domingo, 18 de junho de 2017

“Pórco can! Acordei hoje com tanta dor nas juntas que não sei se tomo remédio ou um garrafão de vinho.”

A NONA

“A Nona ontem bateu o recorde: 12 dias sem banho corporal, só lavando a área morta.” (Nono Ambrósio)

NONO AMBRÓSIO NA ACADEMIA

“Estou na academia. Faço levantamento de muletas e treino engolir comprimidos no seco.” (Nono Ambrósio)

“Quando a bajulação for exagerada cuide dos bolsos.” (Filosofeno)

“Os defeitos são mais notados que as virtudes. O lado ruim sempre leva vantagem.” (Filosofeno)

“Ainda na minha juventude meu pai quando viu em mim grande interesse pelo trabalho na horizontal. Então me comprou uma rede.” (Chico Melancia)

“Meu avô não na vida não trabalhou muito, mas fez 32 filhos.” (Chico Melancia)

CHUCKY E BOB

Chucky, o brinquedo assassino depois de cometer mais alguns crimes estava sendo procurado pela polícia. Para safar-se, fez-se de morto e foi misturar-se entre bagulhos que estavam no lixo. O Bob passou e levou o boneco para casa. É evidente que Chucky encheu-se de alegria; ficaria adormecido por algum tempo e depois que tudo se acalmasse voltaria aos ataques sangrentos. O que ele não sabia é que Bob era na verdade um destruidor. Em oito anos de vida já havia matado três bicicletas, vinte e dois carrinhos de lata e oitenta bonecos da Marvel, salvo outros trucidados que eram de seus amigos. Chucky teve vida curta nas mãos de Bob, muito curta. Antes da primeira hora no quarto de Bob já havia perdido os pés e teve arrancados os olhos, pois o garotinho desejava saber se eram de vidro ou não. Após cortar braços e também a cabeça levou tudo ao quintal, jogou gasolina sobre e colocou fogo. Tencionava derreter tudo e confeccionar uma espada de plástico. Na verdade, Chucky nas mãos de Bob não passava de um principiante.


AS COBRAS

A cobra macho Sspy entrou na casa para curtir uma sombra e deu de cara com uma cobra de areia colorida que cobria o vão inferior da porta. Ainda não muito experiente nas coisas mundanas de amores e agarramentos, ficou vidrado na arenosa e não mais saiu de perto até ser morta a pauladas pelo dono da casa que desejava apenas enxotá-la, porém não teve outro jeito. Morreu no piso frio da despensa com os olhinhos cheios de paixão, sabendo da pior maneira possível que toda paixão é mortal.

INFERNAL

-Meu filho, você sabia que há um lugar em nosso país em que os vivos fedem mais que todos os defuntos reunidos?
-Não sabia pai. Que lugar infernal é este?
-Fico no Distrito Federal e é chamado de Congresso Nacional.

BABY LAMPADA

Coisa própria da juventude; o afobamento, o medo do futuro, não ter o apoio da família; tudo isso faz do ser inexperiente uma vítima. Pois foi o que aconteceu com Baby Lâmpada, que preferiu espatifar-se no chão ao saber que estava grávida. Tudo por medo, pelo verdadeiro pavor de dar a luz pela primeira vez.

O FUMANTE

Breno tinha ojeriza de cigarro.  Ninguém podia fumar dentro e nem fora de sua casa, dentro do seu carro ou perto dele, mesmo se estivesse na rua. Na sua empresa não contratava fumantes, não os queria por perto. Caso visse um fumante na mesma calçada, atravessava. Mas o destino às vezes é cruel; pois o mimo de Breno, Sandra, filha única amada adorada da qual fazia toda e qualquer coisa para agradar, apaixonou-se por um fumante inveterado. Então agora vemos Breno, o detestador de fumantes no meio da fumaça da sala deixando limpo o cinzeiro do futuro genro e pitando seu cigarrinho também, afinal nada melhor que um cigarrinho para acalmar os nervos.


PÉS SUJOS

Fazia tempo que Noar não esfregava os pés.  Preparou uma enorme bacia, sabão, água quentinha e uma boa esponja vegetal. Então Noar foi esfregando, esfregando e a sujeira saindo, saindo. Mais água quentinha, mais sabão, e esfrega, esfrega, e a sujeira saindo, saindo. Sem exagero, com o barro que saiu dos pés desse vivente, a Olaria do Zé Arnaldo fez dois mil tijolos, e o homem ficou tão leve que parecia um astronauta pulando na lua.


QUEM SOU EU?

Uma pequena luz surgiu e ele começou a ter consciência de si.  Perguntas fazia sem ter noção de como aprendeu a fazê-las... Quem sou eu? Que lugar é este? O que estou fazendo aqui? O que é mãe? Onde está a minha mãe? Tenho pai? Quem é o meu pai? Tenho um nome? Qual será o meu nome? Apertado dentro da casa queria sair correndo, mas como correr se não tinha pernas, se estava dominado por cordas? Sentiu um pulsar de um coração, bem próximo, alguém o tirando do sufoco da casa, deixando-o menos apertado e sufocado. Viajou pelo ar e quedou-se dentro de um enorme lugar escuro, de cheiro um pouco azedo e viu que lá existiam outros como ele, mas silenciosos, não faziam qualquer movimento ou barulho. Na escuridão fazia mais perguntas , queria saber...Que cheiro é esse? Por que ninguém fala comigo? Deus existe? Por que este lugar é tão abafado? Quem é Madona? Estou desesperado, quero sair daqui! Impostos, o que são impostos? Jesus, cadê Jesus? Serei ateu?  Por que tenho quatro furos no peito? As perguntas não cessavam e acabaram irritando um zíper de calça jeans que também estava no mesmo cesto de roupa suja. O zíper foi duro: ‘Cale-se imbecil! Você é apenas um botão de quatro furos que agora raciocina, vivendo sua vidinha miserável numa camisa de flanela xadrez! Basta!’

SUSYLAND

Hermes sofria bullying na escola por causa dos seus braços compridos, sendo que os cotovelos davam nos joelhos. Então no Dia dos Namorados, tremendamente aborrecido com todos os seus colegas de escola, vizinhos e outros, subiu no telhado de casa tendo nas mãos um pano escuro.  Então esticou os braços até onde pode e cobriu a lua completamente. Foi o Dia dos Namorados mais sem graça em toda história de Susyland.


MISSA PARA NUDISTAS

O padre Renato inovou de vez. No domingo apareceu no altar para rezar a missa completamente nu. Pediu a todos que fizessem o mesmo. A igreja ficou vazia. Reclamações chegaram ao bispado.  Interpelado pelo bispo disse: “Eu só queria inovar; imagine as manchetes: Padre Renato realiza a primeira missa de nudistas no Brasil! Não seria um estouro?” O bispo não deve ter achado um estouro, tanto que mandou o padre inovar em Angola.

ROMEU

Romeu vivia para ver o tempo passar. Era o tal operário-perdão. Perdão por não fazer absolutamente nada.  Para sua infelicidade o destino foi cruel até demais. Morreu quando o relógio da igreja matriz caiu na sua cabeça enquanto  estava parado nas escadarias observando o movimento da rua e deixando como sempre o tempo passar.

THE END

Aos trinta anos o solitário Marcelo chegou à conclusão que não gostava de nada e de ninguém. Após essa análise prontamente se deu um tiro na cabeça.