quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A “boliburguesia” é perseguida pela polícia de Miami: os petistas que se cuidem!



Maduro, com acionistas de Globovisión, que possuem propriedades em Miami. Fonte: El País
Sabemos de duas coisas ao menos: que a esquerda adora dinheiro, e que ama de paixão os Estados Unidos, apesar de todo o ataque que desfere contra o “imperialismo ianque”. Basta notar como os endinheirados esquerdistas, sempre que podem, mandam-se para Miami. Nunca escolhem Cuba. Jamais Coreia do Norte. É  quase sempre Miami (os mais bregas) ou Paris (os mais chiques).
Ocorre que a “boliburguesia”, aquela casta de novos ricos formada pela corrupção bolivariana durante a era Chávez (e ainda existente no período Maduro), está tendo dificuldades de desfrutar da dolce vita capitalista nas praias da Flórida. É que a polícia local está de olho nos malandros:
Na noite da sexta-feira, 18 de julho, Benny Palmeri-Bacchi saía para passar umas férias no maravilhoso mundo da Disney em Orlando, quando foi preso por agentes da agência antidrogas DEA no aeroporto internacional de Miami e levado até um tribunal federal por delitos de tráfico de cocaína, obstrução da justiça, lavagem de dinheiro e extorsão. Palmeri-Bacchi é advogado, era juiz na Venezuela e está acusado de impedir a deportação de um dos narcotraficantes colombianos mais buscados entre 2009 e 2010, com ajuda do então chefe do Escritório da Interpol em Caracas. Palmeri tinha se dedicado ao negócio dos alimentos nestes últimos anos: era diretor da Câmara de empresários venezuelanos do Mercosul e proprietário de meia dúzia de empresas no sul da Flórida e na Venezuela. Já era o que os venezuelanos dos dois lados do mar chamam de um boliburguês: um membro da nova oligarquia que floresceu à sombra do chavismo e que, assim como as anteriores, conserva o gosto de investir em Miami sua repentina – e com frequência ganhada por meios escusos – riqueza.
A origem destas novas fortunas venezuelanas é diversa: pode vir do narcotráfico e da lavagem de dinheiro, como suspeitam as autoridades federais no caso do ex-juiz Palmeir, ou da corrupção que cresce sob o abrigo da bonança petroleira – em especial, dos contratos com o Estado e do controle de câmbio estabelecido em 2003 justamente para evitar a fuga de capitais. O ex-ministro de Finanças, Jorge Giordani, admitiu em janeiro que só entre 2012 e 2013 o Estado entregou 20 bilhões de dólares (45 bilhões de reais) para importações, a preços preferenciais, a empresas de fachada. Parte desse dinheiro terminou na Flórida e contribuiu para a recuperação do mercado imobiliário local, golpeado pela crise econômica de 2011.
[...]
“Estes violadores de direitos humanos têm seus investimentos nos Estados Unidos. Quando roubam dinheiro na Venezuela, é frequente usarem empresas de fachada e testas-de-ferro para investir esse dinheiro na nossa economia, sobretudo na Flórida. Não há nenhum motivo no mundo pelo qual não deveríamos ir atrás destas pessoas pelo que fizeram”, disse em junho passado o senador republicano pela Flórida, Marco Rubio, quando o Congresso discutiu sem resultados a moção de aprovar sanções contra estes funcionários. O grosso dos democratas resistia a esta medida até 30 de julho, quando o governo de Barack Obama anunciou unilateralmente que revogaria e negaria vistos a um grupo de venezuelanos com altos cargos, considerados “responsáveis ou cúmplices” da repressão aos protestos contra o presidente Nicolás Maduro, que começaram em fevereiro e onde morreram mais de 40 pessoas e milhares foram detidas. Washington não revelou nem os nomes nem o número de funcionários afetados pela medida, mas sabe-se que há entre eles “de ministros a assessores presidenciais e funcionários judiciais, além de militares e agentes da lei”.
Tem até peixe graúdo da mídia venezuelana, cúmplice do chavismo, nessa história. É bom os petistas e seus apaniguados ficarem de olhos bem abertos. A turma roubou muito, como sabemos (é um escândalo atrás do outro). E, como também sabemos, esse pessoal “adora” Cuba, mas de longe ou para passar férias sendo ciceroneada pelos ditadores. Mas viver lá? No socialismo? Na miséria socialista? Nem pensar!
Portanto, que sirva de alerta para os petistas da nomenklatura: pode ser que Miami não seja mais uma opção quando a porca torcer o rabo. E não há mal que dure para sempre. Um dia a máfia sairá do poder…
Rodrigo Constantino

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