O Itamaraty sob o governo do PT merece a alcunha de “anão diplomático”. A acusação é legítima. Já a endossei aqui, e hoje foi a vez de Demétrio Magnoli concordar em sua coluna. Diz ele:
O Brasil
converteu-se num anão diplomático desde que, 11 anos atrás, Lula
inaugurou a sua “nova política externa”. [...] Desde que subiu a rampa
do Planalto, Lula conferiu à política externa as funções de promover o
seu prestígio pessoal e de atender às idiossincrasias ideológicas do PT,
contrabalançando no plano simbólico a ortodoxia do governo no terreno
da economia. Dilma Rousseff persistiu na linha de seu patrono,
subtraindo apenas a primeira das funções (afinal, dois sóis não devem
brilhar no mesmo firmamento). O produto final do desprezo pelo interesse
nacional está sintetizado na expressão pouco diplomática de um “sub do
sub do sub do sub do sub do sub” que não foi desmentida por nenhum de
seus (supostos) seis chefes.
[...] A
inconsistência tem o condão de destruir a credibilidade diplomática dos
países que negociam princípios. O Brasil calou-se diante da anexação da
Crimeia pela Rússia, violando os princípios constitucionais da “não
intervenção” e da “igualdade entre os estados” com a finalidade
mesquinha de não desagradar a Vladimir Putin pouco antes da cúpula do
Brics em Fortaleza e Brasília. Pelo mesmo motivo, logo após o
encerramento da reunião, fechou-se em constrangedor mutismo diante da
criminosa derrubada da aeronave da Malaysian Airlines no leste da
Ucrânia. O anão diplomático não distingue o certo do errado: age caso a
caso, segundo tortuosas conveniências políticas e deploráveis tiques
ideológicos.
Pois bem: a mais nova decisão do “anão
diplomático” foi liberar US$ 150 milhões do nosso dinheiro para
financiar obras no aeroporto… de Cuba! Como se nossa Infraero fosse um
exemplo de eficiência aqui em nosso país, e não uma estatal merecedora
do apelido carinhoso Infrazero.

Aeroporto cubano vai receber $ 150 milhões do BNDES. Fonte: GLOBO
Está sobrando dinheiro, Dilma? Vale tudo
para ajudar os camaradas cubanos e, por tabela, o grupo Odebrecht, um
dos maiores do Brasil? Não bastou emprestar a taxas camaradas mais de
US$ 1 bilhão para a ditadura cubana modernizar o Porto de Mariel, usado,
segundo várias denúncias, como ponte para o tráfico de drogas
internacional?
Mas não é tudo. Recentemente, o governo autorizou
a doação de até R$ 25 milhões para a Autoridade Palestina Nacional. Não
foi suficiente tomar um partido no conflito e condenar unilateralmente
apenas Israel, ignorando os atos terroristas do Hamas. Foi necessário
mandar nosso suado dinheiro para os palestinos, quem sabe para a
construção de novos túneis que auxiliam os terroristas e que o governo
de Israel tenta destruir para proteger sua população civil…
Nunca antes na história deste país o brasileiro decente sentiu tanta vergonha de ser brasileiro!
Rodrigo Constantino