“Não posso
falar mal de sogras. Já tive três e nenhuma delas envenenou a minha sopa.”
(Climério)
sexta-feira, 30 de junho de 2017
ESPERANÇA
Formigas
caminham despreocupadas pela varanda
enquanto o cão preguiçoso boceja deitado satisfeito na cerâmica fria.
Nuvens passeiam pelo céu, sem pressa. O sol vespertino é forte; o verde das
árvores se destaca; o cantar dos pássaros presos é triste. Alados libertos
cruzam os ares fazendo alarido e lamentando a má-sorte dos irmãos engaiolados. Não
tem jeito, quem está na gaiola canta de tristeza, mas os obtusos pensam que é
de alegria. Quem canta seus males espanta; eles sabem disso mais do que
ninguém. Uns poucos ainda olham para cima com esperança de um dia poder
novamente voar. A esperança, sempre ela, junto do ser até o derradeiro suspiro.
MANSO KA
Por séculos e
séculos os sacerdotes mantiveram o POVO KA de joelhos e na escuridão. O
discurso do temor aos deuses era pregado diariamente geração após geração.
Todos nasciam, cresciam e morriam sob os pés dos religiosos e cheios de medo. Diziam
que quem saísse da tribo seria devorado por monstros infernais. Assim os
religiosos viviam a boa vida e eram sustentados e bajulados pela nação inteira.
O azar de deles foi ter nascido Manso Ka. Manso nasceu surdo e com quinze anos
de idade se mandou. Dez anos depois Manso voltou ainda sem ouvir, mais cheio de
brilho e conhecimento. Voltou ver seus pais e irmãos e mostrar ao povo que
monstros infernais eram lendas alimentadas pelos dominantes. Houve então uma
grande festa e assaram os sacerdotes em fogo baixo e os comeram. Manso preferiu
comer peixe.
OS RATOS
Os ratos
foram aos poucos chegando, conhecendo o terreno e invadindo a casa vazia.
Magrelos, vinham da casa de um aposentado da iniciativa privada. Encontraram as
prateleiras da despensa abarrotadas de queijos e outras guloseimas. Quando
viram àquela abundância chamaram também os tios e primos que estavam nos
arredores. O proprietário fora generoso: havia saído de férias, mas deixou um
bom rancho para eles. Naquele mês os ratinhos encheram seus buchinhos e ficaram
gordos como patos. Festança todos os dias, alegria geral. Quando o dono da casa
retornou seu gato ficou encantado com tantos ratos fofinhos. Em todos os cantos
da casa estavam eles arrotando sem cerimônia. Os roedores de tão obesos não
conseguiam mais correr e o bichano foi então papando todos com paciência. Eram
tantos que até reservou alguns para comer no natal.
Moral da
história: Quem precisa correr para sobreviver não deve engordar.
QUEM PROCURA, ACHA
Erni procurava
lugar para bebericar de graça, mas já estava muito bêbado. Entrou então numa
capela onde se realizava um velório e aprontou o maior rebuliço. Mesmo sem
ouvir música alguma achou que era uma festa e foi tirando a viúva para dançar.
Não contente foi para cima do defunto derrubando velas e castiçais. Levou uns
petelecos e foi atirado num canto pelos
parentes do morto. Quando apareceram os homens da Brigada Militar não se
conteve e gritou: Viva! Finalmente o conjunto chegou! Levou mais dois sopapos e
acordou detrás das grades já curado do porre. Foi então liberado e já na
primeira esquina tomou uns goles e aprontou novamente, ofendendo os presentes e
querendo briga com o dono do boteco. A
boca em que se metera era brava, levou dois tiros e virou finado.
GAZETA DO CUSCO DE ROMELÂNDIA- Frente Parlamentar Agropecuária vai a Temer para exigir que não restabeleça o imposto sindical.
Os deputados que integram a Frente Parlamentar Agropecuária para avisar:
- Não restabeleça o imposto sindical.
É com o dinheiro do imposto sindical que a CUT engorda greves políticas que os pelegos realizam hoje no Brasil.
E que os sindicatos fazem o que bem entendem, inclusive encurralando parlamentares nos aeroportos e corredores do Congresso.
Temer teria prometido revisar este ponto da reforma trabalhista.
DO BLOG POLÍBIO BRAGA
- Não restabeleça o imposto sindical.
É com o dinheiro do imposto sindical que a CUT engorda greves políticas que os pelegos realizam hoje no Brasil.
E que os sindicatos fazem o que bem entendem, inclusive encurralando parlamentares nos aeroportos e corredores do Congresso.
Temer teria prometido revisar este ponto da reforma trabalhista.
DO BLOG POLÍBIO BRAGA
DESPACHADO
Um dia tudo
passa
A dor
O amor
O choro
O riso
A tristeza
A alegria
No final de
tudo
Só resta um
corpo inerte
Deitado sobre
e cercado de madeira
Pranteado por
seus amados
E como praxe
da vida que segue
Encaminhado
para o esquecimento.
DOMINAÇÃO
Dominação não
é amor
É dor
Ato que
subtrai do ser
O direito de
escolha
E atropela a
dignidade.
DOS IMPOSTOS
Fosse feito bom uso dos impostos que pago
Pouca reclamação faria
Mas sinto que me roubam todos os dias
No país da impostolatria
E não se ouve um murmúrio
De que irão acabar com esta farra
Entra um sai dois
Na aldeia e na federal
E digo que é preciso muita cara-de-pau
Para se dizer feliz sendo governado por este bando de lalaus.
CONHECIMENTO
Quando penso que estou chegando ao meu
destino
Descubro que ainda não saí
Assim é a viagem pelo conhecimento.
quinta-feira, 29 de junho de 2017
OS PERDIDOS
Três homens
perdidos dormiam ao relento no deserto e passavam frio. Ouviram então um
barulho e perguntaram- “Quem vem lá?” – Saindo de dentro da escuridão uma voz respondeu.
“É o demônio.”
O mais velho
deles disse.
“Traz fogo
camarada?”
O diabo
respondeu.
“Trago muito
fogo.”
“Então se
aproxime sem medo que não irei te passar no chumbo.”
E foi assim
que o demônio passou a noite bebendo, contando causos e comendo carne seca na
maior alegria junto da fogueira como se fossem velhos companheiros. Pela manhã foi embora
dizendo.
“Até um dia
rapaziada! Peçam por mim quando chegarem!"
É PELA DOR
“O
aprendizado vem pela dor. Pois conto que de tanto querer escolher o que comer,
acabei por um bom tempo sem ter o que comer.” (Mim)
LEIS
“Por aqui as
leis são claras. Tão claras que para lê-las faz-se necessário usar óculos
escuros.É o que a turma lá de cima faz." (Mim)
PELO CEMITÉRIO
Passando pelo
cemitério na madrugada
O corajoso de
boteco apressa o passo
O coração
acelera
Enquanto o
vento sibila
Um vaso se
quebra
Uma coruja sai
da escuridão
O medo corre
pela espinha
Tudo parece
diferente
Quando o
nosso chão é abraçado pela noite
E o silêncio
imperial faz do psiu um grito que apavora.
INQUIETUDE
Das agruras
do dia
Do corpo
cansado e dolorido
Tudo o sono
repara
Mas para uma
mente inquieta
Que se agira
no pensar repensar
Não há cama
ou clima suave
Que traga
descanso ao espírito.
PARDAL
Há um pardal
na minha janela
Que não é o
Professor Pardal
Divirto-me
com esse bichinho manso
Que me ensina
coisas
Mostrando-me
O quanto pode
ser belo na sua rotina
Esse animalzinho
tão comum e singelo
Que fica a
ciscar aqui e ali
Para saciar
seu estomagozinho.
ACIDENTES?
Dos ferros
retorcidos nas estradas
Ecoam gritos
de dor e desespero
Quase todos
os acontecidos
São taxados
de acidentes
Quando na
verdade
Fazem parte
do doloroso retrato
Da grandiosa
estupidez que nos domina.
OS BICHOS
Na floresta
disse bem o orador papagaio
Somos felizes
vivendo como bichos livres
Não temos governo
Não vivemos
sob leis absurdas
Também não
somos vítimas de impostos escorchantes
Que sustentam
parasitas.
Danem-se os
racionais!
DEMAIS
Serpentes
nas paredes
Esquilos
saindo da televisão
Um
jacaré na banheira
Baratas
fritas e salgadas postas mesa
Um
canguru consertando o encanamento
Um
urso e um tigre jogando baralho na varanda
Macarrão
de minhocas em molho branco
Carne
em alho e óleo diesel
Bichos
da goiaba em duelo de espadas
Minha
sogra dando um elogio
Meu
cunhado indo trabalhar
O
vizinho carrancudo dizendo bom dia
Um
político de um partido político honesto na porta
Mulher
pode dobrar a dose do remédio
Senão
enlouqueço
São
muitas alucinações para um homem só.
CIRROSE
No embalo de todos os dias
À embriaguez ele não renuncia
O corpo abre os olhos
Já pedindo glicose
Ou mesmo por uma nova dose
Enquanto pacientemente espera pela
cirrose.
MARIA LOUCA
Para onde se voltam seus olhos
gananciosos?
Pergunta o povo Maria Louca.
O que vês além do baú do tesouro
E dos seus interesses mais mesquinhos?
Ou será medo da espada da justiça?
A nação das araucárias não mais te
saúda Maria Louca,
E até as gralhas ficam repugnadas
quando ouvem a tua voz.
SUSPEITO
O jornal diz
Que o suspeito matou a vítima com seis
tiros
Diante de vinte e cinco testemunhas
Gravação em vídeo
Pego ainda com a arma na mão
Mas o jornal repete que o elemento é
apenas suspeito
Diante de tanto absurdo
Digo que suspeito mesmo é o jornal.
COZIDO
“Ainda bem que a China fica distante. Só de pensar em virar cozido faço xixi no tapete.” (Bilu Cão)
BONS TEMPOS
“Bons tempo
em que eu comia ração ou ossinhos com carne após os churrascos. Agora só recebo
arroz dormido com banha.” (Bilu Cão)
CIENTE
“Algumas
mulheres lindas saem comigo somente para realçar ainda mais as suas
formosuras.” (Assombração)
quarta-feira, 28 de junho de 2017
MALFEITORES
Há
malfeitores de toda ordem que transitam no mundo para prejudicar outros e
tentar viver na boa vida, embora às vezes percam anos da existência nos Spas
dos governos. O caso é que na Rua das Américas mora a família dos Ribas
Salustianos, larápios desde o ventre da santa mãe, onde irmãos gêmeos se
roubavam entre si; dito então que ladrões do qual nada escapa, pavor de
vizinhos e mesmo de alguns parentes.
Pois conto que o vagalume Teodoro foi passear no quintal dos tais na
tarefa de embelezar mais o mundo das noites junto da lua e das estrelas, porém
teve o desprazer de sair de lá sem a sua lanterna na bunda. Os Ribas
Salustianos são elementos da ralé e não perdoam nem mesmo bunda de vagalume.
Barbaridade!
QUIETO E VIVO
Tirson chegou
de madrugada, tomou banho, foi para o quarto e acendeu a luz. Na sua cama, ao
lado de sua mulher dormia o Zecão Pavoroso com o revólver na mão. Zecão acordou
e pediu o que ele queria. Tirson disse que veio ver se ele precisava de algo,
talvez um suco ou uma cerveja. Pediu até se ele não queria trocar de
travesseiro. O Pavoroso disse que só
queria dormir, nada mais. Tirson pegou então um colchonete, apagou a luz e foi
dormir no canil.
FAMÍLIA
Tive pai e
mãe até o dia em que minha mãe fugiu com o vizinho chamado Ruan, isso quando eu tinha doze anos. O
meu pai ficou com a vizinha mais por raiva e também porque já não tinha mais
nada para fazer, além de juntar os seus quatro filhos com os sete filhos dela,
o que acabou fazendo da nossa casa um albergue dos diabos, com colchonetes até
no banheiro e uma falta de tudo, até mesmo do sempre abundante pão com bananas,
que verdade seja dita, era o cardápio dos dias de semana e também aos domingos.
Mas nada disso é tão importante como o fato da mulher gritar mais que pastor em
culto de arrecadação e não dar sossego e nomes aos filhos dela, pois meu pai
sabia dar nome aos filhos; João Paulo, André Rodrigo são nomes comuns, já
os irmãos ganhos na roleta russa da vida se chamavam Werlilaine, Wermenton, Wirton, Wurtenson, Wesllei, Wasvanesca e Wislon;
que é diabo a carregue com tanto W. O caso que ninguém mais conseguia ler ouvir
rádio ou assistir TV gato tamanho era o amontoado de gente naquele casebre de
quatro por nada, pois até o gato e os cachorros fugiram para o bairro vizinho,
pois nem eles suportaram o inferno em que estávamos todos metidos. Havia brigas
para poder comer, tomar banho no tanque; não havia chuveiro, lavar o rabo e
tudo mais era difícil. Foi o que me fez fugir de casa com treze anos para nunca
mais voltar. Na verdade foi minha sorte, pois soube que meu pai teve mais três
filhos com a louca adoradora de w, embora o Wirton tenha morrido,de pneumonia dupla o
pobre diabo. O caso é que nem posso aqui do norte imaginar a dificuldade de convivência
naquele pequeno universo de barrigudos verminados e mais feios que temporal em
alto mar.
FOI
Quando Joel
completou trinta e três anos viu uma luz e dentro dela uma voz que dizia ‘vá!’.
Ele foi, errou um degrau, caiu da escada e quebrou o pescoço. Foi mesmo.
CONTANDO
Desde cedo da
manhã o velho seu Zacarias sentado na porta da igreja contava um, dois, um,
dois, um, dois...Passou Antenor e pediu: Por que um, dois? Seu Zacarias olhou
para ele; um, dois, três... um dois, três...um, dois, três...
MESTRE YOKI
“Mestre,
por que elegemos tantos corruptos eleitos em nosso país?”
“Talvez
por ignorância, talvez por semelhança.”
OUTUBRO DE 2018, A LAVA JATO ELEITORAL por Percival Puggina. Artigo publicado em 28.06.2017
Há mais de meio século estudo e acompanho a política brasileira. Vivi, inclusive, períodos de participação ativa no final do século passado. Confesso que nunca observei algo que guarde analogia com o que estamos presenciando nestes desregrados anos. Tensões, conflitos, antagonismos são disponibilizados a quem participa da política com a mesma assiduidade com que o pão comparece à mesa do café da manhã. Esse serviço diário é proporcionado pela disputa do poder e encontra sua síntese nos alinhamentos de governo e oposição. Em países que se dizem democráticos, sem a hipocrisia dos hierarcas cubanos e venezuelanos, sempre há um governo e sempre há uma oposição livre. Os cidadãos, naquilo que lhes corresponde, reconhecem essa polarização identificando-se com algum dos lados.
O Brasil destes inusitados dias é curiosa exceção. Há governo, há oposição, mas ampla maioria da sociedade, se pudesse, botava os dois blocos no olho da rua. A polarização se tornou jogo meramente institucional, em cujos desdobramentos, inclusive, são rotineiros os momentos de convergência e recíproca proteção sempre que interesses escusos estão sob ameaça. Nestes casos, as ideologias são mandadas às favas e se estabelece, sólida, a sociedade dos celerados. A nação - militantes à parte porque formam uma categoria social distinta - percebe os fatos e se distancia dos polos políticos. É baile de cobra onde não se entra sem perneira. A rede com que se captura a confiança dos eleitores tem rombos pelos quais até baleias transitam.
Inusitado, também, o desalento nacional perante as estruturas do poder político. Insistentemente tenho escrito sobre a irracionalidade do nosso modelo institucional, sua fertilidade em gerar crises e incompetência para resolvê-las sem gravíssimas sequelas. Em linguagem farmacológica, nossos remédios institucionais são estranhos placebos, com paraefeitos que se agravam quando as sessões dos tribunais superiores são submetidas ao crivo da opinião pública. Definitivamente, eles não se ajudam quando metem os pés políticos pelas mãos jurídicas.
Além da tela do computador com o qual escrevo, além da touch screen do telefone celular, há um mundo nada virtual, bem real, clamando por ordem, justiça e atenção às suas necessidades básicas; há todo um setor produtivo carecendo de estabilidade, credibilidade e capacidade de investimento. Nosso país é um gigante geográfico e populacional onde solavancos políticos afetam a vida de milhões de pessoas. E nós estamos enfrentando terremotos. É desde essa perspectiva, tomado por desalento em relação às urgências nacionais, como as reformas ora em debate e as político-institucionais, que desejo registrar três convicções.
Primeira: não é tudo a mesma coisa. Ainda que a desonra venha a atingir equitativamente os blocos de governo e oposição, em quase tudo mais que importa há, entre eles, desigualdades muito relevantes sobre temas fundamentais. Refiro-me, por exemplo, a papéis do Estado, privatizações, corporativismos, equilíbrio fiscal, economia de mercado, direito de propriedade e violações a esse direito; educação, família, aborto e políticas de gênero; segurança pública, conflitos sociais e drogas. E por aí vai, que a lista é longa.
Segunda: a justiça tardará a chegar. A morosidade do sistema, que muitos de nossos ministros dos tribunais superiores consideram necessária à boa administração da justiça, não permitirá que esse poder de Estado, antes das próximas eleições, remova da cena política as organizações criminosas que envergonham a nação.
Terceira: a principal fase da operação Lava Jato será tarefa nossa. Ela ocorrerá em outubro do ano que vem, quando, num flash bissexto, o poder transitará pelas mãos do povo... (A íntegra do texto pode ser lida aqui)
Sérgio Moro avisa: "Vaccari continuará preso em Curitiba !"
O juiz Sérgio Moro não cumpriu o alvará de soltura do tesoureiro do PT, Vaccari Neto, absolvido ontem pelo TRF4, Porto Alegre, que julgou recurso do petista num dos processos ajuizados contra ele.
Acontece que Vaccari deve continuar preso por estar condenado em outros processos que o próprio Sérgio Moro julgou.
Vaccari já ficou mais de dois anos preso e vai apodrecer na cadeia, a menos que entregue Lula, Dilma e o PT.
Do blog Políbio Braga
O TORNADO
Naquela tarde
o céu ficou escuro. Um enorme tornado chegou à cidade e não destruiu nada,
apenas foi recolhendo pessoas. Levava mil para dentro do turbilhão e deixava
uma, coisa inacreditável. Ia e retornava sem parar. Eu estava na rua
conversando com um amigo quando ele se aproximou de nós. Não adiantava correr,
então ficamos aguardando os acontecimentos.
-O que será
isso?-perguntou o amigo.
-Não tenho
noção nenhuma- Foi o que respondi.
Aí apareceu
um terceiro dizendo:
-Eu sei o que
é! É um castigo de Deus e está levando os homens pecadores para o inferno!
O tornado
retornou, apanhou mais um dono da verdade e sumiu nas alturas. Ficamos atônitos
e fomos para casa. Após alguns dias descobrimos que o tornado levou embora
todos os que tinham apenas certezas e deixando aqui na terra os homens cheios
de dúvidas.
A TURMA DO BAFO
“A turma do
santo boteco de todos os dias leva para dentro de suas casas o maravilhoso bafo
consagrado.” (Limão)
terça-feira, 27 de junho de 2017
Colégio de Floripa adere sem restrições ao movimento Escola Sem Partido
Colégio de Floripa adere sem restrições ao movimento Escola Sem Partido
O Colégio Antônio Peixoto (CAP), Florianópolis, aderiu ao movimento Escola Sem Partido (ESP) de forma espontânea. Com apoio do corpo docente, funcionários administrativos, pais e alunos, foi afixado um cartaz com os deveres do professor na instituição de ensino.
A ação foi compartilhada na página do Escola Sem Partido e já gerou mais de 1,2 mil likes na postagem.
O diretor do colégio, Marcelo Batista, que também é presidente do Sindicatos das Escolas Particulares de Santa Catarina (SINEPE-SC), é um entusiasta do movimento e já organizou palestras na cidade com o fundador do ESP, Miguel Nagib e com a professora Ana Campagnolo, conhecida por sua ação de danos morais contra sua orientadora de mestrado por coação e assédio moral em sala de aula.
Não é a primeira vez que o estabelecimento se posiciona contra a militância sindical do ensino.
Do blog Políbio Braga
O CADÁVER E O URUBU
Década de
1940. Um urubu percebeu um corpo inerte estendido numa clareira na África. Fez
o reconhecimento e pousou o sobre o cadáver. Nenhum leão em volta, tranquilo.
Deu a primeira bicada, engoliu, sentiu náuseas, vomitou e foi então que
percebeu que o corpo que devorava pertencia a um capitão SS carregado de
medalhas. Fez cara de nojo, escreveu um bilhete e jogou sobre o corpo: ”Urubus,
comida apenas para vermes, tenham cuidado!”
O DESTEMIDO ANTENOR
Nada temia
Antenor, nem o capeta em carne e osso.
Fazia questão de passar sob escadas, adentrar cemitérios em plena
madrugada, frequentar puteiro em ambiente violento e até namorar filha de
traficante ou delegado. E não parava por aí; atravessava rio em enchente,
entrava em casa pegando fogo, matava cobra no dente. Pois é, esse homem valente sem igual veio a
morrer tal qual um comum de infarto fulminante. Foi agorinha, de raiva, quando
ouviu Lula dizer cheio de amargura que não compensa ser honesto no Brasil.
JARBAS E EDNO
Dois irmãos,
Jarbas e Edno. Jarbas colocou uma escada na parede e subiu no telhado. Lá ficou
dançando por horas, por vezes numa perna só.
Jarbas é
louco.
Edno tomou
todas, pegou seu automóvel e saiu em disparada. Encontrou uma árvore no caminho
e se arrebentou todo.
Edno é burro.
O VELHO JOSÉ
O velho José
já na casa dos setenta ficava em frente da casa vendo o movimento da rua. Viúvo
e sem filhos, ali ficava para passar o tempo. E os dias foram se passando, os
meses, os anos, e o velho José ali olhando o movimento sentado na sua cadeira
de palha. Os vizinhos foram morrendo de velhice, casas demolidas e o seu José
por ali observando o movimento. Com os anos chegaram os edifícios e novos
vizinhos que desconheciam o idoso seu José, coisa de cidade grande e correria.
Talvez por isso foi que demorou alguns anos
para descobrirem o esqueleto do seu José sentado na sua cadeira, cigarro entre os dentes de sua
caveira, ainda contando os automóveis que passavam pela rua.
PÓ
Noite. Uma
rua solitária na periferia. Um gato malhado salta entre os telhados enquanto
cães ladram ao vento. O excesso de lixo caiu fora das latas e escorre pelo chão
de terra. Baratas passeiam fugindo dos pés dos meninos que brincam de bola na
via. Mães e irmãs mais velhas chamam para dentro os garotos de pés encardidos.
É hora do banho e do jantar. Crianças recolhidas, já é tarde, agora chegam
automóveis com ocupantes que procuram nas esquinas pelos empresários do pó. A
lua e as estrelas observam o movimento. Dinheiro para cá, pó para lá. Negócio
feito lá e vão os loucos em busca de alucinações, enquanto os empresários da
farinha perigosa contam as notas. O inferno para ambos os lados é logo ali.
MULA-SEM-CABEÇA
Após vinte
anos de pesquisas em todo o território brasileiro o professor Martin Roney
chegou à conclusão que não existe mula-sem-cabeça. Mas salientou que há os
socialistas, que vem ser a mesma coisa.
NADA
Quando Eder
acordou no hospital o médico disse-lhe que esteve morto por cinco minutos.
Sacanagem pura! Nada do outro lado! Quando saiu do hospital a primeira coisa
que fez foi dar um pau no pastor da sua igreja, além de exigir a grana do
dízimo de volta. E prometeu ir atrás do padre da sua infância e do professor de
religião.
DONA IOLANDA
Dona Iolanda
sempre foi uma mulher reservada, mulher difícil. Demorou em aceitar o sexo.
Quando aos setenta anos teve o primeiro orgasmo morreu de alegria.
MAIS ÁGUA
Tive um
sonho. Todos os eleitores do PT estavam afogados no fundo de um lago podre. Mas
eles mesmo estando afogados gritavam e agitavam bandeiras. E por incrível que
pareça pediam por mais água suja.
CORNO SEM DÍVIDAS
“Dividi a
minha mulher em quatro. Um dia é do padeiro, o outro do açougueiro, depois é a
vez do leiteiro e por último é o gerente de banco. Sou um realista, um corno
sem dívidas.” (Climério)
APRESENTAÇÃO
O auditório
estava lotado de homens de semblantes sérios, todos elegantemente vestidos, nenhum
sem paletó e gravata. Bach deslizava pelas paredes e fazia sorrir àqueles corações
que amavam a boa música. O ar que se
respirava no ambiente era o odor das boas virtudes, a paz interior que somente
homens sem débito com Deus podem realmente expressar. Silêncio total quando
Madame Junot subiu ao palco para mostrar a tão seleta e educada plateia as
novas moçoilas do seu bordel de luxo.
EVIDÊNCIAS
“Está assim
de maninho com diploma de curso superior na parede, defensores daquele porco
petista que não sabem o que são ‘evidências’ na. elucidação de um crime. Só conhecem
a música do José Augusto.” (Mim)
segunda-feira, 26 de junho de 2017
Juízes ‘Linha Dura’ São Revisores De Moro
Foi um escândalo. Na saída da missa dominical de Ribeirão Claro (PR) dois motociclistas desfilaram nus em frente aos fiéis, após apostar e perder que o Brasil venceria a Argentina na Copa de 90.
O promotor da cidade não pensou duas vezes: pediu a prisão preventiva (por tempo indefinido) dos “peladões”. Era João Pedro Gebran Neto, que atualmente é juiz federal e relator da Lava Jato em segunda instância.
“Não foi fácil convencer o juiz substituto, que vinha semanalmente a Ribeirão Claro, de que o caso merecia tão séria repressão”, disse, em texto publicado em 2012. Como a cadeia estava vazia, o magistrado aceitou prender os arruaceiros por “um ou dois dias”. Depois disso, “a ordem estava restabelecida”, concluiu o ex-promotor.
À frente da oitava turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que revisa as decisões de Sergio Moro, o curitibano Gebran Neto continua conhecido pela rigorosidade, assim como os outros dois componentes do colegiado, Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus. Quase metade das penas dadas por Moro foram elevadas na segunda instância, algumas delas em mais de dez anos. Na quarta-feira (21), o processo contra o ex-sócio da Engevix, Gerson de Mello Almada, chegou à sala de julgamentos da turma com uma condenação a 19 anos de reclusão. Saiu com uma pena de 34 anos e vinte dias. Antes mesmo de o STF (Supremo Tribunal Federal) definir que réus podem ser presos em segunda instância, a oitava turma já determinava a execução das penas de pessoas que condenavam.
O trio não tem concedido entrevistas, mas Gebran se posicionou ao ser questionado se, ainda hoje, considera o caso de Ribeirão Claro como passível de prisão preventiva -tomada quando há risco de reiteração da conduta ou destruição de provas. “Na ocasião, os efeitos da decisão foram muito benéficos, porque a sociedade permaneceu em paz e sem novos presos por muito tempo”, disse Gebran em nota à reportagem. “Como promotor, agiria como agi na época, levando em conta a data dos fatos, a pequena e pacífica comunidade onde aconteceu e os impactos causados com as condutas. Cabe ao julgador analisar os fatos e tomar a decisão”, afirmou.
LISTA TRÍPLICE
Sediada em Porto Alegre, a oitava turma do TRF-4 tem apenas um gaúcho, o revisor da Lava Jato Leandro Paulsen. Especialista na área tributária, surpreendeu colegas de direito ao se tornar um juiz “linha dura” na área penal ao assumir a vaga no TRF. Juiz federal desde 1993, torcedor do Internacional, Paulsen fez carreira e tem família na capital. Trabalhou por três anos e meio, ainda sem se formar, no gabinete de um juiz do TRF que, antes, era procurador da República. Em 2014, figurou ao lado de Sergio Moro em lista tríplice da Ajufe (Associação de Juízes Federais do Brasil) para substituir o ministro Joaquim Barbosa no Supremo.
Dos três, o que está mais tempo no tribunal é o catarinense Laus. Ex-procurador da República, por dez anos, foi promovido ao tribunal em 2002. Sempre foi tido como um magistrado severo, mas, na turma, é visto pelos advogados como o menos rígido. Alguns processos de repercussão serão analisados pela oitava turma nos próximos meses. Um deles é o do ex-ministro José Dirceu, solto pelo STF em maio, enquanto ainda aguarda a decisão do trio. Outro possível processo é o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso ele seja condenado por Moro na ação do tríplex. Se não for, também há possibilidade de o Ministério Público recorrer.
A defesa de Lula, no entanto, já teve embates com o trio – assim como tem com Moro. Em ação, disse que Gebran tem relação de amizade com o juiz de primeira instância e não pode decidir se Moro é suspeito ou não para julgar o ex-presidente. Citou agradecimento que Gebran fez em um livro. Ele disse ter “afinidade e amizade” com Moro. Gebran não negou que tenha amizade com o juiz, mas diz que não sofre influência nas decisões que toma. Paulsen e Laus defenderam o colega de turma. “Não há que se imaginar que eventual amizade entre magistrados induza a manutenção de decisões ou coisas do tipo”, disse Paulsen, em voto.
A ação da defesa de Lula corre agora no STJ (Superior Tribunal de Justiça).Um adjetivo recorrente entre os advogados que classificam a turma é “rigorosa”. Foi isso o que disse o advogado Marcos Crissiuma à reportagem, após a turma manter a prisão preventiva de seu cliente, um gerente da Petrobras preso na 40ª fase da operação. É assim, também, que caracteriza quem já teve seus casos julgados pelos três em processos não relacionados à Lava Jato. “Essa turma pode divergir do Moro, mas ainda assim são divergências de juízes rigorosos”, afirma o criminalista Márcio Paixão.
BANALIZAÇÃO
Advogados também veem que a reiteração de casos similares na Lava Jato pode levar os juízes a repetir decisões. Esse argumento foi usado por Antônio Pitombo, na defesa de Almada. “A visão de quem está dentro muitas vezes não reconhece alteração no caso”, disse, acrescentando que seu cliente sofria pressões. Pediu que “examinassem o homem”. Não fez o efeito esperado. Gebran, como relator, elevou a pena de Almada para 23 anos. Paulsen aumentou ainda mais, para 34, e foi seguido no voto por Laus.Antes de votar, Gebran respondeu ao advogado. Disse que a turma tem percebido que houve uma “banalização” da corrupção na Petrobras, mas isso não “autoriza um raciocínio que beneficie quem estiver inserido dentro desse contexto”. “A banalização das coisas não torna elas melhores. Às vezes torna até piores, doutor”, afirmou. Com informações da Folhapress.
FONTE- NBO
À frente da oitava turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que revisa as decisões de Sergio Moro, o curitibano Gebran Neto continua conhecido pela rigorosidade, assim como os outros dois componentes do colegiado, Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus. Quase metade das penas dadas por Moro foram elevadas na segunda instância, algumas delas em mais de dez anos. Na quarta-feira (21), o processo contra o ex-sócio da Engevix, Gerson de Mello Almada, chegou à sala de julgamentos da turma com uma condenação a 19 anos de reclusão. Saiu com uma pena de 34 anos e vinte dias. Antes mesmo de o STF (Supremo Tribunal Federal) definir que réus podem ser presos em segunda instância, a oitava turma já determinava a execução das penas de pessoas que condenavam.
O trio não tem concedido entrevistas, mas Gebran se posicionou ao ser questionado se, ainda hoje, considera o caso de Ribeirão Claro como passível de prisão preventiva -tomada quando há risco de reiteração da conduta ou destruição de provas. “Na ocasião, os efeitos da decisão foram muito benéficos, porque a sociedade permaneceu em paz e sem novos presos por muito tempo”, disse Gebran em nota à reportagem. “Como promotor, agiria como agi na época, levando em conta a data dos fatos, a pequena e pacífica comunidade onde aconteceu e os impactos causados com as condutas. Cabe ao julgador analisar os fatos e tomar a decisão”, afirmou.
LISTA TRÍPLICE
Sediada em Porto Alegre, a oitava turma do TRF-4 tem apenas um gaúcho, o revisor da Lava Jato Leandro Paulsen. Especialista na área tributária, surpreendeu colegas de direito ao se tornar um juiz “linha dura” na área penal ao assumir a vaga no TRF. Juiz federal desde 1993, torcedor do Internacional, Paulsen fez carreira e tem família na capital. Trabalhou por três anos e meio, ainda sem se formar, no gabinete de um juiz do TRF que, antes, era procurador da República. Em 2014, figurou ao lado de Sergio Moro em lista tríplice da Ajufe (Associação de Juízes Federais do Brasil) para substituir o ministro Joaquim Barbosa no Supremo.
Dos três, o que está mais tempo no tribunal é o catarinense Laus. Ex-procurador da República, por dez anos, foi promovido ao tribunal em 2002. Sempre foi tido como um magistrado severo, mas, na turma, é visto pelos advogados como o menos rígido. Alguns processos de repercussão serão analisados pela oitava turma nos próximos meses. Um deles é o do ex-ministro José Dirceu, solto pelo STF em maio, enquanto ainda aguarda a decisão do trio. Outro possível processo é o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso ele seja condenado por Moro na ação do tríplex. Se não for, também há possibilidade de o Ministério Público recorrer.
A defesa de Lula, no entanto, já teve embates com o trio – assim como tem com Moro. Em ação, disse que Gebran tem relação de amizade com o juiz de primeira instância e não pode decidir se Moro é suspeito ou não para julgar o ex-presidente. Citou agradecimento que Gebran fez em um livro. Ele disse ter “afinidade e amizade” com Moro. Gebran não negou que tenha amizade com o juiz, mas diz que não sofre influência nas decisões que toma. Paulsen e Laus defenderam o colega de turma. “Não há que se imaginar que eventual amizade entre magistrados induza a manutenção de decisões ou coisas do tipo”, disse Paulsen, em voto.
A ação da defesa de Lula corre agora no STJ (Superior Tribunal de Justiça).Um adjetivo recorrente entre os advogados que classificam a turma é “rigorosa”. Foi isso o que disse o advogado Marcos Crissiuma à reportagem, após a turma manter a prisão preventiva de seu cliente, um gerente da Petrobras preso na 40ª fase da operação. É assim, também, que caracteriza quem já teve seus casos julgados pelos três em processos não relacionados à Lava Jato. “Essa turma pode divergir do Moro, mas ainda assim são divergências de juízes rigorosos”, afirma o criminalista Márcio Paixão.
BANALIZAÇÃO
Advogados também veem que a reiteração de casos similares na Lava Jato pode levar os juízes a repetir decisões. Esse argumento foi usado por Antônio Pitombo, na defesa de Almada. “A visão de quem está dentro muitas vezes não reconhece alteração no caso”, disse, acrescentando que seu cliente sofria pressões. Pediu que “examinassem o homem”. Não fez o efeito esperado. Gebran, como relator, elevou a pena de Almada para 23 anos. Paulsen aumentou ainda mais, para 34, e foi seguido no voto por Laus.Antes de votar, Gebran respondeu ao advogado. Disse que a turma tem percebido que houve uma “banalização” da corrupção na Petrobras, mas isso não “autoriza um raciocínio que beneficie quem estiver inserido dentro desse contexto”. “A banalização das coisas não torna elas melhores. Às vezes torna até piores, doutor”, afirmou. Com informações da Folhapress.
FONTE- NBO
-GUSTAVO BINENBOJM - A CENSURA NO RETROVISOR
É legítimo que alguém possa proibir a exposição de um fato ocorrido em sua vida? NÃO
A censura tem vários nomes. Ladina, raramente se assume como tal. Costuma ser invocada em nome da moral, dos bons costumes, da privacidade e até da dignidade humana.
No entanto, qualquer que seja o nome ou o pretexto, o propósito é sempre o mesmo: controlar o que os cidadãos podem saber, para determinar como devem pensar.
O modelo desta estação tem nome pomposo e potencial para fazer estrago letal no livre fluxo de informações: o direito ao esquecimento.
Surgido na França e na Alemanha após a Segunda Guerra, desenvolveu-se a partir de demandas de criminosos que buscavam impedir a divulgação de filmes, peças teatrais ou documentários jornalísticos sobre a sua vida pregressa.
O argumento era fundado no direito à ressocialização e na tentativa de evitar os efeitos negativos do revolvimento de fatos desabonadores ocorridos no passado.
Aos poucos, todavia, as cortes constitucionais europeias deram-se conta dos riscos que esse suposto direito representaria à democracia e passaram a prestigiar em sua jurisprudência, de maneira preponderante, a liberdade de expressão.
Afinal, o desejo de não ser lembrado por fatos pretéritos embaraçosos ou desagradáveis poderia aniquilar o direito à informação.
Foi então que, em 2014, o Tribunal de Justiça da União Europeia determinou que o Google desindexasse o link de uma notícia veiculada há muito tempo pelo jornal espanhol “La Vanguardia” sobre o leilão de um apartamento de propriedade de Mario Costeja González.
Embora o caso estivesse encerrado há anos, González continuava associado à dívida, pois a edição do jornal fora digitalizada e carregada na internet em 2008.
A corte considerou que a informação “não seria mais adequada ou relevante,” embora tenha ressalvado que a notícia não poderia ser retirada do site do jornal, pois aí a liberdade de imprensa seria afetada. Nada obstante, o precedente cria um risco significativo, sobretudo se mal compreendido ou empregado fora de seu contexto original.
O parâmetro da “inadequação ou irrelevância” da informação é problemático, dada a sua imprecisão conceitual e a sua patente vagueza. A margem de subjetividade sobre o interesse público ou o valor histórico da informação é enorme, acarretando insegurança jurídica.
Ademais, nem sempre é possível distinguir, de antemão, os dados irrelevantes, que podem ser descartados, daqueles que serão essenciais à preservação da memória coletiva e da historiografia social.
O Supremo Tribunal Federal discutirá a questão apreciando o caso em que uma emissora de TV exibiu encenação que recontava, de forma absolutamente fidedigna, um crime violento e de grande repercussão praticado contra uma mulher há quase 60 anos.
Em todas as instâncias anteriores a Justiça negou o direito pleiteado pelos irmãos da vítima, rejeitando a tese do direito ao esquecimento. Ora, divulgar informações verdadeiras, obtidas de maneira lícita, constitui prerrogativa fundamental dos veículos de comunicação, cujo exercício não está sujeito a nenhum prazo, nem à autorização ou licença dos personagens envolvidos ou de seus familiares.
Obrigar a sociedade a apagar fatos do passado, simulando uma amnésia coletiva, constituiria uma nova modalidade de censura, igualmente proscrita pela Constituição: a censura no retrovisor.
Fonte: “Folha de S. Paulo”, 17/06/2017
RICARDO AMORIM- BRINCANDO COM A DEMOCRACIA
Quando funciona, a democracia é preciosa. Participação popular nos rumos do país através de seus representantes dá legitimidade às decisões e garante que os interesses de todos sejam considerados. Arbitrariedades e perseguições são muito mais comuns em regimes autoritários, mesmo quando os déspotas são esclarecidos.
A democracia é preciosa, mas é frágil. A história brasileira deixa isso claro. De 1930 para cá, nós vivemos um em cada três anos sob o jugo de ditaduras. Somando–se a ditadura de Getúlio Vargas com a militar foram mais de três décadas e meia sem democracia. A ideia utópica de golpes que destituem lideranças democráticas corruptas e convocam eleições rapidamente infelizmente não se confirma na história. Uma vez no poder, eles encontram formas, desculpas e razões para se perpetuarem.
Dois pilares essenciais da democracia são as pessoas se sentirem representadas por seus líderes e que haja uma separação entre os poderes, para garantir que ninguém abuse de suas atribuições. Tais pilares não estão presentes no Brasil de hoje. A sensação de não ser representado por seus governantes aflorou entre os brasileiros há uma década. O então presidente Lula inflamou a divisão para se defender dos escândalos do Mensalão.
A polarização rachou o país.
Para piorar, com o avanço da Lava-Jato, os escândalos de corrupção não pararam de aumentar. Independente de partido político, presidentes, governadores, prefeitos e legisladores em sua quase totalidade não representam seus eleitores, apenas abusam de seus cargos em busca de benefícios próprios.
A separação entre os poderes inexiste na prática. Temos um corporativismo de uma cleptocracia que assalta o Estado e os brasileiros. Ministros do TSE e do STF “julgam” aqueles que os indicaram aos cargos e congressistas recusam-se a cassar mandatos de outros congressistas comprovadamente envolvidos em corrupção.
Urge punir todos os corruptos e restaurar a separação entre os poderes, proibindo por lei indicações políticas ao STF, TSE, TCU e outros órgãos de fiscalização. Assim se garante a independência necessária para o exercício das funções.Se não fizerem isso, nossos líderes estarão colocando a eles mesmos e à própria democracia em risco, como o atentado a um legislador nos EUA e o apoio crescente a um golpe militar no Brasil deixam claro. Xô, Satanás!
Fonte: “Isto é”, 23/06/2017.
ENCENAÇÃO
“Aécio,
Temer, Lula FHC e Cia jogam pra plateia. Inimigos apenas na encenação. Estão juntos para salvar os próprios pelos e o
pelo dos queridos amigos de roubalheira. Acredita neles ingênuo!”
SÓ COM RECIBO?
“Os
defensores de certo bandido famoso desconhecem algo chamado evidencias e querem
provas que o amado calhorda roubou. Talvez um recibo com firma
reconhecida em cartório?”
SANTO REMÉDIO
Madrugada e o
cão Tupi não sossegava, não parava de latir. Vizinhos reclamavam em bando. Após esbravejamentos e xingamentos inúteis
seu dono levou para ele o último exemplar da Playdog. Foi um santo remédio.
A CANETA
Havia uma
bela caneta que só gostava de escrever coisas relacionadas ao amor. Porém por
essas coisas da vida foi parar nas mãos de um bruto cheio de ódio na Síria.
Certo dia já cansada de ver cabeças cortadas, bombas dilacerando inocentes e de
escrever discursos abomináveis contra a vida, transformou-se num pequeno
lagarto e enterrou-se na areia do deserto para sempre.
GINA
Gina, dezoito
anos, bela e frágil, meiga e prestativa. O pai Ernesto era um cavalheiro. A mãe
Andradina uma caninana. Certa amanhã Gina acordou tossindo e vomitando pétalas
de rosas. A mãe não se aguentou- “Ainda vomitasse dólares ou euros.” Gina
morreu no outro dia, seu corpo exalava um maravilhoso perfume. Foi o velório
mais cheiroso do mundo. Até hoje a ciência ainda não conseguiu uma explicação.
Os pais de Gina ainda vivem. Ele, culto e aberto ao mundo; ela; caminhando pra lá
e pra cá matando grama com cuspe.
O GUARDA-COSTAS DE DEUS
Fundamentalistas
islâmicos saíram do inferno carregados de bombas e entraram sorrateiramente no
paraíso para destruir o trono do Senhor. Disfarçados de anjos buscavam o melhor
lugar para colocá-las quando tiveram uma surpresa desagradável e voltaram
correndo para o inferno sem fazer nada; o guarda-costas de Deus era ninguém
menos que John Wayne e seu revólver de duzentos tiros.
EM CUBA
No silêncio
do cemitério ouviram-se gritos: tirem-nos daqui! Tirem-nos daqui!- O vigia
passou a procurar de onde vinham e demorou um bocado para localizar. Descobriu
que era do túmulo de um feroz dirigente comunista cubano que os gritos
provinham. Rapidamente tirou a tampa do caixão e para sua surpresa uma
enormidade de vermes pularam fora do esquife pedindo educadamente um lugar para
vomitar.
TENHA CALMA
Entrando em
sua casa na maior solidão e ouvir vozes estranhas, antes de assustar-se e
pensar que está ficando louco ou a casa mal-assombrada, verifique se o rádio
não ficou ligado.
MENINO OBEDIENTE
Renatinho é
um menino obediente. A mãe o mandou comprar marshmallow. Não encontrou no supermercado perto de sua
casa e seguiu em frente. Isso faz quinze dias. Foi visto ontem em Miami com um
pacotinho na mão. Contam que está retornando ao Brasil a nado.
O CONSELHO DOS SÁBIOS
2.099. Os homens mais sábios do planeta se reuniram em Genebra na Suíça para decidir qual deles era o mais sábio para presidir o conselho que governaria o planeta terra dali por diante. Todos se apresentaram como candidatos e fizeram suas explanações dando mostras de suas ideias. Após um mês de árduos debates ainda não haviam encontrado um nome de consenso e quando a palavra “burros” foi dita no plenário. Acendeu-se uma chama de ira e todos se engalfinharam com sangue nos olhos usando facas e estiletes, já que armas de fogo eram proibidas. Não sobrou um só dos sábios
PLUTÃO
Há milhões de
anos havia vida em Plutão. Não era o paraíso, mas melhorava a cada dia. Isso
até chegar por lá um tal de Zé Dirceu.
..
MAIS ÁGUA
Tive um
sonho. Todos os eleitores do PT estavam afogados no fundo de um lago podre. Mas
eles mesmo estando afogados gritavam e agitavam bandeiras. E por incrível que
pareça pediam por mais água suja.
MANUEL
Manuel sempre adorou fabricar brinquedos de
madeira, era sua vida e alegria. Homem magro e pequeno, quando morreu aos
oitenta anos foi enterrado dentro de um bilboquê
O BOM
Como o
próprio nome já diz Generoso era muito generoso. De tão bom chegava a ser
chato. Parou de comer e dormir para fazer o bem. Isso não poderia dar certo.
Generoso foi definhando, definhando , definhando e morreu definitivamente
definhado. Morto, chegou ao céu antes de chegar ao cemitério e sua ficha foi examinada pelo senhor todo
poderoso sob os olhares interessados de São Pedro, pois viu brilho nos olhos do
senhor. Quando Deus leu sua vida não acreditou e mandou investigar. Tudo
comprovado. Então Deus pediu
aposentadoria e colocou Generoso em seu lugar.
MORAL: Às vezes fazer um bom trabalho
dá mais trabalho.
A VISITA DO FANTASMA
Faz vinte
anos que sou um fantasma. Hoje resolvi visitar meu túmulo, matar saudade da
última morada do velho corpo. Encontrei vasos quebrados e intacto ainda um
vidro de Nescafé que outrora carregava flores. O reboco se deteriora, porém
ainda se lê ‘Ana esteve aqui’, isso escrito com carvão. Não sei quem é Ana, talvez uma que namorou
sobre o meu túmulo. Gramíneas e outras ervas nascem ao redor, uma borboleta
amarela pousa e sai rapidamente, pois formigas não dão folga. As letras de
bronze que diziam quem eu era foram roubadas. Bem, a verdade é que há anos não
recebo visita. Não adianta reclamar do abandono, assim é, o tempo passa, todos
morrem e chega o dia em que somos completamente esquecidos.
INTRANQUILO
Hermógenes
saiu de casa naquele tarde completamente intranquilo, estando seu cérebro em
chamas. Repetia para si: “hoje eu mato alguém, hoje eu mato alguém.” Deixou o
automóvel na garagem e seguiu em direção à cidade. Na cabeça usava um boné
branco e na mão direita um revólver calibre 38, carregado com cinco projéteis.
No caminho cumprimentou bodes e galinhas. Duas centenas de metros antes da
cidade empacou; sentou-se numa pedra saliente e ficou por alguns minutos
pensativo, até mesmo sem cuspir e piscar. Então deu um grito pavoroso que
acordou até mesmo os japoneses que já dormiam, semicerrou os olhos e atirou na
própria cabeça. Em casa sua mulher sentiu o coração palpitar quando viu os
comprimidos do marido doente jogados no lixo.
CARECA NÃO
Artur era
funcionário antigo do banco, mais de dez anos de casa. Ninguém jamais notara
algo diferente na sua aparência, foi uma surpresa. Pois boquiabertos seus colegas ficaram
quando ele chegou ao trabalho na manhã de segunda-feira completamente careca.
Ninguém sabia que usava peruca, escondia muito bem. Alguns engraçadinhos
fizeram piadas, mas Rosineide achou que ele ficou até mais bonito. Zenaide deu
até uma alisada de leve. Antes do meio- dia foi chamado pelo gerente e
informado que estava demitido, pois o banco não admitia funcionário careca.
Artur não ficou abalado, pois já estava de saco cheio daquela rotina, iria
inventar algo para fazer. Mas não podia antes de sair perder a oportunidade de
sacanear o gerente, extremoso bajulador de diretores:
“Funcionário
careca o banco não admite?”
“De jeito
nenhum!” – respondeu o gerente empinando o nariz e alisando o topete.
“E gerente corno?”- Perguntou Artur enquanto saía
rapidinho sem esperar pela resposta.
MINHOCAS E ALGO MAIS
Carlos,
pescador de final de semana saiu para apanhar minhocas. Terra preta e mole, bem
adubada, um criadouro perfeito. A cada enxadada brotavam meia dúzia de boas
cobrinhas. Com o baldinho já repleto foi dar a última e brotou da terra algo
inusitado: a vergonha na cara de Luis Inácio Lula da Silva, enterrada num terreno em São Bernardo
do Campo próximo do Sindicato dos Metalúrgicos. Ela toda suja e ainda cuspindo
terra perguntou: “já prenderam o maldito?”
domingo, 25 de junho de 2017
HERBERT E A MORTE
Herbert era
um grande mágico. Tão bom que por mais de uma centena de oportunidades enganou
a morte quando ela veio para buscá-lo. Foram tantas vezes que a morte desistiu
de levá-lo, cansou-se. Desde então Herbert vaga pelo mundo sem descanso. Aquilo
que poderia ao olhar superficial ser uma
dádiva, tornou-se um fardo duro de carregar. Herbert ainda vaga por aí,
saturado da vida, esperando que a morte reconsidere.
O PEDIDO
O sujeito
entrou no bar, sentou-se num canto e chegando o garçom fez o pedido: dois
pasteis de graxa de motor elétrico, um litro de ácido de bateria e uma salada
mista de arruelas temperada com pólvora e gasolina azul. Diante do olhar
atônito do atendente disse: sou o Super-Homem, portanto não esquente, hoje
resolvi radicalizar na dieta.
BUNDA VERMELHA
Anacleto
pintou a bunda com tinta vermelha e saiu nu a caminhar pelas ruas centrais da
cidade causando alvoroço. O delegado Firmino muito gente boa mandou pegar o
homem e levá-lo à delegacia. E o sermão.
-Onde já se
viu Anacleto, andar com essa bunda vermelha pelas ruas da cidade? Denegrindo o
nosso lugar? Onde já viu? Pouca
vergonha! E o respeito, onde fica?
Chamou o Cabo
Bruno.
-Cabo Bruno,
dê duas demãos de tinta ouro na bunda desse homem e depois pode soltá-lo. Ficará
um luxo! E tire uma foto pra gente colocar aqui na minha mesa.
O PREGADOR
Renato tinha
apenas dezoito anos quando saiu a pregar pelo mundo. Pregou em muitos lugares.
Mas infelizmente deixou de pregar por força maior antes mesmo dos trinta anos.
Aconteceu que acabaram os pregos e também o dinheiro para comprar mais.
AREIA MOVEDIÇA
Um sofrido
brasileiro andava perdido num pântano quando caiu numa areia movediça. Do nada
apareceu uma mulher para ajudá-lo. Quando viu que a dita cuja era Dilma ele
disse:
-Obrigado! Prefiro ficar aqui, posso me safar.
Já contigo existe o risco de eu me enterrar de vez.
NO DESERTO DO ATACAMA
Uma pequena e
solitária árvore perdida no meio do deserto do Atacama.. No seu tronco uma
inscrição que diz muito: “O PT esteve aqui.”

CASO RODRIGO HILBERT: ESTÁ PROIBIDO MATAR OVELHAS. SÓ SE PODE COMÊ-LAS VIVAS. por Flavio Morgenstern em Senso Incomum. Artigo publicado em 22.06.2017
(Publicado originalmente em sensoincomum.org)
O apresentador Rodrigo Hilbert terá de depor por exibir o abatimento de uma ovelha. E se fosse um aborto? Ou o amor de Lula por cabritas?
O apresentador de programas de culinária Rodrigo Hilbert será intimado a prestar depoimento na 14ª Delegacia de Polícia, no Leblon, para se explicar por ter cometido o hediondo crime de… abater uma ovelha em seu programa, que, segundo o Estadão, “mostrava a realidade dos produtores rurais em Santa Catarina”.
A situação transita perigosamente entre a comicidade e a morbidez totalitária, ainda mais em se tratando de um programa que mostra, justamente, a realidade dos produtores rurais. Afinal, quanto ainda podemos punir as pessoas por se apegarem à realidade, ao invés de viver em um safe space protegido por uma bolha de vácuo?
O caso de Rodrigo Hilbert parece alguma piada a ser comentada rapidamente na internet, mas reflete uma tendência muito maior e perigosa no Brasil e no mundo: a proibição do que possa ser “ofensivo”. Como se estar ofendido fosse sinônimo de estar certo. Ou, ainda pior, de estar sofrendo uma injustiça – basta pensar no que qualquer político diz ao ser pego com a boca na botija para entender o tamanho do problema.
A idéia de levar às autoridades (gerando jurisprudência e, posteriormente, costumes e leis) qualquer “ofensa” esconde ainda um perigo ainda maior, e nem por isso mais lento: a contemporânea proibição de falar a verdade. Rodrigo Hilbert, ao mostrar justamente a realidade da vida e do trabalho de produtores rurais, que alimentam o país inteiro e põem mistura no prato de cada pobre que pode comer um bife no país. Como alguém precisa depor por mostrar como se abate uma ovelha?
O apresentador foi denunciado por uma ONG de defesa de “direitos dos animais”. Uma petição na internet pediu o cancelamento do programa, sob esta justificativa (e esta é uma citação verdadeira):
“Porque ele assassinou ao vivo uma ovelha filhote, assassinou sorrindo, mostrando como é psicopata, monstruoso. Relatos de crianças que assistiram e não param de chorar, e perderam o apetite, e adultos também.”
Alguém precisa estar realmente doente para chamar um abate de “assassinato”, ou achar que tornar um animal em alimento é psicopatia. Estas pessoas não teriam a comida que receberam amorosamente da vovó e a capacidade de fazer sinapses tão longes de um silogismo se seus antepassados não tivessem comido ovelhas abatidas e muita proteína animal em um mundo selvagem e hostil. E alimentar famílias certamente é um motivo para sorrir. Votar em quem faz suruba financeira com dinheiro alheio via Friboi e JBS é que não é.
E adultos chorando por que Rodrigo Hilbert mostrou como se mata uma ovelha antes de se ter costelinha no supermercado? Já sugerimos aqui neste Senso Incomum na época da transmissão: que tal filmar um aborto? Podemos apostar de 10 contra 1 que os hipersensíveis que mandarão o apresentador para a delegacia por fazer o que é preciso ser feito para alimentar este país certamente são favoráveis ao aborto. Vamos filmar um aborto para ver se as criancinhas e adultos sorriem? Ou isso não seria “psicopatia”?
Pessoas apregoam o aborto livremente, e ninguém é obrigado a depor em delegacias por psicopatia. Para não falar em Maria do Rosário. Bastaria um único vídeo mostrando um aborto, ainda que indiretamente, e a discussão acabaria no país. Ou mesmo os vídeos da Planned Parenthood, a instituição à qual Hillary Clinton prometia mais verbas do pagador de impostos americanos em seus debates, cujos funcionários negociavam abertamente partes de fetos abortados.
Mas se a ONG de “direitos dos animais” quer fazer Rodrigo Hilbert ir à delegacia por transformar uma ovelha em alimento, desfrutado por 99% dos brasileiros, poderia exigir que um outro cidadão tenha de enfrentar a força da lei pelos maus tratos aos animais. Trata-se de Luiz Inácio Lula da Silva, que em entrevista à Playboy em 1979 defendeu alguns hábitos sexuais que não citou em suas campanhas by Duda Mendonça:
Playboy – Com que idade você teve sua primeira experiência sexual?
Lula – Com 16 anos.
Playboy – Foi com mulher ou com homem
Lula (surpreso) – Com mulher, claro! Mas, naquele tempo, a sacanagem era muito maior do que hoje. Um moleque, naquele tempo, com 10, 12 anos, já tinha experiência sexual com animais… A gente fazia muito mais sacanagem do que a molecada faz hoje. O mundo era mais livre…
Hoje, só a surpresa em dizer que não é gay é que causaria asco à militância. Provavelmente sua defesa apaixonada, romântica e de bom selvagem pelo “mundo mais livre” da bestialidade fosse chamada de “transespecismo” ou algum outro nome acadêmico chic do gênero. E os críticos seriam pechados como transespeciofóbicos. Com hashtag e tudo.
Basta cotejá-la a uma notícia também curiosa: um restaurante vegano espanhol proibiu uma mãe de amamentar o filho com uma mamadeira por ser um produto de origem animal. Novamente, é o tipo de notícia na qual os Social Justice Warriors (SJW) não podem pensar por muito tempo ou tentar extrair um princípio, ou terão de escolher entre feministas e vegans, e sua noção de justiça é apenas a de que ambos estão sempre certos.
Além de exigir dispêndio com a lei por simplesmente filmar a realidade, proibir cada vez menos lentamente que se fale a verdade e criar busílis com algo inócuo (e mesmo necessário) em um país com problema de fome e 60 mil homicídios por ano (boa parte deles graças às políticas de Lula), a hipersensibilidade seletiva de nossos Social Justice Warriors só mostra o quanto estão afastados justamente da realidade que Rodrigo Hilbert mostrou in true colours. E do que preocupa de fato o brasileiro de carne e osso, assassinado por psicopatas e com horror ao genocídio infantil do aborto.
De fato, parece que o único jeito de lidar com ovelhas sem “ofender” nenhuma ONG na qual ninguém votou para definir o que deve ser proibido e o que deve ser livre é se as comermos vivas. Com amor e camisinha.
H.L. MENCKENN- A VIDA DO HOMEM
A velha noção antropomórfica de que todo o universo se centraliza no homem –
de que a existência humana é a suprema expressão do processo cósmico – parece
galopar alegremente para o balaio das ilusões perdidas. O fato é que a vida do
homem, quanto mais estudada à luz da biologia geral, parece cada vez mais vazia de
significado. O que no passado, deu a impressão de ser a principal preocupação e obraprima
dos deuses, a espécie humana começa agora a apresentar o aspecto de um
subproduto acidental das maquinações vastas, inescrutáveis e provavelmente sem
sentido desses mesmos deuses.
Um ferreiro fabricando uma ferradura produz também algo quase tão
brilhante e misterioso – uma chuva de faísca. Mas seus olhos e pensamentos, como
sabemos, não estão nas faíscas, e sim na ferradura. As faíscas, na verdade, constituem
uma espécie de doença da ferradura; sua existência depende de um desperdício de
seus tecidos. Da mesma maneira, talvez o homem seja uma doença localizada no
cosmos – uma espécie de eczema ou uretrite pestífera. Existem, é claro, diferentes
graus de eczemas, assim como há diferentes graus de homens. Sem dúvida, um cosmos
afligido por uma infecção de Beethovens jamais precisaria de um médico. Mas um
cosmos infestado por socialistas, escoceses ou corretores da Bolsa deve sofrer como o
diabo. Não é surpresa que o sol seja tão quente e a lusa tão diabeticamente verde.
de que a existência humana é a suprema expressão do processo cósmico – parece
galopar alegremente para o balaio das ilusões perdidas. O fato é que a vida do
homem, quanto mais estudada à luz da biologia geral, parece cada vez mais vazia de
significado. O que no passado, deu a impressão de ser a principal preocupação e obraprima
dos deuses, a espécie humana começa agora a apresentar o aspecto de um
subproduto acidental das maquinações vastas, inescrutáveis e provavelmente sem
sentido desses mesmos deuses.
Um ferreiro fabricando uma ferradura produz também algo quase tão
brilhante e misterioso – uma chuva de faísca. Mas seus olhos e pensamentos, como
sabemos, não estão nas faíscas, e sim na ferradura. As faíscas, na verdade, constituem
uma espécie de doença da ferradura; sua existência depende de um desperdício de
seus tecidos. Da mesma maneira, talvez o homem seja uma doença localizada no
cosmos – uma espécie de eczema ou uretrite pestífera. Existem, é claro, diferentes
graus de eczemas, assim como há diferentes graus de homens. Sem dúvida, um cosmos
afligido por uma infecção de Beethovens jamais precisaria de um médico. Mas um
cosmos infestado por socialistas, escoceses ou corretores da Bolsa deve sofrer como o
diabo. Não é surpresa que o sol seja tão quente e a lusa tão diabeticamente verde.
JANER CRISTALDO- quinta-feira, agosto 30, 2007 FÉ É FOGO
Comentando o livro Deus, um Delírio, de Richard Dawkins, escrevi outro dia que sua argumentação, opondo a ciência à fé, é inútil. Pois os crentes são infensos à razão. Continuando a leitura do livro, encontrei um caso exemplar que confirma minha afirmação. Dawkins fala de Kurt Wise, um geólogo americano que hoje dirige o Centro para Pesquisas no Brian College, em Dayton, Tenesse. Falei outro dia também do filme E o vento será tua herança, que retoma uma discussão - em verdade, um processo - de 1925, quando o promotor William Jennings Bryan, na mesma cidade de Dayton, acusou de darwinismo o professor de ciências John Scopes. O Bryan College deriva do promotor Bryan.
Wise era um cientista altamente qualificado e promissor e sua educação religiosa exigia que ele acreditasse que a Terra tinha menos de 10 mil anos de idade. O conflito entre sua religião e sua ciência fez com que tomasse uma decisão. Sem conseguir suportar a tensão - conta-nos Dawkins - atacou o problema com uma tesoura. Pegou uma Bíblia e a percorreu, retirando literalmente todos os versículos que teriam de ser eliminados se a visão científica do mundo fosse verdadeira. Concluiu então:
"Por mais que eu tentasse, e mesmo com o benefício das margens intactas ao longo das páginas das Escrituras, vi que era impossível pegar a Bíblia sem que ela se partisse ao meio. Tive de tomar uma decisão entre a evolução e as Escrituras. Ou as Escrituras eram verdade e a evolução estava errada ou a evolução era verdade e eu tinha de jogar a Bíblia fora. Foi ali, naquela noite, que aceitei a Palavra de Deus e rejeitei tudo que a contradissesse, incluindo a evolução. Assim, com grande tristeza, lancei ao fogo todos os meus sonhos e as minhas esperanças na ciência.
"Embora existam razões científicas para aceitar uma terra jovem, sou criacionista porque essa é a minha compreensão das Escrituras. Como disse para meus professores, anos atrás, quando estava na faculdade, se todas as evidências do universo se voltarem contra o criacionismo, serei o primeiro a admiti-las, mas continuarei sendo criacionista, porque é isso que a palavra de Deus parece indicar. Essa é a minha posição".
Fé é fogo. Como disse, não adianta opor a razão à fé. Quem crê, não tem dúvidas. Mesmo tendo nascido em um universo pagão, em meus de guri fui pego por uma catequista e o catecismo cristão me foi enfiado a machado na cabeça. O que me libertou do obscurantismo católico foi uma singela característica do ser humano, a sexualidade. Eu não conseguia entender como algo tão bom podia ser pecado, e portanto proibido. Em umas férias de verão, encerrei-me em um quarto de nossa casa de campo, com uma Bíblia em punho. Eu a reli durante três dias e três noites, encerrado naquele quartinho, só saindo de casa nas madrugadas, para cavalgar pelas coxilhas. Meus pais, que me passavam a comida por uma janelinha, começavam a duvidar de minha sanidade mental.
Daquela releitura, emergi ateu. De início, um profundo desconsolo. Quer dizer que não havia vida eterna, paraíso, aquelas sobremesas todas post-mortem? Convicto de que com a morte tudo acaba, consolei-me ao constatar que todos os homens morrem, acreditem ou não na vida eterna. Ao contrário de Wise, entre a razão e a fé, optei pela razão.
Senti-me extraordinariamente liberto. Em dias de tempestade, montava nu em um cavalo e saía a galope em meio aos raios. Na Casa - a residência original do clã - meus tios e primas rezavam, cobriam espelhos e escondiam objetos de ponta, como tesouras e facas. Acreditava-se que esses objetos atraíam raios. Em minha hybrisjuvenil, eu empinava o cavalo frente à Casa e a cada raio gritava: "Manda outro, grande Filho-da-Puta".
Crueldade de menino. Minha parentada, lá dentro da Casa, se contorcia, rezava e fazia o sinal da cruz, implorando a salvação da alma do herege. Não que fossem católicos por formação. Mas em suas religiosidades primitivas acreditavam em um Deus que mandava raios.
Hoje, eu os entendo. Mais difícil é entender um cientista que deliberadamente renuncia à razão.
Wise era um cientista altamente qualificado e promissor e sua educação religiosa exigia que ele acreditasse que a Terra tinha menos de 10 mil anos de idade. O conflito entre sua religião e sua ciência fez com que tomasse uma decisão. Sem conseguir suportar a tensão - conta-nos Dawkins - atacou o problema com uma tesoura. Pegou uma Bíblia e a percorreu, retirando literalmente todos os versículos que teriam de ser eliminados se a visão científica do mundo fosse verdadeira. Concluiu então:
"Por mais que eu tentasse, e mesmo com o benefício das margens intactas ao longo das páginas das Escrituras, vi que era impossível pegar a Bíblia sem que ela se partisse ao meio. Tive de tomar uma decisão entre a evolução e as Escrituras. Ou as Escrituras eram verdade e a evolução estava errada ou a evolução era verdade e eu tinha de jogar a Bíblia fora. Foi ali, naquela noite, que aceitei a Palavra de Deus e rejeitei tudo que a contradissesse, incluindo a evolução. Assim, com grande tristeza, lancei ao fogo todos os meus sonhos e as minhas esperanças na ciência.
"Embora existam razões científicas para aceitar uma terra jovem, sou criacionista porque essa é a minha compreensão das Escrituras. Como disse para meus professores, anos atrás, quando estava na faculdade, se todas as evidências do universo se voltarem contra o criacionismo, serei o primeiro a admiti-las, mas continuarei sendo criacionista, porque é isso que a palavra de Deus parece indicar. Essa é a minha posição".
Fé é fogo. Como disse, não adianta opor a razão à fé. Quem crê, não tem dúvidas. Mesmo tendo nascido em um universo pagão, em meus de guri fui pego por uma catequista e o catecismo cristão me foi enfiado a machado na cabeça. O que me libertou do obscurantismo católico foi uma singela característica do ser humano, a sexualidade. Eu não conseguia entender como algo tão bom podia ser pecado, e portanto proibido. Em umas férias de verão, encerrei-me em um quarto de nossa casa de campo, com uma Bíblia em punho. Eu a reli durante três dias e três noites, encerrado naquele quartinho, só saindo de casa nas madrugadas, para cavalgar pelas coxilhas. Meus pais, que me passavam a comida por uma janelinha, começavam a duvidar de minha sanidade mental.
Daquela releitura, emergi ateu. De início, um profundo desconsolo. Quer dizer que não havia vida eterna, paraíso, aquelas sobremesas todas post-mortem? Convicto de que com a morte tudo acaba, consolei-me ao constatar que todos os homens morrem, acreditem ou não na vida eterna. Ao contrário de Wise, entre a razão e a fé, optei pela razão.
Senti-me extraordinariamente liberto. Em dias de tempestade, montava nu em um cavalo e saía a galope em meio aos raios. Na Casa - a residência original do clã - meus tios e primas rezavam, cobriam espelhos e escondiam objetos de ponta, como tesouras e facas. Acreditava-se que esses objetos atraíam raios. Em minha hybrisjuvenil, eu empinava o cavalo frente à Casa e a cada raio gritava: "Manda outro, grande Filho-da-Puta".
Crueldade de menino. Minha parentada, lá dentro da Casa, se contorcia, rezava e fazia o sinal da cruz, implorando a salvação da alma do herege. Não que fossem católicos por formação. Mas em suas religiosidades primitivas acreditavam em um Deus que mandava raios.
Hoje, eu os entendo. Mais difícil é entender um cientista que deliberadamente renuncia à razão.
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