terça-feira, 24 de março de 2015

OS SÓSIAS DE SADDAM

OS SÓSIAS DE SADDAM

Os oito sósias de Saddam estão reunidos em uma das bancas no centro de Bagdá. Tariq Aziz, o vice-primeiro-ministro,chega e diz: "Eu tenho uma notícia boa e uma má notícia." Eles pedem a boa notícia em primeiro lugar.
Aziz diz: "A boa notícia é que Saddam ainda está vivo, então todos ainda têm emprego."
"E a má notícia?" eles perguntam.
Resposta de  Aziz, "Ele perdeu um braço."

EU, COXINHA por Katia Schmidt Filgueras. Artigo publicado em 24.03.2015

Eu sou da elite. Médica. Branca. Ganho mais de dez salários por mês. Legítima coxinha. Qual dessas características me desqualifica para manifestar minhas contrariedades contra esse ou qualquer governo que seja? Ah! É médica, filhinha de papai, estudou nas melhores escolas, ganhou carro do paizinho quando entrou na faculdade, “nunca precisou pescar”... Idiotices. Não foi assim. Estudei a vida inteira em escola pública (inclusive a faculdade) e não foi por exercício de sociologia dos meus pais. E mesmo que tivesse sido dessa forma estereotipada que tanto se alardeia, uma vaga num curso de medicina não cai na cabeça da gente feito merda de pompo. Há que se ter certo mérito e esforço, por mais dinheiro e boa formação que se tenha.
O mesmo vale para grandes empresários, donos de indústrias, comerciantes, representantes do agronegócio, etc. Ninguém chegou onde chegou, sem arriscar, sem empreender, sem esforço, sem mérito. Essas pessoas não foram agraciadas por Deus com torneiras de ouro por onde jorra dinheiro fácil, como parecem acreditar tantas pessoas (até alguns ditos intelectuais) de uma puerilidade quase cômica, se não fosse ridícula. Ganho mais de dez salários. Estudei (e muito). Ainda estudo. Trabalhei e trabalho para isso. Contribuo proporcionalmente à minha renda.
Quero e exijo o bom uso do dinheiro dos meus impostos. Que esses sejam revertidos em saúde, educação, segurança pública, transporte e infraestrutura. E que eu, como toda a população, possa usufruir de tudo isso. E que o meu dinheiro, dos meus impostos, sirva para proporcionar uma educação pública de excelência a todos aqueles que não têm as mesmas condições que eu hoje tenho. Para que pobres, brancos, negros ou mestiços, disputem em pé de igualdade as vagas nas universidades. Mesmo que eu não utilize o sistema público de saúde, exijo que o SUS seja, de fato, aquele que consta na Lei Orgânica da Saúde. Universal e INTEGRAL. E não esse arremedo desumano que massacra os mais pobres e desanima os profissionais de saúde.
Quero ver o dinheiro dos meus impostos de coxinha revertidos na saúde dos pacientes do SUS. Para que meus pacientes do SUS, não tenham de esperar meses por um exame, na suspeita de um câncer. Para que eu, como tantos outros médicos coxinhas, não tenhamos de continuar lamentando todo dia um diagnóstico tardio em nossos pacientes. NOSSOS pacientes. Pois, quem olha nos olhos das pessoas para dar diagnósticos infelizes, somos nós. Não é o governo. Não são aqueles que a cada quatro anos aparecem na TV pedindo votos e vendendo mentiras. Somos nós! E nós, a elite, temos todo o direito de exigir. Pagamos, como pagam todos, e não temos retorno. Quem vende a ideia de que nós, da dita elite, somos contra bolsa família e benefícios assistenciais, ou a ascensão social dos pobres, é idiota. Aqueles que divulgam o discurso mentiroso de que quem vive em melhores condições sociais e econômicas, o faz a custa do sofrimento dos mais desfavorecidos é alienado ou cafajeste. E é mais do que hora de adjetivarmos adequadamente as coisas.
Temos sido demasiadamente coniventes com o incentivo contínuo a luta de classes em nosso país. Temos aceitado por anos que gente mal intencionada, ou meramente ignorante e doutrinariamente alienada, repita insistentemente esses descalabros nas redes sociais, na imprensa, nas escolas de nossas crianças, nas universidades, em discursos de palanque. É preciso dar o basta. A elite (e que fique bem entendido, “elite”, para os adoradores do termo, não guarda qualquer relação com a condição econômica, eles “colam” o “elite” em quem quiserem, da forma que bem entenderem) precisa exigir mais, e se manifestar mais. Ganharemos nós, os coxinhas, com nossos impostos melhor investidos? Com governos mais responsáveis? Com políticos menos corruptos? Com o crescimento econômico? Com toda certeza. E ganharão os miseráveis, os muito pobres e a classe média baixa também. Só cegos e idiotizados é que não são capazes de enxergar isso. Que fiquem eles com a guerra, que há de ser perdida, da luta de classes. Fiquemos nós com a luta por um país decente para todos. Inclusive para eles. Kátia Filgueras.
* Médica. Erechim/RS
 

O ANTAGONISTA- O milagre de Edir Macedo

O Antagonista aprendeu que mentir e trapacear são pecados para os cristãos em geral, não importa se para católicos, protestantes ou evangélicos made in Brazil. Mas o bispo Edir Macedo, da Universal, vem demonstrando que Deus não apenas perdoa, como aprova a mentira e a trapaça.
Para construir o seu "Templo de Salomão", em São Paulo, de quase 700 milhões de reais, a cuja inauguração compareceram políticos de todos os partidos, ele passou dados técnicos mentirosos sobre o edifício à prefeitura, a fim de obter o alvará de construção. Agora, negocia com o município para pagar multa de quase 100 milhões de reais.
A mentira saiu caro? Não, porque aí entra em cena a trapaça diária que rende uma dinheirama ao neo-Moisés, e o torna capaz de absorver sem traumas qualquer punição pecuniária.
Edir Macedo operou o milagre de convencer Deus a mudar os seus próprios valores morais. Edir Macedo, enfim, transformou Deus em brasileiro.

O ANTAGONISTA- O PT nos enlouquece

Nicolao Dino, subprocurador-geral da República, apontou mais um problema dos acordos de leniência da CGU com empresas corruptas, feitos ao largo da Justiça. O trato, no plano administrativo, pode ser contestado pelo MP e, assim, a empresa estará suscetível a ser condenada. "Ou seja, o mesmo Estado que dá com uma mão tira com a outra. É um Estado esquizofrênico."
O Antagonista conclui: o PT enlouquece o país.

O ANTAGONISTA- Bye, bye, PMDB

Você sabe que um governo acabou quando o PMDB abandona o navio e se dispõe até mesmo a pregar a racionalidade contra quem apoiava.
Em discurso na Confederação Nacional da Indústria, o senador Renan Calheiros disse que o Congresso não aprovará o ajuste fiscal da maneira como foi proposto pelo governo -- baseado em alta de impostos e sem cortar de verdade na carne.
Disse Renan, que atua em dobradinha com o deputado Eduardo Cunha: "Se aplaudimos recentemente o Mais Médico, está na hora do programa 'Menos Ministérios'; 20 no máximo, menos cargos comissionados, menos desperdício e menos aparelhamento."
O uso da palavra "aparelhamento" foi uma amostra da cal que o PMDB vai usar no enterro do PT.

A GRANDE MARCHA EM BUSCA DA BOSTA MILIONÁRIA- Fezes humanas contêm ouro e outros metais preciosos, diz estudo

Fezes humanas contêm ouro e outros metais preciosos que poderiam valer centenas de milhões de dólares, afirmaram pesquisadores na segunda-feira. O desafio, agora, é saber como recuperá-los. A geóloga Kathleen Smith, da US Geological Survey, explica os depósitos de metais no esgoto: "Há metais em todos os lugares: nos produtos para o cabelo, detergentes e até em nanopartículas usadas em meias para evitar maus odores".
Leia mais...http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/fezes-contem-ouro-e-metais-preciosos-diz-estudo-02

Se arrependimento matasse...- Só 7,5% aprovam desempenho de Dilma no 2º mandato

Rodrigo Constantino- Educação ou panaceia?


Educação ou panaceia?

“Criar pessoas com elevada qualificação em países onde a atividade mais rentável é pressionar o governo por favores não é uma fórmula de sucesso.” (William Easterly)
Poucos pontos são tão consensuais como o caráter milagroso atribuído à educação para o crescimento econômico e prosperidade de um país. Mas será que tal senso comum encontra respaldo nos fatos? O economista William Easterly, que atuou por anos no Banco Mundial, tenta responder essa questão em um capítulo do seu livro O Espetáculo do Crescimento, cuja premissa base é que os indivíduos reagem a incentivos. No mínimo, o autor consegue forçar uma saudável reflexão.
Através de vários estudos estatísticos, Easterly conclui que a resposta do crescimento econômico à expansão educacional dramática nas últimas décadas tem sido bastante desapontadora. A causa do suposto fracasso das medidas governamentais em prol da educação é, segundo o autor, o fato de que os indivíduos respondem aos incentivos, e se estes não estiverem presentes para um investimento no futuro, expandir a educação terá baixo valor. Em resumo, investir em certas habilidades onde não existe tecnologia disponível para seu uso não irá garantir crescimento econômico.
Como exemplo, Easterly cita os avanços no capital humano de determinados países africanos, ainda que largando de uma base baixa, que não foram correspondidos por elevado crescimento econômico. Em contrapartida, o Japão, que não experimentou um crescimento expressivo no seu capital humano, viveu uma forte aceleração econômica. Estatisticamente, não há correlação entre crescimento nos anos de escolaridade e aumento da renda per capita. Alguns estudos apontam, de fato, que um investimento no ensino básico pode surtir um efeito positivo no crescimento econômico, por determinado período. Mas isso está longe de ser a garantia de sucesso de uma nação a longo prazo, em termos de prosperidade. A conclusão é que a educação parece mais uma fórmula mágica que falhou na entrega das expectativas.
Na verdade, não é tão complicado entender a lógica disso. Quando o ambiente é hostil ao empreendedorismo, quando os incentivos para o investimento no futuro não estão presentes, e quando falta uma competição calcada no livre mercado, o indivíduo mais educado ou irá migrar para um país mais favorável ou irá ceder aos encantos da “amizade com o rei”. No primeiro caso falamos do conhecido brain drain, onde vários indivíduos de bom intelecto partem para países mais livres e com maiores oportunidades de emprego. Basta lembrar da quantidade de cubanos, brasileiros e indianos com bom preparo que migraram para os Estados Unidos. No segundo caso, temos vários exemplos de que, quando o governo não cria as oportunidades devidas para a geração de riqueza, o ensino perde valor, dado que as atividades valorizadas são apenas as ligadas à redistribuição de riqueza. Passar em um concurso público ou obter um favor político e ser um burocrata compensa mais que disputar como engenheiro uma vaga no setor privado.
A grande falácia dos que depositam fé messiânica na educação imposta e financiada pelo Estado é que ignoram os incentivos individuais, partindo da premissa estranha de que os próprios indivíduos vão escolher algo pior para si. Ninguém mais que o próprio pai vai querer o melhor para seu filho. Como acreditar que políticos distantes, em busca de votos, vão realmente querer o melhor para o indivíduo em si? Logo, se o pai prefere a ajuda imediata do filho na roça em vez de investir na sua educação, é provavelmente porque a educação tem um baixo valor esperado, e não compensa o custo. Essa é a conclusão de estudos da própria Organização Internacional do Trabalho. Forçar crianças a freqüentar a escola sem ter uma contrapartida de valor esperado positivo para tamanho investimento parece ser uma medida inócua. Isso sem falar da questão sobre qual educação será oferecida quando o Estado toma conta de tudo, já que vemos em muitos casos uma verdadeira doutrinação ideológica em vez de educação de fato.
Em outras palavras, criar gente qualificada onde não há demanda por gente qualificada pode representar um desperdício, fora o risco de doutrinação ideológica por parte do governo. Como exemplo sintomático, podemos pensar nos taxistas engenheiros, ou mesmo em prostitutas com diploma, além da migração para outros países, como já foi dito. Comparar as duas diferentes partes da Alemanha nos tempos da Guerra Fria é elucidativo. Os povos tinham a mesma educação, mas o diferente grau de liberdade econômica fez a ocidental prosperar, enquanto a oriental ficava cada vez mais miserável.
Não pretendo desmerecer o investimento em educação. Ele parece ser fundamental, ainda que não seja uma condição suficiente para o progresso. Mas a educação parece estar longe de ser o milagre que muitos acreditam, como se bastasse mais investimento estatal nesse setor para que o Brasil virasse uma Suíça. Sinto dizer, mas não é o caso. Sem ambiente favorável aos negócios, possível com maior liberdade econômica, teremos apenas subempregos com diplomas. Mas o povo ainda será muito pobre. Afinal, a educação, sozinha, não faz milagre. Não é essa panacéia que tantos acreditam.
Texto presente em “Uma luz na escuridão”, minha coletânea de resenhas de 2008.

“Detesto o comunismo. Detesto gaiolas e não como alpiste. Também não como na mão dos outros. Não quero que o estado tutele o meu modo de viver. O que não sei busco saber. Não quero censura sobre o que quero ver ou ler. Só quero pilhas novas no meu controle remoto.” (Eriatlov)

Embaixadora da Venezuela vai a evento na UERJ em apoio à Revolução Bolivariana

É realmente um espanto! Primeiro, a infindável estupidez ideológica de alguns, que insistem em acreditar no fracassado socialismo, do século 20 ou 21, tanto faz; segundo, a incapacidade dessa gente de aprender com o escancarado fracasso recente do modelo venezuelano; terceiro, a doutrinação ideológica que corre solta em nossas escolas e universidades, e que até hoje não contou com a devida reação dos pais que precisam proteger seus filhos de tanto lixo ideológico; quarto, a repetição por parte da esquerda “moderada”, mesmo depois de tanta prova, de que a direita é paranóica e inventa ameaças comunistas inexistentes; quinto, o fato de que tanta porcaria conta com a presença até da embaixadora da Venezuela no Brasil, sem que o Itamaraty diga uma palavra sobre o absurdo. Do que falo? Vejam com os próprios olhos:
Revolução Bolivariana

O que dizer disso? É vergonhoso que a UERJ se preste a esse papel. É lamentável que nossos estudantes ainda percam tempo com o socialismo e que façam propaganda de uma ditadura falida. É assustador ler o termo “imperialismo norte-americano” ainda sendo usado para justificar tanta podridão. É aterrador que a própria embaixadora venezuelana vá nesse evento e que nosso Itamaraty, capturado pelo PT, não se pronuncie contra isso e em defesa da democracia.
Mas tudo isso é esperado no Brasil, pois sabemos que foram décadas de lavagem cerebral em nossas faculdades. Quem nunca teve aquele professor recalcado, idiota, que repetia os slogans marxistas como se fossem verdades reveladas e que cuspia no “imperialismo estadunidense” com aquela baba branca escorrendo pelo canto da boca? A estupidez no Brasil teve um passado triunfante e tem um futuro promissor, a menos que as pessoas decentes resolvam dar um basta nisso. Eu acho que é hora de dar um basta, de reagir. E você?
PS: Só fico na dúvida se será servido feno de boa ou de má qualidade no evento. Depende do grau de escassez na Venezuela…
PS2: Um leitor meu foi direto ao ponto: Fácil ser esquerdopata caviar, estudando na UERJ. Quero ver ir morar na Venezuela, com falta de papel higiênico, racionamento de alimentos, miséria, ditadura, repressão, polícia matando manifestantes e prendendo oposição. Que beleza!
Rodrigo Constantino

"O cerco se fecha", por Merval Pereira

O Globo


 O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações judiciais da Operação Lava-Jato, tomou ontem medidas que podem ser decisivas para que novas provas surjam no processo do petrolão: aceitou a denúncia da Procuradoria da República contra o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, e o enviou para a cadeia do Complexo Médico Penal em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Não que tenham sido decisões isoladas contra Duque, ele está no grupo de 26 pessoas que passaram a ser réus da ação penal, e das 13 que foram transferidas da Polícia Federal para a cadeia pública. Mas Duque é a figura central neste momento em que a Operação Lava-Jato chega a um ponto crucial das investigações para provar que as doações “legais” ao PT pelas empreiteiras não passaram de um instrumento de lavagem do dinheiro desviado da Petrobras.

O ex-gerente Pedro Barusco, subordinado de Duque na Petrobras, está fornecendo detalhes que tornam verificáveis suas acusações, como as planilhas de distribuição de propinas com as datas, o que está permitindo ao Ministério Público comparar os dias de desembolso de verbas para as obras da Petrobras e a chegada de dinheiro na conta do PT, por exemplo.

Em novo depoimento tornado público ontem, deu detalhes sobre reuniões em hotéis no Rio e em São Paulo onde ele, Duque e o tesoureiro do PT João Vaccari faziam a divisão das verbas, e nas quais Vaccari trazia as demandas dos empreiteiros para a Petrobras. Como deu dia e hora das reuniões, a investigação poderá pedir aos hotéis as fitas de vigilância para constatar as reuniões.

E como disse que antes de chegar aos locais geralmente enviava mensagens de texto para Vaccari, será razoavelmente fácil verificar, com a quebra do sigilo, se as mensagens foram realmente trocadas, no dia e na hora das reuniões citadas. Como se vê, aos poucos o Ministério Público vai fechando o cerco para conseguir provas do que, a princípio, parecia difícil demonstrar: a lavagem de dinheiro desviado da Petrobras com a chancela do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O fato de apenas o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, ter ficado na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, a pedido do Ministério Público, pode indicar que a delação premiada daquele que é apontado como o presidente do Clube das Empreiteiras está a caminho.

Da mesma maneira, ter se tornado réu do processo faz com que Renato Duque esteja mais próximo do que nunca do momento de decisão sobre sua própria delação premiada. Indicado pelo PT, ele é a ligação direta das falcatruas com o partido governista, e pode revelar detalhes sobre a cadeia de comando do esquema ainda não desvendados totalmente nas investigações até agora.

Quando esteve na CPI da Petrobras e decidiu ficar em silêncio, Duque só saiu da postura combinada com seus advogados duas vezes: para falar sobre sua família, desmentindo que sua mulher tenha procurado a ajuda do ex-presidente Lula, e para pedir, quase com raiva, que não o confundissem com Pedro Barusco, seu ex-gerente que declarou tomar conta até das próprias finanças de Duque que, segundo ele, era muito desorganizado.

A raiva que Duque demonstrou ter de seu agora companheiro de processo penal só revela a indignação do ex-diretor com as revelações que Barusco tem feito. Enquanto este está em liberdade devido à delação premiada, Renato Duque está na cadeia, próximo de uma condenação que será mais rigorosa do que a do próprio delator.

A preocupação revelada por alguns ministros do STF com relação ao descasamento dos julgamentos dos políticos e dos empreiteiros só vai aumentar, pois a previsão é que até o meio do ano as primeiras sentenças do juiz Sérgio Moro estejam dadas, enquanto o STF ainda demorará a receber as denúncias do Procurador-Geral da República contra os políticos.

Isso significa que os empreiteiros e ex-dirigentes da Petrobras têm pouco tempo para decidir revelar seus segredos antes de serem condenados em primeira instância.

Sujeito multidão (José de Souza Martins)

Sujeito multidão (José de Souza Martins)

Fervilham as interpretações das manifestações da sexta-feira 13 e, sobretudo, da do dia 15, domingo. A primeira, manifestação de corporações sindicais de filiação ideológica e partidária explícita. A segunda, surpreendentemente, com certa característica de manifestação política de famílias, um fato novo na quadra histórica iniciada com a redemocratização do País. Para o estudioso do comportamento coletivo, a diferença e o conflito político e ideológico entre as duas manifestações não está na disputa em relação à legitimidade do mandato da atual presidente da República, como temeram os próprios membros do governo. O conflito se expressou na guerra de conceitos.


Sobretudo, do método de elaboração dos conceitos que procuram dar sentido ao embate entre os que estão do lado do governo e os que estão do “outro lado”. As partes confrontando-se na curiosa tentativa de adivinhar quem eram os manifestantes.


A multidão não precisa ter a identidade adivinhada. Ela não é o eleitor da última eleição, não é o branco da desqualificação proposta pela facção do governo, descabida numa sociedade que historicamente se reconhece como mestiça de múltiplas mestiçagens. A multidão é a multidão, identidade temporária e provisória que esgota sua significação e sua função na fração de tempo em que se manifesta nas ruas e no modo como se expressa. É um sujeito que se dissolve no fim da festa.


Pela frequência e pelas peculiaridades de suas demandas, vai ficando claro que a multidão é novo sujeito da sociedade brasileira. Novo sujeito do processo político em conflito com os velhos sujeitos, os da política como ação de estereótipos, os do cidadão aprisionado na camisa de força de conceitos rígidos forjados ainda na cultura da luta de classes. Mas multidão não é classe nem é raça. A multidão desconstrói o regime político dualista das facções antagônicas que a tendência antirrepublicana inaugurada em 2003 impôs ao País como ideologia dos pobres contra os ricos, dos negros contra os brancos, das elites contra o povo. São meias verdades de um pensamento partidário fundado num senso comum pseudossociológico que explica e justifica o que convém e descarta o que não convém.


As multidões que se manifestaram entre nós nos últimos tempos nem sequer são uma única e mesma multidão, embora se possa encontrar nelas o substrato unificador do descontentamento e de uma consciência social de impaciência com os abusos do poder, o mais motivador dos quais é o da corrupção. Mas também o da mentira. Cobranças dessas manifestações recentes, evidenciadas em cartazes rabiscados sobre a mesa da cozinha, cobram o que foi prometido e questionam o que foi omitido como simples técnica para enganar o eleitorado e obter o poder. Nesse sentido, as multidões foram às ruas para questionar não apenas a corrupção e a mentira, mas para questionar, também, a ambição de poder pelo poder, o propósito do poder sem a contrapartida do dever. Em suma, a multidão foi às ruas para questionar pacificamente, republicanamente, a traição aos princípios e valores da República e do republicanismo. Curiosamente, a demanda das multidões do dia 15 foi uma demanda claramente parlamentarista contra a decadente República presidencialista e hereditária.


A premissa de um dos ministros que impugnaram as manifestações populares logo após seu encerramento é a de que quem vota no partido do governo tem que ter com ele uma fidelidade de membro do próprio governo, embora nele não esteja, mais a de cúmplice que a de cidadão.


Concepção baseada no pressuposto de que a sociedade seria uma organização de duas bandas em que as pessoas são prisioneiras de uma banda ou de outra, e a própria sociedade dominada por um movimento pendular que reitera o mesmo. Essa é uma concepção pré-moderna e puramente teatral da realidade social e política. Por trás dessas ideias está a doutrina da luta de classes, na sua versão pré-marxista, ainda distante da interpretação propriamente dialética e sociológica das duas últimas décadas do século 19.


Os malabarismos explicativos para as manifestações de rua destes dias dizem muito mais respeito à inatualidade de um pensamento supostamente de esquerda que se extraviou nos descaminhos da vulgarização interpretativa. E, também, na desatenção ao fato de que a sociedade contemporânea e pós-utópica se tornou uma sociedade complexa e fragmentária. Os sujeitos concebidos anacronicamente como robôs da totalidade pétrea do dualismo interpretativo são mera e retrógrada ficção. Ninguém é o todo da classe social a que supostamente pertence porque, no fim das contas, ninguém pertence a nada. A classe só é substantiva em momentos muito singulares da história social e política. Esta já não é, propriamente, uma sociedade de sujeitos, mas de sujeitos alienados que vivem o tempo todo as incertezas da condição de objeto. Quando a sociedade entra em crise, como a nossa, agora, a própria crise os desperta para a lucidez desalienadora que se viu nas ruas do País.


(José de Souza Martins é sociólogo, professor emérito da Faculdade de Filosofia da USP e autor, entre outros, De linchamentos - a justiça popular no Brasil (Contexto))

AFINAL, HOUVE OU NÃO HOUVE FRAUDE NA APURAÇÃO DOS VOTOS DE DILMA E AÉCIO ?}



O editor disponibilizará a partir de amanhã um consistente trabalho sobre as eleições presidenciais do ano passado.

Houve denúncias de fraude.

Uma delas, a dos Correios, foi apurada e
constatada em auditoria do TCU, conforme notícia logo abaixo.

As denúncias de fraude na apuração eleitoral feita pelo TSE estão sendo apuradas pelo PSDB, que não tem liberado informações consistentes sobre o estágio em que se encontra o serviço.

O estudo que sairá a partir de amanhã, colocará sob cheque o sistema de urnas eletrônicas.

Como se sabe, o processamento do somatório na central do TSE estevge sob controle da Smartmatic, empresa com sede na Venezuela e cuja reputação não é das melhores. Basta digitar a palavra Smarmatic no Google e verificar o que se encontra ali.

O fato é que a Smartmatic, contratada pelo TSE para fazer o serviço, usou um algoritmo pequeno e malicioso, mas que deixou rastro.

Ao lado, acima, a curva de elocidade da apuração de votos por boletim. Sob este gráfico, outro material, este da Rede Globo, igualmente sobre a apuração eleitoral.

A questão central é que no momento em que a apuração chegou a 75 milhões de votos, o algoritmo entrou em ação, enviando votos de Aécio para Abstenção, algo como 55 milo votos a cada boletim emitido, até que Dilma superasse o tucano em 2,5 milhões de votos, com o que o processo entrou em desaceleração. A simples observação dos padrões de contagem permite verificar a fraude.

Tem mais.

RENAN SOBE O TOM E DIZ QUE AJUSTE, DA FORMA COMO ESTÁ, NÃO SERÁ APROVADO

Políbio Braga
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez um duro discurso nesta terça-feira contra a gestão de Dilma Rousseff, afirmando que o ajuste fiscal proposto pela petista ao Congresso não será aprovado como está.


Ele voltou a defender a redução à metade do atual número de ministérios. Disse o senador:


- O Congresso Nacional está pronto para fazer a sua parte. Não há como o Parlamento abrir mão de aprimorar o ajuste fiscal proposto pelo Executivo. O ajuste como está tende a não ser aceito pelo Congresso porque é recusado pelo conjunto da sociedade.


Renan Calheiros discursou em evento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que entregou a ele uma lista de prioridades da indústria para o Legislativo em 2015.


Proposto pelo governo Dilma com o abjetivo de reequilibrar as contas públicas, o pacote de ajuste fiscal pretende economizar R$ 67 bilhões ao ano, mas é atacado pelas centrais sindicais e por petistas, entre outros segmentos, por reduzir benefícios trabalhistas e previdenciários.


Afirmando que o momento é difícil e grave, Renan disse que cabe ao Executivo dar o exemplo e cortar na carne. Para isso, voltou a defender uma das bandeiras da oposição nas eleições de 2014: o corte à metade do atual número de ministérios (39).

ORDEM LIVRE Conceitos-chave do libertarianismo

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David Boaz


Os conceitos chave do libertarianismo se desenvolveram através de vários séculos. Os primeiros pequenos sinais deles surgiram na China, Grécia e Israel antigos; eles começaram a ser desenvolvidos em algo semelhante à filosofia libertária moderna nas obras de pensadores dos séculos XVII e XVIII, como John Locke David Hume, Adam Smith, Thomas Jefferson e Thomas Paine.

Individualismo. Os libertários encaram o indivíduo como a unidade básica de análise social. Somente indivíduos fazem escolhas e são responsáveis por suas ações. O pensamento libertário enfatiza a dignidade de cada indivíduo, o que acarreta tanto direitos quanto responsabilidades. A progressiva extensão da dignidade a mais pessoas — a mulheres, a pessoas de outras crenças e raças — é um dos grandes triunfos libertários no mundo ocidental.

Direitos individuais. Por serem agentes morais, os indivíduos têm um direito a estar seguros em sua vida, liberdade e propriedade. Esses direitos não são garantidos pelo governo ou pela sociedade; são inerentes à natureza dos seres humanos. É intuitivamente correto que os indivíduos gozem da segurança de tais direitos; o ônus da explicação deve ser daqueles que os restringem.

Ordem espontânea. Um alto grau de ordem na sociedade é necessário para que os indivíduos sobrevivam e prosperem. É fácil presumir que a ordem precisa ser imposta por uma autoridade central, da forma como se impõe ordem a uma coleção de selos ou a um time de futebol. A grande ideia da análise social libertária é que a ordem na sociedade surge espontaneamente, a partir das ações de milhares ou milhões de indivíduos que coordenam suas ações com as de outros de maneira a atingir seus propósitos. Através da história, vimos optando gradualmente por mais liberdade e ainda assim conseguimos desenvolver uma sociedade complexa e intrincadamente organizada. As mais importantes instituições da sociedade humana — a língua, a lei, o dinheiro, e os mercados — todos se formaram espontaneamente, sem direcionamento central. A sociedade civil — a complexa rede de associações e conexões entre as pessoas — é outro exemplo de ordem espontânea; as associações feitas dentro da sociedade civil se formam para um propósito, mas a sociedade civil em si não é uma organização e não tem propósito próprio.

Estado de direito. O libertarianismo não é libertinismo e nem hedonismo. Não é a afirmação de que “todos podem fazer o que bem entenderem, e ninguém pode reclamar”. Na verdade, o libertarianismo propõe uma sociedade de liberdade sob a lei, na qual os indivíduos são livres para se ocupar de suas próprias vidas contanto que respeitem os direitos iguais de outros. Um estado de direito significa que os indivíduos são governados por regras legais desenvolvidas espontaneamente e genericamente aplicáveis, e não por ordens arbitrárias; e que essas regras devem proteger a liberdade dos indivíduos de buscar a felicidade à sua própria maneira, e não almejar algum propósito ou resultado em particular.

Governo limitado. Para proteger direitos, os indivíduos formam governos. Mas o governo é uma instituição perigosa. Os libertários têm forte antipatia ao poder concentrado, pois, como disse Lord Acton: “O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente.” Querem, portanto, dividir e limitar o poder, o que significa em especial limitar o governo, geralmente através de uma constituição escrita enumerando e limitando os poderes que o povo delega ao governo. Governo limitado é a implicação política básica do libertarianismo, e os libertários apontam o fato histórico de que foi a dispersão de poder na Europa — mais do que em outras partes do mundo — que levou a liberdade individual e crescimento econômico sustentado.

Mercados livres. Para sobreviver e prosperar, os indivíduos precisam praticar atividades econômicas. O direito à propriedade acarreta o direito de trocar propriedades por acordo mútuo. Os mercados livres são o sistema econômico dos indivíduos livres, e são necessários para criar riqueza. Os libertários acreditam que as pessoas serão mais livres e mais prósperas se a intervenção do governo nas escolhas econômicas das pessoas for minimizada.

A virtude da produção. Muito do ímpeto pelo libertarianismo no século XVII foi uma reação contra monarcas e aristocratas que viviam do trabalho produtivo de outras pessoas. Os libertários defenderam o direito das pessoas de manter os frutos de seu trabalho. Esse esforço desabrochou como respeito pela dignidade do trabalho e da produção, e especialmente pela classe média em expansão, que era desprezada pelos aristocratas. Os libertários desenvolveram uma análise de classe pré-marxista que dividia a sociedade em duas classes básicas: aqueles que produziam riqueza, e aqueles que a tomavam dos outros pela força. Thomas Paine, por exemplo, escreveu: “Há duas classes distintas de homens nas nações: aqueles que pagam tributos, e aqueles que os recebem e vivem deles.” Do mesmo modo, Jefferson escreveu em 1824: “Temos mais maquinário de governo do que é necessário, parasitas demais vivendo do trabalho dos industriosos.” Os libertários modernos defendem o direito das pessoas produtivas de preservar o que ganham com sua produção, protegendo-se de uma nova classe de políticos e burocratas que querem tomar seus ganhos e transferi-los para quem não produz.

Harmonia natural de interesses. Os libertários acreditam que há uma harmonia natural de interesses entre pessoas produtivas e pacíficas em uma sociedade justa. Os planos individuais de uma pessoa — que podem envolver conseguir um emprego, começar um negócio, comprar uma casa, e assim por diante — podem conflitar com os planos de outros, de forma que o mercado faz com que muitos de nós mudemos nossos planos. Mas todos prosperamos com o funcionamento do mercado livre, e não há nenhum conflito necessário entre fazendeiros e mercadores, manufatureiros e importadores. Somente quando o governo começa a distribuir recompensas com base em pressões políticas nos vemos envolvidos em conflitos coletivos, obrigados a nos articular e competir com outros grupos por uma fatia do poder político.

Paz. Os libertários sempre lutaram contra o antigo flagelo da guerra. Eles compreendiam que a guerra traz morte e destruição em grande escala, perturba a vida social e econômica, e coloca mais poder nas mãos da classe dominante — o que pode explicar por que os líderes nem sempre compartilham o sentimento pacifista do povo. Homens e mulheres livres, evidentemente, em muitas ocasiões já tiveram que defender suas sociedades de uma ameaça estrangeira; mas, ao longo da história, a guerra em geral foi um inimigo comum das pessoas produtivas e pacíficas em ambos os lados do conflito.

...Pode ser apropriado reconhecer a esse ponto a provável suspeita do leitor de que o libertarianismo parece ser apenas o quadro padrão do pensamento moderno - individualismo, propriedade privada, capitalismo, igualdade diante da lei. Certamente, após séculos de luta intelectual, política e algumas vezes violenta, esses princípios libertários centrais se tornaram a estrutura básica do pensamento político moderno e do governo moderno, pelo menos no Ocidente e, cada vez mais, em outras partes do mundo.

No entanto, três observações adicionais precisam ser feitas. Primeiro, o libertarianismo não é apenas esses princípios liberais gerais. O libertarianismo aplica esses princípios plena e consistentemente, bem mais do que a maioria dos pensadores modernos e certamente mais do que qualquer governo moderno. Em segundo lugar, enquanto nossa sociedade permanece genericamente baseada em direitos iguais e capitalismo, todos os dias se criam novas exceções a esses princípios em Washington e em capitais estatais como Albany em Nova York, Sacramento na Califórnia e Austin no Texas (para não falar em Londres, Bonn, Tóquio, e outras). Cada nova diretiva do governo toma um pouco de nossa liberdade, e devemos pensar com cuidado antes de abrir mão de qualquer liberdade. Em terceiro lugar, a sociedade liberal é resiliente; suporta muitos golpes e continua a prosperar; mas não é infinitamente resiliente. Aqueles que alegam acreditar em princípios liberais mas advogam mais e mais confiscos da riqueza gerada pelas pessoas produtivas, mais e mais restrições à interação voluntária, mais e mais exceções aos direitos de propriedade e à soberania da lei, mais e mais transferência de poder da sociedade para o estado, associam-se sem saber ao enfraquecimento, em última análise fatal, da civilização.



Publicado originalmente em Cato.org.

“Ainda bem que a Ásia fica distante. Só de pensar em virar cozido faço xixi no tapete.” (Bilu Cão)

“Nasci em 1958. Eu tinha quatro anos quando me disseram que eu fora apanhado num banhado para vir ao mundo. Depois disso sempre olhei para os sapos como meus irmãos.” (Mim)

“Deus e o Diabo são mais jovens que o homem. São construções da sua fábrica de domínio.” (Filosofeno)

DEVEDOR ESPERANÇOSO, CREDOR NEM TANTO- "Devo, não nego, pago quando Jesus voltar."

Despachado

DESPACHADO

Um dia tudo passa
A dor
O amor
O choro
O riso
A tristeza
A alegria
No final de tudo
Só resta um corpo inerte
Deitado sobre e cercado de madeira
Pranteado por seus amados
E como praxe da vida que segue
Encaminhado para o esquecimento.



“Quem não sonha com dias melhores já pode deitar no caixão e chamar o coveiro.” (Mim)

“Eu também quero o bem do meu semelhante. Mas não à minha custa. Que labute o abutre!” (Eriatlov)

O que é um dueto musical cubano?

“É o que sobrou de um quarteto musical cubano depois de uma viagem ao exterior.”

Meu conselho

Qual chá é melhor, chinês ou cubano?
 Beba café.

“A bebida estava interferindo no meu trabalho. Larguei do trabalho.” (Chico Melancia)

“Para um canalha ser bem visto basta ter um bom assessor de imprensa.” (Pócrates)

“Do céu só espero sol, chuva e cocô de passarinho.” (Pócrates)

“Comem minha cabeça nas festas para dar sorte. Minha bunda por acaso dá azar?” (Bill Porco)

Quem responde pelas decisões políticas desastradas na Petrobras

Quem responde pelas decisões políticas desastradas na Petrobras

Enquanto o país acompanha aturdido o desenrolar da mais complexa e intrincada teia de corrupção da História, outras notícias oriundas da bandalheira em que se transformou a administração da Petrobras desvendam o colossal desperdício de recursos públicos e privados, proveniente não da roubalheira em si, mas de decisões gerenciais absurdas, apoiadas exclusivamente em interesses políticos ou no voluntarismo de governantes que, mesmo sem qualquer experiência empresarial pregressa, insistem em querer saber mais do que todo mundo a respeito de tudo.
Depois de ver a Petrobras obrigada a descontinuar os projetos de construção de duas refinarias no Nordeste, quando os mesmos já haviam consumido 2,7 bilhões de reais, porque foram considerados econômica e financeiramente inviáveis por técnicos da área; depois de ver o complexo “Comperj”, que ainda nem foi inaugurado, mas já consumiu mais de 20 bilhões em investimentos, recentemente avaliado por empresas independentes com valor econômico ZERO, assistimos agora à débâcle do setor naval tupiniquim, mais um (dos muitos) sonho magalômano do ex-presidente Lula, que consumiu bilhões de reais em recursos públicos e privados e, agora, corre o risco de virar sucata.
A indústria naval brasileira experimentou uma reviravolta nos últimos tempos. Da euforia da retomada na última década, quando crescia 19,5% ao ano, o setor passou a um quadro de demissões em massa e incertezas, em razão dos casos de corrupção que assolam a Petrobras e parte de seus fornecedores. A recuperação do setor, praticamente inexistente desde os anos 1980, foi um dos pilares do governo de Luiz Inácio Lula da Silva desde o primeiro mandato em 2003, quando anunciou em palanques a construção de plataformas para a Petrobras no país. A medida era parte da política de conteúdo local, impulsionada pela oferta de financiamento público. Da pujança naval — decantada em discursos de Lula e da presidente Dilma Rousseff durante as dezenas de visitas aos empreendimentos — resta agora apenas a lembrança das promessas e o silêncio das autoridades, além de milhares de trabalhadores desempregados em estaleiros de todo o país.
Ninguém duvida da inteligência do ex-presidente.  Entretanto, o indigitado nunca teve qualquer preparo intelectual (estudou somente até o primário) e, muito menos, empresarial (sua única experiência similar foi na direção do Sindicato dos Metalúrgicos).  Apesar disso, ele insistiu, durante os oito anos de seu mandato, em querer administrar a economia do país de forma centralizadora, como um sábio autocrata, onipresente e onisciente.
Se Lula imaginava que os mais distantes rincões nordestinos precisavam de refinarias para alavancar o seu desenvolvimento, então mandava construí-las, sem qualquer preocupação com análises técnicas ou econômicas.  Pouco lhe importava se os combustíveis que ali seriam produzidos teriam de ser exportados para locais distantes, pois não havia demanda local.  Pouco lhe importava tampouco que naqueles locais não houvesse mão-de-obra qualificada para tocar o empreendimento, nem infraestrutura apropriada (estradas, portos, etc) para escoar a produção.
Do alto da sua grande sabedoria intuitiva, Lula também achava que políticas de conteúdo local são ótimas alavancas para o desenvolvimento, desconsiderando completamente a existência de custos de oportunidade e outras variáveis econômicas importantes, como vantagens comparativas, por exemplo.  Malgrado a sua decantada inteligência, Lula sempre foi um ignorante soberbo.  Como um deus, achava que bastava estalar dos dedos e clamar “faça-se a luz”, e a luz se faria.
Foi assim que ele resolveu que o Brasil seria uma potência mundial da construção de plataformas e sondas de petróleo, embora não dispusesse de know-how, de tecnologia, de mão-de-obra qualificada, de infraestrutura, de nada.  Julgava que bastava o governo colocar dinheiro e fornecer os incentivos ao setor privado e a coisa aconteceria naturalmente.  Deu no que deu…
Esses são apenas alguns poucos exemplos de como as decisões políticas podem prejudicar a economia do país.  Na verdade, se pusermos na ponta do lápis os prejuízos causados pelas decisões políticas na Petrobras, eles talvez superem até mesmo os prejuízos derivados da corrupção naquela estatal.  A diferença é que, no caso da corrupção, sempre podemos ter esperança de que os responsáveis serão julgados e condenados.  Já os equívocos da ingerência política serão também suportados pela sociedade inteira, mas ninguém jamais será punido – não existe previsão legal para crimes de incompetência, voluntarismo, etc.
Apesar de todo esse descalabro, da enorme quantidade de recursos desperdiçada, a imensa maioria dos brasileiros ainda prefere que a Petrobras continue estatal, possibilitando novas aventuras e novos prejuízos no futuro.
Dizer mais o quê?
Administrador de Empresas e Diretor do Instituto Liberal
João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

A Petrobras não é mais caso de privatização, mas de desmonte

A Petrobras não é mais caso de privatização, mas de desmonte

pt petrobrasDe acordo com nova pesquisa feita pelo DataFolha, o mesmo instituto que disse que Marina Silva iria para o segundo turno nas eleições de 2014 e que só tinham 210 mil cidadãos na Av. Paulista no último 15/03, mesmo com a cabal comprovação do saqueamento da Petrobras e com o preço do litro da gasolina já beirando os 4 reais no Rio de Janeiro, ainda assim cerca de 61% dos brasileiros são contra a privatização da Petrobras, contra 24% a seu favor e um contingente de indecisos. A se considerarem corretos os números do instituto que, convenhamos, goza de pouca credibilidade junto à opinião pública brasileira no momento, seria algo de estarrecedor que o brasileiro médio persista em um modelo fadado à ineficiência e corrupção.
Agora vamos ignorar esses números por um tempo e partir do pressuposto que o brasileiro médio aprendeu com os erros e quer privatizar a Petrobras. Após algum tempo refletindo sobre isso, a conclusão que cheguei é que, mesmo que as condições políticas necessárias para a privatização ocorressem, ela seria de dificílima realização, e caso ocorresse, provavelmente se daria em moldes amplamente desfavoráveis aos brasileiros.
A Petrobras hoje é a empresa mais endividada do mundo. Com a alta do dólar e parte de sua dívida vinculada a essa moeda, estima-se que a empresa hoje esteja devendo aproximadamente 400 bilhões de reais. Com a não expedição do seu balanço, pois essa publicação necessariamente contabilizará os prejuízos de diversos desvios comprovados pela Operação Lava-Jato, é possível que metade dessa dívida venha a precisar ser paga nos próximos meses, já que a Petrobras não tem mercado para se refinanciar, por motivos óbvios. E uma condenação em um processo que está correndo numa corte de justiça dos EUA pode adicionar uma conta bilionária, mais precisamente 20 bilhões de dólares, aos já combalidos cofres da estatal.
Por outro lado, uma recapitalização da Petrobras pelo Governo, via BNDES, seria provavelmente o maior escândalo financeiro da história do banco, pois não há garantias financeiras suficientes para que a Petrobras atinja o rating necessário que autorize essa operação, o que caracterizaria totalmente o viés político de tal medida, abrindo definitivamente o caminho para uma total estatização da empresa e sua saída do mercado financeiro. Além disso, esse dinheiro sairia dos cofres públicos, o que acabaria com qualquer discurso em prol da austeridade e responsabilidade fiscal, na prática engavetando os ajustes fiscais propostos pelo Governo por falta de viabilidade política, afinal, os deputados do PMDB jamais votariam uma MP acabando com direitos trabalhistas enquanto o dinheiro que poderia bancar esses direitos estivesse sendo canalizado para a estatal.
Se isso não fosse o suficiente, o péssimo regime de partilha impõe à Petrobras a realização de grandes investimentos no pré-sal, que cada vez mais se mostra economicamente inviável, e a falta de recursos da empresa pode simplesmente parar a produção do bem.
A empresa está em estado de calamidade. E nesse estado de calamidade, nenhum investidor racionalmente compraria uma bomba como a Petrobras. Seria literalmente comprar dívida impagável. Uma OGX ainda mais inchada e endividada. Privatizar a Petrobras, vendendo suas ações, seria como vender uma maçã podre. Em um sistema de verdadeiro livre-mercado, a Petrobras não teria valor de mercado e seria mais simples falir e desmontar a empresa (se isso fosse possível pela legislação brasileira), do que tentar vendê-la como um pacote endividado.
Esse raciocínio só não se aplica na realidade prática por um motivo: as prerrogativas institucionais da Petrobras e a falta de livre-mercado no setor.
Embora formalmente já não haja monopólio na exploração do petróleo no Brasil (desde 1997), a Agência Nacional do Petróleo (ANP), através de regulações e direcionamento de mercado, manteve a Petrobras protegida da concorrência e, de certa forma, ditando a exploração, refino e distribuição de petróleo e derivados. O regime de partilha agravou esse cenário, quando no mínimo 30% das joint-ventures que explorassem novos poços de petróleo deveriam pertencer à Petrobras. Essas prerrogativas institucionais, com suas múltiplas concessões, benefícios e proteções, fruto de seu forte relacionamento com o Governo, é que fazem a Petrobras ainda possuir algum valor de mercado.
Para que a venda da Petrobras tenha relevante valor econômico, tais prerrogativas teriam de subsistir à sua privatização, gerando ainda as péssimas distorções de mercado que sempre criticamos, mas agora não diretamente pelo Governo, e sim indiretamente, através de um conluio entre Governo e empresários que assumissem a gestão da Petrobras. Em suma, é trocar gestão “socialista” (estatal) por gestão “fascista” (arranjo entre Estado e grupos empresariais oligopolistas).
Em termos relativos, é uma troca levemente melhor? Talvez, afinal, no arranjo fascista aumentam um pouco mais os elementos de mercado em relação ao arranjo socialista/estatal. Mas não é uma boa troca em termos absolutos, pois se perde a oportunidade de realmente se instituir um sistema livre e concorrencial que beneficia a nós, consumidores, e ainda aumenta a produtividade e eficiência no lado da oferta.
Até para que se drible a insatisfação popular em torno de uma privatização da Petrobras, que se faça um grande esforço em prol da completa desregulamentação do setor de petróleo, com o fim da ANP e instituição de reais direitos de propriedade sobre a exploração dos bens. Pondo a Petrobras para competir em verdadeira igualdade com empresas petrolíferas privadas, sem nenhum tipo de favorecimento estatal a ninguém, não tenho a menor dúvida que a ineficiência e o abuso econômico da Petrobras sobre o povo brasileiro seriam expostos de tal maneira que rapidamente a população se revoltaria e exigiria a sua venda ao setor privado, seja por que preço fosse.
Partir da desestatização do setor com a posterior privatização da Petrobras é um caminho política e economicamente mais prudente que privatizar primeiro e tentar desestatizar depois. Se tem uma coisa que o Governo brasileiro nos ensinou é que uma vez criado o mercado regulado de um setor, o Governo nunca mais solta suas garras dele.
Ou o Governo libera o setor, ou o Brasil afundará em uma crise petrolífera e energética sem precedentes, mesmo repousando em cima de bilhões de barris e com o preço internacional em baixíssimo patamar. E o povo brasileiro, bovinamente, continuará pagando essa conta descabida.
Diretor do Instituto Liberal
Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

Caio Blinder- Adelante, Felipe

González com Mitzy Capriles, a mulher do prefeito de Caracas, detido pelo chavismo

O venerado ex-primeiro-ministro socialista vai adiante, pois quem mais deveria ir empaca e assim é complacente com os desmandos de um regime chavista que ameaça se converter em uma ditadura escancarada. Felipe González entende de ditadura (o franquismo) e sabe como é crucial negociar uma transição para algo melhor, mais promissor. Não é isto que está sendo feito na América Latina. Sequer o mínimo trabalho de zelar pelos direitos humanos é empreendido na vizinhança da Venezuela, com raras e honrosas exceções.
Assim, González deve assumir a defesa dos dois principais presos políticos do regime chavista, a pedido de suas famílias. Eles são o líder oposicionista Leopoldo López, detido há mais de um ano, e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, detido em fevereiro passado. São acusados de golpismo e pela violência em protestos em fevereiro de 2014 contra o desgoverno de Nicolás Maduro, que resultaram em mais de 40 mortos.
Como lembra o jornal espanhol El País, Felipe González tem uma profunda relação com a Venezuela desde os anos 80, mas esta “intervenção” é fruto da crescente deterioração dos direitos humanos no país dominado pela chavismo e da ausência de garantias jurídicas para os acusados, detidos em prisão militar. Nas palavras do El País, o ex-primeiro-ministro espanhol “também pretende romper o silêncio que mantiveram a maioria dos governos da América Latina diante dos abusos do regime chavista”.
A decepção é procedente e deve ir muito mais fundo. OEA e Unasul fracassaram até agora na tentativa de mediar a crise política venezuelana. O governo Maduro tampouco escutou os pedidos para libertar os presos políticos feitos pela ONU, o Parlamento Europeu, e os governos dos EUA, Espanha, Canadá e Colômbia, assim como a Internacional Socialista, a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, entre outras instituições.
Nicolás Maduro alega que não existem presos políticos na Venezuela, mas políticos presos. A resposta de Felipe González: “Há políticos presos por serem políticos”.
Já a América Latina em grande escala pratica a política do atraso, avessa à grandeza de políticos como Felipe González para se desgarrar das amarras de um regime errado em nome de uma equivocada solidariedade.


“A menina da casa irá participar do baile de debutantes. Vai ser apresentada à sociedade. Deve ser a apresentação do umbigo pra cima, pois a região do parque já foi apresentada e precisou até de manutenção.” (Bilu Cão)

“Até completar um ano de idade eu pensei que fosse gente. Imagine o trauma que senti ao saber que era filho de uma cadela. Não foi fácil assimilar tal coisa.” (Bilu Cão)

“Alguns destes senhores levados da capital federal misturam o próprio dinheiro com dinheiro público, depois de misturados não sabem qual é qual, então pegam a metade só para garantir que não sairão perdendo.” (Mim)

“Os comunistas no Brasil são de Marte. Possuem propriedades e aplicações em bancos. Não deveriam dividir tudo para não pregar moral de cueca em plena missa?” (Eriatlov)

O Antagonista- Lula arrasta Dilma para o epicentro do Petrolão

Dilma Rousseff, para evitar o impeachment, tenta se afastar do PT.
A Folha de S. Paulo, hoje, conta que o Palácio do Planalto avalia que o PT é o "principal motivo de desgaste do governo". E que, embora as denúncias da Lava Jato ainda não tenham atingido diretamente a presidente, o partido, atrelado ao seu tesoureiro, João Vaccari Neto, "arrasta o governo para o epicentro da crise".
O cálculo de Dilma Rousseff, como sempre, está errado.
E está errado por dois motivos:
1 - As denúncias já a atingiram diretamente. Segundo a pesquisa Sensus, publicada ontem, 69% dos entrevistados a associam aos crimes cometidos na Petrobras. E as provas colhidas pela Lava Jato demonstram que isso é verdade. Dilma Rousseff foi eleita em 2010 com o dinheiro da propina vinda do PT. Se o PT está atrelado ao seu tesoureiro, portanto, ela também está.
2 - Acuado pela Lava Jato, o PT vai fazer o que sempre fez: comprar seus aliados e soltar seus aloprados. Para que o ataque possa funcionar, porém, o partido precisa do governo, que lhe garante poder de fogo. É exatamente por esse motivo que, quando Dilma Rousseff pede o afastamento do tesoureiro do PT, a corrente de Lula e José Dirceu, que comanda o partido, se recusa a obedecê-la. Lula e José Dirceu já estão condenados pelo Petrolão. Eles querem que Dilma Rousseff saiba que não existe a possibilidade de sobreviver sozinha.