quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

George Orwell, Dilma, FHC e a Petrobras

George Orwell, Dilma, FHC e a Petrobras

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George Orwell, Dilma, FHC e a Petrobrás
George Orwell em especialmente duas obras fez avisos sobre ingredientes presentes em receitas de projetos de poder. Um deles é a necessidade de culpar sempre um inimigo externo, bem como manipular e distorcer informações e fatos.
Em Animal Farm (1945) Napoleon, após assumir o poder, elege esse inimigo na figura de Snowball. Apropriasse de idéias de seu opositor reivindicando para si próprio a autoria e sempre que algo deva errado a atribuía a figura de Snowball. Havia ainda outro inimigo externo, os humanos expulsos da fazenda através da revolução, usados para causar medo. Sempre que questionado, Napoleon dizia que a vida de todos havia melhorado se comparada com a época longínqua antes de assumir o poder.
Já em Nineteen Eighty-four (1949), o inimigo externo trata-se de Emmanuel Goldstein e o regime de Big Brother possui ainda o Ministério da Verdade, que através de um revisionismo histórico muda fatos para adequá-los coerentemente a posição do partido.
Pois bem.
Dilma Vana foi presidente do conselho de administração da Petrobrás. No estatuto da empresa consta expressamente:
“Art. 28- O Conselho de Administração é o órgão de orientação e direção superior da Petrobras, competindo-lhe:
III- fiscalizar a gestão dos Diretores[¹]
Esquecendo-se desse fato, após mais de um mês de silêncio em meio ao maior escândalo de corrupção institucionalizada da história do país, a qual ao que tudo indica o tesoureiro de seu partido foi beneficiário de propinas[²], Vana apresentou sua defesa: declarou que o culpado pelo colapso da Petrobrás foi um inimigo externo, FHC, cujo governo acabou há 13 anos[3].
Vana esqueceu que anteriormente, ainda quando ministra, criticou a proposta de criação de CPI para investigá-la[4], sustentando que a Petrobrás era uma empresa“com um nível de contabilidade dos mais apurados do mundo”. Em suma: é transparente o suficiente para ter um nível de controle e evitar corrupção.
Trata-se de uma clara demonstração da incapacidade de assumir os próprios erros. Afinal, para que assumir responsabilidades se Orwell ensinou que um inimigo externo serve justamente para isso?
Luan Sperandio, 22, é acadêmico de Direito da Universidade Federal do Espírito Santo e membro dos Estudantes Pela Liberdade/ES.

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