domingo, 25 de janeiro de 2015

“A nossa vida é repleta de contratempos. Só quem está morto não tem incômodos.” (Mim)

“Parece que ninguém mais quer ser infeliz sozinho, sempre arranja um jeito para infelicitar outros.” (Filosofeno)

“Já descobri que beleza interior ajuda a fazer amigas, mas aí não se pega ninguém. “ (Mim)

E como dizia o seu Nicanor...

Como dizia seu Nicanor, agricultor aposentado, bagaceira como quê, que enviuvou duas vezes, mas que não perdeu o bom humor: “Minha primeira namorada não beijava na boca, não fazia dengo, não havia preliminares entre nós. Terminamos de maneira trágica quando ela virou churrasco, presunto, salame e lingüiça.” (Mim)

“Ando tão ácido que meu cuspe está matando até grama sintética.” (Limão)

Um grande artigo de Roberto Pompeu de Toledo: ‘Horror, horror”

Publicado na edição impressa de VEJA
ROBERTO POMPEU DE TOLEDO
Inútil qualquer comentário. Já se comentou tudo o que se tinha de comentar sobre o massacre do Charlie Hebdo. Ao colunista que só agora chega ao assunto resta voltar ao começo. A cocker spaniel Lila andava para lá e para cá, cheirando um, aconchegando-se a outro. Lila habitava a redação do jornal satírico francês. Tem o pelo claro, como a Lady do desenho animado, e usava uma coleira com a inscrição “Charlie”. Era a manhã fatídica e ia começar a reunião de pauta da publicação. Momento que se contempla depois cheio de espanto é aquele que precede as tragédias. Como é que tudo podia estar tão no seu lugar? Como era possível estarmos tão distraídos, tão seguros, e como podiam as coisas seguir tão inabalavelmente nos trilhos da rotina? Os jornalistas iam chegando e como quaisquer bons colegas de firma, e não como dos mais malcomportados humoristas da França, desejavam-se feliz ano novo uns aos outros.
Uma palavra para quem não é do ramo sobre a instituição “reunião de pauta”. Claro que há exceções e elas podem ser tensas; também podem ser insossas ou aborrecidas. Mas, em geral, tais reuniões, nas quais se planeja a edição seguinte de uma publicação, são momentos agradáveis, daqueles raros em que está todo mundo junto, não cada um em seu canto, ou mesmo em sua casa, como é cada vez mais comum, e sem a correria e, não raro, a aflição, do momento oposto, na rotina das redações, que é o “fechamento”, caracterizado pela urgência de aprontar tudo nos prazos devidos. Se já é um momento relax nas redações em geral, mais ainda o será na de um jornal humorístico. Naquela manhã, como sempre, sucediam-se as brincadeiras e jogos de palavras entre a dúzia de jornalistas em torno da mesa. Stéphane Charbonnier, o Charb, o chefe da redação, notório pelas caricaturas de Maomé, garatujava numa folha de papel. Ele desenhava sem parar.
Sempre haverá alguma utilidade em voltar ao começo. Há uma dimensão do horror que só se alcança quando se dispõe dos detalhes – e alguns detalhes do episódio se tornaram disponíveis apenas na semana passada. Nossa narrativa é baseada principalmente no depoimento de dois jornalistas sobreviventes – Sigolène Vinson, prestado ao jornal Le Monde, e Philippe Lançon, ao jornal Libération. Philippe Lançon a certa altura se levantou e pegou seu casaco. Precisava sair. Mas não saiu. Nesse momento, ouviram-se dois estampidos. Os dois homens de preto haviam começado seu serviço. Ao forçarem passagem redação adentro, mataram o segurança que ficava à porta e feriram o profissional com que primeiro depararam, o webdesigner Simon Fieschi.
Tinham agora diante deles como peças de caça generosamente oferecidas, umas bem junto às outras, para lhes facilitar o trabalho, a redação quase inteira do Charlie Hebdo. Segundo o depoimento de Sigolène Vinson, eles não metralharam suas vítimas; atiraram em um por um. Philippe Lançon foi atingido na maçã direita do rosto. Caiu no chão e se fez de morto, pensando, diria, “que talvez estivesse mesmo morto, ou que logo estaria”. Sigolène Vinson arrastou-se pelo chão e conseguiu esconder-se atrás de uma mureta. Quando os tiros cessaram, ela ouviu passos que se aproximavam. Um dos homens de preto a localizara. Ele a olhou nos olhos e disse: “Não tenha medo. Nós não matamos mulheres. Eu te poupo e, já que te poupo, você lerá o Corão”.
Na sala de redação os corpos se amontoavam, todos com o rosto no chão, alguns caídos sobre outros. Sigolène vislumbrou entre eles uma mão que se erguia. Era Philippe Lançon, o rosto desfigurado, prensado entre dois corpos que o impediam de mover-se. Sigolène não conseguiu ajudá-lo. Philippe, que embora gravemente ferido está fora de perigo, só seria retirado mais tarde, pelas equipes de socorro. Carregado de maca, diria ele, “eu sobrevoei meus colegas mortos, Bernard, Tignous, Cabu, Georges (Wolinski), e de repente, meu Deus, eles não riam mais”. De todo o resto, o que ficou para Philippe Lançon, deitado no chão, foram as “pernas negras” dos matadores. Sigolène viu Patrick Pelloux, outro sobrevivente, inclinar-se diante do corpo de Charbonnier, acariciar-lhe a cabeça e dizer: “Mon frère” (Meu irmão). Lila, a cocker spaniel, corria com seus pequenos passos de mesa em mesa. Horror, horror.

Desmantelamento do modelo petista chega ao mercado de trabalho

É claro que o acúmulo de insucessos do petismo acabaria chegando ao emprego. E a coisa vai piorar. Assim como o tal “modelo” gerou um efeito positivo no mercado de trabalho — mas com prazo de duração —, o seu desmantelamento traria, igualmente, consequências.
Informa a VEJA.com: “O Brasil fechou 2014 com o pior resultado em criação de empregos desde 2002, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho (MTE) nesta sexta-feira. Foram criadas no ano passado aproximadamente 396.993 vagas de emprego, queda de 65% em relação a 2013, quando o saldo líquido foi de 1.138.562 postos de trabalho. O balanço do Caged aponta que o mercado de trabalho fechou 555.508 vagas em dezembro. Mesmo sendo um mês em que tradicionalmente há mais demissões que contratações, o número é o pior desde 2008 (corte de 654.946 postos). A mediana das estimativas de especialistas ouvidos pela agência Reuters era de  fechamento líquido de 500 mil vagas em dezembro”.
Pré-pacotão
E notem que esses números dizem respeito a um país pré-pacotão. Neste 2015, virão os efeitos da recessão programada por Joaquim Levy — mas fiquem tranquilos que isso, um dia, passa… Também virão as consequências da elevação da taxa de juros — 1,25 ponto desde que Dilma foi reeleita.
O mercado de trabalho é a última âncora que, digamos assim, segura o petismo. Os empregos que o seu modelo gerou sempre foram, no mais das vezes, de baixa qualidade, com baixa remuneração. Mas, claro!, melhor isso do que nada.
Como é mesmo aquela máxima da tautologia? As consequências sempre vêm depois! O “crescimento”, conforme o PT o planejou e executou, não era sustentável. Como sustentáveis não eram os seus efeitos. A falência de um modelo tardou a chegar ao mercado de trabalho, mas chegou.
Por Reinaldo Azevedo

ERIATLOV

“Quem mais achaca os salários dos trabalhadores é este governo de meia tigela, com a inflação e anacrônicas leis trabalhistas que oneram as empresas e que não caem no bolso de quem trabalha, mas fazem a alegria dos incompetentes agarrados nas tetas do estado e engordam as incontáveis sanguessugas da república sindical.” (Eriatlov)

Caio Blinder- Pelo amor de Deus


Pelo amor de Deus


Nosso homem em Caracas fez mais uma encomenda lá em cima
Um dos prediletos da coluna, Juan Arias, do jornal espanhol El País, pergunta: e se os governantes na América Latina deixassem Deus em paz? É uma canseira. Toda vez que estão em apuros e não sabem como resolver um problema, eles invocam a divindade para dar uma mãozinha. Caso não apelassem tanto e apregoassem menos que Deus é brasileiro (ou chavista), seria um milagre. Deus ficaria tão feliz com menos invocação, que talvez até chovesse ou papel higiênico caísse do céu como maná diretamente nas prateleiras dos supermercados venezuelanos.
***
Juan Arias, El País
Toda vez que os governantes, por exemplo na América Latina, se veem em apuros e não sabem como resolver um problema (muitas vezes criados por eles mesmos) invocam a Deus para que lhes facilite as coisas. Ou melhor, tentam convencer os cidadãos de que, no fim, será a providência divina quem irá tirar o pai da forca.
Na mesma semana, fizeram isso o recém-empossado Ministro de Minas e Energia do Brasil, Eduardo Braga, e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Só porque o crescimento está à beira da recessão, como confessou com realismo em Davos o ministro da Economia, Joaquim Levy, é que o Brasil ainda não sofre racionamento de luz.
No entanto, o novo ministro das Minas e Energia tranquilizou o país com essas palavras: “Deus é brasileiro e vai fazer chover e aliviar a situação”. Ao que parece, os técnicos de seu ministério “ficaram de cabelo em pé” ao ouvir o ministro, como escreveu um jornal brasileiro.
Em seus escritórios e dormitórios, os políticos são livres para cultivar suas devoções religiosas. O ideal, no entanto, é que deuses e santos fiquem ali, na intimidade
Quase lhe fazendo eco, na Venezuela o presidente Maduro, diante do problema da queda dos preços do óleo cru que tanto está afetando a já martirizada população, pediu aos venezuelanos que não se preocupem, pois “Deus proverá. Ele jamais faltou à Venezuela”.
Diante desse uso político do religioso por parte dos governantes incapazes de resolver eles mesmos os problemas de seu país, seria o caso de perguntar: por que não deixam Deus em paz?
Deus, para os que nele creem, não pode ser um coringa, sempre disposto a resolver os erros e incapacidades dos políticos.
Essa não é a função da fé e também não corresponde aos ensinamentos básicos do cristianismo, no qual tanto o ministro brasileiro como o presidente venezuelano se inspiram.
Ambos poderiam recordar que, nas Escrituras, Jesus respondeu a quem tentava envolvê-lo nos assuntos profanos da política com a frase que se tornaria célebre: “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Que os governantes se preocupem em resolver os problemas para os quais foram nomeados sem refugiarem-se nos braços de uma divindade e que deixem Deus em paz, pois sua missão nada tem a ver com os problemas dos políticos e menos ainda com suas insuficiências, erros e corrupções.
A fé dos que creem e a não fé dos agnósticos e ateus é muito mais importante, séria e pessoal do que os jogos do poder temporal.
No Brasil, os gabinetes dos políticos costumam estar repletos de virgens e santos, quase em uma corrida para demonstrar quem crê mais. Até a presidenta Dilma Rousseff, que nunca foi uma devota declarada, tem, ao que parece, quatro estátuas da Virgem Maria.
Em seus escritórios e dormitórios, ou onde preferirem, os políticos são livres para cultivar suas devoções religiosas. O ideal, no entanto, é que deuses e santos fiquem ali, na intimidade. Fora, em seu trabalho político, diante dos que lhe deram seu voto para governar, têm de se apresentar sem muletas religiosas protetoras que lhes sirvam de para-raios para seus erros e fracassos. Graças a Deus ainda não vivemos em Governos teocráticos, mas em estados laicos que, pela Constituição, sancionam a separação entre o poder político e religioso.

Cinco notas de Carlos Brickmann

Publicado na coluna de Carlos Brickmann
Lula está na muda. Silenciou quando sua invisível aliada Rose Noronha deixou de ser invisível e incomodamente apareceu no noticiário. Mais silente ficou quando viu que seus aliados no Governo foram decepados por Dilma.
Dilma está na muda. Silenciou quando teve de adotar as medidas que acusava Aécio de planejar. Mais silente ficou ao descobrir que seus caros aliados, a quem dedicou tanto carinho, confiáveis não são. E que seu próprio PT está rachado.
A Fundação Perseu Abramo, Lula desde criancinha, a acusa de aprofundar as tendências recessivas da economia com medidas conservadoras e ortodoxas – isso, em linguagem petista, é um insulto e tanto. Marta Suplicy, articuladora do movimento Volta, Lula, abriu fogo pesado contra Dilma. Maria do Rosário, que foi ministra de Dilma até outro dia, não se manifestou; mas seu marido, o também petista gaúcho Eliezer Pacheco, prefeito de Canoas, disse que Dilma enfrenta a crise achacando os assalariados, “como sempre fizeram os governos de direita”. E completa: “Sou PT, mas não sou cordeiro nem omisso (…) Não foi nisso que votamos (…) Não trairemos nosso projeto nem que a vaca tussa”.
E todos esses são petistas que, se encontrarem Lula em pessoa, terão de fazer enorme esforço para não cair de joelhos e, testa encostada no chão, voz embargada pela emoção, gritar beatificamente “Caramuru! Caramuru!”
O petista-mor José Dirceu, em seu blog, bateu duro em Dilma. Seu filho Zeca Dirceu fez pesado discurso na Câmara contra a corrupção. A vaca anda tossindo.
Dirceu sim, Lula não
Este colunista não gosta de coincidências. Há dias, soube-se que José Dirceu está ouvindo outros grão-petistas que não gostam de Dilma e estão sem voz no Governo. O processo pode levar à criação de nova tendência interna no PT, para assumir o comando do partido, que hoje não é exercido por Rui Falcão.
Pois não é que, em seguida, o Ministério Público pede (e obtém) a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Dirceu, de seu irmão e sócio e da sua empresa? Dirceu recebeu pouco mais de R$ 3,5 milhões de três empreiteiras investigadas no caso Lava-Jato.
OK – mas se é para investigar quem prestou consultoria às grandes empreiteiras, há um profissional ainda mais famoso, cujo relacionamento com as empresas vai a ponto de usar seus jatinhos e de ajudar a fechar negócios internacionais. É o ex-presidente Lula. Ou só Dirceu interessa à investigação? E por que?
A morte é a resposta
Dois atentados terroristas em Buenos Aires, ambos sem solução, eram investigados pelo promotor federal argentino Alberto Nisman. Um, contra a Embaixada israelense, em 1992, com 29 mortos; outro, contra a AMIA, entidade beneficente judaica, matou 85 pessoas. Em ambos os casos, houve acusações a grupos terroristas iranianos. Um dos acusados chegou a ministro da Defesa do Irã, embora com prisão determinada pela Interpol. O Governo argentino preferiu deixar pra lá, e o promotor Alberto Nisman chegou à conclusão de que tanto a presidente Cristina Kirchner quanto seu chanceler, Héctor Timerman, haviam trocado a impunidade do ministro da Defesa do Irã por petróleo e financiamentos. Nisman faria a denúncia no dia em que morreu com um tiro na testa.
Há duas possibilidades, ambas terríveis: a primeira, que o promotor, mesmo com policiais guardando seu apartamento, tinha sido assassinado; a segunda, que por algum motivo, bem no dia em que concluiria um trabalho de dez anos apresentando publicamente suas conclusões, suicidou-se. Nesse caso – e lembrando a pergunta do jornalista Alberto Dines, quando os militares insistiram na tese do suicídio de Vladimir Herzog – que é que lhe fizeram para que ele preferisse se suicidar? A que ameaças e pressões terá sido submetido?
O triste caso Timerman
O ministro das Relações Exteriores Hector Timerman, apontado como um dos responsáveis pelo acobertamento do caso, tem uma história interessante. Seu pai, Jacobo Timerman, era um dos mais importantes jornalistas da Argentina. Foi sequestrado pela sinistra polícia da ditadura e desapareceu. Hector, 23 anos, procurou o auxílio do rabino Marshall Meyer. O rabino Meyer decidiu procurar diretamente o temido comissário Miguel Etchecolatz, diretor de Investigações da Polícia. Num duro diálogo, ameaçado de morte por Etchecolatz, disse-lhe que era o pastor que procurava uma ovelha de seu rebanho, e sabia que Etchecolatz era o ladrão que a tinha levado.
Final da história: a Polícia reconheceu que Jacobo Timerman estava vivo e em seu poder. Ele acabou sendo libertado e advertido de que, se ficasse na Argentina, morreria. Foi morar em Israel, que lhe deu asilo, e escreveu um livro clássico: “Prisioneiro sem nome, cela sem número”. Hector Timerman virou político e chegou a chanceler – apenas para entregar ao Irã o direito de investigar os membros de seu próprio Governo acusados da morte de 114 pessoas.
Triste destino: seu pai, corajoso ao extremo, sobreviveu à ditadura. Ele, que tentando a subida desceu, pode ser derrubado pela voz de um morto.
Sugerir não ofende
O ministro do Trabalho, Manuel Dias, prevê demissões “em alguns setores”. Que tal começar as demissões por ministros e amigos que não trabalham?

APÓS GANHAR FAVOR MILIONÁRIO DO GOVERNO, EMPRESÁRIO DOA R$ 17 MILHÕES PARA CAMPANHA DE DILMA



Do blog do Políbio Braga

Em reportagem de capa que publica neste final de semana, a revista Época revela que no começo de 2013, o empresário Walter Faria, dono da Cervejaria Itaipava, a segunda maior do país, queria expandir seus negócios ao Nordeste, não conseguia dinheiro, até porque estava com a ficha suja em decorrência de autuações do fisco e de prisão por crime federal, mas acabou conseguindo financiamentos absurdos no Banco do Nordeste em troca de financiar com valores milionários a campanha de Dilma Roussef. Uma doação de R$ 12,3 milhões foi feita quatro dias depois da liberação de um empréstimo. Fria e sua Itaipava foram os quatro maiores doadores da campanha da candidata. Leia tudo com atenção:


A primeira parte do plano envolvia a construção de fábricas na região. Ele optou por erguer a primeira em Alagoinhas, na Bahia, em razão de generosos incentivos fiscais. 


Faltava o dinheiro para a obra, e conseguir crédito não seria uma missão fácil. Faria e seu Grupo Petrópolis, que controla a Itaipava, tinham nome sujo na praça – e uma extensa ficha policial. Deviam R$ 400 milhões à Receita, em impostos atrasados e multas por usar laranjas, além de notas fiscais. Em 2005, Faria fora preso pela Polícia Federal, acusado de sonegação fiscal. Ficou dez dias na carceragem da PF. Três anos depois, em outra operação da PF, Faria acabou denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção ativa, formação de quadrilha e por denúncias caluniosas. Segundo as investigações, Faria armara um esquema para retaliar os fiscais da Receita que haviam autuado sua cervejaria anos antes. 

Iria difamá-los. Contratara para o serviço ninguém menos que o operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza. A PF encontrou R$ 1 milhão na sede da Itaipava em São Paulo – dinheiro que, segundo a acusação, serviria para pagar chantagistas. Valério foi preso. Mas Faria perseverou.
Diante dessa ficha, qual banco toparia emprestar dinheiro para Faria e suas empresas? O Banco do Nordeste, o BNB, criado no governo de Getúlio Vargas para ajudar no desenvolvimento econômico da região – mas que, desde então, é usado com alarmante frequência para ajudar no desenvolvimento econômico dos políticos que mandam nele. 


Desde que o PT chegou ao poder, em 2003, o BNB, custeado com R$ 13 bilhões em dinheiro público, vem sendo aparelhado pelo partido. As previsíveis consequências transcorreram com regularidade desde então. Escândalos, escândalos e mais escândalos. O último deles, em 2012, revelado por ÉPOCA, derrubou a cúpula do banco após a PF entrar no caso – e deflagrou uma cascata de investigações dos órgãos oficiais, como a Receita, o Tribunal de Contas da União e o MP. Apesar disso, o aparelhamento petista no BNB perseverou, como Faria perseverara. Ambos perseveraram porque partidos como o PT precisam de empresários como Walter Faria, e empresários como Walter Faria precisam de partidos como o PT.


No segundo mandato de Lula, Faria, segundo fontes do PT e no BNB, tornou-se próximo dos líderes do partido, como o ex-presidente da República e o tesoureiro informal da legenda, João Vaccari. E manteve essas boas relações. Pelas leis da política, a história que se narra a seguir – fundamentada em documentos internos do BNB, relatórios do TCU e entrevistas com os envolvidos – era inevitável. Ainda no começo de 2013, Faria conseguiu obter do BNB um empréstimo de R$ 375 milhões para construir a fábrica na Bahia. Naquele momento, a nova cúpula do BNB, sob o trauma recente do escândalo que derrubara a diretoria anterior, relutava em fazer negócio com Faria. O então presidente do banco, Ary Joel Lanzarin, fez questão de que Faria apresentasse garantias sólidas para o empréstimo. Exigiu uma garantia conhecida como carta-fiança, em que outro banco garante cobrir o valor devido em caso de calote. Para quem empresta, como o BNB, é um ótimo negócio – praticamente zera o risco de calote. Para quem recebe o dinheiro, nem tanto. Uma carta-fiança tem um custo anual, que varia entre 0,5% e 3% do total do empréstimo.



Durante as tratativas, Faria reclamava. Dizia que perderia muito dinheiro com a carta-fiança. Mas capitulou. Ao fim, obteve dois empréstimos, ambos sob as mesmas condições. O de R$ 375 milhões seria destinado à construção da fábrica em Alagoinhas. Outro, fechado depois, em abril de 2014, no valor de R$ 452 milhões, serviria para construir outra fábrica da Itaipava, em Pernambuco. No total, portanto, Faria obteve quase R$ 830 milhões do BNB. Cada empréstimo tinha como principal garantia uma carta-fiança, que cobria integralmente o valor emprestado pelo BNB. Faria teria juros baixos, 11 anos para pagar e dois anos de carência para começar a devolver o dinheiro. Os técnicos do BNB classificaram a operação como segura, em virtude da carta-fiança.


Em conversas com os diretores do BNB, no entanto, Faria não desistia de rever a garantia da carta-fiança. Queria porque queria que o banco abdicasse dela, topando ter como principal garantia as fábricas construídas com o dinheiro emprestado. Faria dizia, nesses encontros, que a exigência da fiança lhe custava o equivalente a 2% do valor dos empréstimos – o equivalente a quase R$ 17 milhões ao ano. Para o BNB, era um pedido aparentemente impossível de atender, como seria para qualquer banco privado. Ainda mais porque, pelo contrato de empréstimo, os juros eram pré-fixados. Ou seja: o BNB não poderia compensar a garantia pior com um aumento nos juros do empréstimo. Segundo as regras do Banco Central e três especialistas de três grandes bancos, se o BNB aceitasse as condições de Faria, teria de rebaixar internamente a classificação de qualidade do empréstimo. Essa medida é obrigatória e forçaria o BNB a reservar dinheiro próprio para pagar ao menos parte da dívida de Faria, caso ele desse calote. No jargão do mercado, isso se chama “provisionamento”. Nenhum banco toparia fazer isso. É um péssimo negócio. “Nunca vi alguém aceitar algo parecido”, diz um economista que trabalha com esse tipo de operação para um grande banco brasileiro.


Mas o impossível é sempre uma possibilidade na política brasileira. Ainda em abril de 2014, Ary Lanzarin, o presidente que tentava moralizar o BNB, deixou o cargo. O PT pressionava para voltar ao comando absoluto do banco. A presidente Dilma Rousseff aceitou. As diretorias do BNB foram entregues novamente a afilhados de políticos petistas, como o ministro da Defesa, Jaques Wagner. Procurado por ÉPOCA, Wagner preferiu não comentar o assunto. O jogo mudara.


Meses depois, no auge da campanha à reeleição de Dilma e dos esforços de arrecadação dos petistas, Faria conseguiu o impossível. No dia 10 de setembro, protocolou o pedido de dispensa da fiança do empréstimo da fábrica na Bahia. Uma semana depois, o pedido foi analisado – numa velocidade espantosa para os padrões de um banco tão lento e burocrático quanto o BNB. Num intervalo de pouco mais de 24 horas, o pedido passou por cinco instâncias do BNB e foi aprovado pelo Conselho de Administração do banco, segundo os documentos obtidos por ÉPOCA. Estava no papel: o BNB aceitara, em tempo recorde, abdicar de uma garantia 100% segura por outras mequetrefes, se comparadas à carta-fiança. De quebra, teve de reservar R$ 3,6 milhões no balanço – o tal “provisionamento” – para cobrir o mau negócio que fechara.


Alguns técnicos do banco não gostaram da solução encontrada. Para demonstrar insatisfação, deixaram claro que a dispensa da fiança não seria inócua para o BNB. Em um documento interno obtido por ÉPOCA, funcionários afirmaram: “O nível de risco atualmente corresponde a 8,75 (AA), quando considerada a fiança bancária. Quando considerada a garantia hipotecária do complexo industrial, passa a ser 6,05 (B)” (leia abaixo). Fica claro que a substituição da fiança só interessava mesmo a Faria. A decisão do BNB também contrariou frontalmente uma das principais cláusulas que permitiram a assinatura do contrato: “Outras instituições financeiras de primeira linha estarão comprometidas com o projeto durante o prazo de 11 anos, visto que a fiança que comporá a garantia da operação terá vigência por todo o período do financiamento”.


No dia 29 de setembro, apenas 12 dias após seu Grupo Petrópolis obter o impossível no BNB, Faria depositou R$ 5 milhões na conta da campanha de Dilma. Até o dia 3 de outubro, a campanha dela receberia outros R$ 12,5 milhões. No total, Faria doou R$ 17,5 milhões. Tornou-se, assim, o quarto maior doador da campanha da presidente. É aproximadamente esse valor que Faria gastaria com as fianças anuais dos dois empréstimos. O pedido para que o segundo empréstimo, o da fábrica em Pernambuco, também seja dispensado da carta-fiança será feito em breve. Segundo fontes na cúpula do BNB, está encaminhado para ser aprovado.


Procurado por ÉPOCA, o Grupo Petrópolis afirmou, por meio de nota, que a dispensa da fiança gerou economia para a empresa, mas não disse quanto. Afirmou ainda que a fiança foi substituída por outras garantias com “valores até maiores”. Ainda de acordo com a nota, Faria conhece Vaccari, mas negou ter pedido ajuda a ele ou a qualquer pessoa para que a fiança usada no empréstimo do BNB fosse dispensada. Disse, ainda, que todas as doações à campanha da presidente Dilma cumpriram as regras eleitorais. Também por meio de nota, Vaccari disse jamais ter tratado do interesse de qualquer empresa com o BNB. O presidente do BNB, Nelson de Souza, afirmou que a substituição da fiança está prevista nas regras do banco e que nunca esteve com o empresário Walter Faria. Disse, no entanto, que o empresário já esteve com dirigentes do banco para tratar assuntos do interesse dele.

“Nada mais deprimente que ver um ignorante conformado.” (Filosofeno)

“Não temo o amanhã, já basta o hoje para me tirar o sossego.” (Pócrates, o filósofo dos pés sujos)

“Já que não posso ser bonito escolhi não ser ignorante.” (Assombração)

“Uma briga entre Lula e Dilma não seria briga de cachorro grande. Seria uma batalha entre uma língua imensa e incoerente e o vazio estapafúrdio.” (Eriatlov)

“Tem gente que acha que a melhor coisa do mundo é pudim. Ora, todos sabemos que a melhor coisa do mundo é sagu de vinho com merengue,muito merengue.” (Fofucho)

“Eu sei que sou um cão. Não entendo porque alguns me tratam como seu eu fosse uma criança. Você já viu alguma criança erguendo a perninha para mijar?” (Bilu Cão)

“Para depois ser um santo ainda preciso pecar muito.” (Mim)

MANTRA PETISTA: "Companheiros, empregai-vos uns aos outros."

O AMOR DOIDO- “Eu e ela, unidos pelo manicômio.” (Chico Melancia)

“Nunca mais me senti sozinho depois que comprei um espelho.” (Al Zen Haimer)

“Aumento do valor da energia elétrica. Dilma deu um choque elétrico na bunda de todos os brasileiros.” (Eriatlov)

“Ontem dei uma paquerada lá no PET. Mas preciso ficar esperto senão a minha dona me castra.” (Bilu Cão)

“Se sou feliz? Sou mais feliz que cachorro comendo picanha.” (Mim)

"Aqui na vila chamam a minha mulher pelo sugestivo apelido de 'perereca em chamas'." (Climério)

No Vale do Eco quando você grita, ‘Dilma’! ele responde: ‘incompetente!’

Rei tolo


Rei tolo

Para quem pensa somente em si e no poder
Pouco importa como será o amanhã dos outros
Assim sendo a total desconstrução da nação
O abraço dado na mediocridade
Em detrimento da qualidade e sapiência
Faz fugir os sábios do embate
E subir ao trono o tolo dos tolos
Manipulado pelos bajuladores
Crendo ser ele o iluminado
E mais esperto que Maquiavel.