“Ou mudamos ou falimos. Não estamos mais aceitando petistas, comunistas e sindicalistas aqui no inferno. Não querem cortar lenha, não cuidam da caldeira, é reunião em cima de reunião, boquinhas e viagens para simpósios toda semana. E todo dia tem um desgraçado me pedindo que nomeie um parente. Deus que os carregue!” (Satanás Ferreira)
terça-feira, 13 de março de 2018
SATANÁS RECLAMANDO
“Ou mudamos ou falimos. Não estamos mais aceitando petistas, comunistas e sindicalistas aqui no inferno. Não querem cortar lenha, não cuidam da caldeira, é reunião em cima de reunião, boquinhas e viagens para simpósios toda semana. E todo dia tem um desgraçado me pedindo que nomeie um parente. Deus que os carregue!” (Satanás Ferreira)
DESESPERANÇA
O pote da desesperança está aberto.
O chapéu do desalento cai sobre os que pensam com
clareza
Que país
Que país de sanguessugas!
CIRROSE
No
embalo de todos os dias
À
embriaguez ele não renuncia
O
corpo abre os olhos
Já
pedindo glicose
Ou
mesmo por uma nova dose
Enquanto
pacientemente espera pela cirrose.
MARIA LOUCA
Para
onde se voltam seus olhos gananciosos?
Pergunta
o povo Maria Louca
O
que vês além do baú do tesouro
E
dos seus interesses mais mesquinhos?
Ou
será medo da espada da justiça?
A
nação das araucárias não mais te saúda Maria Louca
E
até as gralhas ficam repugnadas quando ouvem a tua voz.
LOBO
Muitas
vezes o mal se maquia
O
lobo se torna ovelha
E
através de manipulações e língua ferina
Tenta
fazer da verdadeira ovelha
O
ser que na verdade ele é.
SERVENTIA
Labutar num escritório
Nem pensar pelo tédio
Trabalho braçal
Achava pesado
Tentou ser cantor
Mas não tinha voz
Tentou ser ator
Porém não tinha talento
Então resolveu ser chupim de político
Trabalho que serve para qualquer jumento.
ANSIEDADE
Ansiedade
é um monstro
Que
apavora o futuro
De um
feto chamado fato
Muito
antes de nascimento.
O CAMELO ANSELMO
O homem santo disse: “É mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus. Pois o teimoso camelo Anselmo tentou, tentou e não conseguiu passar no buraco da agulha. Furioso mandou o homem santo à merda e que fizesse bom proveito da agulha costurando uma nádega na outra.
MUNARO
Munaro era um homem pequeno que se tornou triste. Viúvo recente, não tinha mais prazer na vida. A depressão foi tomando conta do pequeno corpo dele; os remédios não o ajudaram. Por fim, no último domingo ele deu cabo da vida se enforcando num bonsai.
TRAÇA
Havia uma traça de meia idade ainda solteira e já cansada de viver só. Certa manhã acordou bem disposta e determinada como nunca; pegou uma caneta e fez um traço. Pronto, arranjou um marido.
LANCHINHO
Uma multidão se reuniu em volta do homem que sentado na calçada se alimentava. Usava maionese, ketchup e mostarda como incremento. Protegia sua camisa com um guardanapo de pano xadrez. O que teria de especial um homem fazendo seu lanche na calçada? Nada teria se ele não estivesse se alimentando de paralelepípedos.
OLAVO
Olavo sempre descontente, nojento, bufando infeliz pelos cantos, bebendo e jogando. Com trinta e cinco anos ainda não havia se encontrado; lugar algum era o seu lugar, todos eram um lixo. Nada estava bom, azedume para dar e vender. Finalmente aos quarenta anos ele se encontrou, porém não deu certo, pois seu eu também já não era o mesmo. Acabou em suicídio.
ADAMASTOR
Metido ele sempre fora, não pedia licença para ninguém, era o pai do tal pé no saco. Então Adamastor chegou ao bar do Nilo na tarde de sexta-feira e bebeu todas sem pestanejar. Começou então a torrar a paciência do proprietário que manteve a calma. Incomodou pra cacete. Mas aí além de ser um mala resolveu abusar e beber também a dos outros. O Neco Guarda-Roupa pegou ele e o fez entornar um copo de água sanitária além de trinta tapas em cada orelha. Ontem foi pego entrando numa reunião do AAA.
MODISMOS
“Há tantos modismos por aí, coisas fúteis sem pé nem cabeça que nada acrescentam para nossas vidas. É necessário filtrar informações, escolher bem o que vamos ver e ouvir, senão a vida passa e acabamos não aprendendo nada.” (Filosofeno)
COMPETIÇÃO DA BOA
“Considero competição válida e interessante, e gostaria que fosse travada por todos os humanos diariamente: o duro combate para fugir da ignorância.” (Filosofeno)
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