sexta-feira, 19 de junho de 2015

CAXIAS, MAIOR PÓLO METAL-MECÂNICO DO RS, PROJETA DEMISSÕES EM MASSA PARA O SEGUNDO SEMESTRE

Nesta reportagem assinada pelo jornalista Roberto Hunoff, o Jornal do Comércio revela que um quadro desalentador em termos de produção e vendas e sem perspectivas de recuperação, pelo menos nos próximos 18 meses, atinge o município gaúcho de Caxias do Sul, o mais importante pólo metal-necânico do RS. O cenário corrosivo,foi pintado em cores dramáticas no meio desta semana, pela diretoria do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs). Para o presidente da entidade, Getúlio Fonseca, trata-se de uma crise sem precedentes nas duas últimas décadas. "O ajuste fiscal do governo é necessário, mas o remédio muito amargo acabará por matar a indústria", argumentou.


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Por sua vocação para a indústria de veículos pesados, Caxias do Sul, segundo o dirigente empresarial, tem a pior situação em todo o Estado. "Nem a supersafra agrícola deve amenizar os efeitos da crise." Segundo dados do Simecs, o faturamento do setor caiu, de janeiro a maio, perto de 28%, somando menos de R$ 5,3 bilhões. Em valores absolutos R$ 2 bilhões a menos na comparação com o mesmo período do ano passado.


O impacto direto mais severo foi no fechamento de postos de trabalho. Até maio, são 2.232 vagas a menos, devendo alcançar 3 mil com as dispensas esperadas para junho. Nesta semana, segundo informações do sindicato, a Marcopolo demitiu em torno de 550 trabalhadores. Com as 5,2 mil vagas fechadas em 2014, o setor acumula perda de 8,2 mil postos, com estoque atual de 44 mil, abaixo dos números de janeiro de 2010. Caso se mantenha o quadro atual, a expectativa é que ocorram mais 8 mil demissões, baixando para 36 mil o estoque no final do ano. "Estas vagas não voltam mais, porque as indústrias estão determinadas a investir na automatização como forma de se tornarem mais competitivas. Mas para isto é preciso melhorar as vendas e ter linhas adequadas de financiamentos", resumiu Fonseca.


O presidente do Simecs sustentou que as empresas não têm de onde tirar recursos para atender as reivindicações dos trabalhadores para acordo da convenção coletiva deste ano. Segundo o dirigente empresarial, cada percentual de aumento, neste momento, representará fechamento de vagas. "Não é ameaça, é a realidade já exposta ao presidente Assis Melo, do sindicato dos metalúrgicos. Mas vamos negociar em busca do acordo", afirmou Fonseca.





Segundo o empresário, o pedido dos metalúrgicos é de reajuste na ordem de 8,76%, referente ao INPC dos últimos 12 meses, acrescido de 50% deste índice a título de ganho real. "Temos algo como 13% de reivindicação," Acrescentou que, por conta do aumento do piso mínimo regional em discussão na Justiça, a maioria das indústrias terá de conceder mais 9%, com pagamento retroativo a fevereiro. "O piso da categoria é próximo a R$ 1.027,00. O regional é de R$ 1.090,00. Se o reajuste for confirmado pela Justiça, será preciso pagar este valor.

Do blog do Políbio Braga

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