sexta-feira, 13 de maio de 2016

Honestidade: Condição necessária, mas não suficiente Por Instituto Liberal-Bordin Burke

Desde as manifestações populares de 2013, o debate político ganhou um significativo e merecido espaço na mídia nacional e no cotidiano dos brasileiros. Tal fenômeno – turbinado ainda pelo efeito disseminador das redes sociais e pelo impacto das revelações da operação lava jato – deve ser celebrado, tendo em vista que a escolha de bons líderes passa, necessariamente, pelo interesse dos eleitores em conhecer partidos e candidatos, bem como pelo acompanhamento das ações dos eleitos (eis porque a eterna contenda entre Republicanos e Democratas é tão benéfica para a concretização da vontade popular nos Estados Unidos). Todavia, em nosso país, nota-se facilmente que um único tema costuma monopolizar qualquer conversação nesse sentido: a honestidade (ou a falta de) dos agentes políticos.
A partir daí, tudo costuma resumir-se a apontar de quais crimes fulano é suspeito, ou quais investigações estão apontando que ciclano recebeu propina. Convenhamos que a responsabilidade pela pobreza dessas argumentações não costuma ser apenas dos próprios interlocutores, levando em conta especialmente a longa “tradição” política brasileira de produzir escândalos de desvios de recursos públicos em série (o que, de certa forma, “traumatizou” o eleitor brasileiro), e o fato de que nossos jornalistas costumam enfatizar demasiadamente este aspecto – talvez porque renda mais cliques do que abordar outros temas mais corriqueiros. De qualquer forma, o resultado é um só: o brasileiro, em seus debates políticos, costuma passar batido por questões extremamente importantes na condução dos destinos de uma nação.
Por que não costumamos abordar nessas conversas, com mais frequência, que rumos serão dados à ECONOMIA, por exemplo? Seria muito justo, pois todas as demais tarefas da administração pública dependerão de um bom desempenho nesta área. Todos, sem exceção, defendem que os candidatos diminuam a inflação e a taxa de juros – aliás, o atendimento de tais demandas faz parte do rol de promessas da maioria dos políticos. Mas que tal seria cobrar desses candidatos que eles tomassem medidas que efetivamente pudessem combater essas mazelas?
Bom, aí o buraco é mais embaixo, pois este conhecimento passa muito ao largo do arcabouço intelectual do brasileiro médio – e aqui incluo mesmo os que possuem graduação em nível superior. Sendo assim, como exigir algo de alguém, sem nem mesmo saber que algo é esse?
Nesta esteira, seria imprescindível que um percentual significativo de nossos eleitores pudesse dispor, antes das eleições de 2018, de tempo, energia e recursos para adquirir todas as informações necessárias para dissecar o discurso do político em campanha eleitoral, de tal forma que pudesse entender se esse pretende, de fato, melhorar os índices econômicos, ou apenas promete resultados sem comprometer-se com os meios para alcançá-los – lamentavelmente, o currículo do ensino médio nacional sequer resvala nesse assunto, e os alunos saem da escola ignorando por completo como funciona o mercado. Todavia, mesmo com a disseminação de conhecimentos proporcionada pelo internet, é fantasioso imaginar que em prazo tão exíguo tal perspectiva possa ser realista.
Assim sendo, creio que não custa facilitar o trabalho das pessoas – dificultando, assim, o “trabalho” de candidatos que contam com a instrução deficitária do povo em seu modus operandi de perpetuação no poder – elaborando um Checklist de promessas correlacionadas com as respectivas medidas indispensáveis à sua materialização (providências sem as quais tais promessas, independentemente de boa vontade ou ficha limpa do político, ficarão, com 100% de certeza, apenas no papel).
Segue, então, minha contribuição, na expectativa de frustrar os planos de quem gosta de falar em palanques que vai melhorar a vida das pessoas, já sabendo, de antemão, que não possui nenhuma intenção ou capacidade de fazê-lo. Procurarei me ater a dois fatores da Economia que mais diretamente afetam a vida do cidadão comum e lhe tiram o sono, e que dependem em parte de ações das administrações estaduais e municipais, mas sobretudo da atuação do Executivo Federal e do Congresso Nacional:

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