segunda-feira, 2 de maio de 2016
No manicômio
NO MANICÔMIO
Dois internos conversando no pátio:
-Eu sempre votei no PT. E você?
-Eu? Eu sou só louco...
Dois rabinos
Rabino Levy e Rabi Landau estavam discutindo a rapidez com que a moral no mundo ocidental está caindo.
"Bem, eu, por exemplo, não dormi com a minha mulher antes de me casar.", disse o rabino Levy "E você?"
"Eu não posso ter certeza", disse o rabino Landau, "qual era o nome dela de solteira?"
"Bem, eu, por exemplo, não dormi com a minha mulher antes de me casar.", disse o rabino Levy "E você?"
"Eu não posso ter certeza", disse o rabino Landau, "qual era o nome dela de solteira?"
Festa infantil
Duas amigas preparando festa infantil.
“Você pelo jeito não entende nada de sexo.”
“Por que você fala isso?”
“Isso aí que você está enchendo não é um balão.”
“Você pelo jeito não entende nada de sexo.”
“Por que você fala isso?”
“Isso aí que você está enchendo não é um balão.”
Assaltante?
A mulher entrou na garagem e dentro dela encontrou um homem
estranho nu. Perguntou assustada: “Assaltante?”
Respondeu ele: “Não. Assaltado!”
POEMINHAS
HUMANO
Diante de
nós está
O céu
O sol
O horizonte
sem fim
Mas por que
nossos olhos
Preferem só
visualizar os urubus?
DESPACHADO
Um dia tudo
passa
A dor
O amor
O choro
O riso
A tristeza
A alegria
No final de
tudo
Só resta um
corpo inerte
Deitado
sobre e cercado de madeira
Pranteado
por seus amados
E como
praxe da vida que segue
Encaminhado
para o esquecimento.
CERTEZA
A vida
corre
A morte nos
espera
Somos
ínfimas partículas
Filhas
longínquas da grande explosão
Então mesmo
sabendo
O que nos
aguarda no fim
Vivemos com
pressa
Como se a
morte
Fedorenta e
fria
Não fosse
nos esperar.
Fabio Porchat e a grande mídia empobrecida Por Bernardo Santoro
Foi com absoluto choque que o Brasil abriu o Estadão de domingo e leu, na coluna de Fabio Porchat, o artigo “Fora, Cunha!”, onde o humorista copia e cola repetidamente essa frase.
Primeiramente, poderíamos pensar se tratar de uma peça de humor, já que o colunista exerce, de fato, essa profissão, embora fosse bastante difícil identificar qual a graça desse texto. Como já fui em stand ups desse profissional, sei que ele pode fazer melhor do que isso.
Na evidente falta de risadas, só podemos pensar se tratar de um texto sério, ou um protesto implícito pela manutenção da presidência da Câmara por um deputado acusado de desviar vultosas somas de recursos públicos para fins privados e políticos. Até aí, o protesto é válido, mas é de uma pobreza intelectual assustadora, a ponto de pensarmos que ele simplesmente não teve tempo de escrever um artigo, e soltou essa na tentativa de parecer descolado.
Porchat é apenas um sintoma de um problema que assola fortemente a nossa mídia: o viés compulsivamente esquerdista de tudo o que se escrever nas redações e artigos dos jornais brasileiros. Não é novidade que o governo brasileiro exercita, desde sempre, a chamada regulação econômica da mídia. Na falta do marco civil da imprensa, que sempre foi uma obsessão do PT, o governo resolveu intervir na imprensa livre através da canalização de recursos públicos para fontes de informações que privilegiassem aquilo que o governo teria interesse em divulgar ou falsear, como o caso da blogosfera petista, bem representada por sites mentirosos como DCM, Brasil 247 e Pragmatismo Político, idealizados pelo terrorista, alçado a Ministro, Franklin Martins.

A grande mídia não fica de fora, também se sujeitando a esse controle para se beneficiar de propaganda estatal, inclusive bebendo como fonte primária a informação dessa blogosfera. Se isso não fosse o suficiente, a tomada das faculdades de comunicação e jornalismo pela esquerda transformou tais locais em fábricas de massa-de-manobra midiática petista, que se infiltraram nas redações de jornais. Por mais que um jornal tenha uma editoria de pessoas normais, defensoras da cultura e das instituições democráticas brasileiras, por total carência de mão-de-obra, é obrigado a trabalhar com repórteres e jornalistas ultra esquerdistas que escrevem a matéria de maneira politicamente enviesada. O resultado é o que chamo de “fórmula de Alexandre Borges”(esse diretor do IL foi o visionário dessa teoria): toda reportagem vem com a opinião do governo, a da oposição e, após, a opinião, supostamente isenta, moral e superior, de um político do… PSOL?!?!?!
Uma completa loucura que vai sedimentando no inconsciente coletivo a ideia de que esse partido é moral, cultural, politica e economicamente superior, em uma construção muito parecida com aquela levou o PT ao poder no começo do século.
Dentro dessa pobreza intelectual, colunistas também acabam sendo escolhidos com o mesmo perfil, como Duviviers e Porchats da vida, sobrando pouco espaço para colunistas com o mínimo de qualificação para ocupar tais espaços de instrução.
Precisamos com urgência de um novo veículo de mídia, grande o suficiente para competir com veículos como Globo e Folha de São Paulo, e com uma visão mais racional, para que a população tenha condições de poder ampliar seu leque de escolhas. Para isso, precisamos de jornalistas qualificados que criem o projeto e bons empresários que o banquem.
Que tais pessoas se encontrem logo.
A opinião como patologia Autor: Nelson Motta 30/04/2016
Temos uma das piores e mais caras internets do mundo, somos 93º lugar entre as mais lentas. Mas acumulamos R$ 19,4 bilhões em impostos pagos por empresas e usuários ao Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que a Anatel diz que só podem ser gastos com… telefonia fixa! Num tempo em que até mendigos têm celulares, com uma banda larga precisando de investimentos maciços, os caras vêm falar em telefonia fixa? Vão investir em orelhões? Em internet discada?
Ah, é a lei. Então mude-se a lei, porque foi mal feita (certamente para beneficiar algum grupo), e as necessidades mudaram, mudou o interesse público. Para isto existem parlamentares que têm informação e participação na legislação, no desenvolvimento e na liberdade da internet, que são vitais para a democracia. Os desconectados serão os analfabetos do futuro.
Mas, hoje no Brasil, analisar argumentos, pesar consequências, equilibrar pontos de vista com a realidade, e mudar de opinião… está proibido. É coisa de traíra, adesista, vendido. Se alguém muda de opinião, é logo suspeito de ter levado algum, de ter sido cooptado ou comprado: os acusadores medem os outros por eles mesmos. E nunca vão mudar de opinião: sobre os outros.
O psicólogo americano Leon Festinger (1919-1989) explica: “Diga que discorda, e ele lhe dará as costas. Mostre fatos ou números, e ele questionará suas fontes. Apele para a lógica, e ele será incapaz de entender seu raciocínio.”
Na sua famosa “Teoria da dissonância cognitiva”, ele mostra como “uma pessoa de convicções profundas se torna incapaz de mudar de opinião diante de contradições: é imune a evidencias e argumentos racionais.”
No Brasil, a teoria se confirma. Com velhos conceitos e métodos primitivos, querem interditar a circulação de ideias, em favor da militância cega e surda, baseada em fatos e teorias que já foram desmentidos, ou confirmados, pelo tempo e pela história.
Dissonantes cognitivos andam em bandos, se alimentam de verbas públicas e são fiéis ao erro, persistentes no autoengano e determinados em repetir fracassos. Seu habitat natural é o Planalto Central.
Fonte: O Globo, 29/04/2016.
Lula desiste da Casa Civil
Lula vai desistir do cargo de ministro da Casa Civil.
Segundo Josias de Souza, ele quer evitar o constrangimento de ser exonerado por Michel Temer.
O plano de Lula é iniciar imediatamente a campanha eleitoral.
Dessa maneira, ele poderá posar de perseguido político quando for preso pela Lava Jato.
O Antagonista
DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- domingo, agosto 31, 2008 POR QUE LEMOS?
Em artigo para El País, o escritor espanhol Luisgé Martín propõe uma questão curiosa: ler serve para algo bom? São menos corruptos, despóticos, coléricos ou violentos aqueles que leem? Segundo o autor, a leitura tem uma utilidade sensorial e uma utilidade prática, mas talvez não tenha nenhuma utilidade ética, que é a que mais se apregoa. “No setor editorial e no mundo literário – um castelo de homens cultos, de cultivadores desse grande bem espiritual que é a leitura – se encontraria a maior concentração de indivíduos biliosos, astuciosos, hipócritas, vaidosos, desequilibrados e tortuosos que conheço. Inclusive, é claro, eu mesmo”.
O escritor faz algumas perguntas: são menos corruptos os que leem? São menos despóticos em seus trabalhos ou em suas casas? Respeitam mais os sinais de tráfico? Sentem menos cólera, sabem dominá-la melhor? Têm maior clarividência política? São menos violentos? E conclui que ler nem sempre traz proveito.
Sou leitor compulsivo, daqueles que andam sempre munidos de um livro ou jornal. Sofro de uma enfermidade que certos criadores de palavras chamam de biblioagorafobia, ou seja, medo de estar em um espaço público sem um livro na mão. Certa vez, ao revisitar meus pagos, um pedritense que eu não via há décadas, comentou: “me lembro de ti. Quando guri, sempre andavas com um livro debaixo do braço”. Até hoje ando. Há quem pense que estou sozinho quando estou sozinho em um bar. Nada disso. Estou sempre bem acompanhado, seja com um autor, seja com vários. Assim, na condição de leitor compulsivo, me reservo o direito a algumas considerações.
Por que lemos? Meu estímulo inicial foi o fascínio de conseguir decifrar aqueles sinaizinhos. Eu devorava o que me caísse nas mãos, fosse jornal, revista em quadrinhos ou bula de remédio. Li muito a Reader’s Digest em meus dias de campo. A revista, se alguém dela lembra, tinha artigos em seis colunas. Bom, eu lia na reta, seguindo sempre a mesma linha de uma coluna a outra. Não era fácil entender o texto com este método. Enfim, ao final da página eu acabava pondo ordem no relato. Lia muito rápido e misturava sílabas. Durante muito tempo, contei histórias de fábulos. Só bem mais tarde, me dei conta que eram búfalos.
Até aí, o encantamento pela decifração. À medida que lia, o interesse passava a ter outro foco. A leitura, fosse ficção, fosse jornalismo, me trazia notícias de mundos distantes. Ou de épocas distantes. Aos quinze anos, já estava lendo Platão e o Quixote. Sem sair de casa, eu tinha noções da Grécia de antes de Cristo e da Espanha cervantina. Nunca me ocorreu ler tendo como objetivo o aprimoramento moral. Lia para conhecer o mundo e tentar entendê-lo. Foi graças à leitura que consegui libertar-me do jugo da religião, que me fora enfiada goela abaixo quando adolescente.
Lia muito Tarzan na época. Não apenas a revista em quadrinhos, mas também os livros de Edgar Rice Burroughs. Tarzan, em meio à selva, aprendera a ler sozinho. Descobrira livros em uma casa abandonada na floresta e tentou decifrar aqueles sinais. Dava a cada letra um valor fonético, criando assim um idioma próprio. God, para Tarzan, era Bulutumanu. Como chegou lá, não me lembro. Mas sempre me tocou este gesto, de alguém que consegue aprender a ler sem professor.
No ginásio, líamos muito, eu e um pequeno grupo de alunos. Para desconforto dos padres que eram nossos professores. Se hoje há professores que lamentam que os alunos não lêem, naqueles dias nossos professores preferiam que não lêssemos tanto.
Hoje, sexagenário, continuo lendo, talvez com mais sofreguidão do que quando jovem. Durante muito tempo li ficções. Não só li, como traduzi. As ficções me traziam construções intelectuais que propunham mundos imaginários, mas factíveis. Um belo dia, concluí que as ficções não passavam de contos de fada para adultos. E deixei-as de lado. Claro que sempre vou revisitar o Quixote,Viagens de Gulliver ou 1984. Mas as ficções contemporâneas, nunca mais. Tenho me dedicado atualmente à leitura de ensaios, particularmente sobre história e religiões. São para mim muito mais envolventes que histórias inventadas.
E não estou conseguindo dar conta destas leituras. Deve ter uma boa meia centena de livros em minha cabeceira. Ainda não dei cabo de livros da antepenúltima viagem. Talvez nem os leia. Nas viagens seguintes, encontrei títulos que me atraíram mais. Um livro acaba relegando outro à estante dos não-lidos. Uma das coisas que certamente lamentarei em minha viagem rumo ao Grande Nada, será não ter lido o que me propus ler.
Volto à questão proposta por Luisgé Martín. O articulista não vê a leitura como algo que conduza necessariamente a um patamar mais nobre em nossa existência. Eu também não vejo, nem creio que uma pessoa leia para se tornar mais sublime. O mundo está cheio de canalhas esclarecidos, de pessoas que leem muito para melhor enganar seus semelhantes. Por exemplo, os padres. Ou os psicanalistas. Mesmo os marxistas. A seu modo, como os judeus, os marxistas eram também homens do Livro. A leitura pode libertar. Mas pode também ser um tóxico poderoso. É faca de dois legumes, como diria Lula.
Pelo menos no que a mim diz respeito, leio para entender o mundo e a mim mesmo. Leio também para curtir a beleza. Um poema de Pessoa ou Hernández, um libreto de Da Ponte, são vinhos que nos inebriam a alma.
Livros aproximam pessoas. Certa vez, em Paris, sentei em um café com Sobre Heroes y Tumbas em punho. Já o havia lido há muito, mas dava mais uma olhadela em Sábato para montar minha tese. A meu lado, sentou-se uma menina com El Túnel. O namoro começou ali mesmo. Martín Fierro é outro ponto de encontro. Fiz grandes amizades mundo afora em torno a José Hernández. Um leitor de Fierro sempre adora conversar com outro leitor de Fierro.
Ainda em Paris, ao sentar-me no Deux Magots, um garçom me abordou:
- C’est vrai, Monsieur. Qu’est ce que vous désirez?
Cerveja, é claro. Mas não entendi bem a abordagem. Só fui dar-me conta quando voltei ao livro. Eu estava lendo Les Hommes ont soif, de Arthur Koestler.
Há leituras e leituras, é claro. Nesta minha última viagem, navegando pela costa norueguesa, fiquei contente em ver pessoas munidas de livros, alguns com calhamaços com cerca de mil páginas. Povo culto, pensei. Ledo engano. Sempre que vejo alguém lendo algo, tento ver o título. Tentei e vi. Melhor não tivesse tentado. Profunda decepção com a Noruega. Não encontrei um título decente. Havia muita gente lendo Paulo Coelho - em norueguês -, outros tantos Harry Potter ou o Código da Vinci. Isso sem falar naqueles best-sellers ianques, de autores que vendem milhões mas de cujo nome nem lembro.
Ou seja: ler pode significar muita coisa. Ou coisa nenhuma.
O escritor faz algumas perguntas: são menos corruptos os que leem? São menos despóticos em seus trabalhos ou em suas casas? Respeitam mais os sinais de tráfico? Sentem menos cólera, sabem dominá-la melhor? Têm maior clarividência política? São menos violentos? E conclui que ler nem sempre traz proveito.
Sou leitor compulsivo, daqueles que andam sempre munidos de um livro ou jornal. Sofro de uma enfermidade que certos criadores de palavras chamam de biblioagorafobia, ou seja, medo de estar em um espaço público sem um livro na mão. Certa vez, ao revisitar meus pagos, um pedritense que eu não via há décadas, comentou: “me lembro de ti. Quando guri, sempre andavas com um livro debaixo do braço”. Até hoje ando. Há quem pense que estou sozinho quando estou sozinho em um bar. Nada disso. Estou sempre bem acompanhado, seja com um autor, seja com vários. Assim, na condição de leitor compulsivo, me reservo o direito a algumas considerações.
Por que lemos? Meu estímulo inicial foi o fascínio de conseguir decifrar aqueles sinaizinhos. Eu devorava o que me caísse nas mãos, fosse jornal, revista em quadrinhos ou bula de remédio. Li muito a Reader’s Digest em meus dias de campo. A revista, se alguém dela lembra, tinha artigos em seis colunas. Bom, eu lia na reta, seguindo sempre a mesma linha de uma coluna a outra. Não era fácil entender o texto com este método. Enfim, ao final da página eu acabava pondo ordem no relato. Lia muito rápido e misturava sílabas. Durante muito tempo, contei histórias de fábulos. Só bem mais tarde, me dei conta que eram búfalos.
Até aí, o encantamento pela decifração. À medida que lia, o interesse passava a ter outro foco. A leitura, fosse ficção, fosse jornalismo, me trazia notícias de mundos distantes. Ou de épocas distantes. Aos quinze anos, já estava lendo Platão e o Quixote. Sem sair de casa, eu tinha noções da Grécia de antes de Cristo e da Espanha cervantina. Nunca me ocorreu ler tendo como objetivo o aprimoramento moral. Lia para conhecer o mundo e tentar entendê-lo. Foi graças à leitura que consegui libertar-me do jugo da religião, que me fora enfiada goela abaixo quando adolescente.
Lia muito Tarzan na época. Não apenas a revista em quadrinhos, mas também os livros de Edgar Rice Burroughs. Tarzan, em meio à selva, aprendera a ler sozinho. Descobrira livros em uma casa abandonada na floresta e tentou decifrar aqueles sinais. Dava a cada letra um valor fonético, criando assim um idioma próprio. God, para Tarzan, era Bulutumanu. Como chegou lá, não me lembro. Mas sempre me tocou este gesto, de alguém que consegue aprender a ler sem professor.
No ginásio, líamos muito, eu e um pequeno grupo de alunos. Para desconforto dos padres que eram nossos professores. Se hoje há professores que lamentam que os alunos não lêem, naqueles dias nossos professores preferiam que não lêssemos tanto.
Hoje, sexagenário, continuo lendo, talvez com mais sofreguidão do que quando jovem. Durante muito tempo li ficções. Não só li, como traduzi. As ficções me traziam construções intelectuais que propunham mundos imaginários, mas factíveis. Um belo dia, concluí que as ficções não passavam de contos de fada para adultos. E deixei-as de lado. Claro que sempre vou revisitar o Quixote,Viagens de Gulliver ou 1984. Mas as ficções contemporâneas, nunca mais. Tenho me dedicado atualmente à leitura de ensaios, particularmente sobre história e religiões. São para mim muito mais envolventes que histórias inventadas.
E não estou conseguindo dar conta destas leituras. Deve ter uma boa meia centena de livros em minha cabeceira. Ainda não dei cabo de livros da antepenúltima viagem. Talvez nem os leia. Nas viagens seguintes, encontrei títulos que me atraíram mais. Um livro acaba relegando outro à estante dos não-lidos. Uma das coisas que certamente lamentarei em minha viagem rumo ao Grande Nada, será não ter lido o que me propus ler.
Volto à questão proposta por Luisgé Martín. O articulista não vê a leitura como algo que conduza necessariamente a um patamar mais nobre em nossa existência. Eu também não vejo, nem creio que uma pessoa leia para se tornar mais sublime. O mundo está cheio de canalhas esclarecidos, de pessoas que leem muito para melhor enganar seus semelhantes. Por exemplo, os padres. Ou os psicanalistas. Mesmo os marxistas. A seu modo, como os judeus, os marxistas eram também homens do Livro. A leitura pode libertar. Mas pode também ser um tóxico poderoso. É faca de dois legumes, como diria Lula.
Pelo menos no que a mim diz respeito, leio para entender o mundo e a mim mesmo. Leio também para curtir a beleza. Um poema de Pessoa ou Hernández, um libreto de Da Ponte, são vinhos que nos inebriam a alma.
Livros aproximam pessoas. Certa vez, em Paris, sentei em um café com Sobre Heroes y Tumbas em punho. Já o havia lido há muito, mas dava mais uma olhadela em Sábato para montar minha tese. A meu lado, sentou-se uma menina com El Túnel. O namoro começou ali mesmo. Martín Fierro é outro ponto de encontro. Fiz grandes amizades mundo afora em torno a José Hernández. Um leitor de Fierro sempre adora conversar com outro leitor de Fierro.
Ainda em Paris, ao sentar-me no Deux Magots, um garçom me abordou:
- C’est vrai, Monsieur. Qu’est ce que vous désirez?
Cerveja, é claro. Mas não entendi bem a abordagem. Só fui dar-me conta quando voltei ao livro. Eu estava lendo Les Hommes ont soif, de Arthur Koestler.
Há leituras e leituras, é claro. Nesta minha última viagem, navegando pela costa norueguesa, fiquei contente em ver pessoas munidas de livros, alguns com calhamaços com cerca de mil páginas. Povo culto, pensei. Ledo engano. Sempre que vejo alguém lendo algo, tento ver o título. Tentei e vi. Melhor não tivesse tentado. Profunda decepção com a Noruega. Não encontrei um título decente. Havia muita gente lendo Paulo Coelho - em norueguês -, outros tantos Harry Potter ou o Código da Vinci. Isso sem falar naqueles best-sellers ianques, de autores que vendem milhões mas de cujo nome nem lembro.
Ou seja: ler pode significar muita coisa. Ou coisa nenhuma.
Extremistas lulopetistas assumem atentado contra a sede do DEM em Porto Alegre
A sede do DEM em Porto Alegre foi atacada neste final de semana com coquetéis Molotov, segundo informou agora à noite a Rádio Guaíba, que recebeu comunicado anônimo dos autores do atentado, que se identificaram como membros da organização criminosa lulopetista.
"O objetivo é o deputado Onyx Lorenzoni, que ataca a Dilma", disseram os criminosos políticos que assumiram o atentado.,
Avisado pela Rádio Guaíba, o deputado foi até a sede do Partido. Ele falou para a emissora:
- Fascista é quem parte para este tipo de viollência. A agressão política é um ato de extremismo, de desespero de quem vai perder vantagens.
A sede dol DEM fica no bairro Menino Deus. O lugar conta com câmeras de segurança. As imagens flagraram os bandidos. A Polícia Federal será acionada.
PB
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