domingo, 27 de outubro de 2019

MENTE



Tenho uma mente         
Que mente
Fez-me acreditar muitas vezes
Que a morte não existe
Que sou um passageiro do infinito.

NO PONTO


Maduro está no ponto
No ponto para os vermes comê-lo.

ELEITORES


Eleitores podres
Escolhem políticos da mesma ceva
Seres que desgraçam a nação.

OGROS


Neurônios em falta
Cérebros abundantes em serragem
Ogros que vicejam pelas ruas
Em automóveis rebaixados e motocicletas que agridem a paz.

“Minha aparência não causa polêmica. É bom saber que minha feiura é unanimidade.” (Assombração)


DEPUTADO JOÃO ANÍBAL


O deputado João Aníbal morreu, mas jamais será esquecido. Não pelos projetos e trabalho árduo, coisa que desconhecia, mas sim pelos vinte e cinco imóveis de luxo deixados à família; doze amantes pagas mensalmente com galhardia pelo dinheiro dos contribuintes; milhões de dólares em paraísos fiscais e trezentos e onze processos abertos contra ele. Podemos dizer sem medo de errar que deixou este mundo um homem exemplar na lista dos grandes filhos da puta que a nação deu ao mundo.

MATILDE


Mesa de bar. A fumaça dos cigarros deixa o ambiente sombrio. Baralho, tagarelas em ação, a língua se solta. Envolvido pela embriaguez o verme abre sua caixa de segredos para companheiros de aguardente. Conta à história da esposa Matilde que há anos foi embora, mas que na verdade não foi, tranco na cabeça, jaz enterrada num lugar ermo. Todos riem, acham brincadeira, mas um deles leva a sério. No dia seguinte ele conta o segredo para um amigo, que também tem um amigo policial e antes da seis da tarde o crápula já estava encarcerado contando tudo. Oito anos se passaram do fato, os timbós verdejantes balançam ao vento, máquinas em ação, cavouca aqui e ali, então quase desaparece o timbozal, tantos buracos na paisagem. Uma multidão acompanha e aguarda. No segundo dia surgem ossos, um vestido vermelho e uma sandália de couro cru. Matilde ali posta, Matilde morta, Matilde agora ossos e pó finalmente terá sua justiça.

O HOMEM FOGO


Não havia ninguém lá além dele. O branco da neve cobria tudo, da ponta dos pés ao horizonte longínquo. Carlos Kiefer, o homem fogo estava cansado depois de décadas de palco, labaredas e público. Ovacionado quase sempre e às vezes vaiado quando o fogo era pouco. Tinha setenta anos e estava só, a velha companheira havia partido há dois anos. Carlos gostava de extremos, fogo e gelo. O fim estava próximo, a saúde debilitada e o bolso vazio. Ergueu pela última vez os olhos para o céu cinzento e jogou-se num buraco na neve, levando dois litros de vodca, dez limões e um quilo de açúcar.

“Todos que me conhecem sabem que eu chupo.” (Pulga Lurdes)


“Inquisição? Nada sei, era com o povo de Deus, eu não estava lá.” (Satanás Ferreira)


“A ignorância quando encontra ambiente propício se propaga. "


"Todo vício escraviza."


“A melhor acompanhante para o homem é a batata frita.” (Fofucho)


“A bebida alcoólica é sempre companheira nos grandes fiascos.”