ESQUELETOS
Meia-noite. Uma lua de prata brilhava no céu
estrelado. Pisava eu com meus sapatos quarenta e dois por uma estradinha
deserta, rumando para casa. O vento soprava manso, mas mesmo assim mexia com
pequenos arbustos. Tudo calmo na noite, nem um pio da coruja se ouvia. Nisso
pensava quando percebi passos atrás de mim, só ouvidos por causa do silêncio
absoluto, tão leves eram. Parei para ver quem caminhava junto comigo naquele
lugar ermo, ainda mais por aquelas altas horas. E vi: cinco esqueletos
completos estavam lá e caminhavam em fila indiana na minha direção. Usavam chapéus,
riam e batiam seus dentinhos. Como nunca acreditei em fantasmas, segui o meu
caminho sem pressa. Não parei mais, mas podia ouvi-los dizendo: espera, espera
aí! Chegando em casa soltei da coleira os meus quatro cachorros. Saíram como
loucos. Olhei para estradinha e ainda consegui ver no clarão da lua um dos
esqueletos correndo com uma perna só.
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