Final
de tarde, horário de verão. Estou aqui na varanda observando o movimento até
onde meus olhos alcançam. Temperatura boa de 25 graus. Como estou num lugar
alto consigo ver os pedestres se digladiando por espaço na viela estreita. Seu
Antonio do Armazém Ramires está na porta conversando com uma freguesa magrela,
de nariz adunco, cheia de gestos e requebros. Pelo que posso ouvir está falando
das intromissões da sogra no seu casamento. Um ciclista distraído se enrosca
num carinho de picolé, para desespero do vendedor que esbraveja contra ele. O
carinho tomba lateralmente, mas os picolés não caem. Dona Zuleika está na
janela controlando Paulo, o marido galinha que bate papo com os colegas no
ponto de táxi da esquina. Dona Eufrásia, costureira da rua, abre o portão para
que entre Eunira, mocinha que está nos preparativos do enxoval de casamento. Os
moleques Tico e Fubá muito entretidos jogando bolitas num cantinho de terra que
separa os jardins de Milena, mãe de Fubá. Como é período de férias, inúmeras
crianças e adolescentes gastam os chinelos pelas calçadas. Amador, o chaveiro,
sentado detrás de uma mesinha desgastada assinala cartões da Megasena e sonha
acordado em ficar milionário. Assim já comprou inúmeras fazendas e automóveis
de luxo. Dona Cleci abre uma fresta na janela e observa as moças da vizinhança,
sendo que o seu forte é a maledicência. Um branquelo careca e armado passa
correndo, sendo perseguido por dois chineses que também trazem armas nas mãos.
Que posso fazer? Sou apenas um canário observando o movimento da rua aqui do
meu mundinho da gaiola.
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
MARATONA ANUAL DOS BICHOS
O alvoroço era enorme no reino animal. Pois
foi que Carla Lesma e Nina Tartaruga resolverem de última hora também
participar da grande Maratona Anual dos Bichos. Nos arquibancadas a bicharada
caçoava das duas; “ora, lesma e tartaruga correndo, só mesmo por aqui, que
fiquem em casa!” Já o locutor do evento inflamava os participantes com falsas
declarações dos oponentes, criando clima: Carla Lesma tirando sarro de Paulo
Lebre; Nina Tartaruga falando mal das finas pernas do Saulo Guepardo; até mesmo
seu Ernesto Elefante, tão sério, falando do pelo sujo de Marcelo Leão. Essas
pequenas maledicências injetavam adrenalina dos competidores, um motivo a mais
para vencer. O percurso seria de 10 quilômetros, sem parada para descanso. Pois
lá estavam na pista os competidores: Lesma Veloz; Nina Tartaruga; Simão, bicho-preguiça
manco; Saulo Guepardo; Paulo Lebre; Samira Coelho; Mônica Onça; Gazela de
Thomson e Ernesto Elefante. Dada à largada, Saulo Guepardo saiu na frente como
um raio, ladeada por Samira Coelho. Logo atrás vinham Mônica Onça e Gazela de
Thompson. Ernesto Elefante pisou num espinho logo no primeiro quilômetro e saiu
fora. O velho Simão desistiu nos primeiros metros; preferiu ficar na sombra que
correr ao sol. Marcelo Leão manteve o ritmo e na metade do percurso já
encostava nos primeiros colocados, mas ficou para trás, pois sua paixão, Nara
Leão, estava por ali dando sopa. Parou para uns amassos, pois há tempos sonhava
com isso. No oitavo quilômetro o namorador Paulo Lebre encostou em Samira
Coelho, louco pra tirar uma casquinha, quando levantou poeira na pista e um
bólido turbinado passou por todos: era Nina Tartaruga levando nas costas Carla
Lesma e gritando: Só Red Bull te dá asas! Para espanto de todos chegaram em
primeiro.
INÚTIL
“Quer fazer
de uma criança um adulto inútil? Então faça tudo por ela, deixei-a crescer sem
desafios e sem ouvir um não.” (Mim)
DEZ FRASES DE REAGAN PARA A ETERNIDADE
DEZ FRASES DE REAGAN PARA A ETERNIDADE
1) “Não espere que a solução venha do governo. O governo é o problema.”
2) “O melhor programa social é o emprego.”
3) “Governos tendem a não resolver os problemas, apenas a reorganizá-los.”
4) “A visão do governo sobre a economia poderia ser resumida em poucas frases curtas: ‘Se ela se movimenta, taxe-a. Se ela continua se movimentando, regule-a. E se ela parar de se mover, subsidie-a.”
5) “Poder concentrado sempre foi o inimigo da liberdade.”
6) “Não devemos julgar o assistencialismo por quantas pessoas estão nele, mas por quantas pessoas estão saindo dele.”
7) “A história vai lembrar com perplexidade daqueles que eram os que mais tinham a perder e foram os que menos fizeram para prevenir o seu próprio fim.”
8) “Nunca um governo tentou diminuir ele mesmo. Programas uma vez lançados, não acabam nunca. Um escritório governamental é a coisa mais próxima da eternidade que vamos ver nessa vida.”
9) “Como você define um comunista? Bem, é alguém que lê Marx e Lênin. E como você define um anticomunista? É alguém que entende Marx e Lênin.”
10) “As nove palavras mais terríveis no idioma em Inglês são: ‘Eu sou do governo e estou aqui para ajudar’.”
* Ronald Wilson Reagan foi o 40° presidente dos Estados Unidos da América
** Publicado originalmente em http://opiniaolivre.com.br/
COMPULSÃO PARA O RETROCESSO por Percival Puggina. Artigo publicado em 01.11.2017
No mesmo dia em que o Senado Federal, por um triz, não acabou com os aplicativos de celular para o transporte privado de passageiros, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) divulgou estudo que os qualifica como benéficos ao consumidor por aumentarem a concorrência e possibilitarem a redução de falhas que ocorriam no mercado. Por isso, acrescenta o Cade, "regulamentações muito restritivas podem impactar negativamente o setor".
É impressionante a capacidade do poder público brasileiro de jogar contra o interesse da sociedade! Os aplicativos criaram um vasto mercado consumidor, que, em grande parte, não era usuário de taxis. Esse novo mercado abriu oportunidades de trabalho, com a autonomia própria das atividades privadas, servindo como renda ou complementação de renda para milhares de operadores do modelo. Por outro lado, revolucionaram o transporte urbano, assegurando aos usuários o prévio conhecimento do preço, a possibilidade de avaliar o atendimento recebido, a estimativa do tempo de chegada do transporte e do tempo de rodagem até o destino, o débito automático em cartão de crédito, e um padrão de cortesia que modificou para melhor o atendimento prestado pelos taxistas lá no outro nicho do mercado de transporte urbano.
Estes últimos vinham, de longa data, abusando de uma reserva tutelada pelo poder público, que acabou transformando a licença para operar em uma forma de patrimônio com elevado valor comercial, dado ser a oferta inferior à demanda. Nas horas de maior solicitação, o taxi se tornava um serviço indisponível.
No estudo preliminar que divulgou, o Cade constata algo que os liberais sempre souberam: havendo competição, as falhas se corrigem sem necessidade de regulação. Em viés oposto, quando o governo começa a regulamentar, os preços tomam o elevador para cima e a qualidade desce rapidamente para o nível do chão.
Chega a ser irritante saber que os representantes do povo brasileiro na Câmara dos Deputados aprovaram e enviaram ao Senado um projeto que, na prática, tornaria irreconhecível um serviço ao qual a população dera tão efusivas boas-vindas.
É a velha compulsão para o retrocesso, que nos empurra do "Espírito das Leis" para as assombrações legislativas, sempre pronta a criar espantalhos, a complicar o que pode ser simples, a onerar o que pode custar barato e, de quebra, taxar, tributar, multar, controlar, autorizar ou não, liberar ou não, conferindo importância à burocracia às custas da criatividade e do trabalho alheio. A sociedade dispensa esse tipo de zelo intrometido, abelhudo, do poder público.
Com as emendas aprovadas no Senado, o projeto volta para a Câmara. Esperemos que seja a câmara mortuária do arquivo.
________________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
DE QUEM É?
Sítio em Atibaia
Apartamento em Guarujá
Não é dele
Não é teu
Não é meu
Do Maluf então quiçá?
PARDAL
Há um pardal na minha janela
Que não é o Professor Pardal
Divirto-me com esse bichinho manso
Que me ensina coisas
Mostrando-me
O quanto pode ser belo na sua rotina
Esse animalzinho tão comum e singelo
Que fica a ciscar aqui e ali
Para saciar seu estomagozinho.
ACIDENTES?
Dos ferros retorcidos nas estradas
Ecoam gritos de dor e desespero
Quase todos os acontecidos
São taxados de acidentes
Quando na verdade
Fazem parte do doloroso retrato
Da grandiosa estupidez que nos domina.
BAH!
Com sangue até nos ossos
O assassino pago beija suas crianças
Carrega compras de uma velhinha
E dorme sem precisar contar carneirinhos
Este é o estágio que atingiram
Alguns seres racionais.
DECEPÇÕES
Trazer decepções passadas ao presente
É acalentar o mal
É gestar dentro do peito
O nascimento da amargura.
ALEXANDRE GARCIA- O grande eleitor
No princípio era o caos - a frase se aplica ao gênesis do governo Temer. Quando a presidente saiu, deixou inflação acima de 10%, 13 milhões de desempregados, recessão, descrença, falta de disposição de investir, só o agronegócio sustentando o país, com o comércio e a indústria perdendo produção e vendas. E em menos de ano e meio, o Brasil voltou a crescer, faz seis meses que cai o desemprego, aumentou o poder aquisitivo do assalariado, a inflação está em 2,5% ao ano, o superávit comercial vai bater recorde de 70 bilhões de dólares, os índices de confiança do consumidor, do comerciante e do industrial, na Fundação Getúlio Vargas estão em alta, a taxa básica de juros está reduzida a 7,5%, deixando os juros reais em 3% ao ano e, embora com tanta insegurança pública, os investimentos estrangeiros nos últimos 12 meses chegaram a 83 bilhões de dólares.
Meus amigos se perguntam “Que governo é esse?”. Eu perguntaria, como Francelino Pereira, que país é este? Paradoxal, pois sempre que a economia vai bem, o governo vai bem na opinião pública. Mas este praticamente, não tem popularidade alguma. Está com míseros 3% de aprovação - e menos de 3% de inflação e 3% de juros reais. Paradoxal. Ora, dirão que é a administração de Meirelles, o Ministro da Fazenda e de Ilajn Golfeinj, do Banco Central, mais o novo rumo que Pedro Parente dá à maior estatal, a Petrobrás - que já foi antro da bandidagem apurada pela Lava-jato. Mas quem segura essa barra é o Presidente, chefe deles.
Não ter aprovação popular é vantagem, porque faz o que é preciso, sem preocupação de perder o que não tem. O presidente Lula, quando recebeu de seu Ministro da Fazenda Palocci o projeto da necessária reforma da Previdência, em 2006, desistiu por ameaça das centrais sindicais de se mobilizarem contra o governo. Com medo de perder popularidade, Lula desistiu da reforma e o déficit se agravou geometricamente.
O ex-presidente disse agora, em sua campanha para 2018, que Temer gastou 14 bilhões para comprar a derrubada das denúncias de Janot. Boa parte da população acredita nisso, porque não sabe que emendas de parlamentares ao orçamento de 2017 têm que ser liberadas no mesmo ano. Nada que não estivesse no orçamento. A propósito, o Estadão mostra o cálculo do professor da FGV Carlos Pereira sobre os gastos políticos do governo com ministérios para partidos e emendas orçamentárias. Num índice de zero a 100 de custo da governança, Temer tem 15, Dilma chegou a 88 e Lula a 95. Conhecedor do Legislativo, Temer governa com o Congresso e vem obtendo resultados. Ano que vem, prevê o Banco Mundial, vai aumentar a onda de crescimento que já começou nas economias avançadas e nas emergentes. Isso reforça o impulso brasileiro. A previsão para o Brasil é de, no mínimo , 3% a mais no PIB, ano que vem. O Grande Eleitor de 2018 pode ser o crescimento e o emprego.
Meus amigos se perguntam “Que governo é esse?”. Eu perguntaria, como Francelino Pereira, que país é este? Paradoxal, pois sempre que a economia vai bem, o governo vai bem na opinião pública. Mas este praticamente, não tem popularidade alguma. Está com míseros 3% de aprovação - e menos de 3% de inflação e 3% de juros reais. Paradoxal. Ora, dirão que é a administração de Meirelles, o Ministro da Fazenda e de Ilajn Golfeinj, do Banco Central, mais o novo rumo que Pedro Parente dá à maior estatal, a Petrobrás - que já foi antro da bandidagem apurada pela Lava-jato. Mas quem segura essa barra é o Presidente, chefe deles.
Não ter aprovação popular é vantagem, porque faz o que é preciso, sem preocupação de perder o que não tem. O presidente Lula, quando recebeu de seu Ministro da Fazenda Palocci o projeto da necessária reforma da Previdência, em 2006, desistiu por ameaça das centrais sindicais de se mobilizarem contra o governo. Com medo de perder popularidade, Lula desistiu da reforma e o déficit se agravou geometricamente.
O ex-presidente disse agora, em sua campanha para 2018, que Temer gastou 14 bilhões para comprar a derrubada das denúncias de Janot. Boa parte da população acredita nisso, porque não sabe que emendas de parlamentares ao orçamento de 2017 têm que ser liberadas no mesmo ano. Nada que não estivesse no orçamento. A propósito, o Estadão mostra o cálculo do professor da FGV Carlos Pereira sobre os gastos políticos do governo com ministérios para partidos e emendas orçamentárias. Num índice de zero a 100 de custo da governança, Temer tem 15, Dilma chegou a 88 e Lula a 95. Conhecedor do Legislativo, Temer governa com o Congresso e vem obtendo resultados. Ano que vem, prevê o Banco Mundial, vai aumentar a onda de crescimento que já começou nas economias avançadas e nas emergentes. Isso reforça o impulso brasileiro. A previsão para o Brasil é de, no mínimo , 3% a mais no PIB, ano que vem. O Grande Eleitor de 2018 pode ser o crescimento e o emprego.
RETROCESSOS, NÃO
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) diz que vai sair até o fim do mês a Medida Provisória da reforma trabalhista. A torcida é que o governo não restabeleça a excrescência da contribuição sindical obrigatória.
Claudio Humberto
Claudio Humberto
METÁFORA CUBANA
Um homem morreu e foi enviado para o paraíso. Depois de um tempo, ele
ficou entediado com o paraíso, com o silêncio eterno, abundância de flores,
ausência de preocupações. Então ele pediu para deixá-lo visitar o inferno como
um turista. Deus concordou. No inferno ele viu pessoas jogando cartas, bebendo e fazendo amor. Ele gostou muito e ao retornar
ao paraíso pediu uma transferência para o inferno para sempre. Deus concordou.
Assim que ele apareceu no portão do inferno, os demônios o agarraram e o
empurraram para dentro de um barril com alcatrão quente.
"Pare! Eu estava aqui em visita e vi as pessoas bebendo run, bem
alimentados, jogando cartas, fazendo amor".
"Não confunda a área designada para turistas e sustentada pelo
Departamento de Propaganda com esta área aqui que é para residentes".
STÁLIN
Stalin e Pedro O Grande encontram-se noutro mundo:
- Diz-me
Stalin, em que estado é que deixastes a Mãe-Rússia ?
- A
Rússia é uma grande potência, é temida e respeitada pelos seus inimigos, tal
como tu antes de mim a deixastes.
- E
o exercito e a policia secreta?
- Continuam
fortes e poderosos.
- E
os batalhões dos Cossacos?
- Em
forma como dantes.
- Muito
bem! E as torres do Kremlin?
- Estão
em perfeito estado.
- E
a vodca ? Continua a 38 %?
- Não,
agora está a 40% !
- Então
me explica lá uma coisa, será que por causa de dois miseráveis graus era
necessário fazer aquela CARNIFICINA TODA !!!!
DIFERENÇA
P: Existe uma diferença entre "democracia" e
"democracia popular"?
R: Sim, é a mesma diferença entre um casaco e uma camisa de
força.
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