Atualização às 22 horas de quinta-feira.
Na Venezuela chavista, recém-chegado que pede respeito aos direitos humanos é persona non grata. Na quinta-feira, senadores brasileiros (nenhum do PT, é claro) sentiram isto na pele. Foram impedidos de visitar presos políticos (golpistas no jargão chavista e de acólitos) e intimidados por militantes chavistas.
Na semana passada, a hostilidade foi direcionada contra o ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González, insultado sem cessar pelo presidente Nicolás Maduro e impedido de visitar presos políticos, aos quais presta assistência legal.
Estadista elegante e irônico, assim que retornou a Madri, González prestou agradecimentos a Maduro por sua truculência. Disse que a torpeza do regime ficara ainda mais flagrante e redobrara o empenho do seu trabalho.
Quem sabe, os senadores brasileiros possam também expressar gratidão a Maduro e cantar alguma vitória apesar da visita frustrante. A torpeza chavista vai provocar alguma atitude do governo brasileiro: manifestar mais torpeza com seu alinhamento ao regime de Caracas ou expressar alguma censura convoluta por seu desrespeito a senadores brasileiros no exterior .
PS- Por ora, é uma nota anódina do Itamaraty que começa assim: “O Governo brasileiro lamenta os incidentes que afetaram a visita à Venezuela da Comissão Externa do Senado e prejudicaram o cumprimento da programação prevista naquele país. São inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros”. E termina assim: “À luz das tradicionais relações de amizade entre os dois países, o Governo brasileiro solicitará ao Governo venezuelano, pelos canais diplomáticos, os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido”.
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