segunda-feira, 26 de junho de 2017
RICARDO AMORIM- BRINCANDO COM A DEMOCRACIA
Quando funciona, a democracia é preciosa. Participação popular nos rumos do país através de seus representantes dá legitimidade às decisões e garante que os interesses de todos sejam considerados. Arbitrariedades e perseguições são muito mais comuns em regimes autoritários, mesmo quando os déspotas são esclarecidos.
A democracia é preciosa, mas é frágil. A história brasileira deixa isso claro. De 1930 para cá, nós vivemos um em cada três anos sob o jugo de ditaduras. Somando–se a ditadura de Getúlio Vargas com a militar foram mais de três décadas e meia sem democracia. A ideia utópica de golpes que destituem lideranças democráticas corruptas e convocam eleições rapidamente infelizmente não se confirma na história. Uma vez no poder, eles encontram formas, desculpas e razões para se perpetuarem.
Dois pilares essenciais da democracia são as pessoas se sentirem representadas por seus líderes e que haja uma separação entre os poderes, para garantir que ninguém abuse de suas atribuições. Tais pilares não estão presentes no Brasil de hoje. A sensação de não ser representado por seus governantes aflorou entre os brasileiros há uma década. O então presidente Lula inflamou a divisão para se defender dos escândalos do Mensalão.
A polarização rachou o país.
Para piorar, com o avanço da Lava-Jato, os escândalos de corrupção não pararam de aumentar. Independente de partido político, presidentes, governadores, prefeitos e legisladores em sua quase totalidade não representam seus eleitores, apenas abusam de seus cargos em busca de benefícios próprios.
A separação entre os poderes inexiste na prática. Temos um corporativismo de uma cleptocracia que assalta o Estado e os brasileiros. Ministros do TSE e do STF “julgam” aqueles que os indicaram aos cargos e congressistas recusam-se a cassar mandatos de outros congressistas comprovadamente envolvidos em corrupção.
Urge punir todos os corruptos e restaurar a separação entre os poderes, proibindo por lei indicações políticas ao STF, TSE, TCU e outros órgãos de fiscalização. Assim se garante a independência necessária para o exercício das funções.Se não fizerem isso, nossos líderes estarão colocando a eles mesmos e à própria democracia em risco, como o atentado a um legislador nos EUA e o apoio crescente a um golpe militar no Brasil deixam claro. Xô, Satanás!
Fonte: “Isto é”, 23/06/2017.
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