam de 64. Regrediu o século e mais alguns anos que nos separam das ideologias sanguinárias do século XIX. E o homem mais moral e ético de todos os tempos do Brasil afundou-se ainda mais em suas contradições.

"O mineiro só é solidário no câncer" - dizia Otto Lara Resende. Enganou-se. Otto, cidadão mineiro, não testemunhou os alvores do século XXI. Os mineiros são solidários também na estupidez. Ou, pelo menos, estes dois.

O ANTRO

Tardinha de sexta-feira. Sala no subsolo. Ambiente enfumaçado, conversas em voz baixa, sujeitos mal-encarados e outros nem tanto, todos bafejando álcool em grande estilo. Políticos, assaltantes, traficantes, proxenetas, jogadores e algumas prostitutas. Só cidadãos de primeira linha. Ali se reunia a catrefa para planejar novos golpes e maldades embalados por todos os tipos de drogas. Assim do nada um pequeno cubo mágico rolou pela escada. Então, TRANSFORMERS JUSTICEIRO!!
Não sobrou nem mesmo o barman.


SEU ONOFRE
Gente brava? Conta Seu Onofre, gaúcho velho passado dos noventa, já rengo pelo andar dos anos, que gente brava tinha lá Barra da Foice na década de 1940. Não era lugar para frouxo.  Em velório era proibido choro; toda mulher carregava e manuseava navalha sem problema; o padre Antônio quando aparecia rezava missa de revólver debaixo da batina e até o professou Anacleto que dava aula até a quarta série não tirava o facão da cinta. Até hoje não se sabe se a turma era comportada por respeito ao professor Anacleto ou por respeito ao facão. Diz ele que acabaram com a mata em volta do lugar só fazendo caixão de defunto. Acha mesmo que com tanto resíduo de gente enterrada  no  subsolo da Barra deve ter até petróleo.




MATILDE

Mesa de bar. A fumaça dos cigarros deixa o ambiente sombrio. Baralho, tagarelas em ação, a língua se solta. Envolvido pela embriaguez o verme abre sua caixa de segredos para companheiros de aguardente. Conta à história da esposa Matilde que há anos foi embora, mas que na verdade não foi, tranco na cabeça, jaz enterrada num lugar ermo. Todos riem, acham brincadeira, mas um deles leva a sério. No dia seguinte ele conta o segredo para um amigo, que também tem um amigo policial e antes da seis da tarde o crápula já estava encarcerado contando tudo. Oito anos se passaram do fato, os timbós verdejantes balançam ao vento, máquinas em ação, cavouca aqui e ali, então quase desaparece o timbozal, tantos buracos na paisagem. Uma multidão acompanha e aguarda. No segundo dia surgem ossos, um vestido vermelho e uma sandália de couro cru. Matilde ali posta, Matilde morta, Matilde agora ossos e pó finalmente terá sua justiça.



ALFREDO E OFÉLIA

Alfredo bom de bico, manco e dependendo da previdência social arranjou uma amante na mesma rua em que morava. Ofélia era o seu nome.  O marido saía para o trabalho, cama ainda quente lá pousava o manco Alfredo. A mulher nada via, pois também saía para trabalhar na maior santa inocência. Idas e vindas o marido foi apresentado ao chifrado como primo mui querido de longa data não visto. Não demorou o pobre corno comprou um automóvel mesmo não tendo habilitação, então foi o Alfredo que era habilitado colocado como motorista da patroa para compras e passeios. Nos finais de semana pescava com o marido, além de levar o casal para festas e outras atividades sociais. Apresentou Ofélia para sua esposa como prima de tal; amigas ficaram para visitas semanais, anedotas, rezas e salgadinhos. Grande família.   O marido não desconfiava de nada, tinha o falso primo da esposa no maior conceito e os amantes gozavam de uma felicidade radiosa.  Mas como nada é para sempre um dia Ofélia engravidou e a casa caiu.  O marido era estéril. Foi o fim do reinado naquela casa de Alfredo, o manco. A mulher o abandonou quando soube e como o marido traído queria fazer um pandeiro do seu couro liso, fugiu para outra cidade. De Ofélia se soube que perdeu a criança e que hoje trabalha numa esquina de má fama.


SAUDADE DE MAMÃE

Meu pai sempre me quis na linha e minha mãe sempre falou para eu estudar e trabalhar, ser um menino do bem, porém eu fui atrás do ganho fácil e aqui estou dentro dessa cela num ambiente hostil, dormindo quase dentro de uma privada com ratos pulgas e baratas na cama e arriscando tomar um golpe de estilete além das surras.  Isso não é vida é um inferno em terra e lamento e choro a falta da boa comida, de lençóis limpos e banho quente, carinho e amor, tudo o que eu tinha e desprezei achando que era muito pouco, queria andar de carrão, roupas de grife muitas mulheres ao meu lado, tudo isso sem esforço e disciplina, só na base do pó.  E o que ganhei foi ficar anos aqui chaveado e entreverado com a bandidagem de primeira linha e ficar até feliz que ninguém ainda quis pegar a minha bunda.  Todos os dias chega gente nova, um pior que o outro, não dá para encarar sem correr risco. Espero os anos voem para que possa sair daqui.

“A tralha política se recicla todos os dias na malandragem dos próprios interesses. Não há limites. ” (Eriatlov)


“Família é família. Quando saí de casa minha mãe trocou as fechaduras. ” (Climério)


PLUTO


“Conhece o Pluto? E a mulher do Pluto, a Pluta? Pois conto que a filha da Pluta se chama Gleisi. ” (Climério)

ÉGUA!

Até o deputado dinheiro na cueca estava na manifestação. Por aí se vê que ralé. Reunião de pão, mortadela, ladrão de dinheiro público, alunos dominados pela burrice e professorado cavernoso.

“ A Gleisi está cada vez mais abestalhada. Acho que seus parcos neurônios pifaram. “ (Climério)


“Às pessoas precisam aprender a diferença entre porco e suíno. Suíno nada mais é que um porco que toma banho diariamente. “ (Climério)


“Lembrar que ladrão Lula está no xilindró alegra minhas manhãs. ” (Climério)


“ Quem ainda berra Lula Livre também pode berrar Sou um Bocó!” (Climério)



MOISÉS


Moisés, podemos dizer, nasceu ladrão. Não tinha sete anos e já roubava bolas de gude, figurinhas e gibis dos amiguinhos. Adolescente, cigarros e bebidas. Um dia seu pai cansado de tudo, pois era um homem de bem, cortou fora suas mãos para que parasse com as gatunagens. Não adiantou. Moisés passou a roubar com os pés.